POV ROSE

Finalmente o dia de voltar para Hogwarts chegou, o clima entre nós não poderia ser melhor, desde que James e Domi ficaram juntos, e eu e Scorpius paramos de brigar, tudo estava um mar de rosas. Apenas uma coisa me preocupava, essa coisa tinha nome e sobrenome. Will Corner. Eu ponderei todas as minhas opções. Primeiro: Will jamais aceitaria que eu, sua namorada, tivesse uma amizade com Scorpius Malfoy. Segundo: Scorpius não sabia que eu estava namorando. Terceiro: Eu não amo o Will, eu amo o... Deixa pra lá. Enfim, acabei chegando a uma conclusão. Terminaria com Will antes que Scorpius percebesse que eu estou namorando. Eu iria magoar muito Will, estava ciente disso, mas como Roxi disse, não posso sacrificar minha felicidade pela dos outros.

─ Ei, Rose! Vamos entrar. ─ gritou Alvo para mim, de dentro do expresso, me tirando dos meus devaneios.

─ Ah sim, claro, ahn... estou indo.

Corri para dentro da locomotiva, e ela logo começou a andar. Estava em um compartimento junto com Lily, Alvo, Scorpius, Roxi, Domi, James e Hugo, que havia ido para a estação com meus pais. A proposito, estava morrendo de saudades deles. A viajem toda foi só brincadeira, snap explosivo, xadrez, doces e brincadeiras. Por ora Will foi varrido dos meus pensamentos.

Cheguei em Howarts exausta e a ultima coisa que eu queria era ter que conversar com Will, eu não sabia nem por onde começar para terminar o namoro. Por isso pela primeira vez em cinco anos em Hogwarts, dispensei o jantar e fui direto para a torre da Grifinoria. Amanha eu falaria com ele.

xx-xx

O outro dia amanheceu nublado, o céu estava cinza e a neve começava, pouco a pouco a se derreter, o dia combinava exatamente com meu estado de humor. Levantei preguiçosa, me arrumei e fui para o salão principal, era hoje, hoje eu teria que terminar com ele, por mais que doesse ve-lo chorar mais uma vez por minha causa.

Cheguei no salão, ainda por ser sabado e ser muito cedo, as mesas estavam praticamente vazias. Olhei para a mesa da Corvinal, lá estava ele, com seus cabelos castanhos e lisos, seu olhar brilhando. Uma dor imensa me invadiu. Por que eu não podia ama-lo? Por que tudo tinha que ser mais complicado para Rose Weasley?

Ok Rose, é agora ou nunca.

Fui até a mesa dele e toquei seu ombro.

─ Will... ─ sussurrei.

─ Meu amor! ─ exclamou ele levantando e me abraçando. ─ que saudades.

─ Ahn... é, tambem estava com saudades. ─ falei incerta.

Ele percebeu.

─ Aconteceu algo, Rose? ─ perguntou ele, pousando levemente a mão no meu rosto.

─ Ahnn.. é, a gente pode conversar?

─ Claro mas, está tudo bem? ─ perguntou ele, inseguro.

Não respondi. Peguei-o pela mão e o levei até um corredor vazio. Como estava muito cedo, deduzi que ninguém nos ouviria.

─ O que você tem Rose? ─ perguntou ele.

─ Will, é que bom... eu... bom.... ─ eu me enrolava com as palavras.

─ Rose, aonde você está querendo chegar? ─ perguntou ele.

─ É que eu... eu... eu quero terminar, Will. ─ falei baixando a cabeça.

─NÃO, NÃO PODE SER, VOCÊ É A MINHA NAMORADA ROSE, NÃO PODE FAZER ISSO! ─ gritou ele.

─ Will, não grite por favor, não grite. ─ falei preocupada.

─ Como assim Rose? VOCÊ É A MINHA NAMORADA. VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO ROSE, NÃO PODE! VOCÊ. É. MINHA. ─ disse ele, alterando mais uma vez a voz.

─ Então você está namorando com ele, Weasley? ─ Ouvi a ultima voz que eu queria, as minhas costas, a voz de Scorpius Malfoy.

Me virei e dei de cara com seu olhar cinza-gelo, que agora estava frio e cortante.

─ É... eu... ahn... ─ falei encarando-o, sentindo meus olhos queimarem com lagrimas.

─ É, nós estamos namorando sim! E o que você tem com isso? ─ falou Will, se aproximando dele.

─ É, você tem razão Corner, eu não tenho nada com isso, não mais. ─ disse ele ainda frio, me lançou um ultimo olhar cheio de magoa, senti uma lagrima riscar meu rosto. Ele virou as costas.

Mas afinal, por que ele está agindo assim? Será que ele está... está com ciumes? Não, não pode ser. Scorpius Malfoy, com ciumes de mim, Rose Weasley? Isso é tecnicamente impossivel.

─ O que ele quis dizer com isso? ─ perguntou Will, rispido.

─ EU NÃO SEI, OK? EU NÃO SEI! ME DEIXA EM PAZ WILLIAN. E NÃO. GRITE. COMIGO. EU NÃO QUERO MAIS NADA COM VOCÊ, FICOU CLARO? ─ gritei com os olhos transbordando em lagrimas.

Não esperei que ele me respondesse, virei as costas com o rosto manchado de lagrimas e corri o mais rapido que pude para a torre da Grifinoria. O que eu mais queria agora era a minha cama.

POV SCORPIUS.

Hoje é sabado, meu humor está otimo, por isso acordei cedo, me arrumei e me encaminhei para o Salão Principal, com um pouco de sorte e Rose já estaria acordada, talvez nós pudessemos conversar um pouco...

Estava perto do corredor de feitiços no segundo andar, quando ouço alguém gritando.

─ NÃO, NÃO PODE SER, VOCÊ É A MINHA NAMORADA ROSE, NÃO PODE FAZER ISSO! ─ reconheci a voz de Willian Corner.

Me aproximei mais do corredor e pude ouvir a ultima pessoa que eu queria que estivesse ali, falar:

─ Will, não grite por favor, não grite.

─ Como assim Rose? VOCÊ É A MINHA NAMORADA. VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO ROSE, NÃO PODE! VOCÊ. É. MINHA. ─ gritou ele mais uma vez.

Então era isso, ela estava namorando, e ainda... com ele. Mas é claro que era tudo uma brincadeira, quando que Rose Weasley poderia gostar de mim, um Malfoy? Senti como se uma adaga estivesse perpassando pelo meu peito, uma dor terrivel, uma dor que eu não imaginava que pudesse existir. Decidi que era hora de intervir.

─ Então você está namorando com ele, Weasley? ─ falei chegando atrás dela, com a voz totalmente fria.

Ela virou e me encarou. Todo o tipo de expressão passou pelo seu rosto. Choque, espanto, surpresa, tristeza e até medo, ou talvez, todos eles juntos.

─ É... eu... ahn... ─ falou ela. Eu a encarava com um olhar frio e penetrante. Seus olhos azul vivo brilhavam com lagrimas.

─ É, nós estamos namorando sim! E o que você tem com isso? ─ falou Corner se aproximando de mim.

─ É, você tem razão Corner, eu não tenho nada com isso, não mais. ─ disse e encarei-a por uma ultima vez.

Ainda pude ver uma lagrima riscar seu rosto. Virei as costas e fui embora, com os olhos queimando com as lagrimas que eu impedi de cairem.