Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 30
Parte XXX – Dia D.


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, meus adoráveis e queridos bolinhos de arroz!
Eu estou muito disposta a abraçar e apertar cada um de vocês, porque essa semana foi maravilinda!
Minha última prova foi sexta, então estou livre, livre, LIVRE! o/
Antes de qualquer coisa, gostaria de agradecer, REALMENTE, às três pessoas que me redigiram lindas recomendações:

NaruHinaTtebayo;
Angel-chan; e
Carolina Fernandes, sucessivamente! Muito, muito obrigada pelas recomendações, eu fiquei realmente feliz. :)

Também quero agradecer a todos que comentaram. Eu recebi muitos reviews fofinhos, e algumas opiniões que me fizeram voar... *-* Fico realmente feliz quando vocês se expressam, e eu realmente não me incomodo ao receber críticas construtivas. :)

Obrigada a todos! Segue o capítulo: Dia D. Vai ser o Dia D de muitos. :D
~
Ah! As notas finais trazem uma pequena sinopse da minha próxima fic: The King. Eu gostaria que dessem uma lidinha rápida e expressassem opiniões. :3
Obrigada desde já!
~
Boa leitura! sz



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Parte XXX – Dia D.

O crepúsculo iluminado do fim de tarde era belo, mas não conseguia ser mais radiante que o sorriso de Hinata Hyuuga durante aquela tão curta semana.

Já tinha acabado o horário comercial, e a matriz do Buffet já devia estar fechada, não fossem dois clientes em especial. Hina estava sentada na mesa de seu escritório; Sakura estava quase pendurada em seu pescoço para ver o belo desenho de bolo que parecia mais uma obra de arte do que um esboço de trabalho. Com as mãos ágeis e uma expressão profissional, ela lançou o segundo rascunho na direção de Sasuke, e começou a fazer outro quase que imediatamente.

O Uchiha analisou bem o desenho, e a noiva quase se jogou sobre ele, para poder ver com detalhes. – Hinata Hyuuga, você é uma artista! – Ela exclamou, e bateu palmas; o sorriso da elogiada foi tímido. – Em pensar que posso ter isso de graça... – A rosada suspirou sonhadora.

- Não é de graça. Estou pagando pelos honorários do seu noivo. – A morena riu, e Sasuke fez uma careta.

- Eu passei quase meio ano no seu caso e meus honorários ainda não cobrem essa coisinha. – Os olhos verdes da amada se estreitaram.

- “Coisinha”?! – Ela repetiu com raiva. – Você tem noção de quantos Uchiha virão ao nosso casamento?! – O rosto dele corou. – Só o bolo da foto vai ter cinco andares, Sasuke-kun! E a Hina ainda se dispôs a nos fazer os outros decorados. 

- É o preço de uma marca, senhor advogado. – A dona do Buffet entregou o terceiro rascunho. – Graças ao meu esforço de anos, posso cobrar preços absurdos que seus honorários não cobririam nem em um ano. – E piscou, divertida. Sasuke riu daquilo; ela estava visivelmente mais animada do que há... Do que sempre! – Vocês tem três dias para decidirem o bolo decorativo, e uma semana para escolherem o menu. – Observou com bom grado Sasuke apontando para um de seus desenhos e murmurando “esse é muito bonito”.

- Ok, nós entendemos. E você, senhorita Hyuuga, tem quatro dias – Na verdade, aquele foi um número aleatório – Para aceitar a proposta de ser uma das damas de honra. – As sobrancelhas escuras se estreitaram. – Por favor! Se você não for eu vou ter que chamar a Karin. – Ela revirou os olhos só de pronunciar o nome.

- É verdade! Karin agora é a secretária do Sasuke-kun... Você não sente ciúmes? – Sak deu um meio sorriso malicioso, e deu de ombros. Hina a olhou de maneira interrogativa, e Sasuke bufou.

