Eva - Paixão pelo desconhecido escrita por Lady Gumi


Capítulo 4
Hora do lanche




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Eu não conseguia fazer movimento algum, ou será por que eu simplesmente não quero? O que estava acontecendo...?


– Eva... - falei seu nome entre gemidos.



Ela ia se levantando lentamente, mas continuava sentada em cima de mim.



– Seu sangue é realmente delicioso, nunca provei nada igual, tão jovem, sadio... E o seu cheiro que me chamou mais atenção. - falava com ternura lambendo os labios, logo depois um sorriso sádico formou-se em seu rosto.



– O que você fez? - perguntei mesmo tendo quase certeza da resposta, coloquei a mão no pescoço. Não parava de fitar aqueles olhos que ficavam mais vermelhos a cada segundo.



– Apenas bebi um pouco do seu sangue, ou não podia? - fingiu de inocente.



– Não! Quem é você? Uma vampira?



– Vampira? Não sou um corpo sem coração que vaga em busca de suas vitimas só para saciar sua sede, não sou algo tão estupido e comum. - riu e levantou-se sem parar de me olhar, imovel.



– Então porque diabos me mordeu?! Você com certeza não é humana! - sem me controlar gritei. - Responda! - ela apenas deu uma pequena gargalhada.



– Você tem razão Onahara-kun, não sou humana. Digamos que eu goste de beber sangue, não porque preciso, sou superior a um vampiro, mas ainda sim fragil ao sol. Isso também explica o fato de eu ir agasalhada para a escola, mas porque eu vou para escola, não é mesmo? Estou adivinhando suas perguntas? - sorriu mais uma vez.



– S-sim.



– Bem, depois eu explico isso, acho que esta não é a hora. - pegou uma xicara e sentou no chão em minha frente. - quer saber mais alguma coisa?



– E aquele monstro? - ajeitei-me sentando com as pernas cruzadas.



– Apenas um monstro sem cerebro controlado pelo meu irmão mais velho, Sebastian, eu era mantida desde os mais séculos passados presa, sozinha, fingindo ser uma boneca que meu pai queria. Eu não podia conhecer o mundo de fora, mas havia uma janela, ela sempre esteve ali, e por ela eu podia enxergar o céu, um azul tão imenso e lindo enfeitado com nuvens brancas... Você nem deve estar entendendo o que estou falando... - deu um longo suspiro.



– Não mesmo...Mas, então... Por que você ficava presa?



– Nem eu mesma sei, eles falam que sou diferente, não merecia estar na familia, então por que eles me perseguem? Não conseguem me deixar em paz... Eu só quero um pouco de paz... - Eva começou a chorar, e realmente não sabia o que fazer em horas como essa.






– Por que ela se esconde...Tão fragil, pequena, fraca e continua lutando, qual o propósito dessa criança? - diz sinico.






Naquela imensa escuridão havia duas pessoas observando um holograma que mostrava Eva em tempo real, e ao lado, um outro holograma feito da cidade e cada alma que vivia ali, estava como uma chama azul.



– É sua irmã Sebastian, devia ser mais intimo dela. - gargalhou. - tem até um namoradinho novo, bem bonito alias.



– Vivian não lhe dei permição para falar algo!



– Porque tão nervoso querido primo, não seja tão ignorante com as mulheres, elas pregam peças, quebra-cabeças dificeis de decifrar, quem sabe um dia eu faça com você. - ria, cada vez mais alto flutuando no ar como se estivesse sentada.



– Cale a boca! Preciso que você faça um favor para mim.



– Não vou atras dessa pirralha, e se ela...



– POR ISSO MESMO! Temos que matar ela antes que isso aconteça, não podemos correr o risco.



– Esta bem, esta bem, eu vou até lá, o que ganharei com isso?



– Quantas almas desta cidade for necessária.


Ela sorriu e simplesmente sumiu, deixando-o rapaz sozinho observando a garota de olhos de sangue.


Eva estava dormindo em minha cama, apenas a observava encostado na parede, ja passava das duas horas da madrugada e eu ainda estava ali sentado, ela nem se quer se mexia, parecia que estava morta, ao pensar nisso fiquei com frio na barriga e tirei esse pensamento rapidamente da minha cabeça. Mas estava tão bonita, serena... Será que ela namoraria um humano? Como seria se fizessimos...



– M-mas que merda que eu to pensando?! - gritei, por impulso dei um tapa na boca, é, fico a marca, depois olhei para o corpo imóvel na cama. - ufa!


– Onahara cale a boca, eu quero dormir, hm... - se ajeitava na cama ao falar ainda de olhos fechados.

– N-não to falando n-nada!

– Seus pensamentos são muito altos, até eu consigo ouvir.

Será que...?

Senti meu rosto ficar quente rapidamente.

– C-como?

– Vai dormir homem, você não tem aula amanhã não?

– Ah, é mesmo. Boa noite.

Deitei-me ali mesmo e adormeci olhando para o teto.


" O que eu estava fazendo ali? Seria a coisa certa? Sou uma grande contradição, não sei o que devo fazer para parar de tentar ser feliz, sempre acontece o oposto..."



