Uma Babá Em Apuros - Finalizada escrita por Luhluzinha


Capítulo 22
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpa a demora, o capitulo tmb demorou pq o site estava em manutenção. Nao vou enrolar rsrsr.. esperem que gostem! :)



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Capitulo XVII

Isabella sentiu seu corpo ser levado a superfície macia. Edward não desgrudava a boca da sua nem se o mundo estivesse acabando.

Desvencilhou-se dele e o empurrou para a cama ficando por cima.

– Eu pensei que seria apenas um beijo.

Ele sorriu.

– Não seria possível ser apenas um beijo! Vem aqui!

Ficou novamente por cima e Isabella riu.

– Voce merecia pena de morte para o que esta fazendo comigo.

Edward acariciou seus cabelos.

– Eu ainda nem comecei. – beijou a boca dela – Quando eu terminar voce decide a minha pena. – puxou o nó de seu hobbie – Sabe, já fazia um tempo em que eu não me sentia tão bem em meu próprio quarto.

Isabella rolou os olhos e o puxou para si.

– Para com essas frases de quem está apaixonado. Esquece que eu sou Isabella e que voce é Edward e que existe um mundo lá fora. Apenas por essa noite seja quem voce gostaria de ser. – deslizou sua mão pelas costas dele o fazendo sentir um breve arrepio – É a sua ultima chance!

Isabella engoliu seco. Esperava que ele entendesse que essa era realmente a ultima chance que os dois tinham. As vezes ela duvidava de que ele pudesse sentir algo recíproco por ela, mas em momentos como esse, ela sentia suas duvidas desaparecer porque não tinha como alguém olhar como ele a olhava e simplesmente não sentir nada.

Edward sentiu seu coração se aquecer. Como ele poderia deixar ela ir embora? Ele precisava dar um jeito de fazer ela ficar. Ele precisava arrumar uma maneira de poder ficar com ela para sempre sem ter a culpa no peito.

– Você é tão linda. Eu estava com saudades de ver o contraste de seus cabelos no meu lençol. Do seu cheiro – se aproximou, ainda com o sorriso no rosto, do vão de seu pescoço – saudades da sua boca – mordiscou o lábio inferior dela, e Isabella abriu um sorriso – saudades de te tocar – deslizou a mão sob o hobbie e com a ajuda dela, ele se livrou da peça revelando a regata branca acompanhada de uma calça fina – eu vou morrer de saudades de voce.

Isabella o beijou em busca de silencio. Escutar essas palavras vindas dele apenas fazia seu coração bater mais sôfrego. Ela quem iria morrer de saudades dele. Ela quem iria definhar sem a presença dele em seus dias. Ela quem iria surtar todos os dias por não poder estar perto. Por não poder amar ele todo o tempo, por não poder ver as crianças crescerem. Ela quem iria ser a pessoa mais triste desse mundo; porque sem Edward Cullen e as crianças, Isabella não passava de uma garota sem propósitos.

Edward seguiu seu conselho e se esqueceu de quem ele era e se perdeu em seus braços, abraços, pernas e suor. Ele não sabia se já tinha sentido aquilo alguma vez na vida com outra mulher. Ela fazia tudo tão simples, mas tudo com tanto sentimento e fervor que tornava cada momento único. Era como fogos de artifício no céu escuro, iluminando e colorindo a vida de todos que se disponibilizavam em admirar. Fogos de artifício só apareciam em ocasiões especiais, mas ela era por si só uma ocasião especial em sua vida. Pensava em Isabella da maneira da teoria dos fios vermelhos. Os deuses tinham amarrando um fio vermelho no tornozelo de cada um que estavam destinados a se encontrar; esse fio poderia se enroscar, se esticar, dar nós ou até mesmo se enrolar por muito tempo, mas esse fio nunca poderia se quebrar, esse fio era a garantia de que a pessoa a qual voce estaria destinado a encontrar, iria cruzar o seu caminho.

Só resta a mim decidir o que vou fazer com o destino que encontrei. Pensou Edward enquanto acariciava os cabelos de Isabella que ressonava tranquilamente em seu peito.

O mundo por si só tinha tantos problemas e porque ele tinha que estar sempre se sobrecarregando com ou pior ainda, sempre criando mais um? Ele era o mestre dos problemas. Mestre em complicar o descomplicado. Mas quando ele estava nos braços dela ou ela em seus braços, todos os problemas desapareciam. Era até engraçado porque quando ele estava com ela, o mundo poderia explodir que se eles estivessem juntos; nada mais importava.

