Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 31
Parte XXXI – Explosões.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, quero agradecer ao douglasdie pela linda recomendação que me deixou muito feliz! E a todos que leram o último capítulo e comentaram com tanta animação!
Obrigada, pessoal! Vocês são os melhores! ^-^v
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Se você não quer ler spoiler de Naruto, não leia as notas iniciais. :)
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~ALERTA DE SPOILER :D~
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HOJE É UM DIA FELIZ! UM DIA TÃO, TÃO FELIZ!
EU ESTOU SINCERAMENTE EMOCIONADA, SINCERAMENTE FELIZ! TÃO ALEGRE QUE NÃO POSSO ME CONTER! TÃO ALEGRE QUE QUERO DIVIDIR A MINHA FELICIDADE COM MEUS ADORADOS LEITORES!
POR QUE ISSO?! PORQUE O SASUKE, ENFIM, DEU SUA RESPOSTA! O SASUKE, ENFIM, DECIDIU FICAR DO LADO DA VILA! ELE ENFIM RESOLVEU LUTAR DO LADO DOS SEUS AMIGOS, DO LADO DO SEU IRMÃO!
SÓ DEUS SABE O QUANTO EU ESTOU RADIANTE COM O CAPÍTULO 627! NÃO. TEM. COMO. FICAR. MAIS. FELIZ!
EU SABIA! NUNCA DEIXEI DE TER ESPERANÇAS! NUNCA DEIXEI DE SER SASUKETE, MESMO ELE ME DECEPCIONANDO! EU NUNCA ABANDONEI O SASUKE! ESTOU TÃO FELIZ, GENTE!!! T-T
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Como prova dessa felicidade, dessa alegria indescritível que eu estou sentindo nesse momento, decidi postar o capítulo trinta e um mais cedo. Eu o tinha terminado antes de ontem, e nem comecei o trinta e dois, mas.. Não pude me conter, sério. Eu não me lembro de ter ficado tão feliz assim antes! XD
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Boa leitura; divirtam-se!



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Parte XXXI – Explosões.

Uma vida pacífica. Uma vida calma e pacífica. Aquilo era tudo o que Hinata desejou por todos os dias da sua vida até seus quinze anos de idade.

Queria ter alguns amigos... Não precisava ser muitos, mas queria alguns bons amigos. Pessoas que gostassem das mesmas coisas que ela, que se animassem com seus avanços e que ela poderia ficar feliz e se sentir segura, caso confiasse algum segredo.

Ela queria se casar, é claro. Namorar, noivar e se casar com uma pessoa que ela amasse verdadeiramente, e que retribuísse àquele amor. Queria ter se casado de branco, virgem, como sua mãe lhe ensinara. Queria que seu pai lhe levasse no altar, e que Hanabi fosse uma das damas de honra, e Neji, um dos padrinhos.

Depois de casada, ela se dedicaria a casa, e a uma futura família.

Mas nem tudo é como desejamos...

Ao vê-los ali, um ao lado do outro, rindo e sorrindo juntos, a alma de Hinata começou a despedaçar-se. Por que não poderia ser assim para sempre? Por que o destino fora-lhes tão cruel em separá-los?! Por que ela foi tão cruel ao se afastar dele? Vendo Yume viva e saudável, ela realmente não sabia responder.

Ela não teve coragem de se aproximar, então Naruto o fez. Depois de um aviso curto à sua acompanhante – que pareceu não gostar muito -, ele se aproximou da Hyuuga com a filha nos braços, sem a expressão tão confiante que ele estava acostumado a mostrar. – Então você é um padrinho?! – Rikka se surpreendeu. – A mamãe é madrinha! Não é uma super coincidência?! – Naruto concordou com a filha, mas não tirou os olhos dos da mãe dela. Vinte e cinco passos contados foram o necessário para alcançá-la, mas ela ainda não disse nada. – Mamãe! – Rikka chamou, mas ela não pôde responder. – Esse é o Naruto nii-chan, bem feitor do Lar das Joaninhas. Ele nos trás livros novos, roupas de cama, roupinhas novas... Ah! E brinquedos. Muitos brinquedos.

