Kujo me olhou com seus belos olhos, preocupado.

‒ Antes de você tentar se justificar.—Eu tentei me livrar de sua mão no meu pulso, sem sucesso.—Não acredito que vocês andam mantendo contado com ele.

‒ Eliza —Kujo me chamou— ,Você tem o péssimo hábito de me cortar. E agora você vai ouvir. E trate de ouvir com muita, muita atenção.

Ele deu um suspiro e começou:

‒ Aquilo não era o que você está pensando, eu nunca beijaria alguém como a Ingrid; Não mais, mas isso não importa. Eu me preocupo com você e só com você. Você, Eliza, é a minha princesa, meu raio de sol. Me faz feliz de um jeito que eu nunca fui. Sério eu nunca senti um pingo de atração pela Ingrid.

‒ E você quer que eu acredite nisso?—Eu respondi, áspera. Kujo franziu a sombrancelha.

‒ Como você é idiota, eu me justificando para você e você sendo uma idiota.

‒ Eu que sou idiota?-

‒ Você mesmo, tentei explicar para você mas é teimosa que nem uma mula velha.  Depois ficou se cortando e não quer que eu te ajude para parar de se machucar.

‒ Se eu me corto não é do seu interesse.

‒ Claro que é! Me importo com você sua teimosa!

‒ Não minta para mim falando que se importa, você é só um manipulador que me iludiu.

‒ TE ILUDI? COMO EU POSSO TER TE ILUDIDO SE EU ME IMPORTO COM VOCÊ ?

‒ Muito simples, senhor canalha: Você brincou comigo e ficou com uma vaca que eu odeio só para me machucar!

‒ Eu já disse, e vou repetir: EU. NÃO. TE. ILUDI.

‒ CALEM A BOCA! OS DOIS!—Helena se sobre saiu na conversa.—Vocês se gostam, são amigos, e combinam. Não deixem que uma coisa idiota estrague tudo.

‒ Mas a Ingrid...—Eu comecei.

‒ AH, A VADIA.—Helena virou para as meninas— Camila, você sabe onde a rodada fica dando né? Então traz ela para cá.

Depois de um tempinho, Camila voltou acompanhada da minha prima. Bem, ela arrastava ela para perto de nós, para que não fugisse.

‒ Desembucha Ingrid. Sabemos o que você fez.—Helena falou como uma chefe de gangue.

Ingrid se soltou de Camila e nos olhou com escárnio.

‒ Fala logo.—Eu consegui sussurrar.

‒ Tá então. Já que insistem...—Ela se arrumou no salto e jogou o cabelo—Esse menino aí é bonito demais para uma Zé ninguém como você, priminha. Então eu decidi que iria mostrar o que é uma mulher de verdade, para ver se ele faz uma troca. Ele deve ter adorado o beijo né? Tem coisa melhor do que ser beijado por uma beleza como euzinha aqui?

Minhas pernas começaram a tremer. O ódio cego tomou conta de mim. Como, ah Meu Deus, nem todas as torturas do mundo medieval poderiam machuca-la da forma que eu queria. Eu tomei coragem, e avancei nela, tentando puxar os seus cabelos.

Mas Kujo me segurou pela cintura. Ele tentou me puxar para longe dela, mas eu conseguia estapeá-la e puxar alguns tufos de seu cabelo, Ingrid se afastou de mim e me olhou com raiva:

‒ Vou contar tudo para a sua mãe!

‒ VAI LÁ CRIANCINHA! VOCÊ ACHA QUE EU NÃO CONHEÇO OS BOATOS QU CORREM COMO SANGUE NAS VEIAS? VOCÊ ESTÁ DESESPERADA POIS NÃO SABE SE ENGRAVIDOU DE UM CARA DO TERCEIRO! VAI LÁ CONTAR PARA MINHA MÃE QUE EU CONTO PARA A SUA!

Ingrid se afastou, como se tivesse levado um tapa na cara, rapidamente ela se livrou de nós e correu para algum lugar, ainda gritando ameaças para mim. Quando eu me acalmei (numas né, nunca estou calma). Kujo me virou para olha-lo.

‒ Sabe o que eu queria te dizer naquele dia Liz?—Ele passeou os dedos no meu cabelo.

Eu fiquei em silêncio. Minhas amigas pareciam estar se segurando muito para não soltar um grande “anwww”.

‒ Eliza, eu te amo.