Cheirou os cabelos de Isabella. Ele poderia ir embora com ela. Poderia vender parte da empresa e investir em outra coisa e colocar Emmett como presidente. Ele achava que Emmett tinha nascido para aquele mundo dos negócios, mesmo a sua mãe não acreditando. Deixava Emmett no comando e ia embora com Isabella para um lugar só deles, comprava uma casa em um lugar paradisíaco e seriam felizes. Ele, Isabella e as crianças. Longe de todo um passado, de conversas atravessadas, de teorias conspiratórias e de julgamentos de quem não conhecia nada.

Por quase uma vida Edward se imaginou fazendo o que pensava. Que esse não era o quarto da mansão, mas um quarto da casa deles no Havaí. Que o cheiro do mar estava rondando as frestas da janela para se misturar com o cheiro particular do suor de Isabella. Seu coração até deu uma batida falha quando percebeu que isso era apenas ele sonhando acordado, mais uma vez.

Ele estava largando quase tudo para ficar com ela quando seu celular deu um pequeno apito. Esticou o braço e visualizou a mensagem.

Eu posso não ser o melhor, mas eu sou o melhor que posso ser. E eu te amo. Amo mais do que a mim mesma, e se isso não fosse verdade, eu não estaria tão apavorada com a possibilidade de perder você.

Edward fechou os olhos e enfiou o celular debaixo de seu travesseiro deixando o seu coração sentir o peso das palavras de Tânya.

Ele poderia não amá-la, mas ele sabia do quanto ele estava a ferindo com essa historia toda, e no dia em que ela soubesse de todo o acordo feito por trás desse casamento, ele não sabia se ela poderia sair ilesa ou sem traumas permanentes. Ele tinha se tornado um destruidor de corações assim como Kate Dawnson.

Eu não sou tão melhor que ela afinal. Disse se referindo a mãe de Thomas e abraçando Isabella.

Isabella despertou lentamente. Se situou onde estava e permaneceu imóvel. Edward instintivamente a puxou mais contra o corpo dele como se tivesse medo que ela pudesse escapar. Isabella se permitiu se aconchegar um pouquinho e ficar ali por alguns minutos antes que seu momento terminasse.

E se ela pudesse acordar todos os dias ao lado dele? E se ela pudesse beijá-lo todas as vezes que quisesse e aonde quisesse? E ela pudesse assistir ele dormir sempre que desse vontade?

Contornou com a ponta de seu dedo as feições tranqüilas e perfeitas dele. Ela não queria levantar e deixar para trás toda essa possibilidade de estar nos braços dele. Fechou os olhos novamente e se sentiu um pouco doente. Como se faltasse ar. Como se o coração esquecesse de como era bater direito.

Ela não podia ficar mais ali nos braços dele. Não quando aquilo era apenas um adeus.

Se desvencilhou dele com lagrimas nos olhos e enquanto vestia suas roupas as lagrimas escorriam por seu rosto pingavam no carpete. Secou o rosto com a manga do hobbie. Ela sabia que iria se sentir assim, que seria pior, mas não conseguiu dizer não, não conseguiu não se deixar viver isso pela ultima vez.

Saiu do quarto em pontinhas de pé. Checou as crianças e foi para seu quarto. Se jogou na cama e fechou os olhos. Tentou parar de chorar, entretanto parecia impossível, chorou até sua fronha estar encharcada e então dormiu.

Emmett colocou o cardápio na mesa e encarou Rosalie e Victoria.

– Eu acho que isso poderia dar certo. – disse Rose – Edward provavelmente não pensou nesta possibilidade.

– Um acordo ilegal? – questionou Emmett um pouco cético – Ele não vai aceitar. Na verdade eu passei a noite pensando em outra coisa.

– E o que seria? – instigou Vicky.

Emmett suspirou e se aproximou mais da mesa.

– Eu acho que Aro ainda esta escondendo o jogo. Acho que ele não contou realmente tudo para meu irmão e que isso vai nos levar a falência juntos. Preciso fazer uma investigação mais minuciosa. Você Vicky, sabe mexer com negócios, afinal mantém a sua empresa de pé sozinha, vou precisar de sua ajuda para fazer o levantamento sem que ninguém mais saiba.

