Sun Of Earth (Jacob+Renesmee) escrita por Cláudia Ray Lautner


Capítulo 4
Lá Push




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*****

Como falar de meus sentimentos para ele?

Esse foi o único pensamento que me dominou, enquanto terminávamos nosso caminho para a reserva.

Durante o restante de nossa caminhada, evitei toca-lo temendo que meu dom me entregasse antes da hora. Ainda estava atordoada com a minha epifania.

Enquanto minhas dúvidas sobre os meus sentimentos sumiram no momento que percebi que estava apaixonada, outras estavam à espreita, esperando para se instalar em minha mente.

Tinha medo do que isso faria com nosso relacionamento. E se ele não correspondesse esse sentimento?

Em todos esses anos em que Jacob esteve em minha vida, nunca soube se ele teve namorada ou se mostrou interesse por alguém. Ele nunca me contou nada e eu não tive a curiosidade de perguntar.

E se alguém já tivesse o coração dele?

Se eu parasse para pensar, eu pouco sabia de seu passado.

Eu sabia que desde que nasci, Jacob e a alcateia formaram uma aliança muito forte com os Cullens. Que eles arriscaram suas vidas em meu favor e em favor do povo de Forks quando os Volturi vieram com a intenção de destruir minha família.

Eu sabia o vinculo forte que ele possuía com sua terra e seu povo, a lealdade com seus irmãos e a autoridade e responsabilidade que possuía como alfa.

Eu sabia que Jacob esteve presente quando eu cheguei ao mundo e que ele havia ajudado minha mãe a sobreviver.

Lembrando das histórias, percebi que tudo que eu sabia sobre Jacob estava relacionado de alguma forma a mim ou a alcateia. Nada havia em minha mente sobre o seu passado individual.

Isso não ajudou em nada para vencer meu medo de falar com ele sobre meus sentimentos.

Chegamos à reserva ao pôr -do- sol e fomos direto para casa da Rachel, que ficava bem próxima à casa de Jake. Ela e Paul haviam se mudado para lá, um pouco antes do casamento, o que causou muitos burburinhos sobre a mesma já estar grávida quando se casou. A fofoca caiu por terra quando mesma apresentou sintomas de gravidez 5 meses após a cerimônia.

Cidades pequenas tinham esse defeito. Os costumes eram puritanos e os cidadãos geralmente tinham como principal hobbie observar a vida alheia. Isso causa grandes transtornos quando se faz parte de um Clã de vampiros.

Nossa família vinha se escondendo completamente do povo de Forks, a aproximadamente 7 anos. O último vinculo foi quebrado, quando Carlisle deixou definitivamente seu trabalho no Hospital. Já haviam começado a reparar que ele não envelhecia. Os outros já não apareciam desde o casamento de meu pai e minha mãe, que na época ainda era humana. Todos na cidade pensavam que estavam no Alasca terminando os estudos.

Minha mãe ainda mantinha contato com suas amigas Jéssica, Ângela e com minha avó Renée, as quais eu só conhecia por fotos de formatura, baile e casamento. Era difícil para ela, cortar esses laços de sua existência humana.

Os únicos que ainda sabiam que os Cullens estavam em Forks, eram meu avô Charlie e os Quileutes que faziam parte da alcateia, do Conselho ou que de alguma forma fosse ligado a eles.

De vez em quando, Edward ouvia os pensamentos de algum motorista que passava na rodovia e que se lembrava da entrada que ia a mansão. Mas eles sempre hesitavam e desistiam de conferir se ainda morava alguém lá. Ninguém tinha coragem de fazer uma visitinha aos estranhos Cullens.

– Nessie! – Rachel gritou alegre assim que me viu. Ela estava na varanda de sua casa tão pequena, mais tão aconchegante. Uma cabana de madeira pintada com um tom de lilás lindo, que era a cara da dona. A varanda possuía vasos de flores pendurados do chão ao teto. Paul que não devia se sentir muito confortável com a cor e com as flores, principalmente quando chamava alguns dos rapazes para assistir a jogos. Mas como sempre, ele fazia a vontade dela.

Rachel desceu as escadas, com seus lindos cabelos negros e extremante lisos, soltos, voando com a brisa do crepúsculo. Seus traços eram marcantes e perfeitos, muito parecidos com os de Jacob.

