Breath Of Life escrita por Writer, Apenas Ana


Capítulo 22
Resgate quase perfeito


Notas iniciais do capítulo

Eu me sinto culpada por demorar tanto. Sério mesmo. LEIAM AS NOTAS FINAIS PELO AMOR DE DEUS



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A vida era uma droga mesmo. Assim que chegamos lá, o vento começou a ir no sentido em que viemos. Conclusão...? Nosso cheiro estava indo direto pras narinas caquentas deles. Fiz o vento parar, e criei uma espécie de cúpula à nossa volta para o cheiro não ir rapidamente até eles. Não sei se funcionou, mas eu estava tentando preservar minha vida então qualquer coisa valia.


–O que a gente faz? - Beatrice falou, e sua voz soou nas 'paredes'. Todos ficaram assustados. - Que droga é essa? - Ela quase gritou e eu dei um tapa em seu braço.
–Não grita. Eu não sei se isso é a prova de som.
–Você fez isso? - Harry falou admirado.
–Fiz. - Respondi como se dissesse que odiava maças.
–Porque eu não faço nada assim? - Charlie sussurrou, indignado.
–Você pelo menos tentou? - Perguntei. Ele apenas ficou calado. - Então cala a boca.
–Ok, mas o importante é: como entramos.


(...)


O plano estava todo bolado. Eu havia dado a volta no castelo, e como eu imaginei havia uma porta de saída de emergência. O plano era estranho. Beatrice, Charlie e Harry iriam atrair os os monstros para outro lugar de qualquer modo. Ana e Alex iriam esperar pra entrar, escondidos nas árvores perto da porta. Nós três iríamos invadir o castelo e pegar Nico. Até aí estava fácil, mas seria difícil sair. Assim que os monstros saírem, nos vamos entrar e provavelmente teríamos cinco minutos - tempo que os monstros demorariam pra perceber que aquilo tudo fôra uma idiotice - pra sair de lá. Como sairíamos de lá, com um garoto significativamente impossibilitado? Simples. Ana sentira a presença de Pégasos lá dentro (É, eu não conhecia essa modalidade de poder da Ana também não. Mas qualquer ajuda era bem vinda, afinal). O que faríamos a seguir também já estava determinado.

Rapidamente nos separamos. Eu não sabia qual era a idéia do trio de loucos, mas provavelmente seria boa. Ana e Alex foram para a parte de trás. E eu fiquei onde estávamos inicialmente. Fui obrigada a desfazer a bolha, com esse ato não demoraria muito para os monstros nos notassem e a enganação se tornasse mais realista.

Eu havia me equipado mais no meio tempo em que planejamos. Eu colocara o arco dado por Hades em meus ombros, estava com o peitoral da armadura, e carregava a espada de Nico. Na verdade, todos colocamos os peitorais. Eles estavam bem leves, o que me fazia duvidar do fato de que elas eram boas.

Depois de um tempo, houve uma explosão alta. Eu não sabia o que havia resultado aquilo, ou se realmente fôra natural ou causado por Beatrice, Charlie e Harry. Logo uma parte dos monstros saiu, deixando cerca de 10 espalhados.

Coloquei o capuz, e desapareci. Tirei o arco de meus ombros, e me posicionei. Qual seria a utilidade de uma arma de longa distância, se eu não podia usá-la? Comecei a atirar. Eu levava cerca de 20 segundos pra mirar, só por medo de errar. A cada tiro, mudava de lugar para não me verem. Mas aí eu percebi que estava com a capa, e parei com isso. Depois de dois minutos, não havia mais monstro algum ali. Coloquei o arco nas costas, e peguei a espada de Nico. Caminhei em direção ao castelo, tirei a capa e fiz sinal pra Ana e Alex. A única coisa que eu esperava fosse que eles voltassem inteiros. E foi o que aconteceu. Eles vieram até mim, armados e atentos com a floresta ao nosso redor.


–Tudo bem? - Alex perguntou, e eu acho que ele se referia ao meu problema respiratório. Mas eu não tinha certeza. De qualquer modo, assenti.