– Posso colocar meu contador no meio. Ele é de confiança. – disse concordando – Eu pensei nisso também, Aro é mais liso e rápido do que uma cobra e com certeza Edward não é sua única esperança.

– Ei. – interviu Rose – Voces querem dizer que Aro Denali esta apenas usando Edward para distrair o verdadeiro problema?

– Exato. – pronunciou Emmett – Edward é apenas uma peça. Porque pensa comigo, as empresas de Aro são muitas e estão todas interligadas; será uma queda em dominó. Uma vai ao chão e todas as outras vão atrás. – ele girou a caneta que estava em seus dedos – Aro pode estar amarrando essa bomba na Magnun e pulando fora. O casamento com Tânya é apenas fachada para os verdadeiros planos, não é uma garantia para Edward ter as empresas, é uma garantia para Aro que mesmo depois da bomba, ter metade do que restou.

– Não. – discordou Vicky – O casamento na verdade não significa nada para Aro, ele esta se livrando uma consumidora de jóias caras e vestidos absurdos que é a filha dele. Eu dei a minha mexida nos pausinhos e já coloquei um investigador em ação. Ele não tem interesse em restos Emmett.

– E o que interessa a ele Vicky? – perguntou Rose.

Victoria suspirou e Emmett então soube.

– A confiança e total preferência do mercado; coisa que ele não terá nunca se a Magnun continua de pé e com credibilidade. – Emmett bateu na mesa com um soco assustando as suas companhias e as pessoas em volta – Filho de uma puta! Isso nunca foi realmente um pedido de ajuda!

– É um golpe! – sibilou Vicky – E ele pegou Edward pela maior fraqueza dele!

Emmett passou a mão pelo rosto e depois pelos cabelos. Ele estava nervoso; na verdade, ele estava furioso com tudo isso.

Ele pensava que era apenas uma missão cupido, mas isso na verdade era sobre a família dele, a empresa, o legado de seu pai. O futuro das próximas gerações Cullen. Sua mãe e irmã não poderiam saber disso. Ele teria que manter tudo em sigilo e com pouca ajuda.

– Desgraçado! – continuou – Ele mal pode esperar para cair do cavalo!

– Eu vou te ajudar nisso Emmett, mas é essencialmente necessário que voce mantenha a calma e o segredo! – disse Victoria – Eu sei que pode ser um pouco difícil, mas estamos lidando com uma pessoa perigosa. A própria Cornélia teme o marido mais do que teme o inferno! Eu me lembro de muitas coisas que aconteceram quando eu ainda chamava a vaca loira de amiga! – tomou um gole de vinho – Até agora eu ainda não superei o fato dela ter conseguido seduzir o meu ex-marido! – suspirou irritada – Vadia!

– Não era muito difícil vai? – disse Rosalie – Edward me parecia bem superficial. Eu dou aulas a Sofi há praticamente 3 anos e esse recital de natal foi o primeiro em que ele apareceu!

Emmett suspirou e fez um sinal para o garçom para que fizessem o pedido.

– É! – concordou – Isso no fundo pode ser um pouco minha culpa também! Vou dar uma olhada aonde Sofie esta! – disse Victoria – Eu deixei ela na sala de recriação do restaurante.

A ruiva se levantou e saiu elegantemente em busca da filha. Quando ela estava fora de vista Rosalie se virou para Emmett. Pegou em sua mão a acariciou.

– Você esta bem?

Ele sorriu tristemente e depois fez uma careta.

– Não muito. Não consigo entender como as coisas chegaram a esse nível! Não se trata mais da Bella, Rose.

– Eu sei! – ela sussurrou ainda afagando a sua mão – Nós vamos dar um jeito nisso. Tem algo me intrigando – ela disse de um jeito que chamou mais ainda a atenção de Emmett – Aro não me parece uma figura totalmente desconhecida para mim. Claro; fisicamente eu o conheço do noivado e até esse dia eu nunca o tinha visto antes. Mas ele tem um comportamento um tanto... mafioso.

– Não vamos formar mais teorias apavoradoras Rose! – reclamou Emmett – Ele sem ser um mafioso, já me dá calafrios.

