Sun Of Earth (Jacob+Renesmee) escrita por Cláudia Ray Lautner


Capítulo 8
Novos Desejos


Notas iniciais do capítulo

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Avancei em direção a cabana e fui até a janela do quarto de Jacob. Eu a empurrei e sem dificuldades, ela se moveu, embora suas dobradiças tenham feito um barulho irritante. Olhei para dentro do quarto e não pude deixar de sorrir vendo Jake, com sua forma enorme numa minúscula cama de solteiro, com metade de suas pernas e braços para fora dela.

Fiquei ali, parada por não sei quanto tempo, observando a forma como seu peito se movia ao respirar.

Ele estava sem camisa, mas vi que estava de bermuda através do lençol, então, poderia acorda-lo de uma forma não constrangedora. Corei, com a outra possibilidade que passou em minha cabeça.

Subi na janela e me sentei no batente.

Ri baixinho. Como ele podia ter o sono tão pesado?

De uma forma que faria inveja em uma contorcionista, pois sua cama ficava bem em baixo da janela, consegui descer no chão do quarto.

Me ajoelhei bem ao lado do rosto dele. Sua respiração quente batia em meu rosto.

– Jake? – chamei baixo temendo acordar Billy, que estava bem no quarto ao lado.

Ele nem se mexeu.

– Jake? – chamei novamente e passei minha mão em seu rosto. Meus dedos estavam gelados por ter corrido na madrugada fria e isso o fez pular de uma vez desnorteado.

Ele se sentou na cama e olhou em volta. Eu ri da expressão dele.

– Te assustei? – perguntei, tentando sufocar o riso.

Ele esfregou o rosto e olhou para mim assustado, ainda desnorteado pelo sono. Então ele sorriu pra mim:

– Nessie! O que faz aqui? – ele perguntou com ternura, enquanto me puxava para sentar na beirada da cama.

– Eu tive um pesadelo. Horrível. Então eu vim.

Jake me abraçou enquanto ria:

– Excelente explicação. Como conseguiu que Edward deixasse você vir aqui a essa hora? – perguntou dando um bocejo.

– Ele não sabe que estou aqui. – respondi olhando para ele de forma presunçosa.

Ele riu mais alto enquanto eu o mandava abaixar a voz:

– Assim você acorda Billy! – repreendi num sussurro.

– Edward vai me matar! – ele disse ainda sem conter o riso.

– Vai nada. A fugitiva sou eu.

Ele me encarou ainda sorrindo e me deu um beijo na testa.

– Quer me contar sobre o pesadelo que teve?

– Não. – respondi abaixando os olhos. – Só quero ficar um pouco com você, para esquecer. Se importa?

– É claro que não! – ele respondeu de imediato e se deitou. – Vem cá. – ele disse me puxando. Eu me aninhei junto ao peito dele. Ele estava cheirando a sabonete, então acho que ele havia acabado de chegar da ronda e tomado banho.

Jake cobriu minhas pernas com o lençol e começou a acariciar meus cabelos.

Como era bom sentir o calor do corpo dele junto ao meu!

Não era a primeira vez que eu ficava dessa forma na cama dele. Ele sempre me tratou com carinho. Mas era a primeira vez que certas emoções estavam aflorando na boca do meu estomago. A proximidade da sua pele nua com meu rosto estava me deixando arrepiada.

Fechei meus olhos tentando ignorar essas sensações e respirei fundo. Péssima ideia. O cheiro amadeirado dele penetrou em meus sentidos de uma forma densa, o que só piorou as coisas.

Olhei para cima, para o rosto dele. Jacob estava de olhos fechados, com uma expressão serena. Devia estar cansado.

Ele era tão lindo. Seu queixo forte, seus lábios grossos, a pele morena. Não conseguia desviar meus olhos.

Com o coração acelerado, dei um beijo no queixo dele. A barba por fazer fez cócegas.

Ele abaixou o rosto e olhou para mim, seus olhos castanhos estreitos, por um momento surpresos, mas logo em seguida, espelharam os mesmos sentimentos que eu estava sentindo. De repente ele não parecia estar mais tão cansado.

Com muita ternura Jake segurou meu rosto e beijou meus lábios. Os dele estavam quentes. Como tudo nele.

Eu abracei o seu pescoço e girei mais o meu corpo, para que eu pudesse ficar mais próxima, tentando absorver o máximo de seu calor.

O calor que irradiava de Jacob era quase visível.

Minhas mãos percorreram seu cabelo, enquanto as dele me acariciavam minha cintura.

Ele descolou os nossos lábios e começou a distribuir beijos por meu queixo, tecendo uma linha até meu pescoço, sua barba cerrada causando arrepios por minha coluna.

Me surpreendi, com a intensidade do desejo por ele que estava surgindo em meu corpo. Uma necessidade inexplicável de senti-lo cada vez mais junto a mim. Meu coração batia descompassado, enquanto minhas mãos tremiam e minha respiração começava a ficar ofegante.