- Ela age assim, Hinata, porque existe um tal de Rock Lee da fisioterapia que sempre flerta com ela. – Revirou os olhos negros. – Ela acha que me causa ciúmes. Me ameaça dizendo que, se eu sair da linha, ela também sai. – Hinata gargalhou.

- Acho que ela mais sabe do que acha. – Brincou, fazendo o advogado bufar mais uma vez, e cruzar os braços. Sasuke empurrou a noiva com gentileza, e levantou-se elegantemente, puxando o iPhone negro do bolso.

- Eu tenho que fazer uma ligação, mas volto já. – Avisou e se retirou da sala enquanto digitava o numero três na discagem rápida.

Sakura se sentou no lugar do noivo e se apoiou na mesa; sorria infantilmente para a amiga. – Você está me ajudando a realizar um sonho, sabe. – Ela murmurou sorridente. – Eu estou muito feliz. Obrigada por nos ajudar. – Timidamente, Hina deu os ombros. – Como está a sua filha? – Orgulhosa, a morena virou um dos porta-retratos sobre a mesa. A foto de uma garotinha linda e sorridente com um uniforme de marinheiro estava emoldurada. – Ela se parece muito com Naruto! – A rosada surpreendeu-se e Hinata riu.

- De fato. Em personalidade também. – Ela desvirou a foto para que pudesse admirar sua pequena. – Ela é muito doce...

- O Naruto já a encontrou? – Foi como se Sak desferisse um soco no estômago da outra. Sem jeito, a Hyuuga negou com a cabeça. – Mas ele sabe. – Foi mais uma afirmação do que uma duvida.

- Quem não sabe Sakura-san? – Hina suspirou. – Também sabe onde eu moro. Deve estar ocupado, e por isso ainda não apareceu.

- Eu acho que ele está mais chocado do que ocupado. Naruto é muito impulsivo, Hinata... Ocupação não combina com ele. Além disso, como presidente, ele tem um horário muito flexível.

- Bom, então ele não veio porque não quis. – Uma das sobrancelhas rosadas se arqueou como se aquela ideia fosse impossível, mas Hina não se pronunciou.

- Por Deus, Hinata. Você ainda é apaixonada por ele? – O rosto pálido enrubesceu, mas ela não negou. Sak rodopiou a cadeira. – É óbvio. Também é óbvio que ele não te esqueceu, ou já teria se envolvido com alguém. Sabia que ele tem uma prima que vive aos pés dele? – Ah, “se ela sabia”... Não só sabia como conhecia a dita cuja. Sim... Shion Senjuu. Hinata lembrava-se muito bem daquela destruidora de famílias em potencial – pois na época, eles não chegavam a ser uma família de fato. Só de ouvir a amiga mencioná-la, sentiu uma pontada incômoda no estômago, o que Sak não deixou passar. – Ciúmes. – Ela concluiu só de olhar.

- Não estou com ciúmes. – Hina se defendeu, desviando um olhar irritado. – Só tenho motivos suficientes para não gostar da senhorita Senjuu.

- Ciúmes! – Ela sibilou provocativa, e a morena se levantou.

- Não é ciúmes! Só detesto aquela irresponsável! Se ela não tivesse sumido com a carta que eu mandei pro Naruto quando estava grávida, eu não teria passado por nada do que passei! Eu teria ficado ao lado da minha filha, ao lado da pessoa que eu amo! Eu teria sido a pessoa mais feliz do mundo! – O desabafo foi mais alto do que Hina imaginara. Ela estava um pouco arfante, e sentia-se tremer com a tensão. Sak estava assustada com a reação dela e Sasuke também; ele havia tornado ao escritório, acompanhado pela recém-chegada estudante primária, ambos estavam chocados com a postura da Hyuuga. 

- Mamãe? – A voz dela soou hesitante, mas acalmou a mulher quase instantaneamente. Ela deu um sorriso constrangido, e se aproximou da filha.

- Bem vinda de volta, querida. – Elas se abraçaram em cumprimento.

