Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 10
Parte X - Declarações.


Notas iniciais do capítulo

YO MINNA!
Como vão? *-*
Eu passei a semana inteira pensando em vocês, seus lindos! Me surpreenderam de uma maneira indescritível!
Quer dizer, eu não tinha gostado tanto do capítulo... Mas foi o mais comentado até agora! Fiquei muito surpresa! o.o
E feliz. E acabou que o capítulo ficou como um dos meus favoritos agora! XD
Vocês hein... Adoram uma tragédia, né não?! XD
Bem, aí está o capítulo, como prometido.
Desse eu gostei, espero que gostem tanto quanto do último! :3



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PARTE X – Declarações.

            Com a sala vazia e os olhos verdes tão fixos em seu rosto, Sasuke perdeu noventa por cento da coragem que tinha tomado para que aquele momento chegasse – embora ele não tivesse planejado nada realmente.

Sakura, que num minuto antes se sentia a pessoa mais irritada do universo, agora não conseguia pensar em nada que não fosse aquelas belas pérolas negras que encaravam de maneira desejosa os seus lábios – e ela sabia, porque embora ele não parecesse notar, não conseguia mudar a direção do olhar. Ela nem mesmo conseguia se lembrar do porque estava brava, nem que queria arrancar os cabelos sedosos do amado, ela só conseguia imaginar, com aquela fértil cabecinha que há muito era nutrida com romances melosos e clichês, o que ele faria a seguir. Ele poderia simplesmente beijá-la, e esquecer todas as diferenças... Mas embora ansiasse que aquilo de fato acontecesse, ela o conhecia bem demais para chegar a cogitar a possibilidade.

E como ela havia imaginado que aconteceria, depois de minutos se encarando, ele a soltou. – Desculpe pelo modo que me referi a você. – Ele começou, concentrando-se em fixar os seus olhos nos dela. Sakura só pôde assentir. – Eu sei que você é uma boa garota... – Continuou hesitante. – E sei que eu te magoei, então peço perdão por isso também.

- Não precisa pedir perdão por me magoar. – Ela desviou o olhar com um sorriso triste. – Você simplesmente disse o que pensava, disse o que sentia... Você não retribui os meus sentimentos, e mesmo que isso doa um pouco... Foi melhor do que ficar na duvida. Eu realmente prefiro a verdade... Assim, eu posso pelo menos tentar conhecer novas pessoas, e-...

- Mas eu não te disse a verdade! – Ele a interrompeu, apressado. O rosto alvo enrubesceu, e o olhar de esmeralda voltou a mirá-lo. – Eu... Não disse como me sinto realmente... – Tentou dizer, sufocado.

-... Então diga...! – Ela implorou, e enquanto os corações palpitantes batiam descompassados, enquanto o rosto do Uchiha borbulhava e sua mente buscava interpretar apressadamente os sentimentos que ele mesmo não entendia, e que sentia há tanto tempo, eles ouviram. Inicialmente, ouviram apenas um grito, uma voz que parecia muito a de Naruto, que foi seguida por outros gritos, mais assustados, e uma sequencia de pessoas exclamando: “Acidente!”, “Acidente”! E com uma troca de olhares assustados, se apressaram em ir até a fonte de tanto desespero.

Naruto estava paralisado. Nunca imaginou que um ser tão pequeno como Hinata Hyuuga pudesse correr tão mais rápido do que ele, e muito menos que o resultado de tanta correria seria algo assim, tão macabro.

A bicicleta havia tombado violentamente contra Hinata, de uma forma tão bruta que o veículo se virou sobre a garota, e o motorista – para seu azar, e sorte dela – acabou sendo lançado há um metro de distância. Por a alegria de Sai, que fora imediatamente reconhecido e acudido por Ino, havia conseguido amortecer a queda com o braço esquerdo.

