Sun Of Earth (Jacob+Renesmee) escrita por Cláudia Ray Lautner


Capítulo 5
Certezas


Notas iniciais do capítulo

Dica: Leia este capítulo ouvindo a música que me inspirou enquanto o escrevia... o link está disponível abaixo! ♥



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''Me Without You''

Ashley Tisdale

(CLIQUE AQUI PARA OUVIR)

Nunca pensei que minha pele poderia ficar mais quente do que era, mas acredite: Ela estava febril. Mal conseguia respirar, tamanha era a minha ansiedade.

Segurei a mão de Jake enquanto caminhávamos, mas ele pareceu não perceber minha temperatura elevada. Ele era ainda mais quente do que eu.

Olhei para cima e apesar das copas das arvores serem densas, eu consegui ver a lua e algumas estrelas. Esteve chuvoso durante todo o dia e agora o céu estava limpo e sem nuvens. Eu via toda a floresta com a mesma clareza, que a via durante o dia, apenas com cores diferentes. Em tons azulados. Via todos os detalhes das arvores. Os pequenos roedores que se escondiam quando passávamos. E cada detalhe do rosto de quem estava ao meu lado.

Meu coração bateu descompassado, quando ele colocou o braço livre em meus ombros. Seu cheiro amadeirado invadiu meus sentidos e meus joelhos ficaram tão firmes quanto manteiga. Sabia que se fosse possível eu teria tropeçado.

– E então, o que queria conversar comigo? – ele perguntou e um arrepio percorreu toda a minha coluna, pois sua voz grave estava próxima ao meu ouvido.

Por onde começar? Como explicar ao meu melhor amigo, que o amava e queria tê-lo ao meu lado para sempre? Como dizer que agora enquanto estávamos abraçados, meu único pensamento, meu único desejo era virar o rosto para cima e beijar seus lábios grossos, para provar se eram tão doces quanto pareciam?

Balancei a cabeça, para clarear meus pensamentos. Queria dizer tudo isso a ele, mas tinha medo de estar me impondo. Mas agora não havia volta, havia? Meu coração já era dele, mas eu ainda precisava lhe entregar. E eu não podia continuar ignorando todas as células do meu corpo que desejavam Jacob.

Parei de andar, virei de frente para ele e segurei suas mãos grandes entre as minhas. Ergui meu rosto para olhar em seus olhos. Eles estavam escuros e confusos.

– Jacob, a gente se conhece desde sempre não é? – minha voz estava falhando. Engoli seco tentando fazê-la ficar mais controlada.

– Sim, desde que você nasceu. – ele me respondeu e ficou um pouco tenso, creio que preocupado com todo mistério que eu estava fazendo. – Porque está perguntando isso?

Respirei fundo, para acalmar as borboletas em meu estomago e para que meu coração parasse de parecer um cavalo desgovernado.

Ele segurou meu rosto para sustentar meu olhar.

– Nessie, sabe que pode falar qualquer coisa pra mim não sabe? Me conte o que esta te incomodando.

A doçura em sua voz e a gentileza de seu gesto, me fez mais uma vez ter certeza de que eu estava prestes a fazer a coisa certa. Talvez a mais certa que faria em toda a minha existência.

– Nada esta me incomodando. Pelo contrário. Eu nunca estive tão bem em toda a minha vida. – coloquei minhas mãos em seu rosto, não permitindo que meus dedos trêmulos me distraíssem. – É como se eu estivesse flutuando... - sussurrei.

De repente a sua expressão mudou. Ficou extremamente terna e compreensiva. Seus olhos castanhos eram como chamas resplandecentes.

– Me conta. – ele pediu novamente.

– Jacob, você é meu melhor amigo. E eu nunca, por nada ia permitir que isso fosse destruído. – Parei tentando escolher as palavras corretas. Elas pareciam estar fugindo de mim.

– E? – ele me incentivou a continuar.

Suspirei tentando encontrar as palavras. Coloquei as mãos em seu peito forte e quente. O coração dele estava tão acelerado quanto o meu.

– Mas não posso mais guardar isso só para mim. Eu preciso de você.- minha vos era apenas um fio.

– Mas eu já sou seu. – ele respondeu, com sua tão costumeira gentileza.

