Até Amanhã. escrita por sofia


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

galerinhaa :3
6 reviews (/o.o)/~
Espero que gostem :3



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Acordei, ainda sonolenta.

Para variar, pesadelos invadiram a minha noite.

Gota. Sangue. Garoto. Morte.

Era sempre a mesma coisa. Só que ficava cada vez mais tenebroso, mais macabro, cada vez pior.

Antes que pudesse berrar e acordar meu pai novamente, percebi um silêncio anormal.

Olhei para baixo para ver se Cassy havia sumido novamente.

Mas ela estava ali.

Parada. Como se não estivesse respirando. Como se estivesse morta.

-CASSY. –disse, quase berrando.

Ela me olhou.

Ela não estava morta.

Juntei-me a ela, esperando por alguma palavra.

Mas nem tudo é traduzido com palavras.

As lágrimas escorriam de seu rosto lentamente.

Eu a abracei, enquanto ela soluçava.

-Ele sumiu. Lucke sumiu. – soluçou ela.

Abracei-a com mais força.

-Vamos achá-la. –disse, mais confiante do que deveria.

Eu sei que Lucke é um amigo imaginário. Então seria tecnicamente impossível ele sumir. Seria só Cassie imagina-lo novamente.

Mas não é tão simples assim.

Pelo menos, não para Cassy. Nem nunca foi.

Segurei sua mão e descemos as escadas, a procura de Lucke, olhando para os lados freneticamente.

Até que eu me lembrei das cartas de Lucas.

Um pequeno envelope branco estava amassado em meio as 38 cartas do papai. Ele não assinou. Ele não precisava.

O envelope estava preso com um adesivo de hambúrguer.

Eu ri.

Abri, lentamente.

Curiosidade nº 1:

Eu tenho medo de esquilos.

Idiota.

E eu entrei na casa, rindo.

Até que eu me deparei com Cassy e eu me lembrei que deveria estar preocupada.

Por Cassy, por Lucke, pelo meu pai.

-Cassy. Eu já lhe disse. Vamos achá-lo. – disse, acalmado-a. – Talvez ele tenha ido passear pela cidade. Quem sabe? Vamos achá-lo.

Cassy assentiu, limpando suas lágrimas.

Peguei sua mão e saímos de casa.

Andamos durante várias horas, sem nenhum sinal de Lucke. Cassy começara a entrar em pânico, e eu comecei a me preocupar.

Voltamos para casa, e pedi para Cassy ficar com papai. Eu pedi para que ela fizesse um desenho de Lucke para eu ter uma ideia de como ele era, e ela também poderia pedir ajuda ao papai.

Enquanto isso, eu peguei o pequeno envelope e guardei em uma caixa. Era isso que eu faria com as próximas cartas de Lucas, quantas fossem.

Assim, eu corri até o quintal e fui até a casa onde Lucke havia entrado ontem à noite, e joguei alguma coisa que julgava ser uma pequena pedra na sua janela.

Lucas olhou para mim, enquanto eu sorria descontroladamente. Ele apontou com a cabeça para uma senhora gorda, sentada em uma cadeira de balanço.

Ele se levantou lentamente, sussurrou algo com aquela senhora, e alguns segundos depois, ele estava a meu lado, quase caindo em cima de mim.

-Bu. – disse ele, numa tentativa fracassada de me dar um susto.

Eu ria, enquanto ele me olhava com uma cara de retardado.

Eu botei meus dentes para frente e fiz algo inteligente tipo “Roawr”, fingindo ser um esquilo, enquanto corria atrás de Lucas e ele me batia e me empurrava, e ria, exageradamente.  E comecei a perseguir ele, enquanto riamos escandalosamente, como garoto e esquilo.

Ele começou a puxar meu cabelo, e rir, rir até não aguentarmos mais.

Peguei sua mão e comecei a puxá-lo, até um pequeno bosque, perto do lago onde tudo aconteceu.

O vento estava forte, e eu não via nada por causa do meu cabelo.

Mas isso eram só detalhes.

Estávamos correndo rápido demais, e quando eu larguei sua mão, ele caiu na grama, rolando e rindo, em uma tentativa desastrosa de me puxar junto, mas eu pulei para trás e ele acabou arrancando grama, enquanto rolava, rindo e berrando.

Corri até ele, o ajudei a se levantar, e voltamos para o bosque. Ajoelhei-me em frente a um arbusto, e ele me acompanhou.

Joguei algo que julguei ser uma noz dentro do arbusto, e alguns segundos depois, um pequeno esquilo saiu de trás do arbusto.

Lucas me encarou.

-Eu te odeio. – disse ele, mastigando as palavras.

Eu ri, enquanto pegava o esquilo com as mãos e o aproximava de Lucas, que ia recuando, de pouquinho em pouquinho.

-Você vai cair de novo. – avisei, me segurando para não rir.

Ele me encarou.

-Toma. Ele não vai te morder. – disse, enquanto botava o esquilo no seu colo.

-Esse não é o problema. – disse ele, com repulsa.

-Então qual é?

Ele não me respondeu, ele estava concentrado demais no esquilo.

O esquilo fez um barulho de esquilo e se aconchegou no colo de Lucas, que calmamente acariciou sua cabeça.

-Viu? Não é tão ruim. – disse.

Ele sorriu.

O esquilo começou a fazer barulhos mais altos, e Lucas me olhou, preocupado.

-São barulhos de esquilo, cara. – disse, o encarando.

Ele fez um não com a cabeça, e o esquilo começou a pirar. Lucas surtou e o largou no bosque. Eu o peguei, dei uma fruta pequena, e o botei em volta de um matagal que parecia ser seguro.

-Era só um esquilo. Ele não ia te matar. – ralhei com Lucas enquanto voltávamos.

-Ia sim. Pode ter certeza. Mas eu não tenho mais medo de esquilo, pode deixar.

-AH é? – desafiei.

Botei meus dentes para fora, fazendo barulhos maníacos de esquilo, correndo atrás de Lucas, em círculos, enquanto ele ria.

-Eu disse que não tinha mais medo de esquilos, não de você! – nós rimos, enquanto lucas desviou o caminho, e foi correndo na direção da minha casa.

Aí eu lembrei de Cassy. De Lucke. E de todos.

Peguei sua mão e corri o mais rápido que pude.

-Tenho que ir. – disse, quando finalmente paramos de correr, ofegantes.

-OK.Algum dia eu ainda compro um esquilo para você,ok? – ele disse, enquanto me abraçava, e eu ria.

Entrei em casa. Meu pai estava vendo TV, e Cassy deveria estar lá em cima. Cumprimentei meu pai e subi.

-Você o achou? – Cassy fez que não com a cabeça. – Vai ficar tudo bem. Você fez o desenho? – disse, abraçando-a pelas costas. Cassy se levantou e começou a tirar todas as bagunças do quarto, em busca do desenho, provavelmente.

Fui até o banheiro, lavar o rosto, quando vi um papel virado de cabeça para baixo, com uma pequena gota na ponta do papel.

-Cassy. – a chamei, preocupada – é esse o desenho?

Ela o virou na sua direção, me impedindo de ver.

-É. – disse ela, me entregando o desenho.

Por um instante, meu coração parou.

Cassy podia não desenhar tão bem, mas de uma coisa eu tive certeza:

Lucke era o pequeno garoto que atormenta meus sonhos, toda noite.


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Notas finais do capítulo

Reviews? :3



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