Seguimos para a porta da frente. Era uma porta velha, grande, de madeira e ferro. Meio medieval. Estranhei. O que algo tão medieval fazia no meio do México? Giramos a maçaneta, e felizmente a porta estava destrancada. Se não estivesse, iríamos gastar tempo demais. Olhei para os lados, a procura de alguma alma viva. Deveria ter. Afinal, eles estavam nos esperando. Entrei seguida de Ana e Alex. Olhei ao redor. Nem um móvel sequer. Apenas sujeira, e algumas espadas jogadas de canto. O que me lembrava que minha mochila estava com Beatrice, afinal ela ia precisar para fazer a parte dela, e a de Nico estava com Alex. Porque com ele? Eu não sei exatamente. Nós precisávamos de alguém para carregar, e ele se ofereceu. Simplesmente. Perguntamos se isso não ia incomodá-lo, e ele negou. Eu me lembrava um pouco do caminho para ir ao quarto de Dylan. Eu iria pra lá, porque eu só sabia como ir para a cela de Nico pelo caminho que ele seguira. Rapidamente fui pela série de corredores.

O ar de lá era sujo e pesado. Depois de três corredores, o ar se recusava a entrar. Encostei meu corpo na parede. Porque eu estava fazendo aquilo? Não. Eu não deveria. Tinha que continuar.


–Você tá bem? - Ana perguntou, e eu não respondi.


Minha respiração se tornou alta e ruidosa, mas o ar que eu conseguia puxar era pouco. Meu coração estava acelerado. Eu o podia sentir através do peitoral da armadura. Ótima hora pra ter um ataque cardíaco e de asma. Tentei forçar o ar a entrar. Será que eu podia fazer aquilo? Eu o fiz, e tive uma resposta rápida do meu corpo. Uma dor enorme em meu pulmão. Era como de estivessem pisando nele. Mas na verdade era o contrário. Eu estava expandindo-o. Desisti, soltando o ar. Inspirei novamente, e a dor parecia um pouco menor. Ouvi passos vindos da nossa frente.


–Se escondam! - Sussurrei exasperada. Eles iam perguntar o que eu ia fazer, mas não deu tempo. Os passos ecoaram mais altos.


Eles entraram em uma das portas, e eu não tive tempo de colocar o capuz e desaparecer. O garoto entrara no corredor.

Ele caminhou normalmente até mim. Eu não sabia o que ele era. Ele tinha aparência normal. Cabelos e olhos castanhos, pele castanho-amarelada. Usava uma armadura completa, e estava armado com uma lança. Ele caminhou com cautela até mim. Meu coração batia forte, dominado pelo medo. Minha respiração estava vagamente melhor, depois da sessão de tortura à qual eu mesma me submeti. Quando chegou, sua expressão não era assassina como eu esperava. Na verdade, era um pouco preocupada.


–Você... Tá bem? - Ele perguntou tímido. Ele tinha o que? 15, 16 anos.


Tentei melhorar minha voz e disfarçar meu nervosismo, e tentar não gaguejar.


–Sim, está. Aliás, estou. - Ele esboçou um sorriso com a minha trapalhada.
–Você é nova aqui? - Eu fiquei em pânico. O que eu responderia? Decidi fazer o mais óbvio.
–Sou. - Dei um falso sorriso amarelo.
–Tome cuidado. - Fiquei mais atenta às suas palavras com a frase dita por ele. - Estão todos em alerta. Estamos esperando certos visitantes hoje.


Coitado, mal sabia ele que estava conversando conversando com a visita.


–Tudo bem, eu vou ter. - Me levantei desajeitada tropeçando na capa.
–É magica? - Perguntou, e eu torci para ele estar falando da capa. Imagina que idiota seria se eu respondesse que sim, e ele me pedisse pra tirar um buquê de flores da capa? Não seria legal.
–É.
–Tome cuidado. O mestre - QUEM CHAMA UMA PESSOA DE MESTRE? VIVEMOS NO SÉCULO 21, QUERIDO. EVOLUA. - é meio mimado, e não gosta que os outros tenham coisas melhores que as dele.


Essa era a definição de "meio mimado". Queria ver a de "mimado". Ele saiu caminhando pelo corredor.


–Espera. - Eu falei, como se uma parte pequena mas importante do plano tivesse atingido minha cabeça como um tijolo. Usei minha veia teatral, e coloquei um sorriso um pouco presunçoso em meus lábios. - Me mandaram ir checar o prisioneiro. Lá tem alguma chave?