– Oi Rachel! Como estás se sentindo? – perguntei abraçando-a e ambas rimos quando o grande ventre redondo atrapalhou nosso abraço.

– Como uma pata! Meus pés estão do tamanho de caixas de sapatos. – Ela reclamou fazendo uma careta. – É tão bom ver você!

– É bom ver você também, mana! – reclamou Jake fazendo cara de ofendido.

O riso de Rachel ecoou pela varanda.

– Jake seu dramático! Eu vejo você todo santo dia!

Ele bufou e bagunçou os cabelos dela.

– Que bom saber que você já enjoou de me ver.

Sorri para a cena fraternal. Nem sempre eles se deram tão bem. Mas com um bebê a caminho na família Black, os laços se estreitaram.

Agora, ambos estavam unidos e decididos a trazer Rebbeca, a gêmea de Rachel para morar em La Push também. Mas era difícil conseguir essa proeza, pois ela estava muito bem acomodada com o marido no Havaí.

– Pare de reclamar Jacob! – Rachel disse batendo no braço dele. – Não enjoei só de você. Ultimamente ando enjoando até com o cheiro do Paul!

Jacob riu alto com essa, que com certeza seria motivo de chacota entre os lobos, na próxima ronda.

– Então acho que você não vai querer os doces que Esme fez para você! – eu disse, fingindo espanto e balançando minha mochila que continha os potes com as guloseimas. - Que pena. Ela vai ficar decepcionada. Talvez nem faça mais esses favores ...

Ela arregalou os olhos e com um gritinho agudo, arrancou a bolsa da minha mão.

– Mas nem morta que eu recuso as delicias de Esme! – disse ela já com um pote aberto nas mãos. – Madeleines! Não acredito! É meu doce favorito!

– Eu sei! – ri da expressão que ela fez apenas por ver os doces.

Jacob balançou a cabeça:

– Depois não quer engordar... Fica se entupindo de açúcar!

Rachel mostrou a língua pra ele e fechou o pote.

– Pois a gestação é o período que a mulher pode tudo! Vou aproveitar meu momento e me preocupar com o resto depois. – disse, já puxando minha mão em direção a casa. - Venha Nessie. Vou pegar meu casaco e podemos ir até a casa da Kim pra ver como anda os arranjos do casório.

– Opa! Essa é a minha deixa. – Jake falou vindo atrás de nós e me segurou pelo braço. Segurou o meu rosto e me deu um beijo na testa. Meu coração se acelerou quando senti o calor de seu peito nu, próximo ao meu rosto. – Vou dar uma olhada no Mustang e depois venho pra te acompanhar até em casa.

– Tá. – foi só o que eu consegui responder.

Ele sorriu e correu em direção à oficina.

Quando me virei, Rachel mal continha um sorriso.

– Mas o que foi isso?

Senti meu rosto queimar.

– Isso o que? – perguntei sem encara-la, pois de repente, o chão parecia muito interessante.

Ela me olhou compreensiva e voltou a me puxar em direção a casa.

– Tem algo pra me contar Nessie?

Eu suspirei. Isso ia ser difícil. Não conseguia esconder segredos de Rachel. Mas com quem mais eu iria falar sobre isso? Rachel era minha melhor amiga, mas não sabia como ela reagiria ao saber dos meus sentimentos pelo irmão dela. Mas eu precisava falar com alguém... desabafar antes que eu explodisse, tamanha era a intensidade do amor que eu sentia por Jacob.

****

– Senta aqui e me conta. - ela disse me indicando mesa da cozinha.

Puxei a cadeira de madeira entalhada à mão, e me sentei cruzando os braços em cima da mesa. Fiquei balançando os pés nervosamente.

Rachel pegou chaleira e colocou água para esquentar, na intenção de fazer chá.

– Não há nada pra dizer... - disse encarando as minhas mãos. Quando levantei o rosto, ela estava olhando para mim com olhos estreitos.

– Você sabia que você mente mal?

Sorri sem graça, pela facilidade que ela reconhecia quando havia algo errado comigo. Muitas vezes meu dom se fazia desnecessário, devido meu rosto, quase sempre entregar meus pensamentos.