Hinata, por outro lado, não tivera tanta sorte. Ela nunca havia segurado uma bicicleta em toda a sua vida, então jamais imaginaria que elas fossem tão pesadas. A primeira coisa que aconteceu durante o baque foi o guidão bater em seu rosto, e por mais que ele fosse espumado, acabou por cortar a lateral de seu rosto. A corrente havia aberto um corte mediano em seu braço e um considerável em sua coxa, que sangrava abundantemente, e ela simplesmente não conseguia se mexer, pois uma das rodas estavam sobre seu rosto, e metade do “brinquedinho” de Sai estava sobre seu corpo, imobilizando-a. E o pior de tudo é que ela estava consciente. Não só consciente, como assustada.

O choro havia parado graças ao espanto, e ela não conseguia raciocinar. Naruto não deixou que ninguém se aproximasse; berrou na direção de Ino, para que ela chamasse uma ambulância e empurrou a bicicleta para longe do corpo da Hyuuga. Depois disso, mesmo com os avisos de Ino para que a deixasse imobilizada para que fosse ao ambulatório, ele a ajudou a sentar e perguntou incansavelmente se ela estava bem, mas Hina estava muito pasma para qualquer resposta.

Ele a pegou no colo sem dificuldade, sem se importar com o sangue manchar a camisa branca do uniforme e a levou para dentro do colégio. Passou direto por Neji, que estava muito chocado para qualquer reação, e apenas o seguiu.

Hinata tremia muito, ainda abalada, e não conseguia formar um pensamento coerente. Sak gritou ao esbarrar com eles, e se apressou em ordenar que Naruto a levasse para a enfermaria, e eles assim fizeram. Todo o colégio murmurava sobre o assunto, fantasiando situações para o motivo e o acidente, mas não os seguiram.

Assim que chegaram, Naruto pousou a moça cuidadosamente sobre a maca e Sakura se apressou em chamar a prima, Shizune – que era a enfermeira – para ajudar a amiga.

Ela era morena, tinha cabelos curtos e usava um uniforme típico de enfermeiras; a primeira coisa que fez ao ver a menina acidentada foi analisar seus ferimentos, que embora profundos, não eram exatamente perigosos – pelo menos não seriam se ela os tratasse com cuidado. E após acabados os primeiros socorros, entregou um calmante à Hyuuga, brigou com Naruto, deixando bem claro que ele não deveria tê-la movido antes de falar com um profissional, uma vez que ela podia ter sequelas. O loiro ouviu a bronca e se desculpou, e perguntou mais de trinta vezes se os ferimentos eram sérios. – Eu vou ter que costurar o ferimento da perna... – Ela avisou à garota, que mesmo com o calmante parecia assustada. – Só vai doer um pouco... Mas é melhor do que ter uma cicatriz gigante num corpo tão lindo, não é? – E sorria com uma gentileza quase palpável.

- Você precisa de ajuda? – Sakura estava ansiosa e ficou ainda mais com o assentir da prima.

- Eu ficaria grata se terminasse de esterilizar as agulhas. – A rosada concordou, e se apressou em obedecer. Naquele meio tempo, a ambulância chegou e após certificar-se que os ferimentos dos acidentados não eram tão sérios, foram-se. Com a ajuda da enfermeira, Hina vestiu o uniforme de educação física que por sorte havia levado e foi tratada pela morena.

Não demorou mais de dez minutos até que ela terminasse as costuras; a ferida do braço foi desinfetada e enfaixada, e a enfermeira garantiu que não deixaria cicatrizes. A da perna também foi enfaixada sobre os pontos, e a do rosto, desinfetada e escondida por um adesivo de gaze.

E só depois de banhada, trocada e tratada foi permitido que os garotos entrassem para vê-la. Mesmo assim, ela não se sentia pronta para encarar nem o primo, nem o amado. Por mais que quisesse abraçá-los e chorar pelo susto.

Percebendo isso, Ino, que até então estava cuidado das feridas leves do paquera na maca ao lado, se levantou e convocou o Hyuuga para uma conversa fora do quarto.

