Akai Ito escrita por Ushio chan


Capítulo 3
Sequestro parte 2


Notas iniciais do capítulo

Ohayo, minna-san! Esse capítulo está um pouco mais longo, porque era esperado que eu postasse ontem... Mas tive que ir dormir, mesmo tendo dito que faltava só uma linha pra eu terminar!!! GRRRR!!
Beeeemmmm.... Boa leitura!



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__PDV KIM__

Near está terminando sua centésima torre de fósforos agora. Ainda estamos esperando por notícias sobre o caso, totalmente entediados, por enquanto. Ushio e Ino estão deitados no chão, cada um com um fone de ouvido, lendo um mangá chamado fullmetal alchemist. Íris está escrevendo uma carta para Matt. Às vezes eles trocam e-mail também. Até eu mantenho algum contato com Matt, embora ele jamais denuncie seu paradeiro ou o de Mello. Ocasionalmente, eu tomo coragem para perguntar sobre o louro também, mas Mail nunca me deu uma resposta concreta, sempre desviando para outros assuntos. Imagino que seja porque me doeria muito se ele dissesse a verdade, que Mello está mais do que bem.

Alguns agentes entram na sala.

- Near, o diretor japonês raptado foi morto. – Diz um deles.

- Por quem? – Pergunta meu irmãozinho enquanto coloca um fósforo na torre.

- Por quem? Pelos sequestradores, provavelmente.

- Se fosse obra de Kira, seria interessante. – Diz Gevanni, o único membro da SPK, além de Halle, do qual lembro o nome.

- De fato... Se o refém morreu, não poderá mais ser trocado pelo caderno. E, se foi Kira, diminui ainda mais o escopo de sua identidade. – Diz o pequeno, que não é mais tão pequeno assim, tendo ficado mais alto que eu. – A propósito, comandante Rester, sabe do paradeiro dele? – Perguta meu irmão, erguendo uma foto de Mello. Sinto meu corpo tremer e deixo um gemido escapar. Mello... A razão de minha insônia está sendo procurada por meu irmão.

- É certo que ele estava na mesma instituição que vocês quatro anos atrás. – Diz Rester. – Mas, depois disso, não há traços dele.

- Isso define tudo. – Diz. – Mello, você sempre é motivado por seus sentimentos, e esquece do que realmente importa. – Murmura depois. Não sei o que ele quis dizer com isso. – Ou você não teve mesmo nada a ver com este incidende? Mas deixar uma foto sua para trás... – Completa. Mas o que os sentimentos de Mello têm a ver com isso? Ele não pretendia... Matar meu irmão. Não é? Oh, Mello... Doushite?

*** 3 DIAS DEPOIS

Meu irmão atira dardos contra um alvo na parede. Ele ainda não acertou nenhum.

- Então Kira matou Takimura e não os sequestradores? – Pergunta um homem careca e de bigode do qual não consigo me lembrar o nome.

- Só digo que há a possibilidade. – Responde meu irmão enquanto mira o próximo dardo.

- Nesse caso Kira teria a possibilidade de acessar as informações da Polícia Japonesa. – Digo. Ele atira o dardo e, mais uma vez, erra. O telefone toca e o homem atende.

- É L. O atual. – Diz o homem. Claro que é o atual, o original está morto! Maldito Kira, usando o codinome de meu amigo. De meu mestre.

Diretor, o senhor Yagami me falou do Agente John McEn, ou melhor, Harry Connors. Ainda nos auxiliará na investigação do sequestro de Takimura?

-       Ah. Sim... – Responde o agente.

-  Dê-me o telefone. – Pede Near. Ele pega o aparelho e liga a caixa de som, alterando sua voz. – É um prazer conhece-lo, segundo L.

- Segundo?  O que quer dizer? – Diz o homem do outro lado da linha. – Você é...?

- Não esconderemos quem somos. Um grupo para capturar Kira sem o auxilio de L, a SPK. – Revela meu irmão. – Temos conhecimento da morte de L. Sou o líder da SPK. Pode me chamara de... N. – Conta Near. Sim... N, K, Í, U, D e... Le. Leila não quis usar apenas a inicial L, porque ela achou que era indigna de tal nome. Tivemos um problema com quem usaria a inicial I. No fim, Ino cedeu e chamou a si mesmo de D. Imagino que seja sua inicial verdadeira.

