Eu sei,

Que o nosso amo não vai morrer.

(Eu sei – Papas da língua)

Debruçada no vidro do carro, permiti  a mim mesma a fechar os olhos, e comecei a lembrar daqueles olhos azuis é para onde voam meus pensamentos, no seu sorriso, na sua voz, no seu toque,  nele.

Pressiono meus olhos com medo de deixar alguma lágrima cair, mas chega né? Já dizia a Demi: Stay Stronger because you are unbroken. Um sorriso escapou dos meus lábios, já parou pra pensar em como de algum jeito parece que sempre, sempre, as letras de algum jeito parecem feitas para nós?

Balancei minha cabeça a fim de dispersar alguns pensamentos e tentar fazer minha mente voltar para o assunto.

- Animados? – Meu pai pergunta.

- Muito né Bru? – Gus me cutuca.

- Ah, claro – Digo – Eu só ainda não acredito que o Pedro tá indo com a gente.

- Você nem vai perceber a minha presença lá maninha – Ele fala.

- Espero mesmo – Respondi mal humorada.

- Chegamos! – Meu pai anuncia.

- Finalmente – Murmura meu irmão, que já saiu do carro.

- Obrigada tio, diga pra eles todos ficarem bem e você também ok tio? – Gus pergunta cavalheiro como sempre.

- Cuide bem dela ok? Porque com o Pedro sei que não vou poder contar pra isso – risos – e eu aviso lá sim – Meu pai diz.

- Tchau pai, se cuida – Eu digo, me despedindo.

- Era pra eu dizer isso né pequena, num era? – risos – beijos filha. Fica bem.

O pessoal já se encontrava espalhado pela casa inteira, cumprimentamos todos os nossos amigos, o Gus e a Aninha logo ficaram de gracinha, são tão fofos.

Continuei andando atrás da Lu, quando a achei ela se jogou em cima de mim, nem parecia ter me vista a o que? Dois dias? Três? Ela me indicou o quarto que eu ia ter que dividir com o Pedro, as coisas dele já se encontravam lá e aquele garoto já sumiu. Depois a Lu foi me mostrar o “andar” da “balada” que já tinha uma parte da decoração pronta. Descemos e fomos nos reunir para terminar de acertar alguns detalhes separamos grupos pra chamar mais gente, outros para decorar, outros pra ir comprar comidas, outro para ir com o Pedro comprar bebidas e assim foi chegando a hora da festa, Pedro já estava pronto e lá fora, agora eu tinha o quarto todinho pra poder me arrumar.

Comecei a pensar em que roupa, que penteado, que maquiagem e outras coisas desse estilo. Abri minha mini mala vasculhando tudo e separei um vestido que a parte do busto é rosinha com renda e a parte de baixo e como uma saia de cintura alta preta justa. Fiz a maquiagem levinha e pronto.

Quando sai a festa já estava bastante agitada e só no começo, pelo o que eu entendi o Pedro tinha desistindo de ficar com alguma amiga minha e foi procurar uma na casa do lado que era três meninas na faixa de dezessete a dezenove anos, e ele falou também que ia dormir por lá, aí esse meu irmão é uma comédia.

Saí andando pela festa despreocupada de vez em quando eu encontrava a minha “turminha”, mas devido à quantidade de gente naquela casa eu sempre me perdia deles. Gus e Aninha estava “namorando” pra dizer uma palavra mais comportada no canto. Já Laura, Marina, Julia, Arthur, Vitor e Rafael estavam dispersos pela festa. Lu já estava ficando com um menino aí o Inho até agora eu não vi, pelo o que eu entendi antes aconteceu algum problema e ele teve que ir embora.

Todos os olhares se direcionam para a porta eu também olho, mas eu não acredito acho até que fiquei pálida, quem está entrando pela aquela porta é o Lucas, o Peter, o Leo e o Gui. Isso mesmo, pisquei meus olhos freneticamente em busca de ser só um sonho. Eu já conseguia ver as vadiazinhas se jogando pra eles, mas eu não tenho nada haver, certo? Certo! Fingi que não tinha visto e ignorei e segui meu rumo na festa. Eu até estava feliz comigo, já estávamos há duas horas na mesma festa e eu ainda não tinha dado de cara com ele. Obrigada senhor.

Com um tempinho na pista olho para o lado e como eu desejei não ter visto isso. Uma menina, que eu nunca tinha visto, estava se jogando para o Lucas, ela ainda puxava o decote dela, ainda mais do que ele já era aberto. Meu sangue ferveu, eu num tinha nada com ele, mas eu não sou de ferro. Eu tive que reagir.

- Hum-hum – Pigarreei. Ele me olhou assustado, mas ela nem  se deu o trabalho de se mexer.

- Tá querendo o que, minha queridinha? – Ela perguntou, eu não sei se ela estava forçando a voz, mas sabe aquela que te da agonia só de ouvir. A voz da garota era dessa.

- Queria que você largasse meu namorado, se possível, porque né... – Lucas arregalou os olhos, vai me dizer que ele acreditava que era verdade.

- Mentira – Ela diz – Eu observei essa gatinho dede a hora que ele chegou e num vi ainda você com ele – Droga!

- Ah, mas ele é num é meu amor – Eu digo fazendo voz doce.

- Claro que sim, minha pequena – Ele diz, em estase (?)

- Provem! – Ela disse.

- Sem problemas - No auge da minha raiva, ela estava se esfregando nele depois ainda diz que eu estou mentindo, então eu agarrei o Lucas.

Como eu senti falta daquele beijo, daquele corpo colado ao meu, BRUNA PARA! Você só está fazendo isso pra se vingar daquela vadiazinha. Soltamo-nos ofegantes.

Eu fiquei estática, o gosto da sua boca, ah que saudade. Bruna lembra o que ele fez com você!

Saí em disparada ao “meu” quarto.

O que eu fiz?

Quando eu ia fechar a porta um pé, me faz parar bruscamente sem conseguir concluir  a minha ação. Quando eu vi, já estava com o corpo pressionado à parede, levanto a cabeça e percebo um par de olhos azuis me fitando.

Lucas.