Estava admirada que Jake ainda não tivesse percebido.

– Herdei da minha mãe.

Rachel riu baixinho, se sentou com dificuldade e serviu uma xícara de chá para mim. Como havia caçado, estava satisfeita e não tinha fome, fazendo o cheiro da bebida humana ser praticamente insuportável. Mais aceitei para não deixa-la chateada.

– Rachel, como... como você soube que Paul era a pessoa certa pra você? – perguntei encarando a xícara em minhas mãos.

Ela suspirou e eu ergui meus olhos. Ela possuía uma expressão serena, que me acalmou. Eu podia contar com ela. Encarei seus olhos negros, esperando.

Ela começou a brincar com a borda da toalha.

– Sabe... é difícil explicar. Nos conhecemos na praia de La Push quando eu me formei e vim visitar meu pai e meu irmão. Engraçado é que você ainda nem tinha nascido! – ela deu uma risadinha baixa de choque quando olhou para mim. – É incrível a velocidade que você cresceu Nessie. Mesmo eu estando no meio de tudo isso, essa coisa de vampiros e lobisomens, às vezes ainda me surpreendo com alguns detalhes. É fácil esquecer que você não é humana.

– É porque eu sou só metade vampira. Existe uma parte de mim que não saiu de uma história de terror. – rimos um pouco, mas Rachel não perdeu o foco no assunto que estávamos. Bebeu um pouco de chá e continuou:

– Enfim, Paul me... encantou desde a primeira vez que eu o vi. Fiquei ainda mais encantada, quando ele me contou sobre seu segredo. Me lembro que passamos uma noite inteira juntos, com ele me contando as lendas da tribo, lendas que sempre achávamos engraçadas, quando crianças. Quem diria que eram verdadeiras? – Os olhos de Rachel perdidos no seu próprio passado e no de seus ancestrais. – E quem diria que as coisas mudariam tanto? Vampiros e Lobos foram inimigos desde o inicio dos tempos, mas sua família é tão diferente dos vampiros... “tradicionais” acho que posso dizer assim... que começou uma grande mudança no universo do sobrenatural. – ela então parou e olhou para mim. – Você foi a maior surpresa de todas.

Fiquei sem graça com o rumo que a nossa conversa estava tomando. Todos diziam que meu nascimento havia sido um milagre, que isso havia mudado a vida de todos. Ficava com vergonha, pois eu não era a heroína dessa história. Minha mãe era. Mesmo enquanto humana, quando suas forças eram poucas e suas emoções conflitantes, ela conseguiu. Se não fosse por ela, sua convicção, fé e amor incondicional, eu não existiria e tampouco a trégua com os Quileutes.

– Não muito agradável a principio... – eu disse sorrindo timidamente.

Rachel puxou as minhas mãos por sobre a mesa. Elas estavam quentes. Quase tão quentes quanto às de Jacob. Não haviam duvidas de que o filho dela herdaria o gene de lobo de seus antepassados. Ela sorriu para mim compreensiva.

– É, houve transtornos na época. Nada insuperável. E você entrou na vida de todos, mudando o que achavam que seria para sempre.

Olhei para ela confusa.

– Não entendo onde quer chegar Rachel...

– Quero chegar em Jacob. Você mudou a vida dele de uma forma, que nenhum de nós poderíamos prever. E foi permanente.

Abaixei os olhos para mesa, me sentindo corar novamente. Respirei fundo, apesar de não precisar de ar, me ajudou a me acalmar.

– Como sabe que eu estava falando dele?

Ela riu de minha timidez e se levantou para colocar as xícaras na pia.

– Porque foi da mesma forma comigo e Paul.

Olhei para ela, que apesar de jovem, possuía um olhar experiente, como se ela vivesse há séculos. Era um entendimento que eu ainda não tinha alcançado. E talvez nunca alcançasse.

– Não sei o que fazer Rachel. – admiti sincera. – Não sei como ele irá reagir.

– Porque não fala com ele e descobri por si mesma?

– Não posso. Tenho medo do que isso fará conosco. Ele é meu melhor amigo. - sussurrei.