Eu lentamente empurrei os ombros dele, de forma que Jake deitou-se de costas e voltei a beijá-lo, forçando minha língua contra seus lábios. Com um ofegar, ele abriu a boca e eu me deleitei com seu hálito.

Numa rapidez que me assustou, ele me girou na cama ficando por cima de mim. Sua língua invadiu minha boca. Seu gosto me deixou atordoada.

Suas mãos desciam e subiam acariciando minha cintura. Eu arqueei as costas e soltei mais um gemido baixo, meu desejo por ele fazendo minha pulsação martelar em meus ouvidos.

Como se tivesse tomado um choque, ele se afastou de mim se sentando na cama.

Eu fiquei arfando, deitada costas com o coração querendo sair pela boca. Respirei fundo tentando controlar a agitação dentro de mim e tentando entender a reação dele também. Eu fiz algo errado?

Ele ainda estava ofegante quando olhou para mim, sua expressão torturada:

– Me desculpe... – ele murmurou.

Olhei surpresa para ele.

– Pelo que? – respondi, me sentando também, surpresa por não ter perdido a capacidade de falar.

– Por ter feito isso ... eu não devo passar dos limites com você... – seus olhos me encaram de forma angustiada.

Eu sorri, ainda trêmula, desviando o rosto e arrumando uma mecha de cabelo teimosa que caia no meu rosto.

– Na verdade, EU passei dos limites com você, então não precisa se desculpar.

Ele deu uma risada nervosa.

Suspirou pesado e segurou meu rosto para que eu pudesse encará-lo:

– Me desculpe, se eu a ofendi. - disse novamente. Seus olhos, não espelhavam mais o desejo de antes. Agora era uma preocupação injustificada em minha opinião. - Eu não farei isso novamente.

Encarei seu rosto tenso e me angustiei com a possibilidade dele estar falando sério. Como assim não fará isso novamente? Ele não havia feito nada que eu não quisesse. Pelo contrário. Me deixou querendo mais e eu me senti tudo menos ofendida.

– Jake, eu não me ofendi. – respondi pegando suas mãos.

– Você é boazinha demais comigo. – ele deu um sorriso maroto. – Não deveria confiar em mim assim.

Meu coração voltou a bater descompassado.

– Mas eu confio. Não consigo evitar. - respondi sentindo um sorriso maroto desabrochar em meus lábios. - Mas veja pelo lado bom: Esqueci meu pesadelo.

Ele sorriu mais uma vez e acariciou o meu cabelo. Então se deitou e me puxou num gesto carinhoso. O fogo em seus olhos havia se extinguido.

Parecia que hoje não haveriam mais limites sendo ultrapassados.

Fiquei ali deitada em seu peito, ouvindo seu coração por não sei quanto tempo. Pela respiração dele, vi que ele permaneceu acordado comigo.

Era impossível colocar em palavras a forma que ele me fazia sentir. Era como se nada pudesse me atingir quando estava ao seu lado. Toda minha preocupação sobre a possível visita de Johan, sobre a intolerância de Edward e minha culpa por me impor, desapareciam enquanto estava sentindo seus braços a minha volta.

O céu começou a clarear pela janela e eu suspirei. Deveria ir para casa antes que Edward desse por minha falta. Devia evitar mais problemas. Como meu celular estava silencioso até este momento era óbvio que ele ainda não tinha dado por minha falta.

Sem nenhuma vontade, me separei de Jake e me levantei.

– Já vai? - Jacob perguntou se levantando também, bocejando e alongando os longos braços.

– Vou. Edward logo estará em casa e não quero que Carlisle fique em apuros por ter me deixado sair.

–Sabe, sempre achei seu avô uma boa pessoa. – ele disse, presunçoso.

Eu ri e dei um soco leve em seu ombro.

– Só porque te convém!

– Claro, claro. – ele disse rindo e desviando o braço de um novo ataque meu. – Estou brincando. Carlisle, tem um coração imenso. – ele disse com uma devoção contida.

– É. Tem sim. – eu só podia concordar. Meu avô tinha uma alma incrível. Sim eu acreditava em vida após a morte e no Criador e sabia que Carlisle iria para ao paraíso por sua dedicação. Não seriamos nada sem ele. Seu amor incondicional havia formado está família e seu respeito pela vida humana transformou a natureza de criaturas que deveriam ser monstros.

Admirava-o demais. E parecia que Jacob também.

Este pensamento me lembrou de outros que tive mais cedo.

– Jake, há quanto tempo conhece minha família? – questionei com genuína curiosidade.

Ele desviou os olhos de mim, enquanto sua boca se transformava numa linha rígida.

– Há algum tempo. - ele responde sem olhar em meu rosto.

– Muito antes do meu nascimento?

Jake levantou seu rosto para mim e seus olhos continham uma certa determinação.