- N? – Pergunta o homem do outro lado.

- Sim. Sou o verdadeiro sucessor de L. – Ele revela. – Como já dito, não dependemos de L. De fato, EU, FBI e CIA já reconhecem a mim como seu líder e não a L. Todavia, o assassinato do líder da polícia japonesa é um crime imperdoável. Creio que isso será ligado ao caso Kira e lhe ofereço total cooperação, o que será ideal para ambos os lados. – Ele faz uma pausa, esperando a resposta de Yagami. – O que foi, L? – Há um certo sarcasmo na voz de meu irmão quando ele chama Kira por este nome, do qual todos nós nos consideramos indignos.

Do outro lado da linha, é dito algo que não consigo entender.

- Uma troca? A refém pelo caderno?

- Sim.

- Providenciarei agentes para auxiliá-los, sem dar aos mesmos maiores detalhes sobre o incidente. E também monitorarei L.A. Via satélite, a fim de colher informações... Ou melhor, confiarei tudo em suas mãos, L. – Só eu acho fofo quando meu irmãozinho age com tamanha formalidade? Penso, desviando meus pensamentos do caso por alguns instantes. Depois Near desliga o telefone. - Yagami Sayu foi sequestrada pelo mesmo grupo. – Anuncia meu irmão. Fecho os olhos. Mello... Como você pode? Sabia que Sayu era minha amiga... Como pode fazer isso? Penso. A irmã mais nova de Raito é, de fato, o alvo perfeito mas... Nunca imaginei que Mello pudesse me ferir desta forma, mesmo não me amando mais.

- C... Com licença. Eu...

- Você precisa descansar, Kim. Vá dormir. – Meu irmão manda. Retiro-me do ambiente e vou para meu quarto. Entro no banheiro e tomo um banho. Preciso me acalmar. Preciso desesperadamente me acalmar.

Saio do banho e me jogo na cama, sem me preocupar com meu cabelo molhado, que encharca o travesseiro. Como você pode, Mello?

__PDV USHIO__

Yagami Sayu... Aonde foi que eu já escutei esse nome? Estranho... Tudo parece estar estranhamente conectado... Kira... Kim... Mello... Yagami... E agora isso chegou a mim. Yagami Sayu... Filha do Vice Diretor Yagami Soichiro... Sayu-chan? É você? Mello... Espero que você saiba o que está fazendo.

Fecho o mangá em minha mão, mais interessada na investigação.

- Near... Tem certeza de que é uma boa ideia deixar a operação ser conduzida por estes impostores?

- É precisamente por isso que é tão conveniente, não acha? Há uma fraqueza da qual podemos tirar proveito. Óbvio, vidas humanas são importantes, mas o objetivo primário da SPK é capturar Kira. – Diz o albino. Ele mira o último dardo e, pela primeira vez, acerta o alvo.

- Near... – Preparo-me para interferir. Mas me calo. Meu objetivo primário, independentemente da SPK, é vingar a morte de L e BB. Sei que jamais me aproximei deles, mas continuavam meus amigos. E, para fazer o que preciso, eu necessito do Shi ni Noto e de Kira. – Esquece. Eu vou... Acho que vou falar com Ki-chan.

- Shio-chan... – Ino começa, mas percebe que quero ir falar com Kim para refletir um pouco. É algo que costumo fazer.

Caminho lentamente pelos corredores, sem acompanhamento musical desta vez. Bato na porta da albina, que me manda entrar.

- Oyasumi, Ushio. O que a trás aqui esta noite?

- Vim aqui para conversar... Sayu-chan... Eu a conheço. Ela passava os intervalos comigo, mesmo sendo um ano mais nova que eu... Devia estudar com você também, não? Soube que estudava na escola de Raito-kun...

- Hai... Triste saber que ele é Kira. Sempre foi uma boa pessoa. Pergunto-me se isso tudo não foi por causa da morte de Yuki-kun... Ele mudou muito depois disso.