- Desculpe, eu não queria atrapalhar... – Antes que pudesse terminar o pensamento, Hina negou; segurou o rosto pequeno e olhou com ternura para os orbes safira da menininha.

- Você nunca atrapalha nada, meu amor. – Ela afastou a franja azulada e beijou a testa pequena. – Bem vinda de volta. Espero que tenha tido uma boa aula. – A pequena concordou. Hinata se levantou, e apontou para os amigos. – Filha, esses são Sasuke e Sakura. Eles são velhos amigos da mamãe. – A pequena cumprimentou-os com um tímido aceno que lembrou muito a tímida Hinata da adolescência. 

- Nós estamos encomendando um bolo. – Sak exibiu os desenhos da dona do Buffet. – Sua mãe vai fazer, mas não sabemos que recheio escolher... Você deve conhecer todos não é? O que acha de nos ajudar, Rikka? – Sorrindo, a menininha assentiu. Afastou-se da cintura da mãe e aproximou-se da futura senhora Uchiha.

Sasuke fez menção para que Hina saísse do escritório, e ela assim o fez. – O que foi? Algum problema? – O advogado deu os ombros.

- Talvez sim, talvez não... Depende do seu ponto de vista. – Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa com a resposta vaga.

- O que aconteceu? – Sasuke suspirou.

- Naruto veio até Kyoto hoje. Parece que foi até a escola da Rikka.

- Eles se viram?! – A voz dela soou exaltada, mas Sasuke deu os ombros.

- Francamente, não faço ideia. Meu irmão acabou de me mandar uma mensagem de texto dizendo isso... Parece que a Mayuki dedurou o irmão. Eu liguei pro Naruto, mas ele disse que estava no trânsito voltando para Konoha. Mas se ela o visse, mencionaria certo? – Hina suspirou.

- Eu não disse quem é o pai dela, ainda. – A expressão de Sasuke foi severa, e ele estava a ponto de dar uma bela bronca quando ela começou a tentar se explicar. – É que eu não queria falar assim, vagamente! Sequer tenho uma foto decente do Naruto comigo! – Mas o amigo não pareceu convencido. – Ela também não fez muitas perguntas... Parece que há um homem que ela já vê como pai. Ela o chama de “nii-chan” ou “bem feitor”.  Não parece muito interessada no pai biológico. – O Uchiha suspirou. Cruzou os braços e olhou para os olhos perolados como se os fuzilasse.

- Você sinceramente quer saber o que eu acho disso? – Ela se encolheu só com a ideia, mas o Uchiha não se tocou. – Acho que está sendo egoísta com a pessoa errada. – Ela baixou a cabeça. – Diga uma vez, Hinata... Uma só vez, que o Naruto tenha feito algo para te magoar. Qualquer coisa que ele tenha feito para não te merecer, por maldade. – Não houve resposta. – Eu sei que você quer curtir sua filha, mas o que custa dividi-la?! Vocês a fizeram juntos, não foi?! – Mordeu o lábio inferior, tensa. – Você não foi a única a sofrer com a loucura do seu pai, sabe?! Ele também sofreu. Sofreu duplamente! Perdeu um filho, e foi dispensado pela mulher que amava!

- Eu não podia ficar com ele naquele estado... – Ela cerrou os olhos ao se lembrar da última vez que vira o Uzumaki; tinha que se conter muito para não chorar.

- Você não foi a única a sofrer por isso. – Ele pontuou mais uma vez. – Só foi a mais fraca dos dois. – Ela o olhou de soslaio, e o fez suspirar, cansado. Ele coçou a nuca, impaciente. – Você não pensa em como ele vai ficar quando souber que ela já tem uma figura paterna?!

-... Desculpe. – Naquele momento, Hina se sentia a pior e mais egoísta pessoa no mundo. Não podia se conter de tanto constrangimento. – Eu realmente...

- Você vai ao meu casamento. – A voz dele soou séria, decidida. – Você não só vai ao meu casamento, como vai ser o par do Naruto. – Não parecia ser um pedido. – Vai levar a sua filha, e tudo vai se esclarecer.