Ele sorriu. Foi aí que eu notei que seu sorriso era tão cruel e frio, que fizera o meu se apagar. Ele pegou uma chave do bolso e a jogou. A peguei no ar, e olhei-a em minha mão. Era dourada, e um pouco gasta. Como se já tivessem confinado várias pessoas naquele inferno. Quando voltei minha atenção para o garoto, ele não estava mais no mesmo lugar. Já caminhava para longe de mim, como se eu o repelisse. Eu não havia nem perguntado seu nome.

Esperei o garoto ir pra mais longe, virar o corredor, e mais alguns segundos para chamar Alex e Ana. Abri a porta do cômodo em que entraram. Quando vi o interior, percebi que se tratava de um quarto. Ana e Alex sairam de lá com uma cara de tédio misturado com surpresa e tensão.


–Consegui a chave. Vamos logo antes que mais alguém chegue.


Com a espada em mãos, pronta para matar monstro ou uma pessoa não tão desinformada quanto o garoto anterior. Voltei a guia-los pela série de corredores que pareciam um labirinto.


(...)


Quando chegamos na cela de Nico, eu não sabia o que fazer. Nós entrariamos como pequenos furacões, ou educadamente? Que tipo de pessoa se pergunta isso? Eu. Eu era tão idiota, que estava parada na porta da cela com a chave em mãos, correndo o risco de alguém aparecer e tudo ir por água abaixo. Com as mãos trêmulas, coloquei a chave na fechadura e girei.

Com a maior delicadeza do mundo abri a porta ao máximo, e coloquei a cabeça pra dentro. O cheiro lá de dentro era insuportável. Uma mistura de mofo, sangue, e umidade. Uma pequena janela de barras jazia no alto da parede, virada para o oeste. Luz entrava por lá, e batia exatamente aos pés de Nico. Ele estava sentado com as costas encostadas na parede de pedras, e uma leve poça de sangue estava ao seu redor. Ele estava sem camisa, exibindo seu peito assustadoramente sexy, que me faria corar se não fosse o caso e ele não estivesse tão ferido assim. Ferimentos recentes estavam espalhados pelo peito, e provavelmente nas costas porque a parede tinha filetes de sangue. Seus olhos estavam abertos, mas não me fitavam com alegria, e sim com uma espécie de temor. Sem pensar em mais nada entrei na cela.

Porque eu sou tão ingênua, a ponto de pensar que entraria lá e sairia impune? Dei cerca de quatro passos para dentro, e ouvi um alto tilintar de espadas atrás de mim. Me virei com o coração batendo alto, e me assustei com a cena. Dylan e Alex estavam de espadas cruzadas, como se Dylan tivesse tentado me acertar por trás e Alex acabou com o golpe me salvando da morte. A expressão de Dylan era puro ódio, e ele alternava o olhar entre nós três.


–Que covardia atacar uma pessoa por trás. - Falei tentando normalizar a velocidade de meu coração dominado pelo susto.


Fiz sinal com os olhos para eles tirarem logo Nico dali. Mas antes que eles pudessem reagir, duas pessoas (ou armários) apareceram na porta empurrando levemente Alex e Ana pra dentro. Um deles era o garoto que me dera a chave. A sua expressão era de completa surpresa. Deve ser uma sensação horrível, descobrir que a pessoa que você ajudou era seu inimigo. O outro tinha aparência comum, exceto por seus olhos que brilhavam como grandes esmeraldas e um rosto assustadoramente fino.

Dylan fez um sinal para eles, e eles prenderam Ana e Alex pelos braços. A espada de Alex caiu de sua mão pelo aperto que o garoto que me ajudara fizera. Eles se dirigiram para o canto da sala, e os seguraram lá. Quando passei os olhos por Nico, seus olhos geralmente calmos me fitavam fixamente. Agora eles pareciam em um meio de uma tempestade em alto mar, perdidos em tantos sentimentos que provavelmente nem ele entendia. Mas um se sobressaia. Fé. Ele acreditava que eu pudesse ganhar, e que tudo ia dar certo no fim. Eu não tinha o mesmo ideal.