- Entendo... Mas não é por Raito-kun ser Kira que você está assim, não é?

- Shinai... Eu... Nunca imaginei que Mello... Quer dizer, mesmo não me amando... Mesmo eu não gostando dele... Não esperava ser traída desta forma.

- Etto... Mello-kun... Não sei onde ele estava com a cabeça quando resolveu raptar Sayu-chan... Mas tenho a sensação de que ele sabe o que está fazendo. Mello não faz uma coisa sem um motivo... Mesmo que, às vezes, ele se deixe levar pelo que está sentindo no momento. – Digo. Como se ela não soubesse... Kim traçou meu perfil em poucos segundos quando chegou. Imagine o de Mello, que ainda por cima foi seu namorado... Ela deve conhece-lo como a palma de sua mão...

- Hai... Mas desta vez, é diferente... Antigamente eu costumava saber o que ele estava pretendendo a cada uma das suas ações mas, agora, eu não sei exatamente quais são essas ações, porque ele está longe... Por exemplo, se eu estivesse perto dele, saberia se estivesse blefando, então poderia parar de me preocupar com Sayu. Merda! – Xinga ela, socando o travesseiro.

- Entendo... Também odeio isso... Mello sempre me assustou, sabe? Nunca gostei muito de ficar perto dele, em especial sozinha, mesmo ele sendo meu amigo... Ainda assim, parece ainda mais assustador ficar longe dele, onde não podemos prever suas ações.

- Sozinha? E quando foi que você ficou sozinha com o Mello? – Pergunta a albina, encarando o teto. Isso o que eu captei na voz dela é ciúme? Dou uma risadinha.

- Quando ele ia procurar o Matt e a Íris no nosso quarto quando você estava... Ausente. Não se preocupe com a fidelidade de Mello. E não pense que eu tentei roubá-la, também! – Rimos juntas.

- Eu... Eu fico feliz em ouvir isso. – Suspira por fim. Acho que agora Kim vai lembrar de Mello... Ao menos agora ela não chora mais quando pensa nele. Tem dito que não gosta mais dele, coisa que eu duvido, mas ela parece ter convencido a si mesma. E não serei eu a provar o contrário.

- Hm... – Penso por um instante. – Acha isso certo? O que Near está fazendo?

- Arriscas a vida de Sayu-chan... Não gosto disso. E nem a vida de Matt ou... Mello. Me preocupo com eles também... Ainda assim, se for para pegar o Death Note e Kira, eu arrisco.

- Shini Noto... Kira – Digo pausadamente. – Shinigami... Shi demais para mim, em especial quando “shi” é o que diz o que essas coisas fazem. E quando as pessoas em volta também acabam sendo afetadas por essa quantidade excessiva da palavra “shi” no começo das frazes.

- Hai. Mas o que mais poderíamos esperar vindo de um assassino que tem um caderno que mata pessoas? Shibo*, apenas. O que exatamente pensa de Kira, Ushio?

- Sá**... Acho que ele é um assassino... Ainda assim... Se eu estivesse no lugar dele... Talvez eu fizesse o mesmo. Quero dizer... Ki-chan, se você pudesse vingar seus pais, se eu te desse esta chance exatamente agora... Você não faria?

- Eu... Não sei. Por um lado, eu o odeio por ter tirado meus pais de mim. Por outro lado, não quero me rebaixar a ele. E, além do mais... É duro, mas, talvez, tivesse que ser.

- Ki-chan! – Deixo minha voz se elevar. Como ela pode dizer algo assim? Eu daria tudo para ter meus pais de volta... Eu trocaria até mesmo... Ino-kun. Não... É um pensamento estúpido... Jamais poderei ter meus pais de volta. Além do que... Ino-kun... Ino-chan...

- É a verdade, Ushio. Não mataria a pessoa que assassinou meus pais, mesmo tendo escutado tudo. Se eu o odeio? Com todas as minhas forças. Mas não tenho vontade de matar ninguém. Em especial se tiver que me associar com um... Shi. Ni. Gami. – Ela fala devagar, como se tivesse nojo, separando bem as palavras “Deus”, “Da” e “Morte”. É um dos raros momentos nos quais posso falar japonês abertamente, sem pausas para traduções. Nem mesmo Ino-kun fala minha primeira língua tão fluentemente quanto Kim. É bom ter todo um diálogo em japonês de vez em quando.