- Eu não sei se ela... – Mas ele ergueu a mão.

- Não invente desculpas para sua covardia. – Tão direto que a magoou. – Você vai nesse casamento, nem que eu tenha que levá-la arrastada. – O tom de voz foi ameaçador. – Já chega de ver meu melhor amigo sofrer sem fazer nada. – Ele murmurou irritado, mais para si do que para ela, e tornou a abrir a porta do escritório.

Hinata, entretanto, não pôde se mover por um longo tempo.

~

Naruto abriu a porta, irritado, e pronto para ofender até os futuros sobrinhos quando uma visita ainda mais inesperada do que a surpresa ao saber que a irmã havia revelado à Itachi – que consequentemente, avisaria à Sasuke – sobre a ideia de encontrar a filha, quando viu algo ainda mais desagradável do que a “traição” de Mayuki.

Shion estava sentada na sala de estar, conversando animadamente com a pobre Mayu, que assentia mesmo que perdida e sem prestar atenção em nenhuma das palavras da prima. A jovem loira suspirou de alívio ao ver o irmão. – Onii-chan! – Ela exclamou alegremente da cadeira de rodas. – Veja só quem está aqui. – Naruto sentiu vontade de rir quando a viu revirar os olhos, mas sua educação o conteve. Ele apenas pigarreou, e inclinou a cabeça para cumprimentar a outra loira.

- Como vai, Shion? – Ela deu os ombros e suspirou.

- Problemas e mais problemas. – Aquela frase estúpida fez a caçula dos Uzumaki revirar os olhos mais uma vez, pois a jovem Senjuu não fazia ideia do verdadeiro significado da palavra “problema”. Embora – num tempo muito distante – fosse cogitado que ela poderia vir a se tornar uma enfermeira ou algo do gênero, Shion Senjuu jamais chegou a trabalhar realmente. Havia se formado numa faculdade de nome, e era oficialmente uma designer – e muito boa, diga-se de passagem -, mas jamais chegou a exercer a profissão. Ela era dona de uma fatia considerável nos negócios dos Senjuu, então não precisava se preocupar enquanto a Tsunade, Naruto e Nawaki (seu pai) trabalhassem.

- O que você veio fazer aqui? – Ele tentou soar desinteressado, mas na realidade não conseguia conter o desejo de saber quando ela iria embora.

- Você não soube? Fui convidada para o casamento do seu amigo, o Uchiha. Vim para acompanhá-lo, meu querido primo. Sei que não vai com ninguém, e não pode tirar a Mayuki do par. Itachi ficaria muito chateado. – Na verdade, ele estava se lixando para o que Itachi achava ou não. Quanto mais o irmão de Sasuke saia com sua preciosa irmãzinha, menos disposto o loiro se sentia a simpatizar com ele.

- Posso apostar que Mayuki prefere a minha presença. – Mayu soltou uma risada de deboche, e olhou provocativamente para o mais velho. “Não aposte nisso”, era o que o olhar dela dizia. Naruto cerrou os olhos para ela, que riu ainda mais. – De qualquer forma... – Voltou a olhar para a prima. – Serei o padrinho, vão escolher o meu par. – Shion fez um beicinho de desapontamento.

- Vamos, Naruto! Você sabe que só vai ter um par durante a cerimônia. Eu quero ficar contigo ao longo da festa. – Aquele olhar de segundas intenções... Naruto o conhecia muito bem; Shion sempre o usava para conseguir atiçar as necessidades masculinas do loiro. Nesse momento, quando estavam a um passo de iniciar com  flertes, Mayuki aumentou o som da televisão.

- Hoje à tarde o senhor Hiashi Hyuuga receberá alta do hospital Senjuu, em Konoha. – A repórter disse, e tomou a atenção do Uzumaki imediatamente. – O empresário é acusado de dar a própria neta para a adoção sem o consentimento de sua filha, Hinata Hyuuga, que chegou a tentar cometer suicídio pelo fato. – Nesse momento, um vídeo mudo de Hinata numa reportagem apareceu. – Segundo as investigações, o senhor Hyuuga teria coagido o médico, Dr. Kabuto Yakushi, a forjar uma certidão de óbito.

