Eu voltei para casa e me dirigi diretamente para meu quarto. Me troquei e me afundei na cama.

Estava quase caindo no sono, quando uma leve batida na porta me fez voltar a triste e sombria realidade.

–Que foi? –perguntei, abrindo com dificuldade os olhos e encontrando os de Louis me observando.

–Podemos conversar? –perguntou.

–Claro... Entra aí! –suspiro.

–Você tá bem?

–Um pouco...

–Eu ainda não acredito que foi tão longe só para me fazer ciúmes.

–E quem te disse isso? –perguntei, fazendo esforço para me sentar.

–Seu falso namorado.

–Eu sabia que eu não podia confiar nele! –brinquei e sorri.

–UM SORRISO! EU TENHO QUE GRAVAR ISSO! –gritou.

–Deixa de ser besta! –digo.

–Falou a miss normalidade! –diz.

–Eu sou normal! –protesto.

–E eu não tenho um bundão! –debochou.

–É o tipo de coisa que a Laís diria... –digo.

–CADÊ O SORRISO?

–Para de gritar!

–COMO? ASSIM? –ele grita, se aproximando.

–Não grita, Louis!

–ME OBRIGUE!

–Cala a boca, Louis!

–VEM CALAR!

–Então tá!

PARA TUDO! EU NÃO SEI O QUE DEU EM MIM, MAS EU FIZ ISSO!

NÃO ME ARREPENDO.

MAS EU FIZ.

NÃO DEVIA TER FEITO, MAS FIZ.

Meus braços envolveram seu pescoço num beijo calmo e suave, do qual eu sentia a mais profunda e pura falta, mas não me permitia admitir.

Senti suas mãos passarem por minha cintura e me puxarem para si.

A velocidade do beijo começava a aumentar e perder toda a sua suavidade, se transformando em um beijo desesperado e urgente.

O ar começava a faltar em meus pulmões a medida que eu aspirava seu perfume.

Eu comecei a tatear os lençóis e senti-o começar me deitar. Por um curto momento ele afastou os lábios dos meus e sussurrou três palavras:

–Senti falta disso!

–Eu também! –disse, selando nossos lábios novamente.

–Eu te amo! –sussurrou.

–Eu também! –disse e comecei a distribuir beijos em seu pescoço e dizendo “eu te amo” a cada vez que meus lábios se afastavam de sua pele.

Milhões de beijos depois, meu celular tocou, interrompendo uma “coisa importante” que estava prestes a começar.

–Pode atender! –ele diz, percebendo que eu resolvi ignorar.

–No momento isso é mais importante! –digo e volto a beijá-lo.

–Luh, atende! Pode ser importante!

–Maldição de telefone! –murmuro, me afastando dele e me esticando para pegar o celular. –Alô?

–A gente já tá indo pra casa! –Niall sussurrou.

–Eu saí de lá mil anos atrás!

–Ah, sim... Obrigada, Luh!

–De nada!

–Beijinhos! –disse e eu desliguei, nem me dando o trabalho de me despedir.

–Onde estávamos? –pergunto.

Niall POV

Ao estacionar na frente de casa, saio do carro e dou a volta para abrir a porta de Leticia. Ela sorri e eu a tomo em meus braços.

–O que você está fazendo? –pergunta, enquanto atravesso o jardim e subo os três degraus que nos levam a soleira da casa e abro a porta com certa dificuldade. Empurro-a com o pé a finalmente estamos lá dentro, onde os castiçais espalhados por ela dão um ar romântico e aconchegante.

Ponho-a no chão e deixo que seus olhos pairem por toda a superfície iluminada antes que parem em um ponto fixo, onde um bilhetinho de encontra.

–O que é aquilo? –pergunta curiosa.

–Eu também não sei! –digo e caminho até ele, tomando cuidado para não esbarrar em nenhuma das velas.

Eu pego o papel e o abro.

No papel, em uma perfeita e arredondada caligrafia, existe um recado de Luiza.

“Espero que estejam curtindo a noite, mas, pelo amor, não se esqueçam de... Ao não ser que queiram acabar como eu! Boa sorte, Nini! Beijos, Castiçal. :) xx”

–De quem é? –Leticia pergunta, se aproximando e me abraçando por trás.

–Aparentemente, do castiçal! –brinco, me virando e a beijando.

Logo aquele beijo se transforma em algo mais, na prévia de uma noite perfeita.

Leticia POV

Niall me conduz até a cama e me deita sobre ela com cuidado, sem para o beijo por um segundo sequer.

Passo minhas mãos por baixo de sua camisa e deixo que meus dedos deslizem e que minhas unhas arranhem suas costas.

Poucos segundos se passam e já nos livramos de toda a roupa que costumava habitar nosso corpo. Sinceramente, acho que isso é um novo tipo de recorde.

Sinto-o me penetrar lentamente, causando em mim uma sensação boa de tortura e, a cada vez que o movimento se repete, um gemido afobado escapa por meus lábios, sendo abafado por um beijo feroz.

Mais algumas investidas foram necessárias antes que eu e Niall chegássemos ao ápice.

Enterrei minha cabeça em seu peitoral e cochilamos por algumas horas.

–Amor! –ouvi uma voz rouca e sonolenta me chamar.

Fiz um leve esforço para abrir os olhos e pude encontrar o par azul de olhos que me levavam ao delírio.

A claridade no local me fez fechar os olhos novamente, mas o abri ao sentir seus lábios colarem nos meus.

–Acorda, princesa!

–Só se eu ganhar mais um beijinho desses! –sussurro.

–Mais um e outros mil. –diz e me dá mais um beijinho.

–Hm, assim que eu gosto! –digo.

–Eu preparei um banho pra gente... A porquinha aí nem banho tomou depois da farrinha de ontem!

–Olha quem fala!

–Eu tomei banho depois que você dormiu, abestalhada!

–Sua abestalhada!

–Exato... Minha abestalhada! E se algum abestalhado chegar perto vai perder os olhos, as pernas, os braços E a vida! –disse e me deu mais um beijo.

–Bobão! –disse me levantando. –Vamos! Agora eu to com vontade de tomar o tal banho.

O levo até o banheiro, onde mergulho com ele na banheira e deixo que todo o suor acumulado em meu corpo pelo “trabalho” da noite anterior.

Niall sai pouco tempo depois e fico mais alguns minutos lá.

Alguns minutos se passam, eu saio do banho, me visto e desço para o andar de baixo, onde encontro Niall sentado no sofá, trajando uma regata branca e um moletom, me esperando para tomar o café da manhã.

–Com fome? –pergunto.

–Morrendo! –ele diz e sorri.

Nós vamos até a copa, onde nos sentamos à mesa e eu me estico para pegar um pãozinho.

–Niall, pega pra mim? –peço.

–Claro! –ele diz, sorrindo e me entrega o pãozinho.

Uma luz forte entra pela janelas, deixando o ambiente ainda mais confortável, mas um reflexo produzido quando eu abro o pão me cega.

Afasto o pão da luz e consigo enxergar um anel, com um lindo e solitário diamante.

–Casa comigo?