POV ALVO

─ Isso me dá medo. ─ disse, assim que Lily falou que tinha um plano.

─ Calma Alvinho! ─ fechei à cara a menção do apelido. Ela riu. ─ É simples, eu fiquei sabendo que o James vai dar uma festa ilegal na casa dos gritos, para o pessoal do sétimo ano, é claro que ele não ia chamar nenhum de nós...

─ Uma festa ilegal? Como você ficou sabendo? ─ perguntei incrédulo.

─ Tenho minhas fontes. Mas então, voltando ao plano, nós daremos um jeito de fazer a Rose e o Scorpius irem, e lá, nós fazemos eles se acertarem.

─ Seu plano tem muitos furos, Lily.

─ Aé super gênio? Quais? ─ perguntou ela sarcástica.

─ O James nunca vai nos convidar, nunca mesmo! ─ eu disse.

─ Ah claro, até por que ele adoraria correr o risco de que nós contássemos tudo para a diretora enquanto a festa estivesse rolando.

─ Menina chantagista. ─ exclamei sorrindo. Ela sorriu. ─ Mas tem outro furo, como duas pessoas vão deixar de se odiar em uma festa?

─ Cai na real Alvo, eles se amam.

─ Eu pensei numa coisa, mas acho que não vai dar certo ─ eu disse pensando.

─ Eu também pensei numa coisa. Fala você primeiro.

─ Eu marco de ir com o Scorpius e você a Domi e a Roxi convencem a Rose a ir, ai eu vou mais cedo com o Scorpius, para que eles não se encontrem antes da hora, quando chegarmos lá, eu o levo pra um daqueles quartos lá em cima, aonde ninguém vai, o deixo lá, falo pra ele esperar por que tem alguém querendo falar com ele, então vocês chegam com a Rose, a mandam subir lá, por que tem alguém querendo falar com ela, então quando ela entrar, nós trancamos a porta com magia, e deixamos os dois a lá noite inteira toda, ou eles se acertam, ou eles se matam de vez. ─ disse esperando que ela me chamasse de louco.

─ Bom, eu estava pensando em embebedar os dois com fire whisky e fazer com que eles se beijassem, mas o seu plano é muito melhor. ─ disse ela com aquele sorriso malicioso.

─ Lily, você é louca. ─ sorri. ─ Ótimo, então só precisamos falar com o James, e rezar pra dar certo.

─ Ok. Eu falo com o James, e você explica o plano para a Domi e para a Roxi.

─ Fechado.

POV LILY.

Sai do dormitório dos garotos a procura de James, a essa hora a aula dele já haveria acabado, o encontrei nos jardins com um grupinho do sétimo ano.

─ Jayzito, preciso falar com você! ─ disse me aproximando, os amigos dele riram à menção do apelido “carinhoso”.

─ Jayzito Lily? ─ disse ele rindo. ─ O que você quer tampinha?

─ É particular. ─ disse lançando-lhe um olhar significativo.

─ Hum, ok, vem cá. ─ e foi comigo até um lugar mais distante, aonde não podiam nos ouvir. ─ Pode falar.

─ Ok, vou ser direta! Eu, Alvo, Rose, Scorpius, Dominique e Roxanne vamos à festa que você vai dar na casa dos gritos.

─ O QUE?! ─ gritou ele com os olhos esbugalhados. ─ C-como você sabe?

─ Tenho minhas fontes, Jayzito.

─ Ah, não! Não, não e não. Vocês não vão à minha festa de despedida do sétimo ano.

─ A diretora sabe, Jay? ─ perguntei fingindo inocência.

─ Sabe o que?

─ Bom, que você está planejando dar uma festa fora da escola, em pleno período letivo, com bebidas e tudo mais.

─ Não seja idiota, claro que ela não... ─ ele começou a falar, então percebeu o meu jogo, eu piscava inocentemente. ─ Tá, você venceu, vai você, o Al, a Rose, o Malfoy, a Domi e a Roxi. Mais ninguém! Tá legal? A festa vai ser daqui três semanas!

─ Foi um prazer fazer negocio com você, Jay! ─ disse apertando a sua bochecha e saindo saltitante.

POV ROSE.

Aquele dia foi horrível, parece que Hogwarts inteira ficou sabendo do meu mal entendido com o Malfoy, e quando eu passava, podia senti-los cochichando e me encarando. Fora que eu vou ter que cumprir mais duas semanas de detenção. Acordei na terça-feira de manhã sentindo meu corpo todo dolorido, fruto da super faxina que eu tive que fazer no armário de vassouras. Levantei, me vesti e descemos para o café, eu, Domi, Roxi e Lily, nós no sentamos e começamos a comer, logo uma nuvem de corujas entrou no Salão, entregando as correspondências, foi quando um envelope vermelho endereçado a mim, caiu à minha frente, todos me olharam espantados, logo reconheci o berrador.

─ Melhor você abrir, irmãzinha, parece que a mamãe não está muito feliz com as suas detenções. ─ disse Hugo, que havia acabado de sentar ao meu lado.