- Parece que ele enfim vai sair do hospital. – Mayuki murmurou com interesse; o irmão sentou-se no sofá ao lado dela, que segurou sua mão em forma de apoio.

- Graças ao escândalo, a Companhia Hyuuga vem perdendo a credibilidade no mercado de imóveis. Com tantas especulações de que o pai da criança em seria Naruto Uzumaki. – Uma foto de Naruto estampou a tela. – Fica a pergunta que não quer calar: E os Uzumaki? Cortarão suas relações de negócios com os Hyuuga? O que você acha disso, Sai? – A repórter passou para um comentarista.

- Veja bem, Tayuya... Os negócios dos Hyuuga não vão bem, mas eles são líderes no mercado, e dificilmente vão cair do posto. Entretanto, o Grupo Uzumaki, no momento, são os contratos mais benéficos que eles têm. Se perderem esse “ovo de ouro”, podem chegar a quebrar.

- Muito obrigada, Sai. É com você-... – Mayuki desligou a TV. Olhou para o irmão, que fitava o horizonte como se pensasse em como tomar a decisão mais difícil da sua vida.

-... O que você vai fazer? – Mayu questionou depois de hesitar um pouco. O irmão deu os ombros.

- Eu nunca falei em quebrar o contrato. – Ele suspirou. – Os terrenos são ótimos, nossas empresas estão bem situadas, assim como os funcionários. E mesmo que eu fizesse, teríamos que pagar uma multa absurda.

- O pensamento de um empreendedor. – Os irmãos olharam em direção da porta, e sorriram ao ver Minato adentrando a casa, com seu uniforme de corrida. Ele cumprimentou a irritada Shion com um aceno, a filha com um beijo e o filho com um abraço. – Estou orgulhoso de você, garoto. – Ele declarou, dando-lhe tapinhas no ombro. – A empresa vem depois da família, mas muito antes da vingança. – O filho concordou, e Mayu pareceu lembrar-se de algo importante.

- Você conseguiu vê-la?! – Naruto sorriu diante os olhos sempre tão curiosos da mais nova, que realmente lembravam os da sua filha.

- Ver? Quem? – Shion se sentou ao lado dele. Estava realmente curiosa.

- Como assim, “quem”?! A filha dele, oras! – A loira empalideceu, e Mayu deu um sorriso maldoso. – O quê?! Você não sabia Shion?! Que surpresa... Sempre sabe tudo sobre o meu irmão. – Naruto revirou os olhos.

- Você arrumou uma filha?! – Ele bufou.

- Não “arrumei” uma filha, eu tive uma filha. E ela já tem oito anos.

- É a criança do caso Hyuuga. – Mayu explicou o que seria óbvio caso a Senjuu estivesse prestando atenção no jornal ao invés da pélvis de Naruto. – Você conseguiu?!

- Claro que sim. – Ele cruzou os braços, vitorioso.

- E o que ela disse, quando você falou que era o pai? – Então ele se calou. Não tinha sequer pensado na possibilidade de revelar à filha. -... Você não disse? – Mayu pareceu irritada. Ele riu sem graça. – Onii-chan! – Exclamou briguenta. – Eu quero conhecê-la! A mamãe também! E aposto que o papai!

- Pode ter certeza disso! – O grito de Minato foi ouvido da cozinha.

- Mas eu não posso simplesmente buscá-la no colégio e dizer “Eu sou seu pai”. Hinata me odiaria por isso. – O nome soou familiar para Shion, e ela tentou se lembrar de onde o ouviu.

- Onii-chan! – Mayu reclamou, manhosa.

