Seis meses antes

POV Elena

Estefan havia viajado. Na toalha xadrez, típicas de piquenique, sentávamos somente eu e Damon, estávamos perto da casa do lago, o chalé. Damon havia contado uma piada e eu ria como não fazia a muito tempo.

Damon conseguia a proeza de fazer eu me sentir bem nos piores momentos.

– Mas sério agora Elena. Você nunca teve uma quedinha por mim? Nem pequenininha? – ele disse olhando calmo pra mim, como se tramando algo.

Senti minhas bochechas queimarem. Desviei o olhar.

– Damon, concordamos não falar disso, por favor... – eu disse suplicando.

– Eu sei, apenas brincando, sua cara foi muito engraçada, você tinha que ver. – ele disse sorrindo. O sorriso mais bonito que eu já vi.

– Tive uma ideia, mas apostar corrida até o lago. – eu disse levantando e limpando minhas mãos na calça jeans que eu vestia.

– Ok então. – ele disse e me deixou para trás numa velocidade vampiresca.

Quando finalmente cheguei, ele ria de mim.

– Mas assim não vale Damon! – Eu reclamei com ele. Afinal, eu não tinha poderes.

– Tem razão, desculpa. – ele me falou com uma cara de coitadinho.

Ele olhou para o céu e eu segui seu olhar, estava começando a chover.

– Vamos, não quer ficar doente quer Gilbert? – ele começou a andar rapidamente e, eu notava que algo o deixava triste.

Logo começou a chover mais forte e eu mal conseguia enxergar, então Damon me pegou no colo e correu até o chalé.

– Ham... Elena, acho melhor você trocar de roupa, pode ficar resfriada. – ele me disse sério.

– Damon Salvatore se preocupando comigo... acho até melhor eu obedecer. – disse sorrindo para ele.

Ele sorriu de volta, foi nessa hora que eu tive certeza do que senti por ele.

– Eu já volto – eu disse indo em direção ao meu quarto, onde eu tinha algumas roupas antigas que eu havia deixado no chalé.

Quando terminei de me arrumar, fui até a sala, onde Damon estava sentado numa cadeira que ele certamente pegou da cozinha para não ter que molhar o sofá.

– Hum, Damon, eu tenho umas roupas do meu pai aqui se você quiser. – eu disse terminando de enxugar meu cabelo.

– Você não ficaria brava Elena? – ele disse sincero. – Essas roupas molhadas estão me incomodando. – É só tirar, nenhum problema. Pensei comigo mesma.

Fiz um sinal com a cabeça indicando para ele me seguir. Fui até o antigo quarto dos meus pais e abri o closet, achei alguma peça de roupa que achei que ficaria boa em Damon.

Quando me virei, eu estava encarando o tanquinho de Damon, levantei o rosto para olhar em seus olhos e o encontrei sorrindo com a cena. Eu provavelmente estava muito vermelha.

– Achou alguma coisa Elena? – ele perguntou se fazendo de inocente.

– É, er, quer dizer, hum, ta aqui. – estendi as roupas pra ele e sai da suíte, o deixando sozinho.

Enquanto isso fui para a cozinha preparar um chocolate quente, afinal, era inverno e estava frio.

POV Damon

Ela me deixava louco. Louco, bobo e apaixonado. Mas eu ainda tinha que provoca-la.

Ela pareceu ter percebido o fato de eu estar chateado, e não era pra menos, ela sempre soube que era apaixonado por ela, a namorada do meu irmão. Ele a amava, eu sabia disso, mas ela parecia tão perdida, tão confusa.

Havíamos feito um trato, sem assuntos românticos, sem Stefan e sem casais na conversa. Eu seguia o trato, mas as vezes falava coisas sem pensar, como hoje mais cedo. Ela tinha um efeito tão grande sobre mim. Eu não estendia como ela fazia isso.

Depois de me vestir, fui atrás dela.

Ela estava sentada no sofá, olhando para a janela, observando a chuva que caia lá fora, estava com uma caneca a mão.

– O cheiro está ótimo. – eu disse fazendo Elena se assustar.

Ela virou e pôs uma mão sobre a testa.

– Que susto Damon! – ela disse rindo forçadamente.

– Como estou? – perguntei convencido.

– Bem... – ela disse deixando a palavra morrer no ar.

