Wake Me Up When September Ends escrita por AnnySama


Capítulo 15
14º dia


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Eu devia saber. Não sei... Eu apenas devia ter tido um pressentimento ridículo. Era estranho como eu conseguia saber se naquele dia ia chover ou não, mas não podia saber que aquilo aconteceria.

Mas talvez o pressentimento tivesse existido. Mas a minha felicidade era muita para eu sequer notar algo de estranho.

O dia amanhecera em uma forte tempestade. A primavera do dia anterior estava ausente em cada gota de água furiosa que escorria das minhas janelas. Um trovão que ecoou perto demais de minha casa me fez acordar com tal susto que quase cheguei a chorar. Mas eu me aliviara na hora, o pesadelo que estava tendo era muito pior.


Eu vagava pela escola deserta e preta e branca. Estava sozinha e temia algo que eu não sabia ao certo. Depois de um tempo andando, os corredores começaram a se encher de alunos. Fiquei confusa e perdida e tentei encontrar no meio da multidão Brendon. Eu o avistei encostado em seu armário, lendo suas anotações e com uma expressão séria. Me aproximei.

-Oi... Está tudo tão escuro! – E eu não controlava minha fala. Não entendera o que acabara de dizer, só sabia que era uma verdade.

Brend olhou para mim por bastante tempo. Depois fui perceber que ele olhava além de mim, como se eu fosse transparente. Acenei na frente de seu rosto para lhe chamar a atenção, mas ele voltara a ler as anotações.

Comecei a chorar baixinho. Desesperei-me mais ainda. A dor em meu peito era insuportável. Era como se fosse uma questão de vida ou morte. Sussurrava tentando o fazer me enxergar, mas nada. Então veio a trovoada.


Tudo estava muito estranho. Quase como em meu sonho, preto e branco.

Mal tinha acabado de me trocar, a campainha tocou tilintando com um falso barulho de sinos. Corri escada abaixo para olhar pelo olho mágico e ver Brendon parado lá, de mochila nas costas e uma jaqueta de couro. Abri a porta, um tanto irritada.

-Me dê um tempo, meu deus! – Nós rimos, mas ele entrou sem perguntar. – Hey, silêncio, minha mãe ainda está dormindo.

-Tudo bem, eu não faço barulho nem quando eu quero. – E me lançou um olhar sarcástico. Nós nos jogamos no sofá e eu o encarei por alguns segundos.

-E ai, o que vamos fazer? – Perguntei com um sorriso no rosto. Ele pareceu pensar por alguns minutos e logo depois se levantou de novo, abrindo sua mochila e tirando dois pares de o que pareciam botas de ferro. Depois de um tempo eu percebi que eram patins. Eu arregalei os olhos, não conseguindo acreditar. – Não, você não vai...

-Claro que sim. Vamos, o parque está vazio essa hora. – Brendon parecia confiante, com um brilho estranho nos olhos que eu nunca vira antes. Por um momento eu temi por algo que eu não sabia bem.


-Isso, isso não vai dar certo! Cara, eu não consigo nem andar direito em um salto alto, acha que vou conseguir patinar?! – Eu gritava e dava leves socos em seu ombro com raiva. Ele se dobrava de rir enquanto colocava seus patins. Ele se levantou da grama macia primeiro e me puxou com força. Eu o segurei firme e apoiei o pé com aquela armadura grotesca na grama e levantei, com dificuldade, mas levantei. Agarrei em seu braço e fui andando ao seu lado.

Quando entramos no concreto, um de meus pés deslizou mais do que devia e quase tombei para trás se não fosse Brend que me segurou. Ele ria como uma criança má e eu o batia como tal também.

-IDIOTA! Eu te odeio! – Gritei em meio aos espasmos de medo com os pequenos tropeços.

Nós continuamos a deslizar pra lá e pra cá na velocidade mais lenta possível. Meu pé doía pelo aperto, mas eu estava adorando a sensação de dançar.

-Cuidado com as rachaduras! – Brendon me avisou enquanto passávamos por uma parte repleta de aberturas no concreto. Ele me apertou mais forte enquanto eu tentava me desviar de todas. O olhei por alguns segundos sorrindo, grata pela sua ajuda. Foi o bastante. – Cuidado...!

Eu tropeçara em um degrau mal colocado e gritara por um milésimo. Não pude conter a vontade de segurar Brend mais forte e acabei por o levar junto na queda. Minhas costas estalaram no chão e eu apenas o vi desmoronar em cima de mim e depois apoiar as mãos no chão para elevar um pouco seu rosto. Seu cabelo caiu para frente e nossos rostos estavam a centímetros um do outro. Senti sua respiração acelerada e seu hálito de canela preencher todo o espaço entre nós.

Seus lábios estavam ficando perto demais dos meus. Eu não conseguia me mexer e evitar um grande erro. Fiquei apenas parada, esperando o inevitável.

Até que algo se bateu sobre nós. Eu olhei para o lado e vi as gotas de chuva se espalharem pelo chão e o tornar mais escuro. Eu ri como uma louca. Ele também me acompanhou e ficamos lá, apenas rindo.

Por dentro, eu estava aliviada pela interrupção... Ou não.

Fora uma manhã adorável.

E talvez seja isso. Você acha que pressentimentos são sempre sensações ruins, mas não. Alguns pressentimentos se dão nos melhores dias da sua vida.


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Notas finais do capítulo

Ah meu deus! Só mais um dia! #cry... Eu vou dividir o último dia em algumas partes por ele ser meio cheio de acontecimentos, né? Beijos!



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