Até Amanhã. escrita por sofia


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

ohmeudeus.
7 reviews *o*
obrigadobrigadobrigadobrigadobrigado.
enfim,
capítulo 5.
Quem aqui tá gostando da história?
E desculpem, me atrasei por causa da escola '-'



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-Cassy. Tem certeza? Esse é Lucke? – disse, olhando firmemente para Cassie, tremendo.

Ela assentiu.

Não. Isso não podia ser real. Simplesmente não podia.

Como eu iria dizer aquilo para Cassy?

Eu iria dizer aquilo para Cassy?

Eu estava imóvel, e eu percebi que Cassy começara a me encarar, sem entender nada.

Eu teria que falar com ela.

-Nós vamos achar Lucke. Agora. – eu disse, com um ar um pouco irritado. Mas eu só estava com medo.

Parte de mim dizia que se achássemos Lucke, meus pesadelos iriam cessar.

Por enquanto.

Antes que Cassy pudesse me puxar para fora, desesperada, eu a forcei a parar.

-Pai, eu vou comprar um negócio rapidinho, tá? A nutella vai junto. – disse, sorrindo.

Meu pai assentiu, e agora sim, Cassy me puxou para o jardim, onde uma densa neblina nos impedia de ver qualquer coisa.

Agarrei a mão de Cassy com força enquanto tentávamos enxergar, e Cassie berrava o nome de Lucke.

Ninguém respondia.

Procuramos por horas seguidas, em lugares inimagináveis, mas Lucke não aparecia. Cassie apertava minha mão cada vez mais forte, e a neblina só ficava mais densa.

Alguma hora nos teríamos de voltar para casa. A neblina poderia ficar perigosa.

-Cassy. – ela me olhou, esperançosa. – não dá. Temos que voltar agora. Ou não acharemos mais o caminho de volta. Lucke ficará bem. Eu prometo. – me segurei para não dizer algo do tipo “Lucke ficará bem nos meus pesadelos”.

O cheiro de chuva começara a se manifestar, o cabelo na cara de Cassie por conta do vento.

Antes que ela pudesse responder, algo, não muito distante de nós, fez um barulho alto, estrondoso, o barulho de algo caindo.

Eu abracei Cassie com força.

Era como no lago.

Só que eu não iria perdê-la novamente.

Olhei para trás. Uma árvore estava curvada, quase caindo em nós. Agarrei Cassie com mais força.

Um zunido começou a nos rodear. Abaixei-me, como um tatu, agarrando Cassy.  A neblina começara a formar uma espécie de furacão a nossa volta. Cassie começou a me chutar e socar, pedindo para sair. Eu a liberei.

Ela começou a correr. Não sei para onde, não sei para quê. Mas não sabia que Cassie poderia correr tanto. Antes que pudesse correr atrás dela, alguma coisa me socou. E comecei a ter uma dor de cabeça infernal, e dores no corpo. Que me impediam de levantar. Uma enorme pressão, como o mundo nas costas. Mas não tinha nada, nem ninguém me encostando.

A cena do lago ia se repetir? Pânico.

Mas aí tudo parou. A neblina, a dor, o peso, Cassie sumiu, o tempo parou.

E Lucke apareceu na minha frente com uma faca ensanguentada.

Minha respiração estava descontrolada. Já era a segunda vez que eu era quase morta em menos de uma semana. Qual era o meu problema? Olhei em volta. Cassie não estava ali. AH. Agora eu seria morta pelo amigo imaginário dela. Que legal.

-CASSIE. – berrei, em pânico.

Não obtive resposta.

-CASSANDRA! – berrei, mais alto.

Cassy não apareceu. E eu fechei os olhos esperando pela morte.

Um tremor percorreu pelo meu corpo, e eu abri os olhos. Lucke havia sumido, e a neblina estava se dissipando lentamente, assim como minha dor.

E aquele garotinho/Lucke vieram a minha mente, como um raio. Estiquei minha cabeça para trás com o objetivo de apagar isso da minha mente, mas a gota de sangue e o garoto/Lucke estavam ocupando tudo que sobrara de mim.

De repente, Nutella começou a latir e ganir loucamente, e Lucke saiu da mente. E voltou para a vida real.

Ele berrava, com pânico na face, mas não saía voz.

E antes que ele pudesse pensar em me matar novamente, com a neblina densa se formando novamente, e as nuvens escuras se formando no céu, Cassy chegou com uma pedra, e atirou-a em Lucke.

Lucke parecia muito um fantasma. Ele se virou, com os olhos cheios de ódio, para Cassie.

