Diários Do Sonhador escrita por DanVonDietricher


Capítulo 3
O Pesadelo encara o Professor




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"Eu dormi? Eu cochilei? Por quanto tempo fiquei desacordado?", são as perguntas que não saem da minha cabeça desde quando acordei do meu coma.

Minha mente não funciona mais como funcionava antes. Não depois de ter visto minha mãe se suicidar na minha frente. Queria poder acreditar que aquilo era um sonho, mas com certeza não era. Era real. Bem real. Eu senti o calor que emanava de seu corpo um pouco antes de se suicidar. E receio de que a morte dela era inevitável. Algo estava me impedindo de entrar lá. Mas o que foi? Creio que nunca saberei a resposta.

○○○

Quando acordei de meu coma, eu estava em uma espécie de quarto. Vazio, mas ainda assim, era um quarto. Eu não estava mais em Dallas. Disso eu tinha certeza.

O cheiro de morangos cultivados irradiava de todos os lugares. Eu não tinha forças para me levantar. Não mais. Porém, eu estava me restaurando. Conseguia sentir a energia voltando lentamente para cada parte de meu corpo. Conseguia agora fazer movimentos simples com os braços e pernas, mas não conseguia me apoiar em nada.

Meu futuro provavelmente será morrer nessa cama, sem poder fazer nada e viver uma vida vegetativa.

Mas não. Eu não quero acabar assim. Não quero viver sozinho que nem minha mãe viveu depois que meu pai faleceu. Não quero ter surtos psicóticos como ela teve. E acima de tudo, quero conhecer o mundo. Outros lugares. Conhecer o restante da minha família. Viajar. E acima de tudo, conhecer um grande amor.

Mas agora, tudo o que eu poderia fazer é dormir e esperar até que os dias passem e o futuro chegue. Que boa vida, hein!

Então, cochilo. Alguns minutos depois de eu acordar, escuto um "toque-toque" na porta e então peço para a pessoa entrar.

Um cara alto e de cabelos grisalhos levemente familiar entra no cômodo, seguido por um cara de cadeira de rodas e um outro gorducho com uma camisa roxa com estampa de tigre, bermuda de praia e tênis de corrida entram na sala.

── SR. MILLER! ── Faço um esforço para gritar o nome do meu professor de geometria.

── Por favor, Zimmerman... Você não está em condições de se afobar tanto assim! Acalme-se e apenas descanse. Teremos muito tempo para conversar, Dan. Como eu disse mês passado, nós conviveremos o verão inteiro juntos! ── diz ele, com um sorriso no rosto.

Certamente aquilo me alegrou. O único professor que eu gostava na ANEED agora era meu amigo fora da escola. Mas algo não estava certo. "'Como eu disse mês passado...' o que ele queria dizer com isto? Eu passei um mês desacordado?!", pensei. Não pode ser. Perdi um mês de aula. Perdi... perdi outras coisas. Coisas que nunca mais poderão ser restituídas.

── Sr. Miller... Quem são... quem são esses dois? ── perguntei, reunindo forças para não desmaiar ou cochilar de novo.

── Quíron e o... Sr. D ── diz ele, apontando para o cara da cadeira de rodas e para o gorducho ao seu lado.

── Sr. D? Nossa... Que apelido! E esse lugar... o que é? ── pergunto, dando uma risada e com os olhos quase fechando de sono.

── Que moleque insolente! Não se arrependes de ter feito essa brincadeira com meu nome?! Posso te matar com um olhar, idiota! ── gritou o gorducho. Certamente, esse tal de Sr. D fica vermelho quando está irritado.

── Acalme-se, Sr. D ── falou o de cadeira de rodas, Quíron. Seu tom era calmo e controlado, tal como um diplomata. ── Bem, Dan. Esse aqui é o Acampamento Meio-Sangue! Você está na Casa Grande, e eu e o Sr. D somos os diretores do Acampamento. Bem... Somente os meio-sangues conseguem entrar aqui, o que prova que você tem o sangue divino. Não é maravilhoso?

