Diários Do Sonhador escrita por DanVonDietricher


Capítulo 4
O Conselho dos rebeldes




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A pergunta de Ícelo ecoava em minha mente a cada vez que eu tentava me distrair. Não havia como escapar do pedido de meu... irmão. Não havia como deixar meus supostos "amigos" de lado. A noite anterior, na Casa Grande, após a visita de Ícelo, me fez mudar de ideia em relação ao Sr. Miller. Talvez haja mesmo essa injustiça. Talvez o deus dos pesadelos esteja certo. Mas quem sabe? Quem me poderia provar que meus argumentos estão certos ou errados? A resposta para essas perguntas? Apenas eu. Apenas eu poderia julgar o que é certo e o que é errado neste momento. Apenas eu poderia salvar os injustiçados. Apenas eu poderia acabar com a injustiça e com os opressores. Apenas eu. Será mesmo? E no que será que esse grupo de rebeldes poderá me ajudar? Isso é o que vou descobrir.

Hoje foi o dia em que me mudei definitivamente para o Chalé 15, talvez um dos mais vazios do Acampamento. Haviam vários outros chalés. Pelo menos uns 35, ao todo. Me mostraram os chalés de Perséfone, Éris, Tânato, Íris, Nêmesis, Hécate, Niké, Tiquê e outros. E principalmente, me mostraram os chalés mais "perfeitos": os dos Olimpianos. Doze chalés muito maiores que os chalés dos deuses menores, reluzentes e brilhantes tanto de dia quanto à noite. Injustiça. E agora eu vejo que essa palavra realmente está fazendo sentido.

Eu não havia dado uma resposta exata ao meu irmão, mas acho que ele já deveria saber qual é a minha resposta. Sim, hoje à noite encontrarei com os rebeldes. Pelo que Albert, o conselheiro-chefe do Chalé de Hipnos, me falou, hoje nós teremos a reunião do Conselho dos chalés. A insurreição irá começar. E eu a irei liderar. Ao lado dos rebeldes. Dos que querem a justiça e a paz.

O dia passou rápido. Para mim, como filho de Hipnos, eu tive permissão de ficar no meu chalé, assim como o resto dos meus irmãos, e dormir o dia inteiro. Apenas acordar algumas vezes para ir ao banheiro ou comer algo. Mas nada muito demorado. O pôr-do-sol chegou. O pôr-do-sol acabou. A noite chegou. Horas se passaram. Eu estava ansioso. Até de mais. Não consegui mais pregar os olhos depois das 21:00. Era para eu ir ao chalé de Perséfone às 2:00 da madrugada. Isso seria burlar completamente as regras do Acampamento, mas eu precisava. E também, eles precisavam de mim.

Quando finalmente o horário chegou, levanto da cama, ainda trajando o pijama branco com listras pretas que eu sempre uso para dormir. Vestindo pantufas com o formato de aves, abro a porta e depois de sair, a fecho lentamente, como quando fazia quando minha mãe tinha enxaquecas. Corro para a escuridão do Acampamento. Se as Harpias me vissem agora, com certeza eu estaria frito. Na verdade, eu seria mutilado ou comido vivo por elas. Mas mesmo assim, arrisquei.

O chalé de Perséfone é bem perto do de Hipnos. Um pouco maior que o chalé de meu pai, o chalé de Perséfone é dividido em dois. No lado direito do chalé, há um grande e belo jardim de flores de todos os tipos e tamanhos. Diversos cheiros são emanados por este jardim, e de lá, a vida realmente podia ser boa. Claro, se você fosse o maluco de tentar entrar no Chalé de Perséofone sem permissão. Porém, o lado esquerdo do chalé é completamente diferente do direito. O lado esquerdo é frio e infértil, com árvores mortas e neve. A porta do chalé parece a entrada de uma caverna. Ao me aproximar da porta, bato nela duas vezes. "Toque-toque".

De repente, a porta se abre. Num rangido irritante, a porta de madeira que serve como entrada para o chalé de Perséfone se transforma numa impensável passagem para o subterrâneo. Desço as escadas que me levam para baixo, para o porão do chalé. A porta se fechou sozinha atrás de mim, com um grande estrondo. Um calafrio percorre minha espinha e de repente as palavras de Ícelo voltam a ecoar em minha mente.