–... Então ele era o seu bem feitor? – A voz saiu rouca. Rikka assentiu.

– A minha mãe não é a mais bonita daqui, nii-chan?! – Naruto concordou.

– De longe. – Murmurou, sem tirar os olhos da amada. Rikka sentiu um calor de satisfação invadindo o peito, e não pôde conter o sorriso. Olhou de um para o outro, satisfeita com o contato visual inquebrável, e conteve uma risadinha ao concluir que “eles estavam se apaixonando!”. Entretanto, a incômoda companhia de Naruto escolheu o pior momento para agarrar o braço livre, esfregando descaradamente os seios no companheiro e causando náuseas à Hinata, que teve que desviar o olhar.

– Vamos, Naruto... Você não é tão mal educado assim. Apresente-nos! – O loiro ficou claramente desconfortável. Shion olhou para Hina com uma expressão cínica, e olhos de águia que observavam cada ação e reação da mãe de Rikka. – Eu sou Shion Senjuu, prima de segundo grau – Ela pontuou. – E companheira do Naruto-kun. – Os lábios da morena se espremeram em linha reta por um milésimo, mas depois esboçaram um sorriso forçado.

– Não precisa se preocupar senhorita Senjuu. Embora você não deva lembrar, nós nos conhecemos. – A loira ergueu uma sobrancelha. – Há nove anos, mais ou menos... Eu te entreguei uma carta, lembra-se? – Naruto ergueu as sobrancelhas, confuso. – Infelizmente ela nunca chegou ao remetente. Consegue imaginar o que tenha acontecido com ela? – A frieza na voz da Hyuuga arrepiou até o último fio de cabelo da filha, que se encolheu inconscientemente nos braços do pai.

Impaciente e quase ciumenta, Hinata puxou Rikka dos braços de Naruto, tomando cuidado suficiente para não tocá-lo. – Querida, nós temos que ver a noiva. Então dê tchau pro onii-chan, certo? – O sorriso dela foi tão terno que Naruto pôde notar que aquela menina era o motivo para Hinata não enlouquecer em meio a tantos acontecimentos. E enquanto ele admirava mãe e filha se afastando, Rikka sempre acenando para ele, até perdê-lo de vista, Shion estava paralisada em meio às possibilidades.

Sim... Ela lembrava-se bem, porque aquela garota definitivamente era a mais bonita das namoradas que o primo já tivera outrora. Ela se lembrava. Depois do acidente de Mayu... Quando ela chegou desesperada à casa dos Uzumaki com uma carta endereçada ao loiro, carta que ela fez questão de se livrar sem sequer ler o conteúdo. Agora, vendo aquela garotinha tão parecida com Mayuki, Shion podia imaginar do que ela se tratava. Por sorte, o primo não pareceu perceber as indiretas de Hinata. – Eu tenho que ir até o Sasuke. – Ele disse depois de perdê-las de vista. – Nos vemos mais tarde. – A outra concordou com um lento assentir, já que estava chocada demais para qualquer outra resposta.


O casamento de Sakura e Sasuke foi tranquilo, e feliz. A linda cerimônia aconteceu no jardim do distrito Uchiha, onde um bonito arco de flores brancas havia sido montado. O noivo não precisou esperar muito.

Sakura chegou andando até o local, e caminhou sozinha pelas pétalas vermelhas caídas em meio à relva. Ino, que era algo como “a primeira dama de honra”, vinha logo atrás, ajeitando a calda não muito longa do vestido cheio de babados da rosada. Os cabelos róseos estavam presos ao alto, com uma tiara de rosas vermelhas, e mechas soltas encaracoladas caíam ao rosto. Usava um par de brincos de pérola e um colar com a mesma pedra – presente da sogra –, além do belo anel de noivado.

