Andava pelos corredores de cabeça baixa, era vergonhoso ver as pessoas cochichando e apontando para mim. Sim, eu estava sendo o principal assunto da escola nos últimos dias, graças as fotos que estavam rondando na internet de eu e o Justin entrando no hotel onde ele estava hospedado.

Os principais sites de fofoca comentaram sobre o assunto, nunca esquecendo de comentar que eu fui a ultima OLLG e que depois o JB voltou atrás. Todos falam a mesma coisa "Justin se encontrou com ela como uma forma de pedir desculpa por ter voltado coma tradição da One Less Lonely Girl" comentavam os escritores.

–Eiii, em que mundo você está heim?- Anna puxou meu braço me obrigando a parar e prestar atenção nela - Eu estou aqui falando com você a horas e você aí na Lua- Ela falou enquanto entravamos na sala e nos sentávamos.

–Desculpa Anna, eu estava pensando um pouco - Comentei olhando para as pessoas a minha volta.

–Deixa eu adivinhar - Ela colocou o dedo na bochecha enquanto apoiava o cotovelo na mesa, com uma cara pensativa -Estava pensando no Justin não é - Ela falou e eu fiquei vermelha no mesma hora. Ela deu um gritinho e depois soltou um "Eu sabia" ainda alto, fazendo com que as poucas pessoas que não olhavam em nossa direção olhassem.

–Anna!- Eu a repreendi e ela se endireitou na cadeira me olhando com um cara de "me conta o que estava pensando agora". -É bem estranho ser o centro das atenções- Olhei para algumas pessoas, as vendo pararem de me olhar e fingirem estar conversando sobre um assunto que não tinha meu nome no meio.

–Todas estão com inveja de você garota- Ela apontava para si enquanto falava, mostrando que também estava.

O professor entrou na sala, acabando com o assunto. Essa seria a ultima aula que eu teria hoje, então tentei prestar atenção nela. E até que ela não demorou para passar.

Logo o sinal estava batendo, anunciando que as aulas de hoje haviam acabado. Fui em direção à saída, não antes de me despedir da Anna, ela ficaria no colégio para ensaiar uma peça para o teatro da escola.

Fui para casa andando, perguntando a mim mesma porque ainda não havia tirado minha carteira de motorista.

No caminho meu celular vibrou no bolso da minha calça e Back to December da Taylor começou a tocar. Olhei para a tela vendo que era o Justin, sorri um pouco e respirei fundo antes de atender.

–Oi- Disse ainda respirando fundo, me preparando para ouvir a voz dele.

–Mandy?- Ele falou e eu sorri imediatamente.

–Sim, sou eu- Falei e ouvi ele suspirar.

–Você lembra quando eu te convidei para o aniversário do meu irmão mais novo?- Ele deu uma pausa, talvez esperando por uma resposta minha- Só queria dizer que a proposta ainda está de pé... - Ele falou e eu sorri mais uma vez, abrindo porta da minha casa e indo correndo me deitar no sofá.

–E quando vai ser- Sim, eu estava pensando em ir.

–O aniversário dele foi dia 20, mas a festa vai ser daqui a alguns dias- Ele falou e depois começou a falar algo com uma pessoa fora da linha- Calma ai que tem uma pessoinha chatinha querendo falar com você - Pude ouvir uma voz de criança soar animada falando com ele.

–Mandyyyy - Ela falou, eu realmente conhecia aquela voz, só não lembrava.

–Quem está falando?- Pude a ouvir rir um pouco

–Jazzy- Ela falou totalmente meiga. - Você vai ao aniversário do bebê?- Ri ao escutar se referindo ao irmão mais novo como bebê.

–Eu não sei princesa- Pude ouvir ela reclamar um pouco baixo - Mas prometo que vou tentar ir- Ela riu começando a falar sobre a festa, disse que teria um palhaço e que ela amava palhaços. Eu apenas escutava atenta a tudo que ela dizia, rindo de tanta animação que ela transbordava a cada palavra. -O Jus ta aqui reclamando por eu ta falando muito tempo com você. Ele que falar com você Mandy, beijos - Antes mesmo que eu pudesse me despedir já podia ouvir o Justin falando algo para ela, não consegui entender o que eles estavam falando, talvez porque o telefone estivesse longe.

–Estou de volta- Justin falou rindo me fazendo rir também. -Mas agora vou precisar desligar, sabe terminar de ajeitar as coisas para o ultimo show de hoje - Suspirei em pensar que ficaríamos bastante tempo sem nos ver novamente.

