Sun Of Earth (Jacob+Renesmee) escrita por Cláudia Ray Lautner


Capítulo 9
Visitante Assustador


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora em postar este, mas me enrolei aqui com o meu trabalho! Agradeço novamente todas que estão comentando e favoritando a história. É de vocês que estou tirando forças para não desistir. ♥



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Meu coração estava disparado. Não ouvia mais o som, nem o cheiro e não tornei a olhar para trás.

Edward apareceu na porta assim que coloquei os pés no gramado.

– Renesmee, o que foi isso? – ele perguntou alarmado, seus lindos olhos dourados se arregalando, enquanto via em meus pensamentos o cheiro que eu havia sentido, o som e o pavor.

– Há alguma coisa na floresta! – consegui dizer ofegando pelo esforço e pelo medo.

– Nessie! – Bella gritou saindo da casa, com os outros atrás dela. Ela se adiantou até mim, me dando um abraço apertado. –Você está bem? – ela sussurrou olhando em meus olhos, sua pele gélida me causando tremores.

– Estou. – olhei para trás, a minha pele ainda arrepiada, como se ainda estivesse sendo observada.

– Minha cabeça dói... – murmurou Alice, enquanto esfregava as têmporas.

– O que é Edward? – Carlisle perguntou em voz baixa enquanto seus olhos varriam a floresta.

– É repugnante. – meu pai respondeu com uma expressão de nojo e fúria. – Mas não reconheço o cheiro na memória de Renesmee.

Todos viraram a cabeça para as arvores ao mesmo tempo, eu uns milésimos de segundo atrasada, quando ouvimos o som.

Mas agora eu tinha certeza.

Era Jake e sua matilha. Eles surgiram do meio da mata. Jacob, Quil e Leah.

Era óbvio que eles ouviram o rugido e vieram verificar.

Jake estava com seus olhos preocupados, respiração ofegante e soltou um ganido angustiado olhando para mim. Corri para ele e abracei o pescoço peludo.

– Está tudo bem. – murmurei contra sua pelugem.

Seu calor me acalmou e reconfortou de imediato. Me senti segura.

Um rugido começou a se formar em sua garganta. Levantei a cabeça e ele estava olhando para meu pai.

– Sim, é bom verificamos. – Edward respondeu aos pensamentos dele e olhou para Carlisle, Emmett e Jasper.

Eles acenaram a cabeça concordando. Reprimi a vontade de pedi-los para ficar, a sensação angustiante retornando. Mas eles não me ouviriam.

– Tenham cuidado. – Esme sussurrou com a voz carregada de preocupação.

Eles se uniram a matilha e correram para a mata. Antes de sumir nas folhagens Jake olhou para mim novamente me encarando com seus olhos profundos e então disparou atrás dos outros.

Subi as escadas indo para perto de Bella, Rose Alice e Esme e voltei a olhar para onde eles haviam sumido. Ainda podíamos ouvi-los correndo, a velocidade fazendo as arvores finas balançarem e então cessou.

Ficamos imóveis.

A ansiedade nos dominava. Seja lá o que fosse que tenha me perseguido, eu sabia que não era um animal comum, tão pouco um humano ou vampiro.

Era uma criatura desconhecida. E meus instintos diziam que era perigosa.

Eu nem respirava nem me mexia, tão pouco o faziam minha mãe e as outras vampiras de minha família, enquanto aguardávamos a outra metade de nossas almas voltarem para nós.

Pareceu se passar uma eternidade, até que ouvimos novamente o som da aproximação deles e eu pude respirar novamente.

Jake e o restante da matilha estavam em sua forma humana. Sam também vinha atrás com sua matilha. Em algum lugar insignificante em minha mente eu me surpreendi que Sam parecia estar menor do que da última vez que o vi, no casamento de Rachel e Paul.

Sem perguntas, me atirei em direção a Jacob. Não me importava o que os outros iam pensar sobre estar o abraçando seminu. Ele havia voltado são e salvo, do que quer que fosse.

Meu alivio era tangível em minha respiração.

Quando finalmente olhei em minha volta, vi que não era a única que fiquei preocupada em perder a minha outra metade, o que me deixou um pouco menos constrangida.