– Em partes. E eu preciso de você completamente. Não posso mais esconder isso. Não consigo mais esconder isso. Estou apaixonada por você, Jacob. – Meu nervosismo havia sumido enquanto as palavras surgiam em minha boca. - Eu te amo e preciso de você mais do que tudo. Nada está completo sem você, nada me faz mais feliz do que vê-lo sorrir. Passei dias tentando entender o que eu sentia. Agora, está claro como água.

Ele fechou os olhos e inspirou. Seu rosto não demonstrava nenhuma emoção.

– Jacob, não quero te pressionar. – eu disse. Ele continuou de olhos fechados - Mas não consigo mais guardar isso para mim mesma. Esse sentimento cresce a cada dia. Tentei reprimir, mas não pude... - minha voz sumiu.

Estava feito. Havia exposto meus sentimentos. Agora ele iria abrir os olhos e se desculpar por ter passado a impressão errada, que eu era nova demais para ele, que queria que fôssemos amigos. E então se afastaria de mim para que o meu sentimento por ele morresse.

Mas quando ele olhou para mim, seu rosto estava repleto de uma emoção que jamais havia testemunhado. Ele parecia ter centenas de anos quando me respondeu, sua voz grave, se tornando apenas um sussurro.

– Você não faz ideia de quanto tempo esperei por você.

Meu coração deu um salto. Eu só podia estar sonhando!

Mas não estava. Eu estava em pé em frente ao homem que eu amava e descobrindo que ele me amava da mesma forma.

Ele abriu um sorriso. O meu sorriso.

Seu rosto se aproximou do meu lentamente. Fechei meus olhos. Seus lábios quentes e macios tocaram os meus, enquanto suas mãos grandes se encaixavam na minha cintura.

Abracei seus ombros fortes. Ele estava tão quente quanto eu. Seus lábios se moviam de uma forma tão doce que me fazia derreter. Parecia que meus joelhos não podiam mais sustentar o meu corpo, enquanto eu sentia a suavidade de seus lábios e seu cheiro inebriante invadia meus sentidos.

Eu tremia, mas não mais de medo.

Ele tremia, mas não de raiva, como quando estava prestes a se transformar.

Era a emoção compartilhada que nos fazia tremer.

Entreabri os lábios, sentindo seu halito quente e doce invadir minha boca. Ele arfou e a invadiu com sua língua, de forma suave.

Apertei-o mais forte contra o peito, como tantas vezes desejei. Nós éramos desproporcionais. Eu era muito pequena e ele muito alto. Mas nossos corpos se encaixavam de uma forma que pareciam ser moldados um para o outro.

Sua mão deslizou para a base das minhas costas e subiu um pouco acariciando a pela que se expos, me causando tremores, enquanto a outra subia para a minha nuca.

O calor me invadia de uma forma que eu não conseguia explicar. Enchia meu peito e se espalhava pelo meu corpo. Parecia que este tempo todo meu coração estava vazio, apenas esperando que Jacob o completasse.

Ele separou os lábios dos meus e colocou a testa na minha, mas não moveu um centímetro de seu corpo para longe de mim. Jake acariciou meu cabelo, que alcança o quadril devido estar com o rosto levantado para ele.

– Renesmee. – ele sussurrou e me arrepiei novamente com sua voz tão perto. Ele era incrível. – Desculpa. Eu não queria fazer dessa forma, mas eu... - ele não conseguiu terminar a frase, porque eu o beijei novamente. Não resisti aos seus lábios tão próximos aos meus e a seu hálito quente em meu rosto.

Ele me apertou novamente contra o seu peito e pressionou sua língua contra a minha boca. Desta vez eu também queria prova-lo e invadi a dele com todo o meu desejo que vinha sendo reprimido.

Quando nos separamos, estávamos ofegantes. Ele afundou o rosto em meus cabelos enquanto eu sentia o cheiro amadeirado em seu pescoço.

Poderia ficar ali para sempre.

Mas ele se afastou um pouco para me olhar.

– Eu te amo. – ele disse. Sua voz era apenas um suspiro. – E nunca vou amar ninguém da mesma forma que amo você.

Meu coração pareceu inchar dentro do meu peito. Todas as minhas duvidas pareciam tolas, agora que tinha Jake em meus braços. Tinha a mais absoluta certeza que pertencíamos um ao outro.

Sorri para ele e dei mais um beijo em sua boca.

Então, suspirei quando senti o meu celular vibrando no bolso da minha jaqueta.

– É a minha mãe. - disse antes de olhar o visor – Se importa?