Sakura e Shizune estavam ocupadas demais cuidando do visitante e Sasuke, ocupado demais ao pensar em quando teria outra oportunidade como a última, deixando Hinata e Naruto sozinhos – pelo menos teoricamente. Ele puxou a mão com band-aids, mas ela ainda não conseguia olhar para ele. – Por que saiu correndo daquele jeito? – Ele perguntou de repente, deslizando o indicador pelo curativo ilustrado com flores infantis. – Não faça mais aquilo. – Pediu com a voz esganiçada.

- Por que você se importa? – Mesmo que quisesse, ela não conseguia fazer uma voz rancorosa, então soou tristonha. Naruto riu sem humor.

- Não é óbvio? Eu me importo porque gosto de você.  – Os olhos perolados se ergueram na direção do rosto dele, mas os orbes azuis ainda fitavam a mão ferida. – Eu fiquei desesperado... Eu teria entrado na frente, mas você corre muito rápido. – Ele riu mais uma vez, fungando. – Eu queria bater naquele cara... Mas eu travei quando vi o seu sangue. – E ergueu os olhos que faiscavam com um sentimento desconhecido pela garota. – Me desculpe. – Pediu, mas ela não respondeu. Mais uma vez, ele fungou, e coçou os olhos. – Talvez no começo eu realmente tivesse tido uma recaída, sabe? Talvez eu quisesse só ficar com você, mas agora... Eu realmente gosto de você. – Garantiu com os olhos fixos aos dela. – Se não, por qual outro motivo eu estaria tão irritado em te ver assim? – E deslizou o polegar pelo curativo que escondia o corte no rosto, fazendo-a corar. – Eu estou tão irritado... Tão furioso... Com aquele cara idiota, que ficou correndo com uma bicicleta tão pesada, com você, que não me escutou, que não parou... – E deslizou a mesma mão até a nuca dela, arrepiando-a; apertou a raiz dos cabelos azulados sem muita força, e encostou a testa na dela. – E mais que com qualquer um, estou furioso comigo. Por te magoar... E por não te parar.  – E aquelas palavras foram o estopim para que ela voltasse a chorar.

- O que você quer? – Neji perguntou assim que estavam suficientemente distantes da enfermaria. Ino cruzou os braços; tinha um olhar severo de reprovação no rosto.

- Você está feliz? – Perguntou com irritação. – Está feliz com o que conseguiu?!

- Do que está falando? – Ele realmente estava impaciente.

- Só estou dizendo que conseguiu o que queria: Hinata ouviu o que a Tenten tinha a dizer. Ela ficou tão chateada que acabou sendo atropelada! Seu grande idiota! – E apontou o indicador na direção dele. – Se você pudesse pelo menos esperar para ver se é ou não sério... Mas não... – Ela estava quase gritando. – Você tem que ser preconceituoso com o passado dele. Melhor! Tinha que se vingar por ele pegar a vadia da sua ex-namorada, não é?!

- Você está passando dos limites, Yamanaka... – Ele soou reprovativo.

- Danem-se os seus limites! – Ela gritou. – Por culpa da sua inconveniência, Hinata foi atropelada!  Graças à sua infantilidade, ela se machucou! Não só fisicamente, ela está profundamente magoada! E mágoa, meu amigo... Embora você não deva compreender o que significa essa palavra, é a pior dor que pode existir! Principalmente se é com alguém que você gosta, principalmente se é um amor tão puro quanto o da Hinata pelo Naruto!

- Você quer falar de mágoa?! Vamos falar de mágoa! – Ele a pegou pelo pulso e a lançou contra a parede. – O seu querido amiguinho arrancou minha namorada, transou com ela mais do que eu e como se não bastasse, ainda vem tirar onda pra cima da minha prima! Eu não vou deixá-lo magoá-la! Não vou deixá-lo fazer com a minha prima o que ele faz com as garotas... ELE NÃO VAI TOCAR NA MINHA FAMÍLIA, ENTENDEU?! – O rosto do rapaz estava vermelho pela fúria, e Ino se sentiu acuada pela primeira vez em muito tempo. Mesmo assim, ela não recuou.