- Por causa de... De Fujibayashi-san? – Mantenho o assunto inicial.

- Hai.

- Hm... Entendo. Também não gosto muito de shinigamis, se quer saber. Entendo que eles tenham que matar as pessoas, mas... Dar um Death Note para Raito-kun? Ele devia saber que estava fazendo isso. Por que deu algo assim para alguém que reagiria como Raito-kun reagiu?

- Não sei ao certo... – Resmunga Kim. Imagino que ela queira ficar sozinha.

- Bem... Ittekimasu***. Oyasumi, Ki-chan.

___ PDV NEAR___

Três dias se passaram desde o sequestro de Yagami Sayu. Kim já se recuperou do choque de ter sido traída desta forma pelo antigo namorado. Às vezes ainda me sinto culpado por manter a mentida de Mello. Ainda assim, é o  melhor para a minha irmã. Sei disso.

O avião no qual Yagami Soichiro embarcou rumo a Los Angeles foi sequestrado por alguém do grupo de Mello, tendo se desviado da rota para retirar Yagami do voo.

Estou montando mais um castelo de dados. Kim está me ajudando com isso hoje. Então o telefone toca e ambos paramos para que eu o atenda.

- Aqui fala L. N, por favor. – Pede Yagami, do outro lado da linha. – N, acho que sabe da situação. Por favor, peça que a polícia, trafego aéreo e exército ainda não tomem providências.

- Que amadorismo da parte de “L”. – Sentada de frente para mim, Kim faz um biquinho sarcástico com os lábios. Eu quase rio. Quase.

- Tudo bem, L. – Digo. – Vigiaremos a situação via satélite. Há algo mais de que precise?

- Não. Arigatou gozaimasu, N. – Yagami desliga o telefone. Troco um olhar com Kim. Mais uma vez em minha vida encontro preocupação em seus olhos.

- Não se preocupe, K. – Chamo-a pela inicial, brincando com a situação.

- Yoshi, Ne-Ne. – Ela força um sorriso. Finjo não notar que ela fez isso. Talvez seja melhor não “cutucar a ferida” neste momento.

___PDV MELLO___

Kim... Minha Snowdrop... Como você deve estar agora? Você me odeia pelo sequestro? Bem, talvez seja a hora de fazer contato, agora que Yagami Soichiro já está sob nossa “custodia”. Ele já deve estar no avião, a escuta logo lhe será entregue.

Pego o telefone e espero. A meu lado, Matt joga videogames. Íris também deve sentir a falta dele... Snowdrop, me desculpe pela sua amiga... Isso tudo o que estou fazendo é por você... Por nós. Às vezes eu falo com ela em pensamento. Sei que é loucura, mas me dá a sensação de estar mais perto dela. Como se eu pudesse quase estender a minha mão e tocar seu rosto.

Afasto o pensamento e mordo um chocolate antes de escutar algo do outro lado da linha.

- Yagami, você é o único que pode me ouvir. – Anuncio para ele. – Preste atenção, sou o responsável pelo sequestro de sua filha. Não quero nada com você. E nem com ela. – Eu falo a verdade. Amarrada a minha frente, Yagami Sayu me olha com medo, porém mais calma do que já esteve antes. – Só o que me interessa agora... É o caderno. – Declaro. Imagino que, do outro lado da linha, Yagami deve estar completamente paralisado, temendo pela filha.

- Mello-kun... – Sayu começa a dizer. Ergo a mão, calando-a.

- Silêncio, por favor, Sayu. – Matt pede, sem tirar os olhos do videogame.

- Siga minhas instruções e ambos sairão ilesos. – Continuo. – Não se preocupe, já providenciei tudo para a troca, apenas siga minhas ordens.

Então informo a Yagami o local da troca. Depois, desligo o telefone.

- Mello-kun... O que fez a meu pai? – Pergunta Sayu.