– Você esta errada. Exatamente por ele ser seu melhor amigo, que ele é perfeito para você. Ele que sempre te entenderá e aceitara como você é. E não tenha dúvidas de que a companhia dele é a que sempre você vai querer.

Olhei novamente em seu rosto afetuoso, e meus medos desapareceram. Eu não tinha dúvidas de que Jacob era quem eu queria para o resto da eternidade. E essa conversa com Rachel me fez perceber que talvez ele quisesse o mesmo.

Nada me impediria de falar com Jacob agora.

****

Estava um pouco frio então Rachel pegou seu agasalho e fomos andando e conversando até a casa de Kim, que não ficava muito longe. Rachel foi me contando os planos para a chegada de seu primogênito e falando sobre algumas preocupações em relação ao futuro do filho, já que o pai era um lobisomem. Tentei tranquiliza-la o máximo que pude, mas tive que reconhecer que me sentiria da mesma forma em seu lugar. Senti certa melancolia, quando lembrei que nunca estaria.

Ouvi enquanto nos aproximávamos, às conversas dentro da casa de Kim. Pelo visto Jared estava lá, junto com Seth, Quil e Embry. Eles estavam vendo jogo. Os pais dela não deviam estar em casa pelo barulho que os rapazes estavam fazendo.

Como todas as casas de La Push, a de Kim era extremamente simples e aconchegante.

– Olá - Rachel disse assim que entramos e todos responderam animados.

– Hey, Renesmee! – Seth me cumprimentou assim que me viu. Os outros apenas acenaram com a cabeça. Jared me olhou um pouco tenso. Ele gostava de mim tanto quanto o Paul.

– Como vai Seth? – respondi enquanto ele me dava um abraço apertado.

– O mesmo de sempre. Ronda, oficina, jogo, ronda... E você?

– Finalmente parei de crescer, então, acho que agora estou bem.

Ele riu se sentou no sofá e olhou para a TV.

– Já não era sem tempo não é? – ele disse sem olhar para mim.

Embry jogou uma almofada nele, enquanto os outros o olhavam com um olhar assassino. Ele apenas deu de ombros.

Rachel revirou os olhos e perguntou:

– Onde está Kim?

–Aqui! – Kim gritou da cozinha.

Andamos pelo corredor estreito, até chegar à minúscula cozinha de onde vinha cheiro de fritura.

Ela estava à beira do fogão, com seus longos cabelos castanhos presos no alto da cabeça. Não consegui identificar o que ela devia estar cozinhando, porque minha atenção foi para outro lugar.

Levei um choque quando vi Leah Clearwater sentada em uma cadeira próxima à porta. Leah era uma das poucas da matilha que possuía uma clara aversão à aliança dos Cullens com Lobos. Ela era extremante amarga e apesar de minhas tentativas, nosso relacionamento nunca havia sido amistoso.

Eu conhecia o passado dela e sabia quanto que havia sido difícil para ela quando Sam se apaixonou por Emily. Eu era totalmente solidária com ela em relação a isso. Ela já havia sofrido muito e sua amargura era justificada. Jacob discordava totalmente de mim.

Mas a Leah que vi ali, não era a mesma que eu conhecia.

Ela geralmente vestia alguma roupa rasgada, desbotada e descombinando. Quase sempre estava coberta por uma camada de sujeira, devido sua vida ao ar livre com a alcateia.

E agora, ela estava limpa, vestindo roupas novas e coloridas. Seus cabelos estavam lavados e brilhantes, exalando um perfume que eu pude identificar como pêssego.

Mas não foi isso que me chamou a atenção. O que me chocou foi sua expressão.

A Leah que eu conhecia era extremamente volátil, com uma expressão que ou era de fúria ou de sarcasmo. E nunca sorria.

Pois a que estava em minha frente, sorriu para mim timidamente.

– Oi Renesmee.

Uau. Foi só o que consegui pensar.

– Er...Olá. Como vai Leah?

Ela sorriu novamente e ergueu a cabeça.

– Estou muito bem, obrigada. – ela respondeu genuinamente.

Fez-se um silencio pesado na cozinha. Kim colocou a tigela com algo, em cima da mesma e veio me abraçar.

– Nessie! Tudo bem? – ela me encarou - Parecesse que faz séculos que você não vem aqui!

