Zayn

Eu estava sentado ao lado de Niall. Ele se lambuzava com seu sorvete de limão. Liam estava pegando alguns ingressos. Louis e Harry cochichavam em um canto. Suspirei.
— O que será que eles estão falando? — perguntei.
— Não sei, eu não to lá pra saber. — Niall gargalhou. Eu o encarei. Ele suspirou notando que eu não havia entrado na brincadeira. Eu ainda vou bater nele. Vai ser como naquela vez que ele me encheu o saco cantando opera e eu bati nele. Juro que se ele não fosse tão fofo eu poderia bater nele o dia todo, mas ele tem uma sorte incrível por ter aquela cara de bebê. — Deve ser algo sobre a Amy e sobre a Ella.
— Provavelmente sim, mas parece que existe algo a mais.
— Do que estão falando? — Liam sentou-se ao nosso lado. — Louis, Harry! — ele os gritou. Os dois sorriam maliciosamente. Conheço Louis, ele adora parques de diversões. Ainda mais se forem parques de terror como esse. Ele está aprontando algo, posso ver isso em seus olhos. E Harry era seu cúmplice.
— Não vejo à hora de entrarmos na casa assombrada. — ele bateu palmas.
— Ok, o que vocês estão tramando? — Liam os encarou, parecia não estar afim de pegadinhas assim como eu. — Eu os conheço, e Louis está com aquele sorriso de moleque.
— Deixe de coisa, Liam. — Louis revirou os olhos. Harry estava quieto ao lado de Niall. Alisava as bochechas dele com um sorriso de urso. — Não estamos fazendo nada. Não é mesmo Harry?
— O que? Ah, sim! Não estamos fazendo exatamente nada, só estamos querendo nos divertir.

— Eles estão fazendo algo. — Niall encarou Harry com seus olhos estreitos. Niall tem alma de criança, ele nunca se engana. Pelo menos é o que minha mãe costuma dizer, que crianças não se enganam, vai saber se é verdade ou não. Liam cruzou os braços. Primeiro Louis havia nos arrastado para aquele parque porque havia visto um tweet da Ella no twitter e agora estava planejando algo maligno e ainda estava levando Harry junto. Não que ele fosse santo, mas quase sempre as pegadinhas vinham do lado sombrio de Louis Tomlinson. Suspirei. Levantei-me a fim de ir de uma vez pros brinquedos. Se havíamos saído de casa iríamos nos divertir. Arrastei Niall, passei o braço pelo pescoço dele e joguei meu peso sobre seu corpo. Ele gargalhou.
— Podemos comer antes? — ele me encarou.
— Niall! — fiquei boquiaberto. — Chegamos a menos de 50min, você já comeu uma pizza, tomou refrigerante, picolé, algodão doce, geléia, um monte de pipoca e uns três sorvetes.
— Eu ainda estou com fome. — deu de ombros. Eu ri baixinho. Esse era o meu amigo comilão. Enquanto caminhávamos Liam falava com Paul no celular. Não se engane, não estávamos sozinhos, Paul e mais cinco seguranças estavam em um perímetro de 1metros de onde estávamos. Ele nunca nós deixaria ir a um lugar publico sozinhos. Algumas fãs nos paravam, pediam autógrafos, gritavam, apertavam as bochechas do Harry, tiravam fotos e outras apenas ficavam em choque. Sorriamos, dávamos tchau. Eu queria ver Juliet, mas temia por sua reação ao descobrir que estávamos seguindo-as. Quero dizer, que Louis estava seguindo Ella. Entramos na fila para a montanha russa. O rapaz do bilhete queria nos passar na frente, mas Liam disse que éramos pessoas normais naquele dia, que queríamos esperar na fila como todos os outros.

Eu concordava com ele. Acho que ficar na fila não mata ninguém e assim podíamos continuar conversando e dando atenção a alguns de nossos fãs. Quando chegou nossa vez eu senti meu estomago doer. Pra falar a verdade morro de medo de altura, acho que a montanha-russa é a pior coisa que o homem pode inventar, mas Louis disse que ficaria tudo bem, que ele sentaria ao meu lado e eu ficaria seguro. Como se isso fosse mudar o fato de que ficaríamos correndo de um lado para o outro em um brinquedo super alto e rápido. Fechei os olhos. Não vou te enganar dizendo que não gritei, porque eu gritei e muito. Quando finalmente o carrinho parou pulei para fora o mais depressa possível. Eu estava tão tonto que achei ter visto as meninas. Pisquei lentamente.
— Você está bem Zayn? — Liam me segurou. Niall, Louis e Harry estavam rindo de mim. — Parem com isso.
— Tudo bem, Liam. Eu estou bem. — sorri de lado. — Ei, aquelas são as meninas ou a montanha russa me deixou maluco? — apontei com o queixo. Harry virou-se imediatamente para trás e sorriu largo. Eram elas! Eu iria cumprimentá-las quando Louis me puxou.
— Porque não podemos ir falar com elas? — resmunguei. — É só dizer que foi pura sorte termos vindo ao mesmo lugar.
— Está bem — ele nós encarou — eu e Harry estamos aprontando. — deu de ombros.
— Eu sabia! — Niall bateu em meu ombro.
— Só me faltava essa. Não acredito nisso Louis. O que vai fazer? — Liam resmungou.
— É algo muito engraçado. — Harry sorriu malicioso.
— Muito engraçado!
Está bem, eu não diria sequer uma palavra, não iria adiantar mesmo. Suspirei. Vamos só deixar rolar.