– Mas Emm... – ela insistiu – A família da minha mãe é Russa e bem, dizem as historias que descendo de um clã de mafiosos, e tudo o que Aro esta fazendo é compatível com o caráter frigido, manipulador e calculista que um mafioso que se preze deve possuir.

– Espero que seja apenas uma impressão Rose. E se não for; voce contata os parentes da família da sua mãe! – Rosálie riu e depositou um beijo nos lábios de seu ursão. Ela seria grata a Isabella pelo resto de sua vida por ter apresentado Emmett a ela.

– Não se preocupe com isso. Voce sempre estará seguro em meus braços!

Emmett afagou o rosto de sua namorada e deu um breve beijo em seus lábios. Ele poderia estar vivendo o momento mais feliz de sua vida se não fosse os problemas na empresa.

Almoçaram e depois cada um seguiu seu rumo, Emmett foi para a Magnun e sentiu uma necessidade de passar na sala de Edward apenas para averiguar.

– Posso entrar? – perguntou enfiando o a cabeça pelo vão da porta.

– Claro. – murmurou Edward fracamente.

Emmett estudou seu irmão. Ele parecia bem mais abatido do que o normal.

– Aconteceu alguma coisa?

– Eu sou um perfeito idiota.

– Ow, voce descobriu agora. Deve estar sendo difícil para aceitar! – disse caçoando e se sentando a frente do irmão que deu um sorriso em forma de careta – O que aconteceu para que voce assumisse o quanto é idiota?

Edward suspirou.

– Eu...

Emmett esperou que ele encontrasse as palavras e concluísse a frase, com uma paternal paciência. Podia ver o quanto ele estava perturbado e indeciso; e Edward indeciso era um tanto novo. Ele sempre parecia saber o que queria e o que iria fazer, mas dessa vez parecia que as coisas tinham fugido do controle do homem de pedra.

– Voce esta certo – disse Edward por fim – Voce, a mamãe... eu estou apaixonado por Isabella e não tenho idéia de como lidar com isso.

– No fundo voce sabe Edward.

– Não. – disse angustiado – Eu não sei. Eu não sei o que fazer em relação a ela. Não sei o que fazer em relação a minha vida profissional e pessoal. Ultimamente eu tenho sentido que existem dois de mim. Um que se senta atrás dessa mesa e controla tudo, e outro que se senta no sofá de casa e deixa ser controlado por aquela mulher de olhos tão expressivos. Ela manda em mim Emmett. – desabafou – Ela não precisa nem sequer abrir a boca para isso. É apenas eu saber que ela esta por perto que eu sinto a necessidade de fazer todos os desejos dela.

Emmett piscou atordoado. Ele nunca tinha visto Edward desse jeito; tão entregue a uma pessoa e ao mesmo tempo lutando arduamente para se afastar.

– Edward, voce precisa entender uma coisa. A Bella não é parecida nem de longe com qualquer outra mulher que voce já se relacionou antes. Ela não tem idéia de como funciona esse mundo em que fomos criados, ela valoriza pessoas enquanto as outras que voce teve, valorizavam as coisas. Se voce esta com medo de que ela vá te trocar por alguém que ganha mais que voce, bom, - se levantou – ai sim voce é um tremendo idiota por pensar isso. Ao contrario, voce é apenas uma pessoa que acabou de descobrir o que é o verdadeiro amor.

Edward suspirou e passou as mãos pelos cabelos.

– Era tudo tão mais fácil antes dela!

Emmett negou com a cabeça.

– Deus que não te ouça e não te deixe voltar ao que era antes dela. – murmurou e saiu da sala.

Ele poderia perder mais tempo ali na sala de seu irmão, escutando os seus tormentos causados pela sua própria estupidez, mas em vez disso ele preferia buscar soluções mais rápidas e eficientes para esses problemas.

Foi para a sala de arquivos munido de papeis, caneta e seu notebook. Fez o download de todas as transações e aquisições da empresa desde quando compraram as ações de Aro e se associaram em outros investimentos. Ele precisava ligar os fios; ou melhor dizendo, ele precisava cortar os fios que os ligavam a Aro Denali.

Por isso ficou até mais tarde no trabalho. Estava se esforçando o máximo. Conversou com o contador de Vicky e marcou uma reunião com seu advogado de confiança. Carmen sua secretaria já havia saído quando ele resolveu ir para casa. Passou novamente pelo escritório de Edward e ele permanecia na mesma posição que o havia deixado horas e horas atrás.