– Claro que não! Vá em frente. – ele disse enquanto se afastava de mim mais não retirou as mãos da minha cintura.

– Renesmee! – minha mãe disse antes que eu falasse qualquer coisa. – Seu pai já está totalmente transtornado com sua demora! Onde está?

– Mãe, já estamos chegando. Estou na trilha com Jake.

Fez-se silencio por um instante e então Bella disse:

– Edward quer falar com você.

Suspirei.

– Renesmee. – Edward sibilou ao telefone. Mas logo se recuperou. - Quero falar com você e com Jacob. Agora. – a voz dele estava calma, mais eu sabia quando meu pai estava a ponto de explodir.

– Tudo bem, estamos chegando.

– Ótimo. – ele disse e desligou sem se despedir.

Eu bufei.

– O que houve? – Jake perguntou, me abraçando e colocando o queixo no topo da minha cabeça.

– Parece que minha família está perdendo os bons modos.

Ele riu e beijou o meu queixo.

– Então vamos, antes que Edward venha com Emmett e Jasper, te buscar e me expulsar área deles.

Jake começou a distribuir beijos ao longo do meu pescoço e eu fechei meus olhos. Parecia que ele não estava tão disposto a me levar embora afinal.

– Ele não seria capaz disso. – respondi a provocação dele.

Jake riu roucamente. Sua risada saiu abafado por seus lábios estarem ocupados.

– Conheço Edward o bastante para dizer que seria. – ele disse com tanta certeza que me perguntei se alguma vez eles já haviam se desentendido. Além das constantes farpas que soltavam.

Empurrei um pouco seus ombros para poder ver seu rosto.

– Por quê? Meu pai e meus tios já te expulsaram muito de suas terras?

O queixo dele travou por um momento, e em seguida relaxou.

– Não, foi só um palpite. Sabe como seu pai é extremista. Vamos?

Ele respondeu puxando suavemente minha mão para seguirmos.

Isso me deixou intrigada. Não era a primeira vez que ele se incomodava quando eu perguntava algo de seu passado. Mas não queria estragar o momento, apesar de meus pais quase terem feito isso, então mudei para um assunto mais leve, porém, tão intrigante quanto.

– Eu estou curiosa sobre uma coisa...

– Manda! - ele respondeu enquanto abraçava meus ombros

– O que aconteceu com a Leah? Ela estava totalmente... diferente, hoje lá na casa da Kim. – disse com cautela, pois sabia que o que dizia a ele seria compartilhado mais tarde com a matilha e eu não queria arruinar a nova atitude de Leah, seja lá qual for o motivo da tal.

Jake hesitou para responder. Ele comprimia os lábios e achei que ele não responderia. Estava pronta para insistir quando ele disse:

– Leah está ... namorando.

Instintivamente pensei que era uma piada. Mas o rosto de Jake era sério.

– Sério? - Rapidamente, passou pela minha cabeça uma lista de todos os garotos Quileutes que eu conhecia e nenhum deles parecia ser ... “o tipo” dela. E também nunca a vi demonstrando interesse por nenhum deles. Mas poderia ser alguém que eu não conhecesse. – Com quem?

Ele olhou para mim com aqueles olhos castanhos graves e parecia que ele tinha algo diferente a me dizer. Mas então ele suspirou e voltou a olhar para frente.

– Você não o conhece. O nome dele é Jonathan Uley.

Parei bruscamente com o choque.

– Como... ele é ... mas ... - não consegui formar nenhuma frase coerente.

Jake sorriu um pouco com minha confusão, mas era óbvio, que o assunto o incomodava.

– Sim, ele é irmão do Sam.

Abri a boca mas nenhum som saiu dela. Ele riu de minha expressão:

– Seu vocabulário está excelente hoje! Está matando as aulas de inglês com Jasper? - Ele debochou enquanto me abraçava novamente para continuarmos andando.

– Uau! – pela segunda vez na noite era só o que eu podia dizer.

– Pois é. – ele respondeu com uma indiferença forçada.

– Isso é alguma piada? – perguntei para ele já sabendo a resposta.

– Não. Bem que poderia ser... - ele disse, parecendo mais para si mesmo do que para mim. - Jon apareceu por aqui essa semana. Ele é irmão de Sam apenas por parte de pai. Sam sempre soube que tinha um irmão perdido pelo mundo, mas um nunca havia tentado entrar em contato com o outro. Foi uma surpresa para todos, quando ele apareceu por aqui.