– Tem um desses pra mim? – apontei para a caneca na mão dela.

– Claro. - ela disse indo até a cozinha e voltando rapidamente.

Ela me deu uma outra caneca e se sentou ao meu lado no sofá, seu olhar parecia trsite e o meu devia estar parecendo confuso.

Peguei seu rosto com uma mão e o virei para mim, ela me encarava e seus olhos brilhavam. Uma lágrima solitária que ela logo enxugou escorreu pelo seu rosto.

– O que houve? – eu perguntei preocupado.

– É tanta coisa Damon, eu não sinto mas o que eu sentia pelo Stefan, mas sinto como se não pudesse me desvincular dele. Mas toda a confusão com os originais, é só... muita coisa. – ela me disse passando uma olhar confiante e um sorriso forçado que não me convenceu.

Então eu a abracei, e ela começou a chorar mesmo. Eu não queria perguntar nada, apesar de curioso, só queria que ela soubesse que eu sempre estaria ali para ela.

POV Elena

Eu chorava feito uma criança no peito de Damon, eu havia mesmo falado aquilo para ele? Que eu não sentia mais a mesma coisa por Stefan? Eu precisava desabafar isso com alguém, e depois desses dias, Damon me parecia uma boa escolha.

Eu não tinha dúvidas agora de estar apaixonada por ele, não me negava mais o sentimento que eu havia lutado para esconder durante quase três anos.

– Calma, tudo vai ficar bem. – ele dizia na esperança de me acalmar. Depois de um tempo eu só apaguei.

Quando acordei, eu estava na minha cama, em casa. Já era noite.

Eu olhei para o lado na esperança de encontrar Damon, mas não havia ninguém.

Devia ser madrugada, pois não se ouvia nenhum barulho. O vento entrava em meu quarto pela janela aberta gelando o ambiente.

Queria que Damon estivesse aqui – pensei comigo mesma, mas logo me arrependi, sei que estou com Stefan, mas ele não é mais o mesmo e nem eu.

O que será que eu devo fazer?

POV Damon

Eu a peguei no colo e a levei para casa, a porta estava aberta, subi as escadas lentamente aproveitando a visão que tinha de Elena dormindo.

Entrei em seu quarto e a coloquei com cuidado na cama, fiquei um tempo sentado ao lado dela somente a observando, logo escureceu e eu resolvi voltar para casa, quando cheguei, fui para a sala, onde eu me deparei com uma cena meio inexplicável.

Stefan e ... Katherine, no maior amasso, no sofá, ela já estava sem camiseta, ele não estava viajando?

– Ham... – eu disse surpreso, afinal, não era ele que jurava “amor eterno” à Elena? – Estou atrapalhando alguma coisa?

Os dois olharam pra mim com cara de assustados.

– Sim, está! – Katherine disse e voltou a beijar Stefan, que a tirou da frente e ficou em pé me encarando. Ela o olhava com ar de decepção.

– Damon, você não viu nada, você não irá contar a Elena, por favor, pelo seu irmão. – ele me disse em tom autoritário.

– Elena merece coisa melhor Stefan, e no momento, só pra você saber, tudo que eu sinto, é nojo do que você fez com a ela. – falei e logo depois subi para meu quarto, mas ainda podia ouvir os dois.

– Stefan, por favor... – Katherine disse baixo, como se suplicando, quem diria que a vaca sabia palavras mágica.

– Deu Katherine, suma daqui, e pelo amor que você diz sentir por mim, não volta mais ok? – Katherine amando? Milagres realmente acontecem.

– Stefan, por favor, eu não posso ir embora, vem comigo. – ela disse chorando.

– NÃO, VOCÊ SABE QUEM EU AMO, E NÃO PE VOCÊ, VAI EMBORA, E POR FAVOR SEJA ETERNAMENTE INFELIZ. – dessa vez meu irmãozinho traidor berrou para a mulher que não falou mais nada.

Segundos depois Stefan estava em meu quarto.

– Por favor Damon, não conte a ela. – ele me falou calmo.

– Por que não maninho? – eu perguntei fingindo interesse num objeto qualquer.

– Por favor Damon.

– Conte ou conto eu. – eu disse sério e me levantando da cama onde eu tinha me deitado para ouvir a discussão – Só uma pergunta, ou melhor duas, quando você voltou? E... Katehrine tinha ido junto?