"Então você gosta do céu?..."

 

Aff, que porra loca é essa que ta tocando essa hora da manhã? Ah...Meu celular.

– Alô? - coloquei o celular em cima da orelha e falei com a voz embarcada por causa que minha cabeça estava, literalmente, enfiada no travesseiro.

– Onahara, ta acordado? - exclamou a voz do outro lado da linha. Era Natsu.

– Não, aqui é o Obito, finalmente você descobriu a minha verdadeira face! Ha...Ha...Ha...Fala logo o que é puta ruiva.

– Vai te fuder Onahara!

– Você me ligou numa hora celestial só para me mandar à merda?

– Não te mandei pra merda, mandei você ir se fuder, por acaso ta batendo punheta?

– Claro que não idiota, seu punhetero desgraçado, o que você quer em?

– Ah é mesmo! Cara você tem que vim pra escola, parece que a Kiyoko e a garota nova vão brigar. - falou empolgado.

– E daí? - respondi sério.

– Pensei que o meu amigo Onahara fosse homem de verdade e quissesse estar perante duas gatas se agarrando, ou sera que estou errado?

– Idiota, ja estou indo.

Joguei o celular em qualquer canto. Levantei-me ainda sonolento e fui fazer minha higiene pessoal, vesti meu uniforme e fui para cozinha preparar meu obento.

– Bom dia Onahara-kun. - disse meu pai sorridente quando passei pela porta indo para a pia.

– Bom dia.

– Que desanimo é esse filho? Aconteceu algo na escola? Problemas com a namorada?

– Como se você se preocupasse com isso. - dei uma pequena risada. - pelo menos finga direito.

– Como ousa falar assim com seu pai?

– Você ainda se chama de "meu pai"? Para mim você é apenas um velho que dividi a casa comigo e as contas, bem, estou indo se não irei me atrasar para a escola.

Peguei minhas coisas e sai de casa antes que aquele velho falasse alguma coisa. Realmente, qual é daquele povo que ja vai criar briga a essa hora? E quem sera a aluna nova?

Bem, não me interessa. - coloquei as mãos nos bolsos da calça. - o que mesmo eu fui fazer naquela noite na escola? Ah sim, trabalho de biologia, com aquela confusão, esqueci completamente.

 

~X~x~X~

 

Estava chegando quase na escola, até que vi uma roda de pessoas se formando enfrente ao portão. Me aproximei mais, havia duas garotas no meio, uma delas era Kiyoko e a outra provavelmente a aluna nova, mas estava com um chapéu e um cachecol grosso bem vermelho como ela aguentava com aquele calor? Usava o uniforme feminino como qualquer garota ali.

– Só porque é nova na escola, ja acha que pode sair falando o que quiser? - Kiyoko falava transtornada, como alguem a deixou daquele jeito? Merecia os meus parabens. - Vai ficar calada?!

– Eu não disse nada de mais, apenas falei que você é patética, e ainda cria confusão por eu ter falado a verdade - respondeu a garota tranquilamente, mas permanecia com a cabeça abaixada. - Não precisa caçoar das outras garotas se é você que nem com maquiagem fica bonita. - deu um pequeno sorriso assim que percebeu que sua provocação deixou Kiyoko furiosa.

Kiyoko aproximou-se e deu um tapa fazendo a boina da aluna nova cair no chão, revelando cabelos brancos prateados...

 

"Sim, ele é imenso e ifinito, mas eu gosto dele por causa de sua cor, um azul rico e limpido."

 

– Só isso? - disse a garota.

– Não pense que vai ficar só por isso, sua vaca!

A dona dos cabelos prateados parou na frente de Kiyoko, e a mesma paralisou, ela tinha acabado de levar um soco no estomago.

– Ei, ei! O que ta acontecendo aqui? - pronunciou-se a diretora. - Vão ja pra sala, não ouviram o sinal tocar?!

– A proposito Kiyoko, a vaca aqui com certeza não sou eu. - a olhou com um sorriso sarcástico enquanto ela mantinha a mão na barriga para ''tentar'' amenizar a dor. - Me chamo Eva, obrigada pelas boas vindas. 

Eva pegou sua boina que estava no chão e sua bolsa saindo caminhando normalmente para dentro da escola.

Pouco a pouco todos também começaram a entrar na escola. Fui para a minha sala e Eva estava sentada em uma das cadeiras, então ela seria da minha sala...Interesante.