Isso explicava tudo. A mudança de comportamento de Leah agora tinha nome. Jonathan Uley.

– E foi por isso que você se atrasou hoje para irmos caçar. – adivinhei.

– Sim. Sam ficou um pouco perturbado, com a situação. Tirei um tempo hoje para conversar com ele, e tentar fazê-lo ver que não é tão ruim quanto parece.

Aquilo me transtornou.

– O que foi? Depois de tanto tempo ele percebeu que preferia a Leah afinal? – o sarcasmo era evidente em minha voz. Não que eu tivesse algo contra Sam e Emily. Admirava o amor dos dois. Também entendia, que Sam não havia enganado Leah, apenas havia seguido seu coração. Mas porque se intrometer agora num relacionamento que evidentemente estava sendo melhor para ela?

– Não é isso. Você entendeu mal. Sam está preocupado por motivos diferentes. Ele tem medo que seu irmão esteja aqui com algum interesse a mais do que apenas visitar. Como ele viveu esse tempo todo com o pai, não teve ter aprendido boas coisas. – Jake comprimiu os lábios, como sempre fazia quando algo o irritava. Era de conhecimento geral que o pai de Sam era de má índole.

– Qual o outro motivo, para Sam se preocupar?

– Ele está com medo de que Leah esteja se enganando. Que tenha encontrado no irmão dele, uma fuga para seus sentimentos frustrados do passado.

Nós pulamos por cima do rio que dividia propriedade dos Cullens e paramos, pois sabíamos que se fossemos mais a diante, toda a minha família ouviria nossa conversa.

– E o que você acha nisso tudo?

Sabia que como ele ouvia os pensamentos de Leah, talvez ele pudesse ter acalmado Sam.

– Acho que Jon parece ser gente boa. Desde que conheceu Leah, ele a trata de um jeito incrível. Era o que faltava para fazê-la feliz. Ela precisava de alguém que lhe desse atenção. De alguém que a aceitasse como ela é. Afinal, quais as chances de conseguir um namorado, sendo ela um lobisomem?

Pensei por um minuto. Isso era realmente verdade. Imaginava como deveria se sentir um humano introduzido neste mundo. Eu mesma tinha dificuldade em aceitar certas coisas.

– E Leah? Ela gosta realmente dele? Ou Jon está sendo apenas uma válvula de escape?

Jake suspirou:

– Pode acreditar. Para ela, Jon agora é seu mundo.

Pisquei duas vezes.

– Tão rápido assim? Como você pode saber se não é apenas um engano e que ela está apenas vivendo com ele o que queria ter tido com Sam? – perguntei em choque. Uma relação não poderia ficar tão séria assim em tão pouco tempo poderia?

Ele me olhou por um tempo e tocou meu rosto.

– Tempo é insignificante Nessie. Quando se encontra a pessoa certa, você sabe no momento em que a vê pela primeira vez.

As palavras dele amoleceram meu coração e eu não pude sentir mais nada a não ser alegria. Por Leah. Por ela ter encontrado sua alma gêmea. E por mim que sempre tive a minha ao meu lado.

Voltamos a caminhar e já podia ouvir os burburinhos tensos dentro da casa branca. Parecia que estavam todos lá, para essa conversa.

Jake apertou minha mão para mostrar que estava ao meu lado. Ele não precisava fazer isso. Mas eu sabia que sempre podia contar com ele.

– Tem alguma ideia do assunto? – ele me perguntou.

Respirei fundo e o ar frio da noite, entrou dolorosamente pela minha garganta, mas não me importei.

– Seja lá qual for, vai ser esquecido no momento que meu pai ler sua mente e descobrir sobre a gente.

Ele ergue a sobrancelha com ar zombeteiro.

– A minha mente? Ele pode ver os seus pensamentos também.

Revirei os olhos.

– Você sabe que não consegue esconder nada dele por muito tempo.

Ele riu e segurou minha mão junto ao peito.

– Saiba que não importa o que for, ou como eles iram reagir, eu estarei aqui com você.

Olhei mais uma vez seu lindo rosto sob a luz da lua, lembrando a quão sortuda era.

– Eu imaginei que diria isso. – beijei seus lábios macios e puxei sua mão para que entrássemos e enfrentássemos juntos, a turbulência que viria.

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