– Hey maninho – disse arrancando o irmão do mundo dos pensamentos – Vamos para casa.

Edward assentiu. Passou os olhos pela pilha intocada de documentos que deveria ter lido e assinado durante o decorrer do dia. E então saiu junto com Emmett. Ele não tinha cabeça no momento para se importar com finanças, acordos e contratos.

Quando chegaram em casa se depararam com Esme se despedindo do medico da família. Edward sentiu um breve desespero que foi barrado por sua mãe.

– As crianças estão bem. É Isabella que não saiu da cama hoje. – Esme olhou significadamente para Emmett.

– O que ela tem? – questionou Edward já indo em direção as escadas.

– Apenas uma inflamação de garganta, passou o dia com febre e com um grande mal estar. Dr. Rubens veio apenas dar uma ultima verificada.

– Poderia ter me avisado mamãe! – ralhou.

Edward avistou Nelly entrando no holl com uma bandeja.

– Isso é para Isabella? – Edward perguntou diretamente para a empregada.

– Sim, Senhor Cullen.

– Pode deixar que eu levo. – tomou a bandeja das mãos dela ignorando totalmente seus protestos.

Subiu e entrou no quarto de Isabella. O aquecedor estava ligado deixando o ambiente mais confortável. As crianças estavam ao redor dela. Sofie deitada do lado direito, Andy enroscada em seu braço esquerdo e Thomas deitado ao lado de Andy. Ela lia alguma literatura de fantasia. Eles estavam tão entretidos que não notaram a sua entrada.

Isabella mesmo com a voz rouca, parecia se divertir durante a leitura.

–....Eram grandes dias para Shasta, hoje melhor do que ontem, à medida que seus músculos se enrijeciam e as quedas eram menos freqüentes. Mesmo assim Bri costumava falar que ele parecia um saco de farinha em cima da sela. E ainda dizia: – Isabella engrossou a voz - “Mesmo que não tivesse perigo algum, confesso que teria vergonha de ser visto com você.” – as crianças riram - Apesar das palavras duras, Bri era um instrutor paciente. Ninguém ensina equitação melhor do que um cavalo.

– Nanny voce me leva para andar a cavalo algum dia? – perguntou Thomas – Eu gosto de cavalos. Queria ter um igual o Bri.

– É claro que sim! Mas o Bri? – questionou retoricamente – Não; o Bri é muito ranzinza. Voce ainda vai conhecer um cavalo melhor!

– O que estão lendo? – Edward se pronunciou se aproximando e colocando a bandeja no criado mudo.

Isabella sentiu seu estomago se contorcer e o coração disparar.

– O menino e seu cavalo! – respondeu Thomas prontamente – Uma das crônicas de Nárnia.

“Avalo” papá. – Disse Andy dengosa. Sofie riu e se pendurou no pescoço do pai.

– Voces não deveriam deixar a Bella descansar em vez de ficarem todos em cima dela como formiga em cima de doce?

– Edward, eu não me importo! – ela disse afagando os cabelos de Thomas – Eu até prefiro.

Edward sorriu.

– Duvido muito. – pegou o livro – mas se voce diz – passou os olhos pela pagina – Vamos poupar a sua garganta.

Edward também se esparramou pela cama junto das crianças. Sofie se aconchegou nele. Ele continuou a leitura e gradualmente ele se sentia mais encantado por estar podendo viver um momento como aquele.

As crianças realmente adoravam que lessem para elas. Participavam animadamente da historia, foi então que depois de um tempo Edward notou que as participações foram diminuindo, diminuindo até que ninguém mais falava nada. Então tirou os olhos do livro e encontrou apenas Isabella o encarando.

Seus filhos haviam dormido. Isabella sorriu.

– Voce consegue fazer eles dormir mais rápido do que eu.

– Eu sou tedioso. Deve ser isso.

Isabella riu e teve uma breve crise de tosse.

– Hey, deixa eu leva-los daqui – Edward se prontificou – Esqueci de servir o chá que Nelly te fez, acho que ainda esta morno.

– Leve as crianças – Isabella interrompeu Edward que ia em direção ao bule – Eu me viro.

Duas batidas na porta romperam os olhares dos dois que por uns instantes ficaram conectados mais do que se devia. Emmett entrou no quarto.