- As pessoas mudam. – Falou calma dessa vez. – Você deve saber melhor do que ninguém que as pessoas mudam, então porque não pode dar uma chance para ele? – Ele então a soltou, e virando-se de costas, respondeu com rancor:

- Como eu poderia acreditar que alguém que me mudou para o pior, pode mudar para o melhor? – E tornou a andar na direção da enfermaria.

Mesmo que ele não quisesse demonstrar, sentia-se, mais do que qualquer um, ele se sentia culpado. Sentia-se responsável e não discordava de Ino, pelo menos não totalmente. De fato, ele estava preocupado com o envolvimento da prima com Naruto. Preocupado de que fosse a volta da personalidade pervertida e sem noção do Uzumaki, com medo da sua inocente parenta ser enganada por um calhorda. Mas também não negava que, bem no fundo de seu coração, ele queria se vingar. Queria se vingar da dor que Naruto o fez sentir ao descobrir que a sua primeira namorada o havia traído, da raiva quando soube que ele a roubara de forma não baixa.

Quando se aproximava da sala, viu Sakura e Sasuke saindo dali, e juntos de Shizune e o desconhecido que atropelara sua prima. Ele estava com o braço enfaixado e mancava, mas não foi isso que chamou a atenção do Hyuuga, e sim o olhar que Sakura e Sasuke lhe lançaram, um olhar que provava que, no momento, ele era a pessoa mais indesejada. Mesmo assim, o moreno não se importou... Pelo menos não até abrir a porta e ver, surpreso, a filha de Hiashi chorando inconsolavelmente no peito de Naruto, que sentado na maca ao lado dela, alisava com gentileza os cabelos azulados, confortando-a de um modo que Neji sabia, jamais poderia se comparar.

Mesmo assim, ele não deixou de sorrir. Por que ao ver os olhos preocupados do Uzumaki e a expressão desesperada e agonizante que havia presenciado enquanto o loiro a salvava, ele pensou, mas só pensou que talvez aquela loira briguenta pudesse ter razão. E que mesmo que ele continuasse um calhorda como era antes, Hinata não seria como as outras garotas, e não permitiria nada que não a agradasse.

Então, sensato como sempre fora, tornou a fechar a porta sem que o casal notasse, e refez seu caminho para a sala de aula.

Eles ficaram ali, sozinhos na enfermaria pelo resto do dia. Shizune tratou de resolver os problemas causados pelo acidente, toda a papelada que normalmente era assinada pelos pais, e toda a burocracia pelo acontecido ocorrer em terreno escolar. Seus amigos, embora preocupados, eram suficientemente inteligentes para perceber que, no momento, a presença de Naruto era tudo o que ela precisava. Mesmo Kiba, que nutria uma paixão platônica pela garota, achou que era melhor não ir até lá.

Quando Shizune voltou à enfermaria, horas depois, quase expulsou-os do lugar. Exclamou ao quatro ventos que Hinata já parecia suficientemente calma para voltar ao clã, e seria muito melhor ela ficar em casa, passando o dia descansando do que ali, naquele cubículo que era o seu local de trabalho. Claro que tímida como era, Hina não hesitou em pegar seus materiais – que haviam sido trazidos uma hora atrás por Sasuke – e deixar o colégio. Mesmo que a enfermeira tivesse pedido tão cautelosamente, Hina não chamou o primo. Ainda se sentia constrangida demais por duvidar de sua palavra, mas nem era necessário. Afinal, mesmo que ela insistisse que não era necessário, Naruto fez questão de acompanhá-la até o clã.

Eles não conversaram nada que fosse realmente importante, apenas andaram cabisbaixos, cada um perdido em seus próprios pensamentos, mas ao alcançar a temida esquina que dava na residência Hyuuga, nenhum quis continuar.

