Like I Have Never Been escrita por Mateus Oliveira


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Quero pedir mil desculpas pela minha demora, tô em semana de prova e tá a maior correria. Essa capítulo já tava escrito há um tempo, mas enfim. rs
Esse foi um dos capítulos que eu mais gostei de escrever também, PRINCIPALMENTE O PARÁGRAFO FINAL...
Tô pensando em criar uma enquete, mas vou falar sobre isso no próximo capítulo.
AH, E DESCULPA PELO CAPÍTULO SUPER CURTO, MAS EU TINHA QUE PARAR NESSA PARTE
Enfim, tenham uma boa leitura! :)



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Como ainda faltava uma semana para as aulas começarem, nossos dias sempre eram iguais. Todo dia acordávamos na hora do almoço e, durante a tarde, iríamos até os lugares turísticos de Stratford. Isabela e Pedro ficavam juntos o tempo todo, rindo e agindo como um típico casal adolescente. Fiquei sabendo que os dois namoravam na sexta-feira, depois de Júlia acabar soltando para mim que Pedro havia pedido Isabela em namoro durante a viagem. Como minha mãe e Gemma passavam a semana inteira trabalhando, eu passava a semana inteira com eles.

De início, a adaptação foi estranha. Nunca havia compartilhado minha casa com algum parente ou amigo meu, desconhecido então...

Isabela era a mais difícil das meninas, ela quase não conversava com ninguém e, quando eu entrava todo dia no quarto dela para acordá-la, ela já havia acordado e, quase sempre, estava conversando pela internet.

- Posso entrar? – perguntei enquanto abria a porta.

- Você já entrou, né...

- Desculpa, se quiser que eu venha aqui depois...

- Não, pode entrar logo! – ela disse, enquanto virava a cadeira e ficava de frente para mim. – O que quer?

- Nada, eu só ia ver se você estava acordada, mas acho que você costuma acordar cedo. – disse enquanto o celular dela tocava irritantemente e avisava que uma nova mensagem havia chegado. Como estava sentado na cama, fui apalpando a mão pela cama até chegar no celular dela – Acho que alguém recebeu uma mens... – nem consegui terminar de completar o que falava, só vi uma mão vindo em minha direção e tomando aquele celular da minha mão.

- VOCÊ É ASSIM MESMO, OU???? – notei um pouquinho, só um pouquinho, de ignorância no ar.

- Já que você não me quer aqui, e como você já acordou mesmo, vou embora...

- Não faz mais que sua obrigação.

- Tchau. – me levantei e saí do quarto, fiz esforço de ainda bater a porta numa força que nem precisava mais acordar os outros dois, mas, como sou esperto, havia esquecido do principal. Abri a porta, dessa vez sem pedi, e terminei de falar – Tem como você se preparar em menos de 1 hora? Nós iremos para Toronto, vamos passar o final de semana lá. Obrigado! – com um simples (e irônico) sorriso no rosto, fechei a porta.

Acordei os outros dois e desci para ajudar minha mãe e dona Gemma a colocar as coisas no carro. Enquanto elas arrumavam as coisas no carro, voltei na cozinha para trazer mais uma remessa de coisas. Dentro da sacola haviam doces e comidas para a gente comer na viagem. Minha mãe não tinha costume de comprar “besteiras” lá pra casa, mas, sempre que viajávamos, ela sempre exagerava e Gemma era outra que adorava comer essas coisas.

- VOCÊS TÊM MAIS 5 MINUTOS! – gritei enquanto passava próximo à escada que ficava próxima aos quartos.

- Eu, pelo menos, já estou pronta. – Júlia passou por mim, pegando uma maçã que estava dentro da sacola e indo em direção ao lado de fora.

- Se você quiser me ajudar, sabe, seria legal...

- Você reparou que eu tô comendo, ou não? – acho que ser irônico é comum no Brasil.

Nem respondi, apenas passei por ela e levei as coisas pro carro. Minha mãe queria ir dirigindo, mas eu acabei cortando as asinhas dela porque ela havia passado a noite inteira acordada fechando as contagens da loja de Gemma. Até sugeria para algum dos brasileiros dirigir, porém eles não eram canadenses e nunca haviam andado por aquela estrada e, segundo a legislação brasileira, não podiam dirigir ainda, então só sobrava uma pessoa... eu.

Em menos de 10 minutos já havíamos pegado a estrada. Minha mãe foi descansando nos bancos da segunda fileira do carro, junto de Dona Gemma, e Pedro e Isabela se pegavam nos bancos da terceira fileira. Júlia, por sua vez, ia no banco do passageiro e me acompanhava na viagem.