Tornei a olhar o rosto preocupado de Jacob. Seus lindos olhos castanhos agora em chamas, estavam sob rugas e seu queixo estava travado de ira.

O que houve? - queria perguntar, mas não encontrava voz.

– Não conseguimos encontrar nada. – meu pai disse respondendo ao meu pensamento ou de outra pessoa. - O cheiro sumiu a leste no oceano.

– Alguma ideia do que poderia ser? – Sam perguntou. Pelo visto ele não fez parte da busca e estava tão desinformado quanto nós que ficamos.

Jasper balançou a cabeça, contrariado.

– Esse odor me é estranhamente familiar... – os olhos dele estavam perdidos em especulações.

– Para mim também Jasper. – Edward concordou. – E também estou sentindo que estamos deixando passar.

– De uma coisa nós temos certeza! - Emmett afirmou sorrindo, com sua tão comum empolgação pelo perigo. – É briga na certa!

Carlisle olhou para ele com repressão.

– Emmett, nem sabemos que tipo de criatura é!

Emmett deu de ombros.

– Para ter perseguido Nessie e ter ficado se escondendo, boas intenções não deve ter.

Edward balançou a cabeça concordando sem olhar para Emmett. Ainda estava perdido em especulações.

O mundo realmente estava de ponta cabeça. Havia realmente uma criatura sobrenatural não identificada na floresta que escolheu me perseguir hoje?

Jacob pegou meu rosto entre suas mãos, me obrigando olhar para ele.

– Me desculpe ter deixado você vir sozinha... nunca pensei numa coisa dessas... eu... – ele fechou os olhos com força como se estivesse tentando afastar um pensamento ruim. Sua expressão era angustiada.

– Ei... – sussurrei enquanto acariciava seus cabelos. – Quem imaginaria uma coisa dessas? Não foi culpa sua. Eu quis vir sozinha... então a culpa é minha.

Ele tornou a olhar para mim angustiado, obviamente discordando de minha afirmação.

– Na verdade sua culpa começa em ter saído de casa de madrugada sozinha. – meu pai repreendeu com seus olhos novamente febris como esteve mais cedo, ao descobrir sobre mim e Jacob. – Mas essa conversa fica para mais tarde. Agora vamos entrar pois todos precisamos conversar a respeito dessa ... criatura.

Eu suspirei, aliviada que pelo menos por enquanto ele esqueceria minha desobediência.

– Nós voltaremos para a reserva. – Sam declarou. – Não quero deixar nossas famílias desprotegidas lá, enquanto não sobermos com o que estamos lidando.

Jacob acenou a cabeça em sincronia com Edward, ambos concordando.

– Se precisar, é só chamar. – Jacob disse, enquanto Sam e o restante da matilha voltavam para a floresta.

Queria dizer a Jake que se ele quisesse podia retornara a La Push. Mas eu era egoísta demais. Não queria ele de volta a floresta. Não queria que nenhum deles enfrentasse o que estivesse lá.


Era muito arriscado, lutar contra o desconhecido.

Entramos em casa e eu fui buscar uma troca de roupa para Jacob, tendo em vista que tínhamos uma longa conversa com minha família e eu me sentia mais confortável com ele vestido.

Quando ele retornou, de camiseta e calça jeans, se sentou ao meu lado no sofá branco e segurou a minha mão, ignorando o ranger de dentes de Edward.

– Renesmee. – Carlisle me chamou enquanto se sentava e cruzava os joelhos. Após todos esses anos eles ainda não haviam perdido os trejeitos humanos. – Pode nos contar como era realmente esse cheiro? Nós só conseguimos pegar um fraco rastro. O que é estranho, considerando que a criatura havia acabado de te perseguir.

Suspirei, enquanto erguia meus joelhos apoiando os pés no sofá e me aproximava mais de Jake.

Não queria compartilhar isso. Mas precisava ajudar.

As lembranças, me causavam arrepios.

– Eu senti um cheiro muito forte. Era semelhante a limão, mas tinha algo mais que não soube identificar... – um tremor correu por minha espinha e Jake apertou mais sua mão envolta da minha. – Eu senti medo e ao mesmo tempo queria atacar. Foi horrível.