Ela seguiu sem tirar os olhos do noivo, que sorriu sinceramente ao vê-la tão radiante. Hinata e Naruto estavam ao lado de Chouji, postos como padrinhos da noiva. Do lado do noivo, Karin e Suigetsu – um rapaz que advogava no escritório para Sasuke – e Mayuki e Itachi.

A pequena Rikka olhava tudo do primeiro banco – o mais próximo de Hina – e se deliciava ao ver a mãe ao lado do seu bem feitor, tão obviamente constrangida, embora nem sonhasse qual era o real motivo por aquele constrangimento.

A cerimônia foi de uma simplicidade magistral, e a festa, de uma grandiosidade espetacular. Praticamente toda a Konoha fora convidada para aparecer ao maior salão de festas da vila, que estava decorado belamente com as cores vermelho e branco, cores símbolo do clã Uchiha. O bolo para as fotos tinha cinco andares; era branco, mas parecia ser rendado com abstratos negros nas bordas de cada andar, e no topo, duas miniaturas dos noivos feitas de gesso.

Sasuke nunca rira tanto na vida, e Sakura nunca esteve tão feliz. Talvez por toda essa alegria por finalmente juntarem as escovas aos olhos de Deus – pois já tinham morado juntos há alguns anos, em um apartamento alugado em Tóquio, quando ela ainda estava na faculdade – sequer puderam prestar atenção em toda a quase palpável tensão entre Naruto e Hinata.

Embora o loiro tentasse não tornar as coisas tão constrangedoras para Shion, e menos constrangedoras para Hinata, Rikka não parecia querer contribuir. Em todos os momentos ela queria conversar; em alguns, quis dançar e até teve a coragem de convidar Hina para valsar com Naruto – convite que foi prontamente recusado. O propósito da filha de Hiashi estar em Konoha àquela noite era, sem duvidas, apresentar a filha ao pai, mas como fazer isso se eles já se conheciam?! Mas claro que “nada é tão ruim que não possa ficar pior”, então com muito pavor, Hinata viu o amado aproximar-se com seus pais nos calcanhares.

Ela e Rikka se levantaram quase imediatamente, e curvaram-se em cumprimento; o rosto da Hyuuga mais velha estava rubro, e sua cabeça começava a dar voltas como se estivesse conhecendo os sogros. Ela afastou tentou afastar essa ideia da mente, mas a sensação continuou a mesma. – Ei! Rikka! – Naruto a pegou no colo sem cerimônias. – Eu quero que conheça os meus pais, Kushina e Minato. – Os apresentados se curvaram educadamente, e a pequena enrubesceu.

– E- Eu sou Rikka Takagi! – Ela bateu na própria cabeça como se acabasse de dizer uma besteira. – Rikka Yuke Hyuuga! – Hina riu.

– Yume. – Corrigiu a filha baixinho.

– Yume! – Ela exclamou apressada, constrangida. Kushina gargalhou e Minato riu, fazendo a menina constranger-se ainda mais.

– Yume, a falecida senhora Hyuuga... É um belo nome. – O loiro mais velho sorriu à Hinata, que retribuiu timidamente.

– Pai, mãe. Essa é Hinata Hyuuga, a... – Ele fez uma careta ao pensar em como deveria apresentá-la sem constrangimentos. – A mãe da Rikka. – Completou.

– Yume. – Hina corrigiu instantaneamente, e Naruto ergueu uma sobrancelha loira; olhou para a amada de maneira provocativa, fazendo-a queimar de vergonha por dentro.

– Desculpe, eu a conheço por Rikka.

– Por falar nisso, de onde se conhecem?

– No orfanato, mamãe. Eu já te disse. – Foi Rikka quem respondeu. – Ele ajudava a gente.

– Desde quando é caridoso, Naruto? – A voz dela foi quase acusadora.

– Nós fazemos caridade desde o acidente com Mayuki. – Kushina disse apressada, mas não conseguiu quebrar o contato visual tenso entre os mais jovens.