- Já está muito velha para usar esse tom. – O loiro brincou, e ela fez um bico. – Tudo bem... Mas eu tenho que fazer coisas que padrinhos fazem, então... Depois do casamento, eu  prometo vou trazê-la. – E levantou-se. – Agora, se me dá licença... Vou trabalhar, e esperar um telefonema da minha filha. – Mayu fez um biquinho invejoso, e ele piscou provocativo, antes de subir para o escritório.

~

- Então você isola o x assim... E passa esse termo para o outro lado da equação, só que mudando o sinal. Entendeu? – Hinata e Rikka estavam sentadas no balcão da cozinha do pequeno apartamento em Kyoto, uma ao lado da outra. Enquanto a pequena mordiscava batatinhas fritas, a mãe se empenhava em ajudá-la a entender a matéria.

A pequena suspirou. – Eu queria ser inteligente igual você, mamãe. – Ela reclamou. – Mas matemática não entra na minha cabeça. – E fez um beicinho chateado. Hina riu, e beijou a cabeleira da filha.

- Não diga isso, meu amor. Você é muito inteligente. Sua professora sempre elogia seus textos.

- É porque eu tenho alma de uma jornalística!

- Jornalista. – A mãe corrigiu, apertando as bochechas brancas. – Filha... – Ela começou hesitante, levantando-se e seguindo para a cozinha. – Você viu alguém hoje?

A menina pensou um pouco, e lembrou-se repentinamente. – Ah! Hoje eu vi o meu bem feitor! – Hina estreitou os olhos, confusa. – Ele veio cuidar de alguns negócios da empresa dele, e nós nos encontramos por acaso. – Aquilo a aliviou um pouco.

- Só o seu bem feitor? – Vendo o assentir animado da pequena pelo espelho, Hina pôde respirar com mais calma. Ela podia enfrentar a ira de Sasuke, mas nunca a mágoa de Rikka. – Mamãe, nós vamos ao casamento da Sakura?

- Sim, querida. – Embora estivesse nervosa, tinha que admitir que o Uchiha tinha razão sobre Naruto. – Eu quero te apresentar a algumas pessoas.

- Hm... Eu... Hm... Vou poder comprar um vestido novo? – O tom envergonhado fez a mãe sorrir. Ela se virou de soslaio para a pequena, que brincava com os dedos assim como ela fazia quando constrangida.

- O mais bonito. – Ela prometeu, cansando um brilho extremo aos olhos safira.

- Ah! Eu posso usar o telefone? – A mãe deu os ombros.

- Mas depois de terminar o dever. – A pequena concordou, e obedeceu.

Não demorou muito até que ela concluísse a lição de matemática, e após reunir o material, seguiu para o quarto enquanto a mãe preparava o jantar.

Ela foi até o armário e escolheu um pijama quentinho para colocar depois do banho e se jogou na cama; puxou o telefone cor-de-rosa e discou o único número que sabia de cor. Não demorou muito até Naruto atendê-la. – Onii-chan! – Ela exclamou.

- Olá. – Ele respondeu; sorria feito uma criança.

- Você já chegou à Konoha?

- É claro que já. E você? Já jantou?

- Mamãe está preparando o jantar. Eu vou tomar um banho antes. – Ah, a comida de Hinata... Ele chegou a salivar, só de se lembrar do aroma. Rikka suspirou e tirou-o de suas memórias nostálgicas.

- O que foi? – Ele perguntou com gentileza e curiosidade.

- Hoje, quando eu voltei da aula... A mamãe estava muito brava com alguma coisa. – Aquilo o surpreendeu um pouco, mas ele não comentou. As sobrancelhas azuis da menina se estreitaram. – Acho que ela estava falando do meu pai... – O estômago de Naruto deu um giro de trezentos e sessenta graus.

- A- Ah é? – Ele gaguejou tenso. – O que vocês conversaram sobre ele? – Estava apavorado, mas por sorte, ela não notou.