Ouço vozes vindas de alguns metros abaixo de mim. Masculinas e femininas. Após descer mais um pouco, eles me avistam.

Tento usar minha memória, mas das 13 pessoas que ali estavam, só consegui distinguir os quatro que me salvaram. A garota da foice. Dafne e Lady, as filhas de... Perséfone. O filho de Éris.

─ Finalmente o Salvador chegou! ─ falou uma garota pálida e com os olhos tão sombrios quanto os meus, mas ela não era minha irmã. A garota estava ao lado da garota da foice, e elas eram incrivelmente semelhantes. Talvez irmãs. ─ E aí, Salvador! Ouviu a voz da razão e veio nos procurar?

─ Er... e-eu... Queria agradecer aos que foram me... buscar. ─ Começo a dizer, mas sou interrompido pelo filho de Éris.

─ Líder! Era nosso dever encontrar você, líder! Afinal, você que fará nossas revoltas darem certo, né?

─ E.. e-eu... não sei.

─ Já chega! ─ Gritou a garota da foice. ─ Primeiro, devemos nos apresentar ao nosso líder. Formalidades acima de tudo! Olá, Dan Zimmerman. Sou Isabelle Bathory, descendente dos Bathory, e sou a líder do chalé de Tânato. Estes são: Vitor Rafael, filho de Éris; Beatriz Vanderground, minha irmã; Dafne Johnson, filha de Perséfone; Albert Johnson, seu irmão; Yuri Lima, filho de Éris; e... Bem, e a Lady. Ela é uma filha de Perséfone, mas há alguma maldição nela que não nos deixa saber seu nome... Então, apenas a chamamos de Lady.

─ E quem são os outros... que estão aqui? ─ pergunto, já que o nome da maioria dos outros semideuses não foi mencionado.

─ Eles são... enders. Estão no fim de suas vidas, mas continuam servindo a gente. ─ Explica Isabelle, sem nenhuma pena dos "enders".

─ E por quê eles estão no fim de suas vidas?! Eles são jovens de mais! ─ grito.

─ Eles juraram se sacrificar por nós. Entende? Quando as insurreições começarem. Eles serão como nossos... escudos. ─ Explica Isabelle.

─ E você fala isso... Sem dó nem piedade? ─ pergunto, irritado.

─ Por acaso, priminho, você sabe de quem sou filha? Sabe quem é Tânato? Se não, vou te explicar... Tânato é o irmão gêmeo de Hipnos, seu pai. Ele é o deus da morte. Carrega as almas dos mortos e controla todas as saídas e entradas do Submundo, para que os mortos não saiam. Por que eu teria piedade?

Agora fiquei sem palavras. Pensar dessa forma me ajudou em algo. Me ajudou a entender como os filhos de Tânato são movidos. Eles são motivados por mortes e massacres, né? Diferente de meus irmãos, calmos e cautelosos, eles devem ser loucos por lutas e por matar seus inimigos. Com certeza devo tomar cuidado com eles. Principalmente com a Isabelle, dona daquela foice terrível. Então, apenas continuei ouvindo.

─ Temos mais membros, porém, eles não puderam vir aqui hoje. É uma pena. Daqui a pouco começará o conselho dos líderes de chalés. E nós participaremos. A primeira insurreição começa hoje!

Alguns minutos depois discutindo sobre como as revoltas e batalhas ocorreriam nesta madrugada, o assunto acaba e todos nós somos "obrigados" a voltar para nossos chalés. Bem, pelo visto, não sou o único do Chalé 15 que é um rebelde. Voltei para o meu chalé na companhia de Albert Johnson, o líder do chalé 15. Estava combinado. Ele iria me passar as informações de tudo o que acontecerá nas próximas reuniões do conselho e irá me treinar em como "controlar" os meus poderes mágicos, herdados por mim de meu pai.

Vinte minutos se passaram e Albert saíra do chalé, indo em direção à Casa Grande.



continua no próximo capítulo! :P


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Notas finais do capítulo

Bem, desculpem a demora!! Espero que gostem desse capítulo :P



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