- Rigorosamente nada, Sayu. Como disse a Yagami Soichiro, não quero o mal de nenhum de vocês... Só quero o caderno.

- C... Caderno? – Gagueja. Ela não sabe do Death Note, é claro.

- Hai. Death Note. O caderno assassino. Mas é claro que seu irmão pode lhe contar mais sobre ele. – Provoco-a. Yagami Raito, Kira, se sua irmã sair disso, você ainda terá que encará-la e contar sobre o Death Note. O quanto isso te machucará?

- Death Note? Sh... Shinai! Onii-san...?

- É ele quem deve te contar mais sobre isso, Yagami Sayu... Por enquanto, concentre-se apenas em sair daqui. É o que eu faria, se fosse você.

- Por que está sendo o meu psicólogo? Não baste me sequestrar? Tem que me deixar confusa também?

- Não. – Levanto-me e desamarro os pés de Sayu. Já é hora de a garota voltar para o quarto dela. Já falei demais. Levo a menina para um tipo de câmara de vidro com um buraco para entrar ar. – Você deve ficar aqui até seu pai chegar. Não se preocupe. Se ele tiver algum bom senso, nada lhe acontecerá.

- Onegai... Não me deixe aqui... – Choraminga.

- Gomen... – Digo, saindo de cena. – Ah, sim, e vão atirar em você pelo vidro em algum momento... Não se preocupe, é a prova de balas, mas seus instintos provavelmente te assustarão na hora.

- NANI?! Você está mentindo! Vai me matar! – Grita, socando o vidro. – Foi isso o que fez com Kim, não foi? Você a matou! Assassino! – Grita.

Viro-me para ela e dou uma pancada no vidro, apoiando a testa na superfície transparente e olhando para a garota.

-  Eu jamais... Tocaria... Em Kim. – Digo entredentes.

-  É mentira! – Continua. – Você a matou! Assim como vai me matar!

-  Eu a amo. Mesmo longe dela, eu a amo. E, por amor a ela, não vou te matar. – Sussurro. Geralmente, não falaria tanto para uma prisioneira. Entretanto ela colocou em dúvida meu amor por Kim e, para mim, isto é algo insuportável. Retiro-me, deixando Yagami Sayu sozinha.

Vou embora, de volta para L.A, para o nosso esconderijo e, mais uma vez neste longo dia, espero. Espero até o dia seguinte. Espero até que Yagami chegue ao local esperado. Imagino que Near não esperasse que o local da troca fosse no subterrâneo... E muito menos Yagami. Ou Kira.

___No dia seguinte...___

É a hora. Yagami chegou

- Entre, Yagami. – Digo a ele, abrindo a passagem. O resto, agora, é com meus capangas. Ouço os tiros e a explicação sobre o método de troca. Minha vez de falar. – Y462, comece a troca.

Primeiro testarei a autenticidade do caderno. Coloque-o no orifício do vidro esquerdo. Yagami obedece. Agora vou testar o caderno.

Como assim? Vai matar alguém? Isso é inaceitável! Yagami grita. Idiota...

Ei, caso não me deixe testá-lo, terei de matar sua filha.

Assim é feito. A meu lado, no sofá, Miller tem um ataque cardíaco... Bem, sacrifícios, às vezes, precisam ser feitos.

- Miller! – Vários gritam, indo em seu socorro. Bem, foi um Death Note que o matou. Não há nada que se possa fazer.

- É isso o que acontece com quem trai a organização. – Ross diz. – Pela primeira vez esse inútil serviu de alguma coisa. Y462, a vítima morreu. – Anuncia enquanto como uma barra de chocolate.

O caderno é verdadeiro, afinal. Diz Y462 do outro lado. Agora, deixe-o aqui e libertaremos sua filha.

A troca é executada. No fundo, fico contente que Yagami Sayu tenha saído bem disso tudo. Agora o míssil será lançado. E o helicóptero partirá. Ninguém jamais saberá aonde está o caderno.

Chefe, sei que você viu tudo mas, eu fiz tudo o que me mandou... Isso apaga minhas dividas do passado?