- Eu não sei... Ela estava falando com uma amiga, mas pelo que eu entendi... Ela disse algo como “eu teria ficado com a minha filha e com a pessoa que eu amo”, sabe? – A pequena não pôde deixar de soar decepcionada. Naruto não respondeu. – M- Mas não se preocupe, onii-chan! Eu tenho certeza que ela vai se apaixonar por você! – Não conseguiu evitar um sorriso.

- Rikka... Você não quer conhecer o seu pai? Não quer que seus pais fiquem juntos...? Que cuidem de você, juntos? – Ela pareceu hesitar; corou ao decidir o que responder, mas prosseguiu corajosamente.

- Eu não acho que vou gostar de alguém mais do que gosto de você. – Falou, sincera. – Quero que fique com a mamãe... Quero que seja meu pai.

-... Rikka, eu-... – Mas ele se calou ao ouvir a doce voz de Hinata chamando-a de longe; só ouvir a voz da amada o fez paralisar.

- Onii-chan! Eu tenho que ir! Nos falamos depois! – E ela desligou o telefone. O “Tum Tum” do telefone nunca foi tão cruel.

As outras duas semanas antecedentes ao casamento de Sakura Haruno e Sasuke Uchiha passaram-se num piscar de olhos.

Os noivos estavam obviamente ocupados com as mais diversas coisas; desde os pequenos detalhes que faltavam a casa, arranjar um lugar na pequena residência para guardar os presentes, receber os amigos e familiares... E os padrinhos não perdiam em ocupação!

Ino estava de lá para cá com a noiva; ajudando nos cartões de agradecimentos, no vestido que subitamente pareceu ficar maior ao corpo já muito magro de Sak, entre outras coisas.

Naruto, ocupado com o trabalho, com a imprensa, e os deveres de padrinho. E Hinata, com a filha hiperativa, a imprensa e as preparações para – definitivamente – o maior casamento que ela já tinha organizado na vida.

Quando o dia mais importante da vida de Sakura e Sasuke chegou, eles nem pareciam ter notado o tempo passar. Mas o que antes foi uma bênção para a ansiedade de Hinata, agora se tornava uma maldição, já que toda a preocupação esquecida pelo trabalho pareceu vir de uma só vez enquanto ela dirigia em direção ao distrito Uchiha.

Era um fim de tarde, mas uma trilha de lanternas com o símbolo da família de Sasuke guiava todo o caminho até o estacionamento, e posteriormente, até o local da cerimônia. Hinata definitivamente nunca tinha visto tantas cabeças morenas em um só lugar! Ela imaginou que fossem os parentes de Sasuke, já que sabia que a rosada não tinha ninguém além dos tios.

Hina sentia-se tensa, não só de voltar à sua cidade natal, mas por voltar àquele lugar, onde Rikka provavelmente havia sido concebida em sua primeira noite de amor com Naruto. Era como se um turbilhão de sentimentos invadisse seu estômago.

Ela viu a mãe de Sasuke se aproximar com um sorriso doce. A senhora Uchiha usava um elegante vestido de cor de chumbo, e seus cabelos estavam presos num coque largo. – Bem vindas. – Ela cumprimentou-as. – São convidados da noiva, ou do noivo? – Hina pôde concluir que ela não devia se lembrar dela.

- Na verdade, eu-...

- Hina-nee! – A exclamação estridente fez o coração da Hyuuga acelerar. Rikka se virou e se escondeu timidamente na saia do vestido roxo da mãe. A mais velha virou-se parcialmente, e teve que se controlar muito para não chorar. Mayuki estava linda... Muito mais linda do que ela se lembrava, e agora já era uma mulher. Estava usava um vestido curto de renda bege, e os cabelos, diferente do que ela se lembrava, estavam soltos.

Mas mesmo com corpo e rosto maduros, seus olhos não haviam mudado em nada. Itachi guiava-a na cadeira de rodas, e se aproximou da madrinha com um sorriso tranquilo no rosto. – Há quanto tempo! – A Uzumaki exclamou, saudosa, e abraçou a ex- cunhada.