–Boa sorte no show hoje- Tentei parecer animada para que ele também ficasse.

–Você não que ir? Por que se você quiser eu te arrumo ingreços ou você fica vendo o show com minha mãe e... - Ele falava animado e rápido, nem parecia respirar

–Justin- O interrompi - Olha, eu acho melhor não - Falei e ele suspirou um pouco. Ficamos em silêncio por algum tempo.

–Então, vamos nos encontrar amanhã, antes de sairmos da cidade... -

[...]

Olhei para o relógio em meu pulso vendo que faltavam 10 minutos para ele chegar. Coloquei minha bota apressada, depois corri para terminar minha maquiagem. Por fim me olhei no espelho, estava com uma roupa bem agasalhada pelo fato de estar muito frio lá fora. A chuva tinha cessado, mas os trovões não paravam o que me dava um pouco de medo.

Tenho que admitir que se estivesse marcado de sair com qualquer outra pessoa já teria cancelado a muito tempo, mas iria sair com o Justin e bem, essa é uma situação bem diferente. Nunca cancelaria nada com ele.

Desci as escadas e fui para a cozinha, bebendo um pouco d'água, tentando diminuir um pouco o frio na barriga. Mas tudo foi em vão, pois assim que ouvi uma buzina soar do lado de fora o frio na minha barriga triplicou.

Peguei a chave em cima da mesa e abri a porta já sentindo um sorriso bobo surgir em meus lábios. Fechei a porta e olhei para frente, vendo ele tão perfeito quando eu me lembrava. Acenei um pouco e olhei para o céu vendo que estava começando a chover.

Corri para perto do carro ele rapidamente abriu a porta para mim, me sentei no banco passando minha mão pelo meu cabelo que estava todo molhado. Depois olhei para ele, vendo-o sorri retribui o sorriso. Nós ficamos nos olhando por algum tempo até ele dar largada no carro, voltando sua atenção para a estrada.

–Para onde vamos?- Reparei que sempre fazia essa pergunta quando estávamos junto, e bom, isso era estranho.

–Eu tava pensando em irmos a um parque de diversão que tem aqui perto, ele estreou faz pouco tempo- Ele não tirou os olhos da estrada enquanto falava.

–Ir para um parque nessa chuva?- Perguntei, me encolhendo só de pensar no frio.

–O que tem?- Serio que ele achava isso normal?

–Justin, nós vamos ficar todo molhados e morrendo de frio e é bem capas de no final de tudo, ainda pegarmos um resfriado- Ele pareceu pensar por um tempo, acho que ele ficou decepcionado em saber que não iríamos ao parque.

–Então vamos ficar aqui mesmo- Ele falou depois de algum tempo, parando o carro, eu tentei comentar que estacionar o carro em cima de uma calçada é totalmente errado, mas ele apenas deu de ombros, dizendo que estávamos em uma estrada e ninguém andava a pé aqui.

Ele abriu a janela fazendo com que um ar frio entrasse e eu me encolhi, reclamando do frio. Ele riu, pegando se jogando para o banco de trás e depois voltando a se sentar no banco do motorista, só que com um edredom na mão. Depois ele inclinou o banco para trás, fazendo com que ele ficasse quase deitado, eu fiz o mesmo. Nós nos cobrimos com o edredom e eu suspirei assim que senti que ele estava começando a me esquentar. Sim eu sou muito fraca para frio.

–O que vamos fazer agora?- Perguntei o olhando, enquanto tentava achar uma posição confortável para me deitar e ao mesmo tempo, tentava cobrir todo o meu corpo para me esquentar.

–Sei lá - Ele deu de ombros e depois pensou - Podemos nos fazer perguntas, sabe, para nos conhecermos melhor- Eu sorri empolgada e ele logo notou que eu queria fazer a primeira pergunta.

–Tá, então, deixa eu pensar...- Falei pensando em algo não muito importante para perguntar -De quem você sente muita falta quando está em uma turnê?- Falei e ele fez uma careta;

–Eu sinto falta de tantas pessoas- Falou me fazendo rir um pouco - Eu diria minha mãe, mas ela está me acompanhando por toda essa turnê, então meus irmãos, talvez meus amigos- Eu confirmei com a cabeça e esperei ele pensar em alguma pergunta.

–Qual é sua cor favorita- Ele perguntou sorrindo

–Eu amo todos os tons de azul - Falei e ele me com uma cara engraçada, talvez por eu não ter apenas uma cor favorita - Ok, minha vez- Falei e pensei em outra pergunta -Qual é o seu cantor favorito?-

–Michael Jackson - Ele sorriu dançando Thriller de um jeito desengonçado, talvez por estar deitado, eu quase me matei de rir.

