Louis

— Eu ainda não acredito que concordei com isso. — Liam sussurrou. — Acho melhor a gente ir lá falar com o rapaz pra abortar esse plano maluco, Louis.
Revirei os olhos. — Qual foi à coisa mais não educada que você já fez?
— Não educada não existe — Niall me encarou — existe?
— Cala a boca, ele entendeu. — eu bati na testa dele. — Sério Liam, você tem que se divertir mais.
— Mas você já pensou se as meninas ficarem chateadas com a gente? Você sabe, Juliet já me odeia o suficiente, não sei se vou conseguir ficar bem se ela me olhar daquele jeito. — Zayn, como sempre, pensou em Juliet a mal humorada. Eu até o entendo, a garota é muito difícil, mas não acho que ela ficaria chateada com ele pra sempre, quero dizer, está na cara que ela também gosta dele.
— Quantas vezes vamos ter que dizer que ela te ama? — eu o encarei. — E quando eu digo “vamos” digo eu e o Harry.
— Não me coloca nessa não. — Harry deu de ombros. Revirei os olhos. — Que? Eu só não gosto de me meter no assunto Zayn VS Juliet.
— Fiquem calados ou elas vão nos ouvir. — resmunguei puxando Harry pra mais perto.

— Não posso fazer isso Louis. — Liam gritou, os olhos pareciam duas bolas de futebol. Credo!
— Não estou querendo matar ninguém, Liam. Pelo contrario, só quero me divertir e sei que as meninas vão levar numa boa. Pelo menos eu acho. — dei de ombros.
— Eu achei engraçado. Estou pensando na cara que a Amy irá fazer. — Harry ronronou. Eu disse que ele ronronou, pois é assim que a voz dele sai quando está sussurrando, parece um gatinho rouco.
— A gente pode colocar a culpa no Louis se elas não gostarem. — Niall sorriu bobo. Ele tem sorte por ser tão fofo. Zayn afagou as bochechas dele com uma carinha boba que me fez rir. — Ele me ama.
Liam riu. Encarou-me sério. — E como vai ser isso? Porque já que você pagou pra fecharem o brinquedo não vamos ter como desistir.
— Isso é tão injusto, quando eu pedi pra você comprar aquele prédio pra mim você não comprou. — Niall encheu as bochechas de ar. Revirei os olhos.
— Ele custava mais do que você consegue imaginar. E não te dei porque você não iria fazer nada com ele e chega desse assunto. Eu te dei aquele carrinho que você queria.
— Um carrinho não se compara a um prédio! — deu de ombros.
— Dá pra parar? — Harry esfregou os olhos. Ele parecia um bebê com sono. Apertei suas bochechas e ele mostrou a língua.
— Então só pra relembrar — Niall nos olhou — Você pagou ao parque por esse brinquedo, ou seja, ele é nosso por uma tarde toda, e pediu que o guia prendesse as meninas aqui dentro conosco, então vamos assustá-las já que é uma casa mal assombrada.
— Por isso que eu te amo você é tão esperto, Nialler. — eu o abracei. — Já conheço o parque, mas elas não, então vamos nos esconder e fazer desse passeio inesquecível... Pra elas.
— Vamos assustá-las, é isso? — Liam me encarou.
— Você entendeu.

— Sabia que ainda acho isso tudo uma falta do que fazer? — Liam, como quase sempre, resmungou. Estávamos escondidos atrás de um dos quartos dos monstros, Harry estava vestido de morte, mas uma daquelas mortes assustados sem braço, com o rosto deformado e com umas tintas vermelhas sobre os lábios — agradecimentos ao Louis e Cia, obrigado, obrigado.
— Eu te amo Liam, você me ama?
— Claro que eu te amo, Louis.
— Opa, paro ou quer morrer? — Harry me encarou, colocou as mãos na cintura. Gargalhei.
Meu celular vibrou. E se eu falar que dei um jeito de saber quando a Ella está online no twitter? É um novo aplicativo, ele te diz quando a pessoa que você gosta está presente em sua conta do twitter e esse aplicativo tem nome... Paul.
“Se você procurar pro mim vá me buscar nas estrelas” sussurrei.
— Quem que postou isso? — Liam me encarou. Depois ele diz que o curioso é o Niall.
— Ella. — sorri.
— Quando eu falo que ela ta afim de você. — Harry se aproximou. Estávamos falando sobre o como as meninas eram bonitas e quanto eu digo “estávamos” quero dizer Harry, Liam e eu já que Niall não estava gostando de ninguém e nem parecia que Charlotte queria algo com ele e já que Zayn estava de guarda.
— Ô monstrinhos — Zayn sussurrou. — elas estão vindo.
— Ótimos — sorri — vamos começar!