- Mayu... – Hina retribuiu ao abraço; estava sinceramente feliz por vê-la tão bem, tão alegre.

A loirinha afastou a cadeira um pouco, quase pisando no pé do namorado, e olhou com admiração para a Hyuuga. – Você está linda! – Ela exclamou sorridente. Hina corou um pouco, e deu os ombros.

- Madrinhas tem que se esforçar. – Murmurou com timidez. Mayu concordou.

- Ah! – Ela apontou para o alto Uchiha às suas costas. – Esse é Itachi Uchiha. Acho que você já o conhece... É o irmão mais velho do Sasuke. – Eles se cumprimentaram com um aceno.

- Sim, eu já o conhecia. – Ela alisou a cabeleira da filha, e com a cabeça, pediu para que ela deixasse de se esconder. Timidamente, a pequena se aproximou de Mayuki. – Essa é Rikka, a minha filha. – Apresentou orgulhosamente, e pelos olhos da irmã de Naruto, notou que ela já devia saber.

- Oi, Rikka. – Ela falou encantada. – Eu sou Mayuki, mas pode me chamar de “tia”, ou “tia Mayu”. – Instigou, e a menina assentiu. Ela se curvou educadamente.

- É um prazer conhecê-la. – Mayu riu.

- Isso me lembrou da sua irmã no primeiro dia de aula! – Hinata sorriu.

- Vocês têm se falado? – Mayuki deu os ombros.

- De vez em quando. Ela tem o cão de guarda dela, e eu tenho meu serviçal. – Itachi ergueu uma das sobrancelhas, mas foi ignorado. – Mas de vez em quando nos encontramos para almoçar juntas. – Hina assentiu.

- Depois do... Incidente com meu pai, você a viu? – Mayu negou com a cabeça, e uma pontada incômoda cutucou o estômago de Hinata. Mas ela não teve muito tempo para pensar naquilo, já que, de uma hora para a outra, Rikka correu gramado à frente.

Ela estava pronta para pedir para ela não brincar muito longe quando, ao erguer os olhos, esqueceu-se de como respirar. Lá estava ele... Naruto. O seu Naruto. De braços dados com a tal destruidora de lares que devia ser a única pessoa que Hinata odiava no mundo – pois ela jamais odiaria o pai. E o pior de tudo, é que a maldita estava ainda mais linda do que se lembrava, assim como o pai de sua filha, que surpreendentemente, sorriu, agachou-se e pegou a menina no colo como se fossem amigos de sempre. – Nii-chan! – Ela exclamou com felicidade. – Eu não sabia que você estaria aqui! – Sorrindo, Naruto deu os ombros.

- Surpresa. – Ele disse simplesmente, e entre a multidão de cabeleiras morenas Uchiha, encontrou os petrificados olhos de pérola da sua eterna amada. 


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Notas finais do capítulo

Enfim, o reencontro tão esperado!
A palavra de ordem do próximo capítulo é~: BARRACOS! :D Então se preparem, porque tensão é o que não vai faltar! :D
~
Eu vou falar um pouco sobre The King (sim, decidi o nome da próxima fic. XD).

A história se passa no sofredor Reino do país do Fogo, que necessita do nascimento de um novo Rei, um novo salvador. O problema é que ninguém lúcido poderia estar disposto a querer governar um povo tão violento e cruel.
Ainda assim, um príncipe perdido, até então com sua identidade mantida à sete chaves é obrigado à assumir as responsabilidades de todo um país que ele não reconhece, de pessoas que ele nunca ouviu falar, e ter despertadas lembranças cruéis de uma infância trágica, marcada de sangue e sofrimento que ele só queria esquecer.
Sem seu amor, sem seus amigos... Como ele sobreviveria àquele mundo?

Essa é uma pequena sinopse. Se gostarem, ficarei feliz em trazer mais algumas informações nas próximas notas dos próximos capítulos!
~
Dúvidas? Críticas? Sugestões? Sempre disposta. :)
Obrigada por todos! Espero vê-los semana que vem! sz