– Desculpe, mas você está mesmo tentando insinuar alguma coisa? – Ela nunca tinha ouvido a voz dele tão séria. – Eu terei que lembrá-la quem foi o culpado disso tudo? – Confusa, a pequena olhou para os pais, de um para o outro.

– Vocês se conheciam?! – Ela questionou surpresa.

– Sim. – O pai respondeu. – Há muito tempo. Tanto, que acho que já não nos conhecemos mais. – A morena piscou rápido para conter as lágrimas.

– Querida, eu volto logo. – Ela puxou a bolsa da mesa. – Fique aqui com o onii-chan, sim? – Sorriu gentilmente para a pequena e cordialmente para os pais de Naruto. Depois disso, caminhou em passos rápidos para fora do salão. Ela definitivamente precisava de ar.

~

Hanabi estava sentada numa poltrona confortável ao lado da cama do pai; com os óculos de armação oval, lia sonolentamente as apostilas para a prova que estava tão próxima; sentia seus olhos se fecharem lentamente, mas insistia em deixá-los abertos. Afinal, não poderia dormir até Neji tornar da recepção do casamento Uchiha para desejar, em nome de todos os Hyuuga, felicidades aos noivos.

– Você não precisa esperar. – A doce voz feminina soou ao lado dela; a surpresa foi tão grande que a moça pulou na cadeira, mas pôde respirar ao ver Suzuki. – Desculpe, te assustei? – A mulher ajeitou as malas em um lado do quarto; a mais jovem negou.

– É que eu estava concentrada. – Mentiu. – Como foi o congresso? – A médica deu os ombros e tirou as meias.

– Estou louca por um banho, louca por uma cama. Você pode ir dormir agora, querida. Eu posso tomar conta do seu pai.

– Eu fico enquanto você está no banho... – Suzuki riu.

– Seu pai dorme um pouco mais pesado que uma pedra, não se preocupe. – Hana sorriu do comentário, e ficou a observar as costas da madrasta.

Sim... Madrasta. Suzuki Hyuuga era consideravelmente mais jovem que Hiashi, e em alguns momentos não o suportava; mesmo assim, de uma hora para a outra, eles começaram a conversar mais do que brigar; começaram a tomar vinhos juntos, a trocar segredos... E quando todos menos esperavam, haviam se casado.

Foi um casório simples e discreto, é claro. Apenas gente próxima da família sabia. A própria Hinata não saberia, se a nova madrasta não tivesse feito questão de enviar um convite exigindo sua presença – convite que fora educadamente recusado. A lembrança fez uma pontada incômoda cutucar o estômago de Hanabi, e ela se sentou desconfortável. Suzuki estava tirando a maquiagem quando ela decidiu falar. – Foi a onee-chan. – Ela murmurou baixo.

– Eu sei. – A outra respondeu simplesmente, e as sobrancelhas castanhas da jovem se estreitaram. – Só Hinata poderia fazer seu pai enfartar de repente desse jeito. – Ela explicou. – Além disso, está em todos os noticiários. Você já sabe o porquê?

– Não... – Respondeu sincera. – Ela inventou uma penca de baboseiras para a imprensa, e chegou aqui em casa berrando como uma louca, culpando meu pai por todas as desgraças da vida dela... – Bufou. – Foi ela quem não quis herdar o clã. Se tivesse parado de se encontrar com um rapaz inconsequente, nada disso teria acontecido.

– Hanabi... – A voz da doutora soou repreensiva. – Não julgue os outros sem saber os motivos. – Quando terminou a limpeza de pele, soltou os cabelos. Virou-se em direção à enteada e ajoelhou-se em frente à poltrona, apoiando-se nos joelhos finos. – A sua irmã é uma boa garota, só tem... Problemas. Não guarde mágoas. – Ela se levantou subitamente, jogando as apostilas no chão.

– Como não ter mágoas?! Ela quase matou meu pai! – Suzuki não respondeu. – E como eu ficaria sem o papai?! – Lágrimas continham-se nos olhos perolados. – Eu não sei como você a suporta. – E sem esperar respostas, deixou o quarto.