E por um momento, eu tive a impressão de que ele iria matá-la, e eu quase o matei.

-Lucke... – sussurrou Cassie, com a voz trêmula.

Cassie correu para abraçá-lo, e por incrível que pareça, ele não cogitou em matá-la.

E assim, Lucke pegou a faca ensanguentada que estava segurando, fez um corte em si mesmo e, novamente, morreu afogado no próprio sangue.

Cassie não emitia uma sequer palavra. Muito menos eu. Qualquer coisa que eu dissesse seria completamente inconveniente.

Ela se ajoelhou, em frente ao nada, com as mãos enfiadas na cara, e eu só ouvia seu soluço. Nada que eu dissesse ou fizesse naquele momento iria adiantar.

Peguei uma pequena flor e dei a Cassie. Que a jogou na terra, e a enterrou.

Cassy me encarou

-Vamos embora.

-Cassie... – Ela me ignorou.

Eu também me ignoraria.

-Você sabe que Lucke não está morto, não é? –Cassy me encarou.

-O quê?

-Lola. Lucke é tipo imortal. Mas algo de muito errado está acontecendo. Você conseguiu vê-lo. Isso não é bom.

-E porque ele tentou me matar? – Nunca parei para pensar se Lucke nutria um ódio mortal por mim. Talvez sim.

-Ainda não sei. Mas você sabe que ele não conseguiria.

-Porque não? – de onde Cassy havia tirado tudo isso?

-Porque você é minha irmã. E porque você também sofreria com isso. E ele ainda me ama.

-Claro que eu sofreria. Eu estaria morta. – disse, com certo tom de ironia.

-Eu quero dizer emocionalmente. Você vai descobrir.

Desde quando Cassie havia se tornado tão fria? Ignorei isso. Peguei sua mão e caminhamos em silêncio, até a nossa casa.

Meu pai estava na cozinha, mas eu nem me dei o trabalho de cumprimentá-lo.

Eu tinha coisas mais importantes com que me preocupar, como a minha vida, por exemplo.

Entramos no meu quarto, e eu tranquei a porta. Enfiei minha cara em um livro qualquer, enquanto Cassy contemplava a vista tempestuosa, pensativa.

Nutella interrompeu meus pensamentos, latindo loucamente, em direção em nada.

Me levantei para fazê-la parar, mas Cassy me interrompeu:

-Aquele não era Lucke. – disse ela, com a voz fria.

O que ela queria dizer com isso?

Eu a encarei.

-Lucke está bem aqui, na nossa frente.

-Mas você tinha dito que ele não tinha morrido e...

-Lola. Me escuta. Aquele não era Lucke. Eu tenho certeza. – ela me olhou, séria.

-Então quem era... – antes que eu pudesse terminar a frase, Cassie deu de ombros. Como ela estava agindo tão normalmente com a situação?

-Eu não sei Lola. Mas vamos descobrir. Pode deixar. – disse ela, formando algo que me pareceu um sorriso.

Tentei sorrir de volta.

-Vá dormir. Hoje foi um dia... Cansativo. – ela fez uma careta e eu a acompanhei até nosso quarto.
Mas era óbvio que nenhuma de nós duas iríamos dormir. Eu mal conseguia pensar direito. A única coisa que vinha á minha cabeça era Lucke. Me matando. Eu não conseguia aceitar que aquele não era Lucke. A minha vontade era de sair dali, berrar, querendo matar quem quase me matara. Mas aí eu lembrei que da última vez que eu saí à noite, as coisas não deram muito certo. Eu acabei quase morrendo de todo jeito.
-Lola. Eu também não entendi. – disse ela,e eu a olhei, com uma expressão curiosa.

-Ninguém entendeu. Lucke morreu? – Cassie fez que não com a cabeça.

-A questão é quem era... – Cassy não terminou a frase. Ela engoliu em seco e ficou encarando o nada, por alguns minutos – eu... Eu vou tomar um banho. Boa noite. – disse ela, seca.

-Quem disse que eu vou dormir?

Ela riu.

-Vá dormir agora, senhorita. – disse Cassy, com as mãos na cintura, movimentando seu dedo freneticamente.

-Mas mãe! – choraminguei, e rimos, como não ríamos a dias. Talvez a última risada verdadeira.

E então Cassy entrou no banheiro e eu dormi, com mil pensamentos na cabeça.

Mas uma coisa era certa: eu tinha a impressão que nossas vidas não iam durar muito mais que aquilo.


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Notas finais do capítulo

Reviews?



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