–Qual são suas flores favoritas- Ele perguntou assim que eu terminei com meu ataque de risos.

–Serio?- Perguntei e ele confirmou com a cabeça - Gosto de Orquidias e Violetas - Ele sorria a cada palavra que eu falava e era inevitável não sorri também. - Qual das suas músicas é a sua preferida?- Ele fez uma careta parecendo não entender o que eu quis dizer, mas depois voltou a sorrir.

–Down To Earth - Ele cantou uma trechinho do refrão baixinho, me fazendo ficar maravilhada com sua voz. -E você, prefere qual das minhas músicas? - Ele aumentou o sorriso

–Acho que Up - Falei e ele me olhou pedindo uma explicação de porque essa música - Minha melhor amiga é Belieber, foi até por causa dela que eu fui ao seu show, mas continuando, eu sempre tinha que ficar ouvindo suas músicas com ela, já que ela ouve-as 24 horas por dia, e de todas, a que eu mais gostei foi Up. Gosto do ritmo mais lento do que as outras e da letra com um significado próprio- Ele sorriu e nós no olhamos, cantamos ao mesmo tempo "Nowhere but oh up, whoa whoa" bem alto.

Depois entramos em mais uma crise de riso. Era tão bom poder passar um tempo assim com ele, só rindo e falando coisas tolas. Sem me preocupar com nada, sem pensar em nada a não nele. Nossa crise já havia passado mais ainda mantínhamos um sorriso no rosto.

Sua mão fazia um pequeno carinho em minha bochecha, fechei meus olhos apenas sentindo o pequeno toque. Quando os abri ele já estava ali na minha frente, sua respiração batia em meu rosto me fazendo cócegas e seu hálito de menta me fazia delirar. Me aproximei mais, voltando a fechar meus olhos assim que senti seus lábios no meu, era apenas um selinho mas as borboletas já faziam festa em meu estomago.

Ele se afastou um pouco de mim, mas eu o impedi, abraçando o pescoço dele e lhe dando outro selinho. Sua língua pediu passagem e eu cedi, passando minhas mãos em seu cabelo enquanto as deles se localizavam em minha cintura fazendo um leve carinho. Era bom poder sentir o gosto dele mais uma vez. Nós nos afastamos devido à falta de ar mais logo iniciamos outro beijo só que mais calmo, e depois de vários selinhos nos afastamos.

–Eu vou viajar hoje à noite- Ele pronunciou depois de alguns minutos. Eu suspirei. Sabia que daqui para frente teríamos que seguir em frente. Sua turnê cada dia estará em um lugar e nunca mais passará por aqui, na Califórnia. Quando ele tiver folga vai passar o tempo com a família e com os amigos, não terá mais tempo para me ver. E isso era o que eu mais temia. Eu me apeguei a ele e agora ele terá que ir, sabe, continuar vivendo a vida dele.

–Não quero que você vá - As palavras saíram de minha boca antes mesmo de eu pensar se era certo falar isso. Sabia que era meu coração que estava falando e não minha mente. As lágrimas já estavam em meus olhos, mas eu não iria chorar, eu não podia chorar.

–Eu também não... Mas eu preciso ir- Ele falou e bom, foi difícil de segurar a lágrimas, mesmo estando escuro escondi meu rosto embaixo do edredom, limpando as lágrimas que foram teimosas e estavam escorrendo pelo meu rosto e respirei fundo, tentando me acalmar.

Depois de alguns minutos, finalmente consegui fazer com que as lágrimas parecem de cair dos meus olhos. Suspirei antes de tirar o edredom de cima do meu rosto. Olhei para ele que olhava para mim. Com certeza sabia que ele já sabia que eu estava chorando.

–Justin me leva para casa?- As palavras saíram um pouco rude e logo eu tratei de ajeitá-las – Antes que comece a chover forte de novo - Completei e ele apenas afirmou com a cabeça, endireitando o banco dele e afastando um pouco o cobertor.

Eu também endireitei meu banco e suspirei, retirando o edredom de mim e dobrei-o do melhor jeito que consegui, já que era difícil dobrá-lo por eu estar sentada. Pus ele no banco de trás e depois tentei desamassar minha roupa. O caminho de volta foi mais rápido. Talvez porque não estava mais chovendo, ou porque já sabíamos para onde iríamos, talvez também porque o Justin esteja dirigindo feito um louco.