─ Abre Rose, ele vai abrir de qualquer jeito. ─ Disse Domi.

Estendi a mão peguei o envelope a minha frente e o abri. Ele começou a gritar quase que imediatamente.

─ ESTOU DECEPCIONADA COM VOCÊ, ROSE WEASLEY! QUE TIPO DE MONITORA É ESSA, QUE QUASE TRAVA UM DUELO EM PLENA AULA? NÃO FOI ESSA A EDUCAÇÃO QUE EU E SEU PAI LHE DEMOS, ONDE ESTÁ A ALUNA BRILHANTE E COMPORTADA DE ANTES? O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM VOCÊ ROSE?

─ Malfoy, Malfoy está acontecendo, mamãe. ─ resmunguei.

O berrador virara cinzas, a essa altura todos já olhavam para mim, eu só abaixei a cabeça na mesa, e devia estar corada até as raízes dos cabelos.

xx-xx

Depois que as aulas do dia acabaram eu fui cumprir minha detenção, dessa vez eu iria ajudar a professora McGonagall a endereçar muitas cartas, depois de quase quatro horas de trabalho, eu sai da sua sala, sem sentir os dedos das mãos. Fui para o dormitório, deitei, porém não conseguia dormir, meus pensamentos vagavam de Malfoy chorando na sala de troféus, para o olhar do Will, quando disse que me amava, eu realmente não sei fazer nada, NADA direito.

Eu estava exausta de tudo, estava estressada, e agora a escola inteira estava me julgando por achar que eu sou uma louca agressiva, foi com esse pensamento que eu sai sorrateiramente da torre da Grifinória e fui para a torre de Astronomia, lá sim eu conseguia pensar. Porém quando cheguei lá, já havia uma pessoa sentada, observando as estrelas, eu me aproximei.

─ Oi. ─ disse cautelosamente, me sentando ao seu lado.

─ Ah, você! ─ disse Will.

─ Will, não me trata assim, por favor. ─ eu disse fitando-o.

─ Estou te tratando normal, Rose. ─ disse ele desviando o olhar.

─ Não, você não está! ─ exclamei. ─ Você está me ignorando faz dias.

─ É impressão sua. ─ disse ele olhando para o lado.

─ Olha, se é por causa daquele dia no jardim, eu queria dizer que... ─ ele me cortou.

─ Olha, esquece aquele dia, ta legal? Esquece que eu disse aquilo, esquece que eu existo Rose! Na verdade, faz melhor, vai lá e ocupa o seu tempo brigando e insultando o Malfoy. Você fala dele, mas é igualzinha Rose, talvez seja até pior. ─ e com isso ele virou as costas e saiu.

─ Eu queria dizer que também te amo. ─ terminei a frase, porém ele não podia mais me ouvir, já estava longe. Eu abaixei minha cabeça e chorei, fiquei lá um tempo, depois voltei para o meu dormitório e adormeci.

xx-xx

─ Rose, Rose! Você vai se atrasar. ─ Abri os olhos lentamente e vi Roxi na minha frente. ─ As outras meninas já desceram.

─ Não vou para aula hoje. ─ virei para o canto tentando dormir novamente.

─ O que?! Rose Weasley não vai para a aula? Você está bem? ─ perguntou ela.

─ Pior impossível. ─ falei com a voz abafada pelo travesseiro.

─ Ei, o que foi? ─ perguntou ela se sentando nos meus pés.

─ Foi o Will, ele me mandou esquecê-lo, e disse que eu consigo ser pior do que o Malfoy! Eu, eu que sempre estive ao lado dele, sempre o defendi, sempre comprei as brigas que ele tinha com Malfoy. ─ disse me recostando na cama e fechando os olhos para não chorar novamente.

─ Oh Rose! ─ disse ela me abraçando. ─ Não fique assim, você é muito melhor, você sabe disso, ele só está sofrendo Rose, por que você não o ama da mesma maneira que ele te ama. Não de ouvidos.

─ Não dá Roxi. As coisas que ele me disse, isso... Isso machuca. ─ disse sem agüentar conter as lagrimas.

─ Calma tá? ─ disse ela me olhando e enxugando as lagrimas com o polegar. ─ Eu tenho que ir para a aula agora, você fica aqui, dorme mais um pouco, meu segundo horário é vago, eu aproveito, passo na cozinha, trago alguma bem gostosa e nós comemos juntas, tudo bem?

─ Tudo. ─ disse forçando um sorriso. ─ Obrigada Roxi. ─ disse enquanto ela saia do quarto.

Eu passei aquele dia inteiro na cama, só levantei para ir para a minha detenção, passei mais quatro horas endereçando cartas, e depois fui para o salão comunal, joguei xadrez até tarde com Alvo, depois de contar à ele o que havia acontecido. Fiquei no salão comunal até que ele se esvaziou e acabei dormindo na poltrona vermelha desbotada.