Me voltei à Dylan. Sua expressão era cruel, fria, e irônica. Ele usava armadura completa por cima de uma camiseta cinza e jeans. Em apenas segundos eu me lembrei de todos os horrores que ele fizera, e é possível dizer que a raiva me cegou. Pude sentir a eletricidade percorrer meu corpo, e tive certeza de que meus olhos deveriam estar assustadoramente azuis. Minhas mãos apertavam o cabo da espada forte.

Fui em posição de ataque até ele, e a nossa pequena luta começou. A capa não me atrapalhava em nada. Na verdade eu me sentia mais leve e rápida. Eu ataquei com toda a força que podia, mas ele fez o mesmo. Quase cai, mas o resultado não fôra o mesmo com ele. Ele permaneceu no mesmo lugar, como se eu fosse apenas uma brisa o rodeando. Ataquei novamente, e pude ver ele ficar um pouco mais fácil. Desferi um arco baixo e acertei sua perna, mas ele não caiu. Na verdade mal parecia afetado por isso, apesar de o sangue escorrer. Ele desferiu um golpe e acertou minha bochecha, em um corte fino e raso. Senti ela arder como ácido, e o calor do sangue. Olhei rapidamente a espada dele, e era a mesma que ele usara contra mim quando invadiu a Casa Grande. Ela continha o horrível veneno que me causara dor por dias. Desejei a ajuda da escuridão da noite, e ela pareceu me ajudar. A cada passo em que dávamos ele se tornava mais lento, sendo agarrado por sua própria sombra. Mas ele fugiu para a leve luz que iluminava o centro do cômodo.

Estávamos em uma batalha do dia contra a noite, luz contra trevas. Quando ele ia pra luz, eu não conseguia usar sombras para fazê-lo mais lento. Até que eu vi um chicote no canto da sala. Minha raiva só piorou, claro. Mas minha cabeça, ao mesmo tempo, se encheu de idéias. Eu poderia acabar com aquilo. Mas havia um problema: Eu não fazia idéia de como se usava um chicote para a 'modalidade' da qual eu queria.

O fiz recuar até o canto, e tentei pegar o chicote sorrateiramente. Tudo o que eu precisava era que ele mantivesse os olhos em mim. Em um dos golpes, ele acertou meu braço que segurava a espada mais fortemente. Fazendo um grande talho, e quase me fazendo largar a espada. Ele deu outro golpe. Um baixo que acertou uma das coxas de minhas pernas. A dor era desesperadora, e eu contive o impulso de dar um grito baixo. Caí no chão quase me dando por vencida. Olhei para o chicote ao meu lado, e estiquei o braço para tentar pegá-lo. Dylan passou a espada pelo chão com o intuito de ferir meu braço, e até tirá-lo fora, mas movi meu braço de volta com uma velocidade assustadora. Aquela era uma situação em que eu não encontrava outra saída, a não ser esperar a morte chegar dolorosamente pela espada envenenada. Meu rosto ardia em chamas, e minha perna como se eu a tivesse cortado fora, e meu braço era uma mistura de ambos. Minha visão escorregou para meu futuro assassino. Ele estava com um sorriso maníaco, e apoiado em sua espada. Ele a tomou em mãos.


–Fim trágico. - Ele murmurou ajeitando a espada em ambas as mãos.

Com um movimento sobrenatural, tirei o arco de minhas costas, mirei e atirei. Tudo isso parecia ter demorado menos de cinco segundos. Mas a dor que o brusco movimento causou era indescritível. Acertei apenas sua perna, mas era o suficiente para ele cair no chão.

Com o pequeno susto, os guardas largaram Ana e Alex. Ambos se puseram a lutar com os que os seguraram, e eu tive medo de pisarem em mim.

Fiquei em pé, largando o arco no chão, a fim de acabar com Dylan. Eu não conseguia usar uma de minhas pernas, então mancava de um jeito relutante. Quando cheguei até ele, ele agonizava tirando a flecha encravada em sua perna. Minha raiva fôra transformada por alguma razão, em tentáculos negros que saiam de mim. Era como se a raiva que estivera em mim, encontrasse um jeito de aparecer. Em um ato final, posicionei a espada e a desci em direção ao seu peito.

Seus grunhidos de dor se encerraram, assim como seus movimentos. Com sorte ele estaria morto.


–O final trágico foi seu, afinal de contas. - Murmurei enquanto me virava vacilante para trás.