- Sim... Isso apaga tudo. – Diz Ross, a meu lado. Depois ele faz com que o helicóptero exploda.

___ PDV Kim ___

Ainda me lembro como Ushio segurou minha mão e a de Ino com força e chorou na hora em que a troca seria feita. Chorou como eu chorei no dia em que Mello foi embora. “Sayu-chan... Sayu-chan...” Soluçava ela. Devo admitir que algumas lágrimas também escorreram de meus olhos. Quando tudo terminou, mesmo o helicóptero explodindo, mesmo o Death Note estando nas mãos, provavelmente, de Mello e da máfia, eu só queria abraçar Near e sorrir. Minha antiga amiga, mesmo que não muito íntima, saiu bem disso tudo.

Bem, agora o míssil aterrissará em um local deserto, mas não de difícil recuperação. E, depois, só deus sabe o que Mello fará.

Três ou quatro dias se passam.

Estou sentada em uma cadeira, mexendo em minha corrente de imãs. Near tem estado em uma situação reflexiva desde o dia da troca. Imagino que ele tema o que Mello fará com o caderno assassino. Eu também tenho medo.

Minha primeira percepção do que está acontecendo é que o castelo de dados de meu irmão caiu. Ele nunca derruba um castelo de dados antes de estar pronto. Minha segunda percepção é que os agentes estão caindo. Um a um, com uma dor agonizante no peito, eles vão ao chão. Mello...  Assassino.

Em menos de um segundo, deslizo por debaixo da mesa, abraçando Near. Ele me abraça de volta, ambos temendo a morte. A própria e a do outro.

- Ne-Ne... – Choramingo. – Não me deixe, Ne-Ne..

- Ele não fará nada contra nós, Kim. Em primeiro lugar porque Mello só sabe meu sobrenome. Em segundo, porque ele não mataria você nem que sua vida estivesse em risco, eu garanto. Ushio, Íris, Leila e Ino se juntam a nós, ao redor da mesa. No fim, os únicos agentes de pé são Halle, Reste e Gevanni, que formaram um círculo ao nosso redor, protegendo-nos.

Imediatamente, faço contato com Yagami Raito.

-  L?

-  Sim.

-  Eles o fizeram.

-  “Fizeram”? – Pergunta Raito.

-  Sim. A maioria dos membros da SPK está morta. – Exclareço. – L, seu pessoal foi plenamente incapaz. Entregou o caderno sem a mínima resistência.

-  N, se você estivesse no comando, teria acabado diferente?

-  Não. Do jeito que a situação se encontrava, havia pouco que se pudesse fazer, independentemente de quem estivesse no comando. Com nossas rixas, isso seria inevitável. É uma pena que não cooperemos, quando devíamos fazê-lo. Tenho uma vaga ideia de quem seja o responsável por tudo isso. Aquele que penso ser o organizador de tudo atende pelo codinome... de Mello.

A meu lado, Kim grita. Um grito agudo, de pânico. Depois tapa a boca. Certamente, minha irmã não deseja o mal de Mello. Ainda assim... Acho que foi necessário falar. Não há nada que Raito realmente possa fazer contra Mello... Acho.

-  Mello?

-  Não há fotos dele, não se sabe seu verdadeiro nome. – Digo. É verdade... Kim queimou todas as suas fotos de Mello... Embora eu desconfie da existência de uma, que ela guarda em seu quarto, sob o travesseiro. Ao menos é o que penso, já que sempre a pego ajeitando o travesseiro quando vou a seu quarto, embora jamais tenha tentado invadir sua privacidade. – Sabe-se apenas que, quatro anos atrás, ele estava em um orfanato em Winchester, Inglaterra, o Wammy’s House.

Isto é tudo o que eu revelo antes de desligar.

- Near, dorme comigo esta noite? – Peço. Ele assente e nós vamos nos deitar.


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Notas finais do capítulo

Gostaram??? Espero que sim, porque fiz com todo o carinho e dedicação... Deixem reviews, onegai!
*shibo = morrer
** Sá = palavra sem tradução que significa algo como "como explicar", ou "vai saber".
*** Ittekimasu= algo como "já vou indo".