– Ona-ona-ona-onahara! - Eva me cutucava na bochecha, irritante? Nem um pouco... - levante dona moça, temos aula.


– Que? Q-que horas são?

– Sete horas, parece que hoje as aulas começam as oito, todas as segundas e quartas se me lembro. - colocou o dedo indicador na ponta do queixo.

– Ja sabe muitas coisas sobre a escola em, não acha que esta se esforçando muito só para isso?

– Quero me tornar uma estudante perfeita, e ter uma vida normal, só o que eu quero. - sorriu me deixando constrangido. - Fiz o café, se arrume e vamos comer. - Eva saiu do quarto e comecei a me arrumar.




Ouvia algumas risadas da cozinha, pareciam de meu pai e Eva?




– Bom dia. - disse frigido enquanto sentava a mesa onde Eva havia colocado meu café.


– Bom dia Onahara-kun! Não sabia que tinha trazido sua namorada aqui em casa, bem bonita ela, em?



– Ah, obrigada senhor Miyamoto, mas não sou namorada do Onahara-kun. - olhou para o lado, ela estava envergonhada com isso? Pensei que ela ia gritar ou me xingar.


– Não diga coisas precipitadas seu velho.


– Apenas achei que... - o interrompi antes.



– Você não deve achar nada, isso não é da sua conta e ponto. Vamos Eva.


– S-sim. - disse me rondando com um olhar preocupado.




Pegamos nossas bolsas e saimos daquele pequeno inferno.





– Onahara-kun?


– Hm... O que foi? - fitei-a por cima do ombro, estava atras de mim andando indecisa.

– Porque agiu daquela forma com seu pai? Alias, ele era seu pai, certo? Não gostei desse seu lado... - abaixou a cabeça e paramos de andar ao mesmo tempo.


– Desse meu lado? Eu o desprezo. - apertei os punhos. - ele é apenas um velho bêbado, assim que sua mulher morreu esqueceu completamente do filho, levando putas para casa e eu só podia ficar sentado no meu quarto ouvindo.


– Você tem que entender o lado dele, ele esta arrependido agora! Tem que saber perdoar, ele esta se sentindo horrível e sente falta da sua mãe, ele não quer que você guarde rancor do seu próprio pai.

– Já falei que ele não é meu pai! - gritei e virei para ela, fitando aquelas esferas escarlate. - como você pode entender isso Eva? Você é um demônio, bem, não sei, pode ser coisa pior, você mesma disse que seu pai a mantinha presa. Você tinha sorte.



Após ver fios de lagrimas correndo de seus olhos, me dei conta do que eu havia dito.





– E como você pode entender? Em Onahara?! Como pode achar que aquilo era sorte? É um pesadelo eterno que nunca vai sair da minha cabeça - ela me empurrou e saiu correndo. Deixando-me imóvel no meio daquela pequena rua.




– Ah! Eu sou mesmo um fracassado.



Com certeza o arrependimento estava estampado no meu rosto e...de meu pai.





Quando cheguei na escola, pareciam que todos aqueles rostos familiares, eram estranhos me encarando querendo descobrir o segredo daquele rosto sério e sem sentimentos, exato, este sim é Miyamoto Onahara, um robô esperando que alguem lhe dê um coração e quando eu pensei que tinha o achado naquela chuva, acabei de perde-lo.




Sentei-me na minha carteira, e logo depois deu o sinal e todos os outros fizeram o mesmo.

Olhei para tras por cima do ombro, tentando enxergar se Eva estava em sua mesa, ela estava lá prestando atenção na aula. Ah sim, "estudante perfeita". - dei um pequeno riso e voltei a olhar para frente.


Uma figura de preto caminhava ao longe, uma mulher que chamava bastante atenção com seu longo vestido preto e um véu que cobria o rosto sem dar vestígios se existia beleza naquela donzela.


Se aproximava cada vez dos portões da escola. Assim que adentrou no patio de fora uma melodia estrondosa começará a tocar, e todos curiosos foram olhar pela janela, quem era aquela mulher? E essa musica?


A mulher parou e tudo ficou quieto, os pássaros, as pessoas, todos se calaram na presença de Vivian, tão deslumbrante.


Ela olhou diretamente para Onahara que também a observava igualmente aos outros colegas, dando um longo sorriso, mas por que só para ele? Podia ser apenas uma impressão do garoto, com tantas pessoas ali Vivian podia estar olhando para qualquer um.


Gritos eram ouvidos ecoando por todo o local.


– Me larguem, por favor! O que vocês querem? - Yuka se debatia, mas de nada adiantava, dois capangas de Vivian a seguravam pelos dois braços. Tinham uma aparência estranha, eram altos e retos, não possuiam rosto e tinham a pele negra como carvão, usavam ternos a cor lilás e cartolas.

–Fique quieta meu bem, ou você quer morrer mais cedo? - Vivian aproximou sua pequena adaga na garganta da garota que estava trêmula e sorriu. - Eva venha se juntar a nós, não podemos começar a festinha sem a convidada especial.


– Já estou aqui Vivian. - a garota de cabelos prata caminhava ao encontro da dama de preto.