– Alguns anos antes de você nascer. – segurou minhas mãos. – Mas não dá para conversar agora Nessie. Tenho que te levar para casa antes que o sanguessuga apareça por aqui e te arraste pelos cabelos. – ele disse enquanto bagunçava meus fios.

– Ele não ousaria. – brinquei. Na verdade não tinha certeza se meu pai não era capaz disso. - Promete que me conta depois?

Ele sorriu, enquanto acariciava meu rosto.

– Claro. Agora vamos.

Apoiei minhas mãos no peito dele.

– Vamos onde? – questionei enquanto ele arqueava as sobrancelhas para mim. – O senhor vai voltar a dormir. Posso muito bem voltar sozinha.

Ele balançou a cabeça:

– Nem pensar, que eu deixo você voltar só. Eu te levo.

– Jake você não dormiu nada. Percebi que quando cheguei você tinha acabado de tomar banho. Sem contar que vim para cá sozinha. E você e meu pai tem que parar de me tratar como criança.

Ele arregalou os olhos por um minuto. Logo suspirou resignado.

– Okay. Mas você vai me ligar assim que chegar em casa.

Revirei os olhos para ele.

– Jake...

– Eu sei, eu sei. É só que eu ficarei mais tranquilo se você prometer.

– Tudo bem. Prometo te ligar.

Ele me suspendeu no ar enquanto me beijava. Não pude evitar um sorriso.

– Assim é melhor. – ele sussurrou em meus lábios.

Me colocou no chão e com relutância, saltei pela janela com o máximo de silencio que consegui.

– É melhor eu consertar essa tranca. – ele murmurou enquanto analisava a fechadura da janela. – Sabe-se lá quem pode entrar aqui no meu quarto à noite para me atacar! – ele fez cara de espanto.

Ri dele.

– Até parece que você não gostou do meu ataque surpresa... – fiz cara de chateada, enquanto ele puxava meu braço para chegar mais perto dele.

Era sempre assim com Jacob. E sabia que sempre seria. Nunca conseguia ficar irritada com ele por muito tempo. Aquele sentimento de opressão havia sumido.

Apoiei as mãos no batente da janela, para beijar seus lábios macios mais uma vez.

– Eu te amo. – eu sussurrei.

– Eu te amo mais.

Virei-me em direção da floresta e voltei a correr, muito mais leve do que estava quando decidi vir vê-lo.

Como ele possuía esse poder de aquecer minha alma e espantar as sombras que queriam me sufocar?

Ele era tão incrível. Sua personalidade, seu cheiro, seu sorriso.

Tudo nele conseguia me tirar do eixo e me fazer flutuar.

E ele me amava da mesma forma. A alegria inundou meu peito com esse pensamento. Sempre teria Jacob do meu lado, me fazendo rir, me aquecendo e protegendo.

Apenas uma pequena pontinha de dúvida se esgueirava sobre toda a minha felicidade.

Seu passado ainda era um mistério que ele não parecia disposto a compartilhar. Mas tudo bem. Não havia pressa. Tudo que eu queria agora era desfrutar de sua presença e de seu amor.

O som de algo batendo contra solo atrás de mim, me tirou de meus devaneios. Era um barulho alto que fazia o solo ter leves vibrações. Instintivamente me virei em defesa, mesmo sabendo que deveria ser algum dos Quileutes, até mesmo Jake, vindo atrás de mim.

Mas o som parou e não consegui avistar ninguém.

Meus olhos varriam a floresta, a procura do vislumbre do pelo de algum lobo.

Neste momento a brisa mudou de direção, e o cheiro me atingiu.

Um cheiro cítrico, forte e diferente.

Nunca antes havia sentido esse cheiro, que me causou uma repulsa imediata e sentimentos conflitantes surgiam na boca do meu estomago.

Sibilei, com uma ira que não sabia que tinha, enquanto me agachava à espera de um ataque. Minha língua formigava e eu sentia um gosto metálico. Eu queria atacar o que quer que fosse que possuía esse cheiro e ao mesmo tempo sentia o impulso em minhas pernas de me virar e fugir.

Não conseguia ouvir nem ver nada. Mas o cheiro ficava cada vez mais forte. E eu sentia que estava sendo observada. A sensação era angustiante e estimulante ao mesmo tempo.

Recuperei-me do choque inicial e o instinto de sobrevivência venceu.

Virei em direção à casa branca e disparei. As arvores mais finas em minha volta tombavam com a minha passagem, enquanto eu apurava a audição e o olfato, me certificando de que não estava sendo seguida.

Um rugido horripilante ecoou na floresta.

Meu sangue gelou enquanto meu coração batia descompassado.

Acelerei.

Um rosnado se formou novamente em minha garganta. Eu sentia uma necessidade intensa de me virar estraçalhar o que quer que estivesse se escondendo na floresta.

Emoções conflitantes eram difíceis de administrar.

Não parei de correr, até avistar a casa branca.

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