Ouçam essa música ;)

–Chegou a hora! –suspirei, pegando a mala e pondo-a no carrinho do luxuoso hotel que eu estava para deixar. –Pode descer na frente. –disse para o funcionário.

Dei uma última olhada pela paisagem da janela.

A cidade estava iluminada por luzes, postes, casas, estrelas e pela lua cheia. A noite caía, mas o céu já estava escuro.

Caminhei até a porta e a abri. Já do lado de fora, suspirei ao ver as lembranças que deixaria para trás.

–Eu vou sentir falta daqui. –disse, observando a cama.

Tantas lembranças.

Desci e fui até o balcão da recepcionista e entreguei-lhe a chave e paguei a conta.

Fui para o exterior do prédio, onde um táxi me esperava e o funcionário do hotel botava a última mala no porta malas.

–Para o aeroporto.

(...)

“Chamada para o voo 09184”

A voz mecânica ecoou pelo aeroporto, saindo de caixas espalhadas por toda a extensão.

–Então é isso... Acabou! –disse para mim mesma.

–Você realmente acha isso? –perguntou, com a voz rouca de sempre. Lágrimas eram visíveis em seus olhos e em meus já escorriam há muito tempo.

–Eu vou sentir sua falta, Curly! –disse, o abraçando.

–Eu também! –suspirou, retribuindo o abraço. –Você tem mesmo que ir? –perguntou.

–Eu jamais devia ter vindo. –respondi, relutante.

–Não fala isso! –disse, me dando um tapinha nas costas.

“Última chamada para o voo 09184”

Eu me afastei lentamente, fui até os outros meninos e os abracei. Na verdade, só abracei Zayn e Liam já que Niall e Leticia haviam viajado cedo e Louis... Louis era a última pessoa que eu esperava encontrar ali.

–Tchau, Malik! –disse ao me afastar de Zayn e ir até Liam. –Cuida bem dos nossos meninos, tá bem, Daddy?

–Pode deixar. Eles vão sobreviver até você voltar para gente... Eu prometo!

–Eu sei que... –fui interrompido por berros vindo de uma distância significativa.

Fiquei na ponta dos saltos para ver por cima do ombro de Liam e encontrar Louis correndo desesperadamente. Eu teria caído na gargalhada por ver aquilo em outras circunstâncias, mas tudo o que fiz foi deixa uma única lágrima cair e me virar.

–Luiza, não me deixa assim... Eu te amo!

–Amar é uma coisa, confiar é outra. Relacionamentos são baseados em confiança. Nós não tínhamos confiança um no outro, então é melhor desistirmos. –disse e continuei a andar, até que ele me puxou pelo cotovelo.

–Eu confio em você. –sussurrou. –Eu sei que eu fui um idiota, mas...

–Acabou, Louis... –menti, para nós dois. Eu sabia que aquilo não tinha acabado. Não ainda. –Eu sinto muito!

E essa foi a primeira verdade do dia. Eu sentia muito por ir embora e deixá-LOS. Por que ir não significava deixar apenas Louis, mas deixar todos eles. O amado topetudo... O trio das Lesadas se fora... O Daddy que cuidava de todos nós... O Curly que me ajudou mesmo sabendo que não era o melhor jeito –e que se machucou por mim... O Irlandês idiota que fez dos nossos dias melhores... E o Lou... Que ele queime no mármore do inferno!

É duro mentir para mim mesma, mas é necessário. É um jogo onde só se tem duas opções: ferir ou ser ferido.

Foi-se o tempo em que eu pensava no amor como algo bom. Agora era apenas um jogo. Eu cansei de me iludir dizendo que vai dar certo. Cansei de lutar por algo que não passa de uma mera ilusão.

–Tchau, lindinhos! –disse em meio à um aceno forrado por lágrimas. –Amo vocês, viu?

–Também te amamos.

–Adeus, Louis. –disse, fria e secamente.

–Até breve... –sussurrou e soltou meu braço. –Meu amor de verão... –continuou.

–Olá, outono... –sussurrei e continuei minha caminhada até o frio adeus, onde o calor que me aqueceu nas noites em que passei com Louis não existia.

Entrei na sala de embarque e atravessei até meu respectivo portão para embarcar.

Já no avião, me sentei na poltrona da janela e observei a cinzenta pista de decolagem. Do outro lado, eu podia ver todos... Harry, Zayn, Liam e Louis... Abraçados... E chorando. Aquilo me cortou o coração.

–Blá blá blá o cinto blá blá blá.... Blá acentos blá blá blá.

O teatrinho da aeromoça acabou e o avião se preparou para decolar.

–Adeus, Londres! –suspirei enquanto tomava um gole do copo de água com limão. Lágrimas voltaram a correr pelo meu rosto, levando consigo grande parte da maquiagem e deixei que meu pensamento voltasse a aflorar.

Uma vez me disseram que é loucura deixar de ser feliz por uma tentativa que não deu certo e é por isso que eu estou indo embora. Porque eu sei que eu nunca vou ser feliz aqui, mas eu sei que vou ser feliz com ele. Afinal, é sempre assim, não é? A gente briga, termina e volta, mas existe uma explicação lógica... O destino sempre vai dar um jeito de nos unir novamente. Isso é fato. Mas o que importa é... Se eu pudesse dizer algo para ele nesse exato momento seria que eu o odeio. Eu sei que não é verdade, mas daria a ele a chance de ser feliz. Pelo menos até nós voltarmos para os braços um do outro... Algo me diz que vai ser logo.

Não importa quanto tempo demore, porque eu prometi que esperaria por ele até o último dia de minha vida, até o último bip da maquina do hospital, por um motivo: Eu sei que ele vai estar lá.

Esses foram dois meses agitados e turbulentos, mas os próximos três meses de verão serão piores... Somos nada mais nada menos que um amor de verão.

–Até logo, Louis... Até o próximo verão, my Summer Love!

Aqui, eu encerro essa história, dizendo que, apesar de tudo... Tem que ser você... Só você.