Me recuperei do choque e consegui sorrir para ela apesar de ainda estar perturbada.

– É verdade. Estava morrendo de saudades de vocês!

– Tenho que dizer a Jake que ele está monopolizando você. Ele não é seu único amigo sabia?

Rimos juntas. E Leah também riu e ainda disse:

– Jake sabe ser muito possessivo quando quer.

Olhei para ela, e vi que ela estava apenas brincando. Nada de sarcasmo, nem acidez em sua voz. Tinha alguma coisa acontecendo e eu não sabia o que era.

Puxei uma cadeira ficando do lado oposto de Leah.

– Então Kim, já escolheu o vestido? – disse tentando disfarçar minha reação à nova aparência da única fêmea da matilha, se é que alguém ainda não tinha percebido.

– Ai, ainda não. Minha mãe e meu pai foram até Seattle, encomendar os convites. Vou ter que ir na semana que vem para provar.

– Vê se não deixa para cima da hora, okay? – Rachel advertiu enquanto colocava uma batata frita na boca. Era isso que Kim estava cozinhando. – Essas coisas tem que ser escolhidas com calma para não se arrepender depois.

– Eu sei. Mas tinha prometido ao Jared que faria o jantar para eles. Não podia voltar atrás.

– Tudo bem, mais não perca a próxima oportunidade de ir. – Rachel insistiu.

Meu celular começou a vibrar em meu bolso. Peguei-o e olhei o visor. Era a minha mãe. Me desculpei com as meninas e sai pela porta dos fundos.

– Oi mãe.

– Renesmee. Está na reserva?

– Sim, estou na casa de Kim jogando conversa fora. Já chegaram?

– Sim acabamos de chegar e você não estava em casa. Não vá demorar sim? Edward quer conversar com você.

Fechei meus olhos e expirei. Já tinha uma ideia de qual era o assunto. Mas hoje, eu tinha que falar com Jacob antes.

– Mamãe, tem como acalma-lo até eu chegar? Eu preciso conversar com Jake e não sei o quanto vai demorar.

– É importante? Não pode deixar para amanhã?

– Não, é muito importante.

Bella ficou em silencio. O silencio era tanto que por um momento achei que a ligação tinha caído. Mas então ela arfou:

– Oh. – ela disse depois de uns segundos - Tudo bem. Assim que possível então. Estamos te aguardando.

– Tá mãe. Obrigada.

– Te amo filha.

Desliguei, pensando no rumo que as coisas tomariam após minha conversa com Jake hoje. Mas estava disposta a não deixar a nossa amizade morrer caso ele me dissesse não. E enfrentar tudo e todos por ele, se me dissesse sim.

– Nessie? – a voz grave que eu adorava me chamou e eu me virei a tempo de perder o fôlego.

Jacob estava parado entre os batentes da porta, com o sorriso que eu tanto amava no rosto perfeito. Ele tinha tomado banho e estava completamente vestido, lindo em uma camisa xadrez vermelha e calça jeans azul escura. Tinha de admitir que ele ficava incrível quando se arrumava assim. Não que fosse um incomodo ele andar por ai só de bermuda. Pelo contrário. Mas é que era difícil escolher de que forma ele ficava mais lindo.

– Jake. – ele sorriu e me abraçou como sempre fazia. O gesto era o mesmo, mas minhas emoções eram outras. Não consegui dizer mais nada. Era difícil pensar com clareza quando ele mantinha seu corpo tão junto ao meu.

– Demorei muito? – ele perguntou, como sempre preocupado com meus sentimentos.

– Não, você foi rápido. – menti. Só agora percebi que cada fibra do meu ser ansiava por sua volta. – Mas preciso ir para casa agora. Bella acabou de me ligar.

– Então vem que eu te levo. Quer ir de carro ou moto?

– Na verdade, quero ir a pé se não se importa. Preciso conversar com você.

Ele me olhou desconfiado. Ele sabia o quanto gostava de andar de moto. Minha recusa o deixou confuso, mas ele não me questionou. Apenas acenou com a cabeça.

Entrei novamente na casa de Kim para me despedir de todos e então fomos para a floresta começar a caminhada que mudaria para sempre a minha vida.

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