"Quando eu morrer...Queria ver o céu azul por uma ultima vez, antes de dizer adeus e...Também quero que você esteja lá."
 

– Hey Onahara-kun!

– O que?

– A Kiyoko quer falar com você amanhã cara! Essa é sua chance, você não estava afim dela? - perguntou Natsu todo feliz, praticamente pulando em meus ombros.

Ah sim, este é meu amigo Tanaka Natsu, da para notar que ele é extrovertido, e seu cabelo cor de fogo também ajuda muito.

– Eu não estou afim dela, só disse que ela era bonita. - falei indiferente enquanto colocava comida na boca, estavamos na hora do intervalo.

– Ah, é quase a mesma coisa. - disse sentando novamente ao meu lado em sua cadeira.

– Claro que não é, seu idiota, gostar e achar uma pessoa bonita são coisas completamente diferentes.

– Ah, que seja, mas pelo menos va conversar com ela, não ira te fazer mal nenhum. E você também não sai com nenhuma garota, fica preso naquele quarto jogando rpg dia e noite.

– Como se você não fizesse isso néh Tanaka-kun, você é mais viciado que eu. - idiota...

– Mas a questão não sou eu, e sim você Onahara. - cruzou os braços.

– Yare, yare! Que seja, vou falar com ela, porque sei que você não vai parar de me encher mesmo. - suspirei e coloquei a mão na testa. - porque mesmo você é meu amigo Tanaka?

– Desde o dia que te emprestei meu video game, eu acho. - deu um grande sorriso.

– É, acho que nossa amizade começo por ai mesmo. - sorri também.

Tanaka é mesmo um grande amigo para mim, depois que minha mãe morreu ficou meio dificil eu ter um relacionamento bom com o meu pai, ele sai de manhã para trabalhar e só volta de madrugada bêbado, e Tanaka ficou do meu lado me apoiando, um dos meus poucos amigos, talvez o unico, realmente.

Ah sim, ainda não me apresentei, sou Miyamoto Onahara, um estudante do colegial comum, com uma vida patética e um viciado em rpg, é, isso se resume a mim. Tenho 17 anos, acho que sou pálido, pois minha pele é muito branca, até de mais, alias; meu cabelo é ônix e todos despenteado - é, a preguiça é poderosa! - e os olhos azuis como a noite. Para as meninas, eu sou como se diz: "lindo"?

Graças a Deus! Outro, longo, tedioso e cansativo dia de aula terminou!

– Ei Onahara, vamo la em casa jogar um pouco? - perguntou Natsu enquanto caminhavamos pela calçada.

– Ah hoje não vai dar cara, hoje vou cuidar da floricultura da dona Scarlett pra ganhar uma grana.

Sou viciado, não vagabundo.

– Ok, até amanhã então.Me despedi de Tanaka e segui meu caminho.

Ai, ai, finalmente o verão chegou e ira começar a época de férias aqui no Japão, vai fazer bastante movimento na floricultura.

– Boa tarde Scarlett-sama, me distrai no caminho para cá. - disse entrando na pequena loja e encontrando-a atras do balcão sentada.

– Não tem problema Miyamoto-kun, daqui a pouco eu irei voltar para casa e deixarei o resto com você.

– Ok. -  Já estava ficando de tarde, sai para varrer a calçada de frente a loja, podia-se ver o pôr-do-sol, realmente hoje o dia estava bem bonito.

Vi Kiyoko do outro lado da rua com suas amigas, dei um pequeno aceno e notei suas amigas começarem a cochichar em seus ouvidos, aquelas garotas são fofoqueiras de mais....

– Obrigado e volte sempre! - me despedi do ultimo fregues. - enfim o dia acabou. Fechei a loja e comecei a limpeza, para que estivesse tudo limpo no dia seguinte. Olhei em meu celular e já era mais de dez horas da noite.

– Nossa como sou lerdo. - meti um tapa em minha testa, aposto que ficou a marca vermelha...Agora irei chegar tarde em casa, mas que azar, esqueci completamente que tinha que pegar um livro na escola pro trabalho de biologia. Sera que essa hora ainda ta aberta?

Bem, não custa nada ir la néh?

– Yare, yare! Só 20 minutos até lá, como a rua esta quieta...Também a essa hora da noite. - o tédio é tão poderoso que fazem as pessoas falarem sozinhas (fato).

Hm...Acho que amanhã vou ter que falar mesmo com a Kiyoko, mas a vontade é tão pouca...E também não quero que ela pense que só vou conversar com ela para algo a mais, ela é tão normal, e para falar a verdade, odeio pessoas normais.

Havia chegado na escola, pulei o portão principal e fui para a portaria ver se o zelador estava.

– Oi, tem alguem ai? Olá? Ér...Nenhuma resposta e eu ja estou falando sozinho...

Fui para o patio ver se o encontrava fazendo suas rondas pela escola, não havia nada além do silêncio, odeio lugares silênciosos, me davam arrepios, apesar de gostar de poder sentir o medo, mesmo que fosse por um frio na barriga, gostava de tal sensação.

Estava voltando para a secretaria e vi um vulto vermelho saindo rapidamente de baixo do teto que desabou por completo. Olhei para aquele "vulto", alguns fios brancos prateados dançanvam com o vento e quando menos percebi olhos de sangue me fitavam tão friamente que congelei naquele exato momento, não podia me mover ou falar, pela primeira vez fiquei sem reação e por causa de um olhar? Mas não por um simples olhar...

Os escrombos se mecheram e apenas em um segundo aquele "vulto" havia desaparecido, mas um aroma doce de rosas ficou no ar.

– Tem alguem ai? - perguntei de novo, fitei o corpo imovel de um homem completo de sangue e por impulso arregalei os olhos. - ZELADOR?!

Ouvi barulho de sirenes perto do portão principal, fui rapidamente pra lá avisar que o zelador estava morto. Os policiais ja tinham aberto o portão e entrado na escola.

– Ei garoto! Os vizinhos ouviram uns barulhos, era você por acaso? - perguntou um homem alto usando um terno beje, com um charuto na boca.

– Rapido tem um homem caido ali! Vocês tem que ajudar!

– Chefe ele esta certo, acabamos de ver e parece que ele esta morto. - um homem apareceu do meu lado com uniforme de policial diferente do cara com charuto.

– Graças a Deus, menos um no mundo. - gargalhou, sem menos isso ter feito a menor graça.

– Como ousa falar isso? Por acaso o conhecia? - fitei-o com desprezo quase gritando.

– Garoto você esta em choque, até parece que você o conhecia.

– Eu não conhecia ele muito bem...Mas era uma boa pessoa!

– Bem, não me interessa se ele era uma pessoa boa ou não, agora vá para casa e não atrapalhe.

Fui forçado a sair com dois policais me acompanhando até em casa.

– Tome cuidado garoto. - disse o policial dentro do carro.

– Ah pode deixar. - aff...Babaca.

Fui para meu quarto, não estava afim de preparar comida para mim, e pelo visto meu pai ainda não haiva chegado, joguei minhas coisas na cama e fui tomar um banho.- Agora uma partida rapida de Kuon! Tenho que parar com esse hábito de falar sozinho... - sentei-me na frente da tv em meu quarto e liguei o video game. Amanhã com certeza sera um dia e tanto.