Sentei-me no meu lugar e atras veio Natsu encher o meu saco.

– Você viu o soco que a Kiyoko levou? Que pena que não teve puchão de cabelo. - falou cabisbaixo.

– É um idiota mesmo.

– Onahara, meu amigo, as vezes sonhar é bom.

– Mas não viver sonhando.

Olhei por cima do ombro para a direção da carteira da aluna nova, a mesma me fitava...Olhos vermelhos, iguais os daquela noite, sera que era ela que fez aquilo com o zelador? Não tinha duvidas.

– Ei vocês souberam? - foi apenas pensar e os individuos começaram a cochichar.

– Parece que o zelador morreu.

– E aquele esquisito da primeira fileira.

– Quem?

– Onahara, ele tava aqui na escola e também viu o zelador morto.

– Sera que foi ele?

– Bem capaz.

Meu...Que bosta que eles estão falando?! Até parece que eu sou um pisicopata. - olhei pra tras e todos me encaravam.

– Parece que estão mutios boatos soltos de você em Onahara? - disse Natsu. - o que aconteceu? - falou um pouco mais preocupado.

– Só estava no lugar errado na hora errada, apenas isso. - encostei-me na cadeira e respirei fundo.

– Entendi, isso logo vai passar meu amigo, não se preocupe, quem sera que fez aquilo?

– Não sei... - ou sera que sabia? - esta fazendo muitas perguntas em, Natsu? - o olhei e levantei a sobrancelha.

– Ah, apenas estou curioso. - sorriu torto e colocou a mão na cabeça.

(...)

Aula de Educação fisica 15:00 da tarde

Estavamos na quadra do lado de fora, e ainda fazia sol...

.

Porque aqueles olhos não saiam da minha mente? Mas diferente dos daquela noite, os da aluna nova pareciam normais, sem ódio, raiva e prazer; apesar de que alguem ter olhos vermelhos é quase impossivel - é impossivel. Tenho certeza que é a mesma pessoa...Porque estou me preocupando com isso?!

– Ahn...Onahara-kun. - disse Kiyoko, nem havia notado que ela estava aqui.

– Kiyoko? O que faz aqui? - perguntei indiferente.

– Ah, eu falei para o professor que minha barriga doía e ele deixou eu sair, aproveitei para vir aqui falar com você, Onahara-kun...

– Não devia fazer isso. - a interrompi antes que falasse algo. - volte para a sua sala, antes que alguem te pegue.

– Ah, eu queria conversar sobre aquilo, sobre nós dois...Se a gente podia sair um dia, quem sabe. - se aproximou passando a mão em meu peito.

– Não estou afim, sinto muito.

– Mas me falaram... - ela deu um passo para trás.

– É, tem pessoas que falam cada coisa, não? - ri.

– É mesmo, porque você não quer sair comigo? Tem algo de errado? Ou tem medo que eu faça alguma coisa com você? - falou convencida.

– Não, só não estou afim mesmo. - comecei a procurar com os olhos onde estava a aluna nova.

– Rum! - empinou o nariz e saiu andando de volta para a sala.

Tomara que eu nunca consiga entender as mulheres.

Observava a aluna nova de longe, estava jogando vôlei com as outras garotas, parecia que ja tinha feito amizade com a Yuka; Yuka era incrivel, alem de bonita também é boa em todas as coisas que faz, e tem um sorriso cativante. Sim, quem sabe, um amor platônico.

– Onahara joga a bola ai cara! - gritou Makoto.

Peguei a bola de que estava próxima aos meus pés e a chutei de volta, sentei em qualquer lugar no chão e apenas fiquei olhando os outros. Odeio educação fisica.

Saida da escola 18:46.

Peguei meus sapatos e estava quase saindo da escola, tinha atrasado algumas atividades do clube, então fiquei mais tempo para terminar.

– Esta chovendo...? Tsc. - Fiquei em baixo da cobertura, estava um sol da merda para depois chover, muito legal isso. Como eu consigo ser sinico comigo mesmo?

– Ei você. - era uma voz doce e rouca.

– Ahn?

– Qual seu nome?

– Miyamoto Onahara, e você é?

– Hm...Eva. - ela sentou-se ao meu lado, e pudi sentir o mesmo cheiro de rosas daquela noite.

Não sei porque, mas flores me lembram a morte, principalmente a rosa.