Suzuki suspirou; puxou as apostilas de administração e ajeitou-as sobre a poltrona antes usada. Deu uma checada no marido e seguiu para o banho tão merecido. Talvez... Sim, talvez ela devesse ter contado toda a verdade para Hanabi, mas temia ser impulsiva. Pelas notícias, ela se deu conta de que tudo o que o marido fez contra a filha mais velha, e estaria muito irritada com ele, caso não tivesse parecido tão sinceramente arrependido ao telefone.

Ainda assim, mesmo que lhe custasse o casamento e o bom relacionamento que sempre teve com a enteada mais jovem, defenderia Hinata. Suspirou tristemente, e encostou a testa no azulejo branco. – Eu tenho que ajudar essas garotas...

~

Sentada no gramado verde com cheirinho de nostalgia, Hinata não conseguia afastar os orbes perolados da grande lua cheia que, de alguma forma, deixava tudo mais romântico. – Sorte para os noivos. – Ela murmurou; ergueu uma taça de vinho e brindou com a lua por Sakura e Sasuke. Ela ficou ali sentada por horas, e pôde com surpresa notar a presença da doutora Nohara Rin ao lado do seu ex- professor, Kakashi Hatake, e o primo, que provavelmente só tinha comparecido para marcar presença em nome da família. Entretanto, não teve coragem de se pronunciar e cumprimentar nenhum deles. Apenas permaneceu sentada, refletindo... Respirando.

– Então esse é o tipo de mulher que o Naruto costumava a namorar antes de mim... – A voz enjoada fez a morena sentir náuseas, mas ela tentou ignorar. Mesmo assim, a insuportável fez questão de se sentar ao seu lado. – Então você é a famosa mãe da menina, hein. – Ela a olhou dos pés a cabeça, simulando falta de interesse. – Não é tanto quanto eu pensei que seria. – A outra forçou um sorriso e voltou a bebericar do vinho. Sim... Ela devia continuar ignorando. – Naruto tentou me apresentar à ela, sabe? Mas é tão mal educada que sequer me deu atenção. – Impaciente, a mãe da pequena virou-se para a Senjuu.

– O que você quer exatamente, senhorita Senjuu?

– Quero que se afaste do Naruto. – Muito direta, Hina observou. Ela revirou os olhos e suspirou.

– Eu não tenho interesse nele. – Mesmo que afirmasse com tanta convicção, algum lugarzinho no seu corpo duvidava dessas palavras.

– Então porque usar sua filha logo agora? – A sobrancelha azulada se arqueou confusa; Shion apertou os punhos. – Você a colocou em um maldito orfanato, não é? Por que armar todo esse teatro? – A Hyuuga teve que se conter para não estragar o penteado chique dela. Contou até dez e respirou fundo.

– Eu não tenho absolutamente nada para te explicar, Senjuu-san. Ainda assim, faço questão de esclarecer que eu. Não. Abandonei. Minha. Filha. – Sibilou como se a outra tivesse algum tipo de problema mental. – Você deve ser a única no país a não saber, mas – Ela tirou a pulseira grossa irritada, e quase esfregou a cicatriz no pulso nas faces da loira. – Eu cheguei a tentar suicídio por pensar que ela estava morta. – Depois de colocar a pulseira novamente, voltou a encarar a Senjuu. – Claro, nada disso teria acontecido se a senhorita não tivesse o incrível dom de desaparecer com correspondências importantes. – A mandíbula de Shion enrijeceu.

– Eu nunca vou permitir isso. Não permiti que ficasse com ele antes, muito menos agora, que ele está a ponto de me amar. – O sorriso da Hyuuga foi inconscientemente desafiador, mas ela nada disse. Divertida com a expressão de fúria no rosto da prima distante do amado, ela se levantou; deixou o vinho cair “acidentalmente” na borda do vestido dela e depois de um pedido cínico de desculpas, voltou para sua filha.