Charlotte

— Quero sair daqui! — gritei irritada. Até poderia parecer drama, birra de menina mimada, mas a verdade é que eu morro de medo de escuro. Uma vez, quando eu tinha sete anos, fiquei presa no banheiro do colégio e só me encontraram cinco horas depois. A questão é que o banheiro era muito escuro e desde então havia ficado traumatizada. Lembro das meninas, não as minhas amigas, dizendo que se você ficasse presa no banheiro do colégio uma morta iria te procurar e iria entrar no seu corpo. Claro que eu nunca acreditei, mas quando se fica presa em um banheiro apertado não tem como não pegar fobia. O medico me dava medicamentos para ansiedade pós-traumática desde aquele dia. Eu tenho tanto pavor de escuro que uma vez fiz um escândalo em uma pizzaria, pois havia faltado luz no bairro. Foi humilhante, as pessoas ficaram me encarando quando a luz voltou, algumas riam de mim e outras apenas me encaravam assustadas. Aquela altura eu já suava frio.
— Vai ficar tudo bem, eu prometo. — Juliet sorriu, alisava meus dedos carinhosamente. Eu estava calma por ela
— Porque você não para de frescura? Já tem dezoito anos, é a mais velha no grupo e mesmo assim ainda tem medo de escuro. — a voz arrogante de Sophie ecoou pelas paredes agourentas. Revirei os olhos. Todo mundo sabe que ela pega no meu pé, que é irritante e que faz tudo para nos ver chateadas, mas ás vezes ela passa do limite e vira uma megera.
— Eu vou bater na sua cara com essa bolsa, Sophie. — Juliet a encarou.
— Por favor, não briguem. — Amy sussurrou. Eu gosto de Amy, ela é calma, tímida e fofa. Desculpe, mas ela é a melhor de todas nós, talvez a mais centrada. — Temos que manter a calma ou não sairemos daqui tão cedo.
— Aposto que já estão nos procurando, afinal está na cara que o passeio já deveria ter acabado e eles devem ter encontrado falhas no sistema. — Ella tagarelou.
— SÓ QUE TA ESCURO, DÁ PRA ENTENDER? — gritei batendo os pés. Os olhos de Amy estavam arregalados. Não focavam meu rosto ou o rosto das meninas, mas algo ao longe. Ella também estava com a cara assustada. Eu, Sophie e Juliet viramos para ver o que elas haviam visto. — AAAH! — eu gritei juntamente com as quatro. Um carro fantasma estava vindo em nossa direção, haviam pessoas, talvez funcionários do parque, vestidos de monstros e gritando. Estávamos correndo na outra direção.
— Para, para, para! — Juliet gritava com eles. O que esse povo tinha na cabeça? Será que era engraçado colocar o terror nos turistas? Olhei sobre os ombros, estava pronta para continuar correndo quando me dei conta de que não via mais as meninas. Arregalei os olhos.
— Juliet? — eu conseguia ouvir meu grito ecoar pelas paredes. — Ella? — choraminguei. Eu não podia ter me separado das meninas, não naquele lugar, e-s-c-u-r-o como o inferno. — Sophie? — encostei-me na parede. Meu coração estava batendo como uma escola de samba pronta pra ganhar a competição sem nem se dar o trabalho de exagerar. — Amy? Alguém? Meninas vocês estão me ouvindo? — deixei o corpo cair pela parede, sentando-me no chão úmido. Encostei a cabeça nos joelhos, apertando os olhos e sussurrando o pai nosso. Qual é! Eu não brinquei quando disse que tinha medo do escuro. Eu não acredito que havíamos nos separados, isso era péssimo. Eu estava apavorada.