Eu não preciso te olhar

Pra te ter em meu mundo

Porque aonde quer que eu vá

Você está em tudo

Tudo, tudo que eu preciso.

(Te Vivo – Luan Santana)

Sustentei o seu olhar durante um tempo, mas desviei pensei que fosse desabar se eu continuasse assim. Segui animada para a sala puxando o Gus comigo. Escutei de longe o Peter dar umas tapinhas nas costas do Lucas, esse garoto tá do meu lado ou do dele finalmente?

- Mãe, pai – E me joguei no meio deles me envolvendo num abraço acolhedor dos meus pais.

- Bom saber que também tem recepção pra mim maninha – Meu irmão me dá um sorriso sínico.

- Fala aí Peu – O Gus falou por mim, meu irmão e o Gus se dão muito bem, principalmente quando se juntam pra tirar uma com a minha cara.

- Gu – Meu irmão fala e eles dão um toque com as mãos lá.

Quando eu largo os meus pais o Gus se apossa deles.

- Tia Me e Tio Ro, que saudade – Ele diz abraçando-os separadamente, diferente de mim.

- Gu, quanto tempo meu querido – Minha mãe fala carinhosa, ela o trata como filho.

- Como você cresceu, meu rapaz – Meu pai fala.

- Mas a gente se viu a três semanas atrás no máximo tio – Ele diz.

- Estava sem nada melhor pra dizer, pensei que se falasse como o Pedro ia sair estranho – E ele começa a rir.

Gus ri, como todos presentes na sala – Eu, Pedro, Mainha, Tia Cecí, Tio Gilberto, até mesmo o pequeno Biel, o Peter e ele -.

- Tenho que te ensinar umas gírias tio – Ele fala divertido.

- Vou esperar ansiosamente – O meu pai responde e depois começa a rir.

- Ah, Gus esses aqui são a Tia Cecí, e o tio Gilberto – Eu digo e eles se cumprimentam. Eu abaixo pra ficar com a altura do Biel – E esse aqui é o meu pequeno favorito, o Biel – Eu o pego no colo pra ficar da altura do Gus.

- Tudo bem pequeno? – Ele pergunta docemente.

- Tudo, G...u – Ele fala com dificuldade.

- Ah, vem cá – O Gus o pega do meu colo e o Biel vai facilmente eu vejo que eles começam a cochichar e o Biel só faz rir.

Todos na sala estavam encarando essa cena. Quando eles se desgrudam ele volta para o meu colo.

- Bru, eu gostei do seu namo...rado – Ele diz com dificuldade a palavra namorado.

Com o canto do olho vejo Lucas se engasgar, provavelmente com o vento, Peter da umas tapinhas tentando reprimir um riso.

- Mas, pequeno ele não é meu namorado – Digo paciente, todo mundo que vê eu e ele sem estar com a Aninha perto, acha que somos namorados, já me acostumei.

- Ah, que pena, mas bem que ele poderia ser né? – Ele diz com um sorriso brincalhão.

- Eu e ele? – Pergunto incrédula. Ele assente com a cabeça. Eu começo a rir. – Nunca daria certo meu pequeno.

- Por quê? – Ele pergunta visivelmente chateado.

- Somos muito, muito, muito mesmo diferentes – Eu digo.

Ele solta um murmúrio de descontentamento.

Meu celular toca e o toque entrega quem é Skycraper toca a todo volume na versão de Boyce Avenue. Minha melhor amiga é uma lovatic, a Luana.

- É a Lu, num é? – O Gus pergunta.

Assento positivamente com a cabeça.

- Atende pra mim? – Peço fazendo biquinho.

- Claro – Ele atende.

Eles tem uma breve conversa e ele desliga.

- Bru, ela chamou a gente pra passar um final de semana na casa dela, pra inaugurar aquele andar de cima da casa, que ela queria fazer uma “boate” lembra? – Oba, eu não iria ter que olhar o dia inteiro pra cara do Lucas e ficar triste por dois dias. Cercada dos meus melhores amigos, podia ser uma boa.

- Claro que lembro, ela só falava daquilo por semanas – Eu digo, repassando mentalmente a quantidade de vezes que eu já tinha a ouvido falando disso, dizendo que quando inaugurar ela iria dar uma festa de arromba.

- Eu vou, tia e tio ela pode ir comigo? Prometo que cuido dela direitinho – Gus pede com carinho pros meus pais.

- Claro que pode querido – Minha mãe diz.

- Mande lembranças a Lua – Meu pai diz.

- Oba, festa na Lua – Meu irmão comemora.

- Quem disse que você vai seu idiota – Digo.

O pequeno ainda em meu colo solta uma risada gostosa.

- Ah, é claro que eu vou, você pode ter umas amigas bem gatinhas de vez em quando maninha – Ele diz.

- Eu não acredito  nisso, que você vai dar em cima delas – Eu digo. – Aliás nem eu sei porque ainda não acredito.

- Isso aí – Meu irmão lança um olhar malicioso – Gu vai me dizendo quais são as mais bonitas e mais fáceis.

- Por tanto que não seja a minha namorada pega qualquer uma, a mais difícil fora ela é a sua irmã acredite o Matheus passou anos tentando – Ele diz.

Valeu Gus penso ironicamente.

- Matheus?? Vocês sabem que ele tá aqui na cidade né? – Pergunta o meu irmão.

- Sei sim, sei até que ele já tá na casa da Lu, o pessoal foi pra lá agorinha – Gus diz.

- Vocês tão esperando o que? Vão arrumar uma mini mala pelo menos, vamos sair daqui a pouco – Meu pai diz.

 Eu, Gus e Pedro, vamos quase voando arrumar as coisas.

É eu preciso esquecer nada melhor que uma festa, mas dessa vez... Longe dele.

Eu sou a primeira a terminar, aquelas donzelas demoram demais. Fui lá pra fora, caminhar um pouco decido ir à sala de música pode não ser o melhor lugar se eu to tentando não lembrar ele, mas foi o primeiro lugar que eu pensei, mas uma conversa de dentro dela me faz parar bruscamente.

- Cara, se esse tal de Matheus é afim dela e eles vão estar na festa tá na cara que eles vão ficar juntos, e é agora que eu a perdi de vez – A voz desesperada de Lucas me faz reconhece-lo. E saber que o assunto de pauta da conversa era sobre mim.

- Você que quis assim – Peter diz calmamente.

- Você sabe bem que não foi assim – Ele diz com raiva estampada na sua voz.

- Relaxa cara eu sei – Peter diz tentando o tranquilizar.

- Eu só fiz aquilo para o bem dela – Ele diz tentando se justificar.

Ah claro né, resolveu me trair pro meu próprio bem né. Uma voz me tira dos meus devaneios.

- Vamos Bru, Party Hard nos espera – Gus diz sorrindo.

Isso aí, o projeto esquecer o Lucas, começa oficialmente a partir de agora.