A pequena estava conversando animadamente com o pai e a tia; por sorte, Minato e Kushina estavam ocupados parabenizando os noivos, então a Hyuuga sentiu-se confortável o suficiente para aproximar-se. A menina correu na direção dela assim que a viu. – Mamãe! Mamãe! – Ela exclamou animadamente. – Eu posso dormir na casa do onii-chan?! – Ela sentiu o corpo congelar. – Por favor, por favor! A tia Mayu disse que vai me ensinar a desenhar. – Sem conseguir responder, a mulher encarou Naruto.

– Podemos conversar um minuto? – Mayu fez uma careta, prevendo um diálogo nada agradável. Mesmo assim, o loiro se levantou. – Filha, continue conversando com a tia Mayu, sim? – Ela pediu gentil, e a menina voltou para a mesa de imediato. – O que você está fazendo?! – Ela murmurou baixo. Naruto riu.

– Como assim? Eu só quero ficar com a minha filha. – Falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

– Há quanto tempo você sabe? – Aquele tom acusador de novo... Os lábios dele se espremeram em linha reta.

– Desde que ela mostrou uma foto de vocês duas. – E cerrou os olhos. – Por que parece tão desconfiada? Como se eu fosse o culpado? Você já sabe que foi o seu pai quem sumiu com ela, não é?! – Ela cerrou os punhos.

– Sim. – Confirmou entre dentes. – Eu sei.

– Sabe o que me deixa mais irritado, Hinata? Não é nem essa coisa toda com o Hiashi, por que eu até poderia esperar isso dele. Mas como você pôde fazer isso comigo?! – Ele teve que se conter para não gritar. – Como pôde ter a falta de consideração, a ponto de pedir para que o Sasuke viesse me dizer algo que você deveria ter dito. Pessoalmente. E com muito carinho, já que sua família foi a culpada. – Foi como se a torturasse a cada palavra.

– Você nunca me culpou por nada que minha família tivesse feito... – Ela murmurou, desviando os olhos para o chão.

– Não foi sua família quem fez isso. Foi você. – Ela o olhou de canto, e ele suspirou, controlando-se para não ceder diante os orbes chorosos. – Eu nunca entendi porque quis se afastar de mim, mas sempre respeitei essa decisão. Agora... Esconder a minha filha de mim?!

– Eu não escondi! – Ela exclamou, e ele bufou. – Por Deus! Você sabe onde eu moro, onde eu trabalho... Eu não esconderia nem se quisesse!

– Mas também não me convidou! – A voz dele soou mais alta do que deveria, mas estavam todos ocupados observando a primeira valsa do casal. – Como eu ia aparecer na sua casa, do nada, dizendo “olá, Rikka; lembra-se da filha que eu disse que está morta? Então! É você!”. – O rosto de Hina empalideceu.

–... Você disse que ela estava morta?! – Naruto desviou o olhar, irritado.

– Eu realmente sempre amei essa garota. Mesmo que nada disso tivesse acontecido, eu estava me preparando para adotá-la... Seria terrível esconder algo assim. – Ela não respondeu. Sentia a cabeça girar por causa do álcool, mas preferiu não comentar. -... Por favor, só por hoje... Eu quero ficar um pouco com ela. Como minha filha... – Ela assentiu, sem olhá-lo nos olhos.

– Tudo bem. – Suspirou vencida. – Eu vou buscá-la amanhã. – Naruto sorriu, mas ela não ficou para se despedir dele. Aproximou-se da pequena e depois de um abraço apertado e mil e um beijos de despedida, seguiu para o carro, preparando-se psicologicamente para, mais uma vez, ficar sozinha.


A noite teria sido muito longa, caso Hinata não estivesse tão cansada a ponto de desmaiar assim que se deitou. Ela dormiu a noite inteira, e teve um belo sonho, onde ao invés de sujar apenas a barra do vestido de Shion, jogava o vinho em todo o vestido branco que ela tinha escolhido propositalmente, Hina apostava, apenas para ofuscar a noiva, ou qualquer outra mulher que Naruto olhasse com interesse.