Ella

Estávamos correndo pra fila da casa mal assombrada — invenção de Juliet — enquanto Sophie resmungava por ter se sujado de algodão doce depois de uma criança tê-la empurrado. Eu acho bem feito, quero dizer, ela veio a um parque com roupas super caras e agora estava colocando a culpa em uma criança que mal conhecia. Ela merecia ter ficado com mais do que uma simples mancha na manga da blusa.
— Porque casa mal assombrada? — Char choramingou. — Morro de medo de escuro.
— Por isso mesmo que vai ser divertido. — eu sorri maliciosa. Eu não sou a mais divertida do grupo, muito menos gosto de viver sorrindo, mas imaginar Charlotte aos prantos era de longe uma das melhores coisas do mundo.
— Não é tão ruim quanto parece ser. — Amy apertou os ombros de Char. — É como quando ficamos presas no elevador.
— Sério? — ela sussurrou. Até parece que era verdade, qual é!
— Por favor, entrem no carrinho verde e esperem, logo estaremos em funcionamento. — o homem de blusa azul com o nome guia dizia aos sorrisos largos. Caminhamos até o carrinho indicado. Londres era verdadeiramente um lugar incrível e muito bem organizado. A última vez que fomos a uma casa mal assombrada tivemos que ir de pé e ainda por cima era algo que durava em torno de 20 minutos. Só espero que esse parque não deixe a desejar. Eu estava vasculhando meus tweets em busca de alguma noticia dos meninos. Sei lá, eu só gosto de saber o que anda acontecendo. Juliet vivi dizendo que sou viciada nessas coisas, papo furado claro, e que eu deveria deletar minha conta para ser alguém mais saudável. Ela que me desculpe, mas eu não sou nada sem o meu twitter e muito menos conseguiria viver sem ele. Postei “Se você procurar pro mim vá me buscar nas estrelas”, mas ai meu Deus, porque eu havia postado aquilo?
— Meu Deus, me dá esse celular pra cá agora mesmo! — Juliet resmungou quando notou o que eu estava fazendo.
— Espere só um...
— Estamos aqui pra nos divertir, esqueça essa coisa de twitter.
— Mas Juliet, eu tenho que...

— Chega! — ela resmungou enfiando meu iPhone na bolsa. Revirei os olhos. Ela havia acabado de me destruir. Imagina só o Louis entrando no twitter dele e vendo aquela merda? Ele ia achar que eu estava terrivelmente apaixonada, que eu não parava de pensar nele, que eu queria que ele fosse me procura, mas espera... Ah, que saco! Pior de tudo é que eu quero isso mesmo. Suspirei.
— Já pensou sair um monstro e arrancar sua cabeça Char? — Sophie falou com uma vozinho assustadora. Eu tive que rir. Juliet revirou os olhos, Amy estava muito ocupada pensando em Harry para reclamar ou rir. Adoro o humor de Sophie. Apesar de que nem sempre estamos bem uma com a outra, mas ela é a que mais parece comigo. Naquele instante eu havia me esquecido totalmente de minha postagem ridícula, mas sabia que ela me daria dor de cabeça. De repente os carrinhos começaram a se mover, as portas atrás de nós foram se fechando.
— Mas espera ai... — Juliet vasculhou o local — porque só tem a gente aqui? Não deveria ter pessoas nos outros carrinhos?
— Pior que você tem razão, — sussurrei, revirando-me na cadeira para ver se estávamos realmente sozinhas ou se eram somente uma ilusão causada pela fumaça — só tem a gente.
— Ah meu deus, faz isso voltar, faz isso voltar, faz isso voltar! — Char estava aos berros. Está bem que ela tipo assim MORRIA de medo de escuro, mas estávamos ao lado dela, nada de ruim iria acontecer. Acho que falei cedo demais. Existe uma porta a nossa frente, ela é escuro e talvez seja a única saída, e pra nossa infelicidade os carrinhos haviam parado justamente naquele ponto mais escuro.O que está acontecendo? Pensei furiosa. Juliet resmungou sobre como havíamos nos metido numa furada, que o parque era uma merda e que deveríamos continuar o caminho de pé ou nunca sairíamos dali. Eu só tinha uma coisa a dizer “vou matar alguém se eu não sair daqui agora”.