Encontrei ambos os guardas desacordados no chão, e Ana e Alex indo tirar Nico das correntes.


–Oi Nico. - Ana falou ofegante quando parou à sua frente. Eu não estava com falta de ar, felizmente. Mas estava ofegante pela luta terrível.
–Oi Ana. - Ele murmurou com seu tom levemente divertido. Ele poderia estar morrendo que não ia tirar a ironia, o sarcasmo, e seu humor negro. Seus olhos vacilavam como se ele estivesse com sono.
–Oi querido. - Falei enfatizando o "querido" por alguma razão estranha. Na minha opinião quando alguém dizia aquilo estava sendo irônico, e com Nico era a mesma coisa.


Tentei fazer um coque em meu cabelo enquanto caminhava em direção à eles, mas não deu certo pelo infeliz motivo de que: EU NÃO SABIA FAZER UM COQUE. Então o infeliz do meu cabelo suado foi obrigado a ficar solto.


–Oi. - Ele falou sorrindo de leve. E fechando seus olhos por alguns segundos.


Ergui a espada e cortei as correntes que o seguravam. Mas os braceletes que o prendiam na corrente ainda estavam lá. E com sorte conseguiríamos tirar aquilo dele facilmente. Ana e Alex o ajudaram a se levantar, e notamos que precisávamos sair de lá o mais rápido possível. E caminhei até meu arco no chão desviando dos corpos desacordados/mortos. Ana fez sua espada virar seu anel de Mickey preto pelo qual eu sempre tive uma paixão. Minha perna ainda ardia como ácido, mas não havia ninguém pra me ajudar. Ambos estavam ajudando Nico a caminhar.

Algo brilhou atrás de onde Nico estava. Algo com uma luz verde. Caminhei até lá. Era uma espécie de bola de vidro do tamanho da minha cabeça, com um líquido verde brilhante. A peguei. Era igualmente pesado, e era um pouco quente.


–Fogo grego. - Nico murmurou atrás de mim. Ele aparentava mais cansado do que quando estava sentado.


Fogo grego era uma espécie de fogo que não se apagava nem com água.


–Ele se apaga com o tempo? - Ana perguntou entendendo minha idéia.
–Acho que ela vai ser capaz de ceder à névoa e apagar se os mortais vierem fazê-lo. - Nico falava preguiçosamente.
–Perfeito. Porque isso estava aqui? - Perguntei assustada, e a resposta surgiu em minha mente. - Eu não acredito nisso.
–É. Eles iam me queimar com essa coisa. - Nico falou como se estivesse falando sobre comida.


O peso da bola de vidro pareceu dobrar.


–Vamos embora logo. - Ana falou.


Eles caminharam para a porta, passando de lado por ela porque os três não passavam de uma vez. Eles pararam do outro lado da porta. Fui mais lentamente atrás. No meio do caminho, uma de minhas pernas fraquejou, e eu caí no chão fazendo um barulho alto e ralando meu joelho direito. Quase derrubei a bola de vidro, mas ela e a minha mão cairam em cima de um dos 'guardas'. Soltei um grunhido de dor. Ana deixou Nico apenas para Alex carregar, e me ajudou a levantar.


–Tá tudo bem? - Ela falou calma.
–Tá. Ajude Alex com Nico. Eu me viro.
–Não. - Ela protestou. - Alex dá conta sozinho.


Ela me ajudou a levantar, enquanto eu segurava fortemente a bola contra meu corpo e a espada.

Caminhamos pra fora, e Nico me olhava preocupado. Assenti de leve dizendo que estava bem, mas ele manteve o leve olhar preocupado em mim.

Eu e Ana fomos na frente, já que ela precisava nos guiar.


–Precisamos subir. - Ela alertou.
–Eu acho que tem escadas no fim do corredor.


Seguimos até o fim do corredor e Nico estava certo.

Subimos a escada de um jeito inteligível, e acabamos em uma espécie de terraço. Haviam 4 Pégasos lá. Dois pretos, um branco, e um cinza. Todos com sela. Eu e Nico subimos em um, e Ana e Alex pegaram um pra cada um. Apesar do que ocorreu ali dentro, eles ainda estavam brigados um com o outro.