– Isso é totalmente inusitado. – Jasper estava encostado na parede do outro lado da sala, com seus olhos ainda perdidos em pensamentos.

Edward estreitou os olhos para ele.

– Acha possível? – ele questionou em fio de voz.

Jasper apenas balançou a cabeça.

Rosalie bufou teatralmente.

– Odeio quando fazem esse tipo de coisa! Dá para interar todo mundo na conversa?

Edward olhou para mim e depois para minha mãe.

Meneou a cabeça levemente como se estivesse rejeitando a ideia, mas por fim suspirou:

– Acreditamos que se trata de um Filho da Lua. – ele sussurrou e aguardou em silencio enquanto absorvíamos suas palavras.

Todos estavam paralisados em choque, exceto Jacob que começou a ter leves tremores. Automaticamente, acaricie sua mão com o polegar e ele relaxou aos poucos.

– Tem certeza? – Carlisle perguntou em uma voz baixa e tensa.

Edward meneou novamente a cabeça:

– Não absoluta. – ele disse – Mas o cheiro que sentimos e a descrição de Renesmee, é extremamente similar à memória de Caius e a de Jasper.

–Mas como é possível? Eles não estavam praticamente extintos? – Rosalie perguntou indignada.

– Disse bem princesa. Praticamente. – Emmett respondeu inabalável. Parecia que nada afetava o humor de meu tio.

Rosalie estreitou os olhos para ele.

– Sim. Eu também estou surpreso. – Jasper disse. - Mas durante as guerras do Sul, cruzei uma vez com esse cheiro, em Hokah, uma pequena vila próxima a Houston. Maria me disse se tratar de um Filho da Lua. Mas nunca cheguei a ver um. E nem gostaria. – ele concluiu.

– Espera um pouco. – eu disse fechando os meus olhos e inspirando profundamente enquanto tentava organizar meus pensamentos. – Do que vocês estão falando? O que é um Filho da Lua?

Edward encarou novamente minha mãe, antes de se voltar para mim.

– Filhos da Lua são, digamos Lobisomens tradicionais. Os inimigos naturais dos Vampiros. – ele deu um sorriso torto sem nenhum humor em sua expressão. – Eles são homens que assumem a forma semelhante à de um lobo durante a fase mais cheia da lua.

“ No passado, existiam muitos deles em todo o mundo mas sua concentração era a Europa. Chegava a ser quase uma praga. Eles andavam sozinhos, ou com uma companhia do gênero oposto, pois sua ferocidade e falta de raciocino lógico em forma animal, impediam que andassem em grandes grupos. Mas quando estavam na forma humana, geralmente se uniam em aldeias.”

“ Eles causaram diversas carnificinas em toda a região da Espanha e também na Ásia. Eles se alimentam de sangue humano como os vampiros, só que de forma várias vezes mais violenta, pois eles também comem a carne humana.”

“ Caius os caçou depois de quase ter perdido uma batalha com um há 6 séculos atrás. Por serem muito rápidos e imunes ao nosso veneno, são quase indestrutíveis. Mas nós temos o raciocínio lógico a nosso favor. Sua forma animal é completamente irracional.

Eles não habitam na América há mais de 300 anos. Mas parece que um deles resolveu voltar.”

Eu fiquei encarando meu pai, boquiaberta.

– Como assim? Eles são tipo, os lobisomens de verdade? – eu questionei estupefata.

Jacob bufou ao meu lado.

– As vezes você parece tanto com a Bella! – ele exclamou. – De verdade? Isso me faz o que? Imaginário?

Revirei meus olhos para ele.

– Sabe muito bem o que eu quis dizer. Vocês são transfiguradores. E não matam pessoas. Vocês as salvam.

Jake sorriu orgulhoso.

– Sim, são os lobisomens de verdade. – meu pai declarou, ignorando a nossa conversa paralela.

– Mas porque aqui, em Forks? – minha mãe perguntou – Porque agora?

Edward e Jasper se encararam:

– Não sabemos. – Jasper respondeu. – Mas não parece ser aleatório, tendo em vista que ele encontrou justamente o cheiro de Renesmee.

Senti Jacob ter um leve tremor ao meu lado e Bella estava com o rosto contorcido de angústia.