– Hey Bella! – deu alguns passos para dentro – Nem doente eles te deixam em paz!

Isabella sorriu.

– Eu gosto.

– Emm, me ajuda levar as crianças para a cama. – Interviu Edward tentando disfarçar o momento um pouco constrangedor.

Emmett assentiu e pegou Thomas.

– Wow, desde quando esse moleque pesa tanto?

Isabella riu assim como Edward que tinha Sofie nos braços.

E então Isabella se viu sozinha com Andy, afagou os cachinhos loiros e delicadamente soltou a pequena mão que segurava a sua orelha. Deu um beijo na testa e estudou cada traço das feições dela. Em uma outra vida, Andy poderia ser sua filha.

– Ela é linda mesmo. – disse Edward a surpreendendo e sentando ao seu lado – Puxou ao pai.

Isabella rolou os olhos e sorriu.

– Convencido.

– Tenho que ser. – se aproximou mais colocando uma mecha do cabelo de Isabella atrás de sua orelha – Nem preciso te falar o quanto desapontado fiquei quando acordei e voce não estava mais comigo. Porque sempre tem que fazer isso Bella?

Isabella suspirou e desviou o olhar.

– Edward, embora eu sinta que todos sabem, eu prefiro não ter a certeza. Não podem me ver saindo do seu quarto de manhã. Eu lidar com a minha consciência já é difícil, imagine com a situação de ser pega no flagra.

Edward suspirou.

– Eu gostaria que não fosse assim Bella. – afagou a bochecha dela – Sinceramente.

– Voce não me deve explicações Edward. – tentou se afastar do contato.

– Ah eu devo sim. – ele insistiu – Acho que voce é a única pessoa para quem eu devo alguma coisa.

Silencio. Por quanto mais tempo ela suportaria olhar para ele sem se desmanchar em lagrimas? Por quanto tempo mais ela conseguiria manter a cabeça erguida fingindo estar bem? Isabella desejou por um momento poder se levantar e ir embora; sem sequer olhar para trás. Matar uma parte de si que parecia viver apenas para o homem diante dos seus olhos. Desejava ser fria e indiferente assim como a neve que caia lá fora. Passou apenas alguns segundos, mas o tempo ali parecia ter parado ou durado por muito mais, era uma sensação de que ela pagava por algum pecado que não sabia que havia cometido.

Sentiu um gosto de sangue na boca, ela tinha mordido o lábio inferior com tanta força que o tecido havia se rasgado. Ele parecia tão imune a ela, porque ela tinha que ser tão suscetível a ele? Isabella estava a um passo de transformar todo o sentimento bom em algo epicamente ruim. Ela estava começando a odiar a amar Edward Cullen.

– Acho que voce deveria ir. – finalmente falou Isabella – Eu preciso descansar. – abriu espaço para que ele pegasse Andy.

Edward assentiu. Pegou a criança e saiu relutante. Ele queria ficar e cuidar dela, poder dormir todas as noites ao seu lado.

Mas ela estava diferente, o olhar que ela tinha lhe lançado era de alguém altamente machucada, e machucar Isabella não era a sua intenção, entretanto ele sabia que quanto mais ele se aproximava dela, mais ele estava causando um desastre.

Saiu do quarto um pouco doente também. Uma vez havia lido que quando a alma não esta bem o corpo adoece; e ele sentia seus músculos se contraindo e se enrijecendo como se estivesse finalmente se tornando não mais apenas o homem de coração de pedra, mas o homem de pedra.

Ele sentia, sentia algo por Isabella Swan que não sabia explicar, não sabia se era paixão ou amor, mas sabia que era forte demais para ignorar. Ela havia conseguido se infiltrar na rocha que era seu coração e tinha o transformado em um pouco de carne que gradativamente voltou a pulsar, mas ele sempre conseguia estragar os esforços dela.

Já em seu quarto ele fitou a cama que na noite anterior foi tão feliz. Ele precisava se livrar de fantasmas. Porque talvez esses fantasmas fossem os culpados dele não conseguir se sentir um homem livre para fazer o que bem quisesse. Sempre preso a um passado, a um acordo, a uma palavra, a uma memória.