Os quatro Pégasos levantaram voo, e em me apertava com Nico e a bola de fogo grego. Quando estavamos há uma grande altura, Ana gritou contra o vento.


–Pode jogar se quiser.


Quando meu Pégaso estava no centro de prédio, eu o joguei. A bola caiu no terraço, e o líquido espirrou um para os lados entrando em combustão no momento que entrara em contato com o oxigênio. Agora não teria volta. A desgraça já estava feita.

O sangue quente escorria em minha bochecha, e eu não queria limpá-lo com medo da dor. Mas eu podia sentir a pele de meu rosto e a minha perna ficarem febril apesar do vento.

Nico estava sentado na minha frente, e eu estava com um braço de cada lado segurando nas rédeas. Com medo de tocar algum machucado e causar mais dor, eu tentei evitar apertar meus braços ao redor dele ou até mesmo encostar em suas costas. Mesmo assim podia sentir sua suave respiração.

Os Pégasos desceram na entrada da reserva, e ficaram em baixo das árvores fugindo do sol do 12:00. Podíamos ver o carro de onde estávamos. Ana deslizou delicadamente das costas do cavalo, e Alex se jogou de lá.


–Já voltamos.


Eles se enfiaram na mata, e eu e Nico ficamos em silêncio como se fôssemos desconhecidos. Minhas mãos escorregaram das rédeas do Pégaso, e ficaram ao meu lado.


–Você tá bem? - Ele falou, e eu notei que sua voz estava deliciosamente rouca. Sim, eu também tinha uma queda por vozes roucas.
–Eu deveria perguntar isso. - A vontade de abraçá-lo e lhe dar um longo beijo era desesperadora. Eu havia passado duas semanas sem ele. Era como se eu precisasse daquilo pra me sentir viva. Um beijo podia curar tudo. Era o que eu acreditava naquele momento, na verdade.
–Então ambos não estamos bem, não é? - O leve humor em sua voz rouca era a melhor música do mundo.
–É. - Falei soltando uma risada baixa, um pouco sem humor. - Eu senti muito sua falta. Fiquei muito preocupada com o que poderiam fazer com você, Nico.
–Enquanto eu a via em meus sonhos, sabia que tudo estava bem.


Ele virou seu rosto para mim. Nossa distância era pequena, o que só fazia meus nervos gritarem pelos seus lábios frios. Sua mão tocou meu queixo. Meu maior ponto fraco depois das minhas costas. O frio de sua mão contrastava com minha infeliz pele febril. Não aguentando mais, quebrei nossa distância transformando em um beijo.

A sensação parecia melhor do que eu me lembrava ou a situação a fez única. Meu coração disparava em alegria, enviando uma onda de alegria, paz, e uma enorme paixão. Sua mão por culpa de meu rápido ato, continuava em meu queijo. Eu queria poder abraçá-lo com força, ter a certeza de que aquele momento era real.

Houve um alto farfalhar de folhas ao nosso lado, e nos separamos bruscamente privados de nossa calma. Havia uma Ana atônita, saindo do meio das árvores em um correr/tropeçar. Sua expressão era de uma espécie de dor emocional, e tristeza tentando ser camuflada. Mas era fácil vê-la transparecer pois seus olhos estavam se enchendo d'água.


–O que foi, Ana? - Tentei fazer minha voz soar normal. Mas os tons mudaram levemente.


Ela me fitou com seus olhos tristemente azuis e molhados, lembrando um mar agitado.


–Harry. Ele... Está morto.


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Notas finais do capítulo

ENTÃO GENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEE. VO ESCREVER EM LETRA GRANDE SÓ PRA VER SE VOCÊS LÊEM. O PRÓXIMO CAPÍTULO VAI SER POV DO NICO OK? E MAIS UNS TRÊS CAPÍTULOS DEPOIS DESSE E ESSA SEGUNDA TEMPORADA VAI ACABAR. MAS NÃO FIQUEM TRISTES, EU ESTOU ANSIOSA PRA DEIXÁ-LOS LOUCOS NA PRÓXIMA TEMPORADA. E EU QUERO SABER: A PARTE NICO/GIOVANNA FICOU BOA? PRECISO SABER PORQUE EU ACHO QUE SOU PÉSSIMA EM MOMENTOS MELOSOS E ROMÂNTICOS.



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