- Eu terminei com um garoto dois dias antes de vir. – ela começou. – Você pode me achar uma menina alegre e tudo mais, mas eu não sou nada disso. Eu não contei nada disso para ninguém, nem para a Isa, e não queria contar muito menos para você...

- Quer desabafar?

- Eu já tava desabafando contigo, se você não percebeu.

- Desculpa, nervosinha. – ela riu.

- Ele era meu melhor amigo, na verdade... ainda é. Sabe o que é você começar uma coisa por diversão e acabar virando tudo para você? Sabe o que é você confiar numa pessoa mais do que você confia em si mesma? Sabe o que é você esquecer da sua família, amigos, de si mesmo só para dar tudo de si em uma pessoa? Sabe o que é você tentar ser a melhor pessoa do mundo e a pessoa agir, tipo, “foda-se sua existência”? Foram três anos, Justin, três anos! – notei que lágrimas escorriam pelos olhos dela, tentei aproximar minha mão para secá-la, mas notei um grito no mesmo instante.

– JUSTIN!

Me virei de olhos para a pista e nosso carro estava a uns 30 metros de um caminhão que vinha no sentido contrário. Não sabia o que fazer. Se virasse o volante rápido, o carro ia capotar e, se virasse devagar, ele não sairia da frente do caminhão. “JUSTIN!”, Isabela continuava gritando, “JUSTIN!!”. Notei que uma mão acabou virando o volante e o susto passou. Parei pouco tempo depois, numa tenda de alimentação.

- O que foi aquilo, Justin? – minha mãe disse.

- Desculpa, eu me... – nem terminei de dizer, Júlia acabou me interrompendo.

- Fui eu, Pattie, me desculpa. A culpa foi minha, eu distraí o Justin.

Não sei o que aconteceu, só sei que senti um murro vindo no meu rosto no mesmo instante. O soco foi tão forte que, em questão de milésimos de segundo, minha visão começou a ficar turva. Não sabia o que tava acontecendo, meus braços e pernas não se mexiam e logo tudo se escureceu.

Acordei quando senti algo gelado sobre o meu olho, meu rosto ainda doía e já conseguia mexer meus braços. Abri meus olhos lentamente, mas ainda estranhava aquela escuridão.

- Que bom que você acordou! – conhecia aquela voz, mas não conseguia reconhecer o rosto porque estava tudo escuro.

- Por que ta tudo escuro?

- Jú, acende a luz!

A luz logo foi acesa, minha vista ainda estava um pouco embaçada mas eu conseguia ver tudo bem melhor agora. “Que bom que você acordou”, aquela frase ecoava na minha cabeça.

- Por que vocês estão aqui e não minha mãe?

- Vai querer ajuda da mamãezinha agora, garoto? – Pedro falou arrogantemente.

- PARA, GAROTO! JÁ NÃO PERCEBEU O QUE VOCÊ FEZ HOJE NÃO? – Júlia disse, levantando a voz com ele.

- Ele tava dando em cima de você no carro, você acha que eu não vi?

- E daí, Pedro? Eu não tenho mais nada com você, acho que você tá esquecendo que namora a Isa agora, né garoto? Vê se me deixa!

- Jú... – ele colocou a mão no braço dela e, calmamente, continuou – me espera!

- Pedro, sai desse quarto.

Nunca tinha visto Jú daquele jeito. Ela o empurrou do quarto e, quando ele saiu, bateu a porta tão forte que parecia que ia desabar em pouco tempo. E desabou. Trancou a porta e veio para perto da gente. Isabela quase nem olhava na cara dela, por mais que a melhor amiga estivesse naquela situação. Isa continuou colocando a compressa no meu rosto e eu chamei Jú para mais perto de mim. Ela tentava falar alguma coisa, mas não deixei. Coloquei meu dedo indicador em seus lábios e abri os braços para abraçá-la, ela retribuiu meu abraço. Pouco a pouco, pedi para Isa sair do quarto, falei que já estava melhor e Júlia continuava lá, sem dizer nada. Sua respiração já estava calma, seus batimentos já estavam regulados, mas ela continuava implorando para que meus braços a envolvessem. Não lembro como, ou quando, só sei que dormimos assim. Juntos.


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Notas finais do capítulo

O final ficou a coisa mais clichê do mundo, porém eu curti, tipo, MUITO.
Ninguém tá comentando na fic, isso tá partindo meu coração :( Comentem, eu respondo todo mundo!!
Sobre a enquete, acho que no capítulo de amanhã eu falo sobre isso (acho).
Outra coisa, to pensando em começar a postar em outro lugar, porque né, o Nyah...