Mas tudo, infelizmente, não passou de um sonho. Ainda assim, ela acordou satisfeita por acabar com a graça daquela vadia ao menos em sua imaginação. Levantou-se preguiçosamente, tomou um demorado banho de espuma que relaxou todos os seus músculos da tensão do dia anterior e depois de colocar um de seus vestidos simples à lá camponesa, pegar a bolsa e as chaves, seguiu para o carro. Infelizmente, não pôde adentrá-lo, já que em frente à porta, Hanabi esperava.

Ela não via a irmã há quase dez anos... Mas teve certeza de quem era já no primeiro olhar, pois a garota parecia-se muito com Hiashi. Lentamente, com um sorriso tímido e olhos confusos, a mais velha se aproximou. – Hanabi...? – A mais jovem bufou; afastou-se do carro e peitou a outra.

– Você não tem vergonha do que faz? – Ela não entendeu inicialmente. – Não basta fazer o papai sofrer um ataque... Ainda quer destruir a nossa reputação?! Quer destruir a reputação da nossa família?! Acabar com nossos negócios?! Com o respeito que o papai leva de todos?! – Ela estava quase gritando.

– Hanabi, acalme-se... – Ela pediu, mas foi em vão.

– VOCÊ QUASE MATOU ELE!! – Berrou. – Só porque você foi pirada pra cair fora tem que estragar tudo?! Você pode não ter querido ficar comigo, mas o papai ficou! Ele cuidou muito bem de mim, a propósito, e nunca foi o carrasco que você me fez pensar que era! – Um zunido invadiu a cabeça de Hinata. – Me fala! O que você ganhou com toda essa confusão?! – Não... Ela não ia fazer isso... Apertou os punhos e conteve a vontade de estapear a mais jovem.

– Hanabi, você não sabe de nada. – Ela afirmou trêmula. Olhou nos olhos da irmã, fazendo um esforço enorme para não chorar. – Você não sabe de nada, então, por favor, não me julgue. Eu nunca quis machucar o pai, eu nunca quis-...

– Então pare com isso! – A de cabelos castanhos praticamente gritou. – Pare de dar dores de cabeça ao papai! Pare de ser a mais amada, PARE DE SER O CENTRO DAS ATENÇÕES! EU NÃO QUERO MAIS VIVER A SUA SOMBRA, ENTÃO PARE! PARE! – Gritou incansavelmente, antes de fugir correndo.

– HANABI! – Hinata tentou, mas foi em vão. Ela sempre tinha sido rápida, e o tempo a favorecera. O corpo inteiro da mais velha tremia, mas o que ela podia fazer? Sentiu o telefone vibrar dentro da bolsa, e depois de um tempo parada, em choque, resolveu atender o numero desconhecido, temendo ter algo errado com a filha.

– Querida... – A voz de Suzuki soou gentil como sempre. – Poderíamos nos encontrar para tomar um café?


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Notas finais do capítulo

Ciúmes foi a palavra chave para o capítulo de hoje!
Hinata estava com MUITO ciúmes da Yume/Rikka com Naruto, e com um pouco de ciúmes da Shion, e Shion com muito ciúmes da Rikka/Yume E da Hina. XDDD
Pobre Naruto, acabou sendo vítima de todos os ciumes! o/
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No fim, não foi bem um BARRACO, BARRACO... Acho que não sou muito boa em pensar em coisas assim, mas foi um capítulo cheio de tensões, e eu fiquei sinceramente satisfeita! :}
Como alguns imaginaram, a Hinata ficou inexplicavelmente desconfiada do Naruto, mas ele fez questão de cortar o mal pela raiz. u.u
~
O que acharam do capítulo? Não estou tão certa... Mas eu realmente me esforcei para terminá-lo.
Bem, o próximo deve sair no domingo, por tanto, espero que vocês comentem esse até lá. :)
~
Dúvidas? Críticas? Sugestões? Sempre à disposição dos meus adoráveis leitores! sz
Até domingo, pessoal!
E UM VIVA PARA O TIO KISHI! :D