Quando enfim as aulas terminaram, a primeira coisa que os alunos do segundo ano fizeram foi visitar a enfermaria. Preocuparam-se com a ausência da acidentada, mas foram logo tranquilizados por Shizune, que após avisar a todos que a senhorita Hyuuga havia voltado acompanhada para casa, e que ninguém precisaria pensar mais nisso, já que os ferimentos eram mais em tamanho do que em gravidade, foram enxotados pela morena, que após tanto trabalho já não tinha o menor senso de caridade.

Claro que a rosada estava preocupada com a amiga, mas não pôde deixar de se sentir feliz ao sair logo do colégio. Todo aquele sentimento se devia, claro, ao fato de que ela e Sasuke, como sempre, fariam o mesmo caminho para casa sozinhos. Era uma oportunidade de ouro para que a conversa interrompida pelo acidente fosse retomada. Sasuke era inteligente demais para captar a ansiedade da rosada, e isso estranhamente o deixou ainda mais tenso do que já estava anteriormente – se é que aquilo era possível.

De fato, ele também pensava que resolver aquilo era necessário, mas realmente não conseguia pensar no quê dizer a ela. Naruto podia ser idiota, mas ele tinha razão quando o intimou a dizer logo se gostava ou não de Sak, mas como ele diria algo que nem mesmo ele conseguia saber direito?

Sim, ele gostava da companhia da Haruno. E claro que não tinha gostado nada de vê-la com o ruivo, amigo de Itachi... Mas e se ele não estivesse realmente apaixonado? E se ele a magoasse com tudo aquilo?! Garotas geralmente eram fãs de rapazes frios, mas daí a namorá-los... Ele perdeu metade do caminho até o condomínio que servia de moradia aos Uchiha pensando nas inúmeras possibilidades de magoá-la quando Sakura enfim parou, cruzando os braços de maneira impaciente, e lhe lançando um olhar de claro ultimato.

Sasuke não gostou daquilo. Odiava ser pressionado, e ainda mais quando seus sentimentos eram em prol de uma pessoa. – Você vai ou não falar?! – Ela quis saber irritada.

- O quê?! – Ela suspirou impaciente, e contou até dez mentalmente. Não podia acreditar em como um rapaz como ele poderia ser tão enrolado em algo tão simples quanto à resposta de uma confissão.

Ao invés de ofender todos os descendentes dos Uchiha, ela preferiu não responder àquela tão estúpida pergunta obviamente retórica, e esperou até que ele prosseguisse com sua declaração – e ela realmente esperava que fosse uma, porque se não, haveria um gostoso a menos no mundo. E decifrando o olhar frustrado, Sasuke não pôde deixar de sorrir. Largou a pasta no chão e se aproximou da rosada.

- Parece querer me espancar, sabia? – Ele parecia tão... Tão irritantemente divertido que a fez desviar o olhar. – Desculpe. – Ele pediu apenas para que as esmeraldas voltassem ao seu rosto, desta vez mais sério. – Eu sei que está ansiosa, mas... Sinceramente, não posso ter certeza se o que sinto é ou não paixão. – Sakura não respondeu. Esquivou-se do colega e seguiu a frente, sendo interrompida pela mão forte que segurou seu pulso, ainda mais firme que na sala. Ela virou o rosto parcialmente e Sasuke suspirou ao puxá-la. – Eu ainda não acabei. – Avisou, ignorando a expressão tristonha da garota. – Mesmo que eu não saiba se estou apaixonado, eu sei que gosto de você. – O rosto alvo enrubesceu, fazendo-o sorrir. – E definitivamente não gosto de te ver saindo com outros caras. – Adicionou enquanto desviava o olhar, fazendo-a rir. Ela não se conteve: abraçou-o sem se importar com a vergonha do rapaz, e o apertou possessivamente. Não importava se ele não sabia o que sentia... Ela o faria se apaixonar se fosse necessário! De agora em diante, essa seria a missão de vida de Sakura Haruno!

Do lugar onde estavam, podiam ver claramente os grandes muros da casa de Hinata, mas nem a cama macia e os cuidados que sabia que teria serviram de estímulo para que ela fosse até lá. – Você tem que ir... – Ouviu Naruto dizer. – Tem que descansar. – Ele avisou enquanto colocava as mãos no bolso da calça. Hina assentiu, mas não moveu um músculo.