– Pare bem ai, ou você quer que essa doçura morra? - puxou Yuka para perto de si apertando um de seus seios que fez a garota soltar um pequeno gemido e colocando a ponta da adaga próximo ao pescoço.

– O que você quer Vivian? - sua voz não continha emoção alguma, Eva não parecia aquela menina que acabará de chorar.

– Me divertir um pouco, comer umas almas e te matar, apenas essas coisas banais do dia-a-dia. Ah seu irmão esta com tanta saudade. Porque não vai se juntar com ele no inferno? - começou a gargalhar.

– Porque simplesmente não me deixam em paz?

– Você tem algo muito poderoso escondido nesse corpinho infantil e não podemos deixa-lo escapar. Vamos para casa?

– Não irei, vocês vão me prender para o resto de minha vida, não quero e nem vou voltar para aquela escuridão!

– Persistente você em? Por favor rapazes, cuidem disso pra mim, sim?

Os dois foram correndo direto para Eva, desfiava com facilidade os golpes.


Todos estranhavam o que estava acontecendo, Onahara queria ajudar, mas seria inutil, quando decidiu sair para ir ao patio um de seus colegas se contorcia no chão e todos o olhavam preocupados.



– Esta queimando! Esta queimando! - gritava enquanto rasgava sua própria pele em profundo desespero.


Algo saia de seu corpo, tinha uma forma horripilante que soltava um tipo de gosma.

– Shin? - o monstro olhou a garota. - o que é isso? - assim que ia sair correndo foi pega pelas pernas levada até a boca enorme do monstro.




Eva olhava o movimento na sala, e os gritos que podia se ouvir, estava acontecendo o mesmo com todas as outras salas.




– O que você fez?! - dizia ainda lutando com homens sem rosto.

– Apenas um presente meu aos seu amigos.

– Me solte por favor! - Yuka ainda implorava.

– Ah estava gostando tanto de tocar no seu corpo. - Vivian tirou o véu, revelando seus belos olhos monocromáticos e o cabelo prateado comprido, virou Yuka para si e aproximou seus lábios sem encosta-los. - Vamos acabar com seu sofrimento.

Pouco a pouco, a vida de Yuka ia sumindo, deixando o corpo completamente imóvel e quieto. Vivian antes de larga-la no chão deu um beijo, assim que fazia com sua vitimas, ela achava a morte uma coisa tão bela e encantadora quanto a si própria.

– Yuka! - Eva gritou e logo depois recebeu um golpe no estomago dos dois capangas, caindo no chão de joelhos.

– Quando começou a se preocupar tanto com eles? Esta ficando cada vez mais fraca por causa disso, e ainda sim temos que correr atrás de você, apenas uma pirralha egoísta. - Vivian cuspia essas palavras com um sorriso sádico.

Eva a olhou com ódio e seus olhos ficavam cada vez mais vermelhos.

– É esse tipo de sentimento que quero ver você sentindo, por favor rapazes, ja fizeram o bastante. - os dois viraram pequenos fios de cabelo prata.

– Então essas coisas eram fios do seu cabelo? Quanta criatividade prima! - Eva riu.

– Agora você é só minha, vamos ver que gosto tem sua alma.





– Onahara, temos que sair daqui! Ele esta comendo um por um de nós! - Natsu gritava desesperado.





– E você acha que eu não sei? Apenas fique calmo! Quando ele estiver comendo vamos sair, ele vai estar ocupado demais com o lanche.

– Mas e os outros?

– Você quer morrer sendo devorado por essa coisa ou sair daqui? Não vamos conseguir salvar todos.

– E-esta bem então.

Assim que o monstro colocou outro aluno na boca, eu e Natsu saimos correndo em direção a porta.

– Onahara!

O monstro o havia pego antes que eu pudesse pegar sua mão para puxa-lo, ele foi partido ao meu. Meu melhor amigo morreu em minha frente.

Apenas podia sair da sala, mas a escola toda estava um caos, todos corriam para fora tentando se salvar e ja podia ver mais monstros saindo das salas.

Assim que cheguei no patio Eva estava lutando contra a mulher de preto. Sem pensar fui correndo com as mãos fechadas em punhos, mas algo havia me pegado igual naquele dia de chuva, novamente o cheiro de rosas.

– Nem pense em chegar perto dela. - ela me colocou no chão.

– Eva? - disse surpreso. - sou tão leve assim? - ela riu.

– Fique aqui e não se intrometa, ela te mataria com um movimento só. - ela levantou-se e virou para a adversaria.

– Me desculpe por dizer aquilo.

– Não se preocupe.



– Ora, ora, não sabia que tinha até um namorado humano.



– Você fala demais sabia? - novamente as duas começaram a se atacar, quase impossivel de se ver.

As duas não estavam nem um pouco cansadas, a luta parecia não ter fim até Eva ter enfiado sua mão no peito de Vivian assim que ia arrancar seu coração para mata-la, ela se desfez em pétalas pretas.


Tudo ficou calmo, até mesmo os gritos dos alunos pararam, provavelmente os monstros haviam sumido junto com a dama de preto.




"Sabia que demônios são bipolares?"

 

 

 




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