Abriu o closet lotado das roupas de Savannah. Já fazia mais de dois anos e porque tudo isso ainda estava ali? Porque ele guardava pedaços de um passado que não era parte de seu futuro? Pegou algumas malas e abriu enfiando tudo o que pertenceu a ela ali dentro. Ponderou o vestido azul anil que ele viu Isabela vestida. Podia ter sido naquele dia em que ele a viu trajando a roupa da sua ex mulher morta que ele se apaixonou por ela. Um tanto mórbido, mas inexplicavelmente ainda tinha o cheiro da Nanny no tecido.

Art empilhou as malas próximo a porta e não olhou para trás, sentia seu coração miúdo e dolorido. Não queria olhar para Isabella e vê-la pronta para partir e talvez nunca mais voltar.

Thomas permaneceu ao lado de sua Nanny todo o tempo, assim como Sofie e Andy; ele se fazia de forte e poderoso porque meninos não choravam, meninos nunca choravam.

– Eu prometo que um dia venho visitar vocês crianças. – disse Isabella se ajoelhando na frente deles – Eu sei que não foi bem assim que planejaram esse dia, mas espero que entendam que o mundo dos adultos é muito diferente do das crianças.

– Eu sei que é Nanny – disse Thomas – Voces complicam tudo!

Isabella se obrigou a sorrir.

– Sim, nós não sabemos não complicar! – afagou o rosto do menino que havia a ensinado a ser forte. – Promete que vai me mandar emails? Aprendeu mesmo como se usa?

– Prometo Nanny! – a voz de Thomas deu uma falhada e ele segurou as lagrimas. Isabella depositou um beijo em sua bochecha deixando ali a marca de seu batom.

Então se virou para Sofie que chorava descontroladamente. Andy se meteu no meio e se agarrou em seu pescoço. Isabella Segurou Sofi pela mão.

– Hey, lembra que eu te ensinei que moça bonita não chora? Voce não pode chorar Sofie! - A menina negou com a cabeça e tentou se afastar – Sofie, eu vou voltar para te visitar, Jake vai ficar lembra? Então eu serei obrigada vir ao menos uma vez no ano! – sorriu e tentou limpar as lagrimas dela – Quando você menos esperar estarei de volta!

Sofie olhou bem dentro dos olhos de Isabella e disse através deles que ela sabia que era uma mentira. Sabia que ela não iria retornar tão cedo e que talvez nunca voltasse. Segurou a mão da Nanny firmemente implorando para que não fosse, ela não poderia ficar sem Isabella, ela não poderia ficar sem a sua Nanny em quem tanto confiava e a única com quem conversava. Puxou um papel de dentro da blusa e entregou a Isabella que fez menção de abrir e foi barrada, aquela folha era um presente para ser aberto quando ela não estivesse mais por perto, quando estivesse bem longe do outro lado do oceano. Sofie abraçou Isabella forte, não se importou que sua irmãzinha estivesse no meio do ato, queria apenas nunca esquecer o perfume peculiar de sua Nanny e do abraço gostoso que sempre a aconchegava.

– Eu te amo Nanny! – sussurrou bem baixinho para que apenas Isabella escutasse.

– Eu te amo tanto Sofie! – Isabella disse não conseguindo mais segurar as lagrimas que escorreram quentes por seu rosto – Promete para mim que vai se comportar, e nada de ficar nos ductos de ventilação; uma hora voce ficará presa naquilo! – Sofie olhou para ela surpresa – Achava que eu não sabia não era? – riu em meio as lagrimas e Sofie a acompanhou.

Andy grudou em seus cabelos com mais força, como se soubesse que a sua vez de se despedir havia chegado.

– Minha pequena polegarzinha, voce precisa me deixar ir!

Isabella encontrou o olhar piedoso de Mary e então o de Esme que não era tão piedoso assim, ela parecia bem desgostosa com a cena.

– Voce precisa cuidar de seus irmãozinhos! – continuou dizendo e a menina negou avidamente com a cabeça – Vamos Andy, eu preciso que você me ajude nisso, você é a minha melhor ajudante!

Andy não a soltou por nada, não estava em posição de negociação com Isabella. A Nanny então se despediu de Nelly a que fazia rir, de Tom o jardineiro apaixonado, de Mary a sua conselheira, de Emmett seu carma, de Rose sua amiga e de Esme a sua mentora. Por fim chegou a parte mais difícil, a de se soltar de Andy. A menina gritou e esperneou. Isabella evitou olhar para ela, para seu rosto angelical dominado em desespero em perdê-la. Era como se tivessem arrancado uma parte de seu coração fora e estivesse deixando ali naquela mansão com aquelas crianças que na verdade nunca haviam sido suas.