- Quer vestir algo do Neji nii-san? Vocês devem ter quase o mesmo tamanho... Suas roupas estão sujas, eu deveria lavá-las. – Mantinha-se cabisbaixa.

- Não é preciso. – Ele se apressou em dizer, quase enojado com a ideia de vestir algo do mesmo cara que quase acabara com suas chances. E o silêncio continuou, até que ele tivesse coragem o suficiente. – Você quer que eu te explique? – Perguntou. Os olhos perolados se ergueram na direção dele, tão surpresos que o fez sorrir. – Se você quiser, eu posso te explicar porque fazia aquilo. – Murmurou enquanto alisava o rosto corado da mocinha.

Os lábios de Hina se abriram, mas ela não tinha certeza do que dizer. Porque mesmo que quisesse saber... Mesmo que estivesse tão curiosa que quase não conseguia se conter, ela era uma pessoa discreta. E na educação de Hyuuga aprendeu, sobretudo, que há coisas que é melhor não saber – como, por exemplo, o motivo da briga dos pais quando ela e a mãe partiram para Kyoto. O Uzumaki pôde ler cada contradição que quase emanava dos olhos angustiados da Hyuuga, e riria se não fosse uma ocasião tão séria. – Não se preocupe... Não precisa responder agora, se não quiser. – Tranquilizou-a. – Eu falo quando quiser que eu fale. – E encostou a testa na dela. O rosto de Hina, assim como ele imaginaria que aconteceria, conseguiu ficar ainda mais vermelho do que antes. – Isso me alivia... – Ele disse entre um suspiro.

- O- O quê?! – Ela questionou nervosa, e ficou ainda mais ao ver o sorriso maroto no rosto do loiro.

- Porque, se você fica não nervosa com a minha aproximação... – E alisou a gaze que cobria o ferimento do rosto. – Significa que ainda sente alguma coisinha por mim, certo? – Ela fez uma careta inconsciente. Claro que sentia algo por ele! Mesmo que estivesse destruída psicologicamente ao descobri-lo, como poderia não sentir? Ele era sua primeira paixão... Ninguém esquece uma paixão por decepção, certo?

Mais uma vez, ele notou a fagulha nos orbes de pérolas, que denunciavam os confusos pensamentos que se formavam na mente da Hyuuga, e com mais um sorriso, seguiu o instinto que nunca o deixava na mão, avançando o rosto mais do que deveria. A garota enrubesceu ao notar o que ele faria, mas mesmo que ainda estivesse magoada... Mesmo que ainda estivesse machucada... Algo dentro de seu puro coração sussurrava que a confissão de Naruto Uzumaki era muito mais que palavras escolhidas a dedo para encantar quaisquer garotas. E, apostando aquele baixo sussurro soprado de sua alma, ela fechou os olhos, e se permitiu ser feliz ao sentir os lábios doces de seu primeiro amor beijar os seus.


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Notas finais do capítulo

Na verdade esse é o primeiro acidente que descrevo. Não sei se ficou muito bom porque como eu não tenho vida social e não saio de casa, nunca vi nenhum acidente, mas tentei deixar o mais real possível.
AHÁ! PEGUEI VOCÊS! A maioria pensava que o Naruto ia salvá-la, e eu cogitei isso seriamente... Mas acho que ficaria clichê demais. Mas no fim teve um bom resultado não é!? :D
-
Essa semana começam minhas provas, e eu to muito tensa com isso... Mas vou tentar escrever no feriado para ter capítulos prontos pra postar.
Então, para abrir a minha mente... O que acham de dizer o que esperam pro próximo capítulo?!
Eu adoraria ver as sugestões que têm pra mim. Com certeza me animaria! *-*
Espero que comentem tanto quanto comentaram no último! Estou ansiosa por suas respostas! *-*v
-
Crítica, dúvidas, sugestões... Estou ao seu dispor, caro leitor. ;*