– O que vamos fazer? – Alice perguntou enquanto abraçava Jasper pela cintura, com a mão esquerda ainda pressionando as têmporas. – Eu detesto isso! Essas criaturas que eu não consigo ver! Não sei o que posso estar deixando passar.

Me encolhi no sofá. Eu era culpada em parte pela dor de cabeça da Alice.

Ela suspirou, virando-se para mim.

– Não estou falando de você Nessie. – ela disse com a voz mais doce. Parecia que todos conheciam meu lado mártir e adivinhavam quando estava me culpando. No caso de Alice não deveria ser só uma suposição.

– Bem, não há muito o que fazer a não ser esperar. O rastro dele sumiu na praia. Deve ter saído do continente. – Jasper declarou e acrescentou com humor. - Enquanto não tivermos certeza de que é seguro, ninguém sai sozinho para caçar ou pra fugas noturnas a Lá Push.

Senti meu rosto queimar, enquanto Edward e Bella me encaravam com repreensão, Carlisle abaixava a cabeça, um pouco constrangido e Jacob e Emmett, se seguravam para não rir.

– Jacob, deixe Sam e a todos da reserva, avisados. – Edward completou e Jake acenou com a cabeça concordando.

Todo viraram a cabeça para a porta e um segundo depois eu ouvi a viatura de Charlie, deixando a rodovia e entrando na estrada que trazia a mansão.

Como era muito cedo, meu avô devia estar de folga.

Suspirei pesado, enquanto o calor de saudades do meu avô enchia meu peito. Era muito bom ele ter chegado agora me livrando do sermão de Edward. Mas por outro lado estava muito cansada e tensa para me concentrar no disfarce humano.

Mas os outros já estavam com sua expressões completamente compostas com certeza crendo na afirmação de Jasper que a criatura havia saído de Forks.

Rosalie e Esme correram para a cozinha, com certeza para preparar café para Charlie.

Carlisle abriu a porta antes de ele bater.

– Charlie! Quanto tempo! – ele cumprimentou efusivamente, enquanto lhe apertava a mão e depositava a outra mão em seu ombro.

– Nem me fale! As coisas andam agitadas na delegacia. Preciso de férias! Ou de me aposentar... – completou um Charlie a paisana, com um sorriso. As rugas formando em volta de seus olhos e as têmporas grisalhas, confirmavam sua afirmação. Outro indicio eram as leves olheiras.

Levantei-me para abraça-lo e como sempre ele arregalou rapidamente os olhos. Ele não se acostumava com a velocidade em que eu havia crescido, mas não falava nada.

Rapidamente se recuperou me dando um sorriso carinhoso.

– Nessie! Está linda como sempre! – ele disse enquanto afundava o rosto em meus cabelos.

– E o senhor gentil com sempre! – disse sorrindo para ele - Estava com saudades. Não deveria demorar tanto para vir me ver! – repreendi fazendo cara de ofendida.

– Garota, a estrada que leva a Forks tem a mesma distância, estando indo ou vindo! – ele brincou, rindo de sua própria piada, sendo acompanhado pelos outros da sala.

Minha mãe veio abraça-lo, e não pude deixar de rir, com tremor dele quando a pele fria de Bella encostou na dele.

O resto da manhã passou de forma leve. Achei que ter Charlie aqui num momento em que estávamos discutindo sobre um ser mítico, cuja a existência até poucos instantes eu desconhecia, serias desconfortável.

Mas sua presença me trouxe paz. Era bom ser “normal” de vez em quando.

Charlie era muito desligado, mas a forma como Jake me tratava não passou despercebida a ele. Era óbvio que ele via a evolução de nosso relacionamento, pois toda a vez que Jacob pegava minha mão ou falava comigo, hora Charlie estreitava os olhos, hora pigarreava.

Até achei que ele iria perguntar sobre isso em dado momento, mas em vez disso encheu a boca de pão.

Apesar de mais tranquila, não esqueci o novo problema que rondava minha família mais uma vez. Eu não acreditava que a criatura havia deixado o continente como foi apontado.

Algo me dizia que ela estava a esperando a oportunidade de atingir seu objetivo, seja ele qual for. Porque não foi uma criatura irracional que me perseguiu e me deixou viva esta manhã.


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