– Mammy! Mammy! Naaao, Mammy, nenê! Mammy!

Isabella por relance viu Thomas enxugar uma lagrima fujona e enquanto caminhava para o carro a sua espera ela deixou que as lagrimas inundassem o seu rosto. Art não olhava para ela, olhava para o quadro triste que ela deixava para trás. Uma pintura inacabada que ficaria para sempre na memória de seus personagens, o dia em que Isabella Swan havia ido embora, não respeitando as vésperas do natal e muito menos os corações de quem a amava desesperadamente. A Nanny entrou no carro, e ele fechou a porta, dali avistou na garagem o carro de seu patrão estacionar, mas não deu créditos. Entrou em seu posto e fitou a menina pelo retrovisor, quase não parecia a mesma pessoa que buscou no aeroporto há uns meses atrás. O brilho nos olhos já não existiam mais, a empolgação havia sucumbido a tristeza e os sorrisos a lagrimas intermináveis que não paravam de escorrem por seu delicado rosto. Lentamente foi se afastando com o carro, a neve branca e gelada fazia parte do fundo de pessoas paradas na varanda.

Isabella olhou uma única vez para trás e viu o que mais temia ver, Edward segurando uma Andy desesperada que estendia as mãos em direção ao carro, Sofie e Thomas de mãos dadas assistindo-a partir, os empregados dando as costas assim como Esme, Emmett e Rosalie, ficando por fim apenas os grandes amores de sua miserável vida.

Se virou para frente e encontrou o olhar de Art.

– Eu posso voltar se quiser. – ele sugeriu.

– Por mais que eu queira, Art, por mais que seja tudo o que eu queria – respirou fundo buscando fôlego – Eu não posso.

Ele assentiu e voltou os olhos para a pista. E aquele caminho que Isabella fez pela primeira vez que chegou a Londres, passou dessa vez completamente despercebido, o mundo tinha perdido a graça, o céu tinha perdido a cor. Chegando ao aeroporto se despediu de Art com um beijo no rosto e um abraço bem forte e então se encontrou com Jake no saguão do aeroporto. Ele a ajudou a carregar as malas e permaneceu em silencio. Ele sabia o quanto estava sendo difícil para ela.

E então o avião decolou. Decolou para as alturas, mas mesmo assim ela se sentia tão para baixo que estava com medo de fazer a aeronave cair. Recusou o bom atendimento das aeromoças, tentava fechar os olhos e dormir, mas tudo vinha em sua mente como uma enxurrada de lembranças devastando e desestabilizando seu pouco autocontrole e a fazendo cair no choro. Entao o grande dia temido havia chegado, e Edward Cullen não tinha feito nada a respeito a não ser assistir e aceitar o destino imposto.

Imposto por quem afinal? Imposto por ele mesmo. Isabella se sentia uma perfeita estúpida por ter deixado se envolver tanto, por amar aquelas crianças mais do que devia, porque o que ela fazia não era melhor do que a mãe de Thomas havia feito, ou que Victoria, mesmo sendo uma pessoa boa, ela havia sido má com Sofie e até mesmo Thomas. Ela não era melhor do que nenhuma das mulheres que amaldiçoou quando chegou a mansão.

Ela havia sido mais uma que os abandonou.


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Notas finais do capítulo

Well... o que acharam? Um tanto desesperado? Esperaram alguma reviravolta? kkkkkkk calma que ainda temos mais 3 capítulos e o epilogo oks? hahaha.. Xuxu se vc é aquela leitora que chegou agora ou que acompanha a historia por um tempo, e acha que não é necessário comentar e recomendar a historia, digo a vcs que nao é verdade, muitas vezes a empolgação para escrever o capitulo é de ler seus comentários e recomendações! Por isso, nao deixe de me dar um olá, ou gostei, ou posta mais, ou essa Tânya é uma vaca! hahahaha...

Enfim para quem não solicitou ou nao sabe do grupo no face aqui vai o link:

https://www.facebook.com/groups/247956588686672/

Beijos Xuxu's até a proxima que é breve, o capitulo já esta pronto! :D
XOXO