Assim que chegamos à minha rua eu ajeitei mais uma vez meu vestido e depois meu casaco, tentando fazer com que ele me esquenta-se mais. Já na frente da minha casa abri a porta do carro, sem querer me despedir do Justin.

–Não faz assim- Ele falou segurando meu braço me impedindo de sair. Senti mais lágrimas nos meus olhos e me amaldiçoei por ser tão sensível e chorona. - Por favor, Mandy não chora- Limpei as lágrimas do meu rosto, voltando a me sentar no banco e depois colocando as mãos em meu rosto.

Senti seus braços passar por volta do meu ombro, me envolvendo em um abraço aconchegante. Eu retribui o abraço, pondo meu rosto no vão do seu pescoço, sua mão fazia um carinho bom em meus cabelos enquanto as outras estavam nas minhas costas, passando para cima e para baixo tentando fazer com que eu me acalma-se.

–Não chora- Ele falou e eu senti ainda mais vontade de chorar - Eu... - Ele parecia pensar em cada coisa que iria falar. -Eu não gosto de ver garotas chorando. Ainda mais quando essa garota é importante para mim- Ele riu um pouco, talvez tentando animar o lugar.

Sai do abraço dele, suas mãos secavam as lágrimas que insistiam em cair, por mais que eu já estivesse mais calma. Tentei olhar o menos possível para ele. Não havia muito algo a ser dito, alem de tudo, sei que se começasse a falar algo iria acabar falando de mais.

–Eu tava pensando em deixar para mais tarde, para outro dia- Ele falou e eu o olhei não entendendo muito bem do que se tratava -Mais acho que essa é a hora certa - Só ai observei que havia uma caixinha preta em sua mão. Ele sorriu enquanto a abria devagar.

Coloquei a minha mão em minha boca, á tapando! Dentro da caixa que Justin estava abrindo tinha o cordão mais lindo que eu já tinha visto. Nele estava escrito Believe e meu Deus, era tão lindo.

–Gostou?- Ele perguntou sorrindo, talvez pela cara que eu estivesse fazendo. -Eu vi em uma loja em Nova York e bom, achei que combinava com você, então comprei esperando o momento certo para lhe dar - Sorri ainda meio embabacada, olhando para o cordão.

–É lindo Justin- Cheguei meus dedos pertos para tocar-lo, mas logo me afastei, aquilo devia custar muito - Mas eu não posso aceitar - Vi o sorriso sair do rosto dele no mesmo instante.

–Não pode aceitar?- Ele perguntou de um jeito estranho.

–Justin, isso deve ter sido caro e também, não quero que você gaste seu dinheiro comigo- Ele bufou, tirando o cordão de dentro da caixinha, depois fez sinal para que eu me virasse para ele colocá-lo me mim.

Virei de costas para ele, sentindo colocar meu cabelo todo para o meu ombro, em seguida senti o gélido do cordão toca minha pele, me causando arrepio. Ele endireitou meu cabelo e depois me virou para ele.

–Ficou lindo em você- Sorri em agradecimento.

–Obrigada, ele é tão lindo- Toquei com leveza o cordão em meu pescoço, sorrindo. Depois olhei para frente, vendo o Justin me olhar sorrindo.

O abracei, sentindo ele retribuir o abraço de imediato. Ficamos assim por algum tempo, queria sentir seu cheiro por mais tempo possível para quarda-lo sempre para mim. Me afastei dele a contra-gosto, suspirando.

–Eu acho que você tem que ir Justin, já deve ser tarde e você vai ter um viajem cansativa até outro estado. - Ele confirmou com a cabeça. Abri a porta do carro, sentindo meu coração se apertar. -Tchau - sussurei, segurando sua mão de leve e depois sai do carro.

Andei devagar até a porta da minha cada olhando para trás vendo o carro dele ainda parado. Peguei minha chave na minha bolsa, aproveitando para olhar a hora em meu celular. Me assustei vendo que já eram 11:47 PM. Minha mãe já deve estar em casa e Deus, eu fiquei muito tempo sem comer.

Abri a porta devagar, iria colocar meu pijama depois desceria para comer algo, assim minha mãe não suspeitaria que eu cheguei tão tarde.

Tirei meus sapatos, segurando-os em uma mão, enquanto com a outra tentava me guiar pelo escuro. Achei a escada, subindo os dois primeiros degraus.

Derrepente tudo ficou claro, fechei minha vista já que a luz estava a incomodando, mas logo a abri quando ouvi passos. Virei para trás sentindo meu coração a mil, vendo minha mãe de braços cruzados, encostada na parede perto da porta com uma cara nada boa.