As Súplicas De Um Vagabundo escrita por Maria Chinikoski


Capítulo 15
Não me deixe...




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À sua frente estava um canivete... A imagem no espelho embaçado chorava, olhando com raiva o próprio pescoço.

O que fazer?

Sua mão foi subindo lentamente até o pescoço...

- Pedro?! - chamou sua mãe - Vamos dormir, filho...

Com um estalo o canivete caiu no chão, levanto junto gotas de sangue.

- Pedro?!  -chamou a mãe batendo na porta - PEDRO?!

Em um reflexo ele se virou para a porta.

- Tudo bem, mãe... Já vou.

- Não me assuste mais, menino. Boa noite, que Deus te abençõe.

- Amém... - disse o loiro enquanto observava sua mão cortada, como nun ato contra a vontade de perder a vida - Droga...

Lavou as mãos e foi para o quarto lentamente.

Depressão? Talvez... Por que era tão problemático?

Deitou-se na cama e ficou chupando o corte até que cicatrizasse, quando o celular tremeu na cômoda.

"Boa Noite..." - Yuuri.

Pedro arregalou os olhos com tal mensagem e tomou uma atitude. Abriu a janela e correu pelo telhado até o muro, correndo em direção à mansão de Yuuri.

Chegou lá e escalou o portão, correndo até a árvore que lhe dava acesso ao quarto do macaquinho. 

Já era tarde, mas seu coração parecia querer explodir, suando e se molhando com a chuva forte. Sua vida dependia daquele momento, quando ele se jogou contra o vidro, batendo com o pulso.

Mas um raio iluminou a última coisa que esperava ver ali.

David estava por cima de Yuuri, segurando suas mãos na cama e ambos olhavam assustados para o invasor no telhado, tentando entrar.

Uma lágrima quente desceu pela face do loiro que abriu a boca espantado, tentando voltar para trás, longe da cena.

Yuuri tentava se levantar, assustado, mas o choque foi tanto que Pedro levou a mão ao coração e arregalou os olhos, perdendo equilibrio e o controle de seu corpo, tornando-se nada mais que um boneco imóvel, aterrorizado e com coração despedaçado, escorregando na telha molhada e pendendo para trás, 

Seus pés se desprenderam e a telha suportou o peso do jovem que escorregava e rolava do segundo andar até a ponta do telhado.

Quando voltou a si, era tarde.

- Aaaaahh!

- PEDROOO! - gritou o moreno ao ver o boneco cair lentamente das telhas para o chão, com toda força possível.

Cachorros ferozes avançavam contra o jovem desfalecido, arrancando-lhe boa parte do sangue que não saíra com os cortes da queda.

- PEDROOO!

(...)

Num hospital ali perto a madrugada era infindável.

- Por quê? Por quê?

Tudo era rápido... Faltavam dois dias para o casamento, um corpo estava largado em uma cama, com soro, sangue, antibióticos, levando choque para tentar acordar, mas o coração era fraco demais...

- Culpa sua! - disse a menina, assustando o médico que assistia a briga entre os visitantes.

- FOI VOCÊ QUE FEZ ISSO, VADIA! SEM VOCÊ ELE ESTARIA AQUI!

- COMO VOCÊ PODE FINGIR SE IMPORTAR E ESTAR COM OUTRO?!

- VOCÊ QUE ESTAVA DORMINDO COM ELE! - gritou Yuuri, se levantando também quando levou um mega tapa na cara, fazendo-o perder equilíbrio e cair na cadeira.

O médico ia intervir, mas a garota fez sinal para ele não se aproximar.

- O Pedro... NUNCA encostou UM dedo em mim!

Ela levantou e foi andando em passos pesados até a recepção, deixando Yuuri caído, assustado e chorando de olhos arregalados, sem acreditar.


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Notas finais do capítulo

Comentem antes de passar de capítulo!
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