── Meio-sangues? ── pergunto, boiando no assunto.

── Metade humano e metade deus, Zimmerman. ── Explica o Sr. Miller. ── Como eu. Como você. E como todos os futuros amigos que você fará aqui! Por exemplo, eu tenho o sangue de Atena, minha mãe e deusa da sabedoria e da batalha estratégica... Mas você... Eu ainda não sei quem é o seu pai. É raro, mas suspeito que você seja algum semideus menor── Sr. Miller falou esta última palavra como se estivesse se referindo à lixo. ── Como aqueles "rebeldes" que foram te buscar. Eles recusaram a ajuda de qualquer um de nossos sátiros, já que o cheiro dos semideuses menores é quase imperceptível aos narizes deles. Por sorte eles tinham um filho de Éris com capacidades incomuns de sentir o cheiro de sátiros, semideuses e monstros... Foi isso que o salvou daquele incêndio! Mas agora... Agora eles te querem no lado deles. ── Termina de dizer o meu antigo professor.

É muita informação para o meu cérebro registrar, mas então, uma força obscura invade o quarto. Sombras nascem do nada. As sombras agora nascem rapidamente e começam a se unir. Alguns segundos após, a figura de um homem alto, de cabelos roxo-escuros e olhos tão negros quanto os meus aparece no cômodo.

── Quíron e Dionísio, peço licença. Preciso falar à sós com esses dois semideuses aqui! ── diz a nova figura.

── Ícelo! Quem te deu permissão para entrar aqui no meu acampamento?! ── Grita o gorducho. De repente, ele também cresce e seus olhos começam a ficar púrpuros.

O cheiro de vinho e uvas toma o lugar do cheiro delicioso dos morangos. Uma batalha estava para acontecer. Ícelo apenas estala os dedos e de repente eu me vejo em uma outra dimensão. Apenas eu, Ícelo e o Sr. Miller. Não havia chão e nem paredes. Nós flutuávamos em um cosmo negro que irradiava desespero. As roupas que o Sr. Miller usava agora se transformaram em uma armadura grega completa. O anel que ele usava no dedo mindinho agora era um escudo e uma espada de um bronze brilhante apareceu em suas mãos.

── Albert Miller... Por favor! Não brinque comigo! Achas que um semideus simples como você poderá me vencer? Idiota! Agora... O meu assunto é com meu irmãozinho. Não é, Dan? ── O monstro de sombras e de cabelos púrpuros olhava para mim. Apenas assenti.

"Irmãozinho? Mas o quê?!" E então, finalmente aquela história de deuses me fez sentido. Ícelo. Dionísio. Quíron. Todos esses são seres mitológicos. Ícelo, meu suposto irmão é filho de Hipnos, deus do sono. O que significa que... Meu pai está vivo! Impossível! Todas aquelas histórias contadas por minha mãe eram... Mentiras?! Agora eu a odeio ainda mais por isso! Que raiva!

── Professor, não chegue perto, por favor! ── gritei para o Sr. Miller.

── Bom garoto, Dan... Cooperando comigo, seu irmão mais velho! ── sorri Ícelo, com um sorriso maligno. ── Estou aqui para te pedir um favor... Você, com certeza, será o ás dessa rebelião... Aquele que irá pôr um fim na coisa certa! Você só precisa de instruções... Segundo o Miller, os "rebeldes", aqueles que te salvaram, foram considerados rebeldes por conta de seus planos contra os Olimpianos! Sabe por quê? Porque nós, deuses menores como eu e nosso pai, não recebemos nenhuma glorificação! Somos tratados como nada diante dos malditos Olimpianos! Você precisa fazer um favor pra mim... Junte-se aos rebeldes e ajude-nos a ser reconhecidos! Nós, deuses e semideuses menores precisamos nos unir mais do que tudo nesse momento! Hoje à noite, não durma. Vá as duas da manhã para o chalé de Perséfone e diga que você, o filho de Hipnos, irá se juntar aos rebeldes! Você fará isso por mim, irmãozinho?

continua no próximo capítulo! :D


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! *----*'



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