Reflexos Oblíquos escrita por Nami Otohime, Lady Salieri


Capítulo 22
22. Durna en paz (desilusão)




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/268265/chapter/22

A mão larga a caneta que cai,

ela bate no chão e quebra num ruído surdo,

espalha sua tinta, um vermelho bastante escuro.

Não sei se a tinta é da caneta ou da mão que balança,

só sei que escorre, pingando naquele chão turvo.



E conforme a tinta vai evaporando

leva consigo a luz que entrava oblíqua no quarto

através de pequenos buracos feitos a próprio punho,

única luz que aquecia o lugarejo úmido.



Tão devagar quanto sutilmente

o corpo vai esfriando e ficando cada vez mais pesado,

os olhos que antes pediam por piedade são apenas duas janelas opacas,

janelas que dão vista a uma paisagem seca e descorada.



Nenhum príncipe no cavalo branco,

nenhum nobre disfarçado de mendigo,

nenhuma companhia desaforada,

ninguém... ninguém... ninguém...



Enfim, a tinta evaporou e levou todas as folhas da árvore,

levou todo o sangue que corria nas minhas veias...

Me entrego à inércia de uma alma absolutamente cansada,

me entrego... Estou machucada demais pra tentar me arrastar.


(?/?/2005)



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Reflexos Oblíquos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.