The Girl Next Door escrita por Fernanda Meinert


Capítulo 17
Christmas Eve


Notas iniciais do capítulo

Hey! Então, eu queria ter postado esse capítulo antes. Até levei para terminar no carnaval, mas parece que todo dia tinha algo para fazer, e ainda era meu aniversário então por favor me perdoem. haha E também queria agradecer a Cris pela recomendação, muuuuuuito obrigada!!! Boa leitura.



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1 mês antes do Natal


“Santana, eu acho que você devia relaxar.” Rachel comentou com as mãos repousadas na cintura.


“Relaxar?! Como assim relaxar?!” Santana gritou. As mãos perdidas no cabelo bagunçado e a blusa do pijama suja de café.



“Relaxar. Tipo... relaxar.” Ela fez uma pausa. “Eu realmente não entendi a sua pergunta.”

“Brittany está vindo, Rachel!” Ela comentou como se fosse o fim do mundo.






“Sim. Como nos últimos quatro anos.” Rachel revirou os olhos.






“Mas é a Britt...” Santana passou de chama para cinzas em segundos, sentando-se no sofá.






“San...” A morena se acomodou no braço do sofá. “É a Brittany.”






“Minha Brittany.”






“Eu não sei por que você fica assim.”






“Porque é a Brittany.” Santana a olhou, agoniada.






“Sua Brittany.”






"Minha Brittany."






“Ok, chega.” Rachel se levantou e olhou no fundo dos olhos castanhos da latina.


“Eu não consigo não ficar nervosa.” Ela levou o olhar ao chão. “Eu não consigo não pensar que ela possa ter mudado. Desistido de mim. Encontrado outra pessoa. Que outras pessoas tenham tocado nela.” E de repente os olhos castanhos viraram chamas novamente. “O simples pensamento que mais alguém possa ter tocado no corpo dela me deixa com muita raiva.” Disse entre dentes.






“Santana, Brittany te ama e te respeita. Ela não faria isso.” Rachel comentou.






“Eu sei.” Suspirou derrotada. “Mas não somos namoradas ou algo do tipo. Não somos nada.” Os ombros estavam caídos tristemente.






“Vocês são duas pessoas que se amam. E isso vale muito mais do que qualquer tipo de rótulo.” A morena olhava para Santana com ternura. “E San, você e Brittany são feitas uma para outra. E nunca que ela desistira de você. Você é linda, confiante, gostosa...” Rachel sorriu travessa para ela, recebendo outro sorriso em troca. “Fofa...” Fofa? “Adorável...” Adorável? “E...” Rachel ia continuar quando percebeu que Santana estava com a cabeça entre as pernas.

Ela estava tendo uma crise de identidade. Todo o nervosismo sobre Brittany desapareceu no momento em que ela percebeu como havia mudado. Ela era fofa? Adorável? Aonde foi parar seu estilo Lima Heights Adjacent? Céus, ela era uma fracassada.






“Santana?” Rachel se aproximou preocupada.






“Eu sou fofa!” Ela levantou de repente, jogou as mãos para o alto e gritou como se fosse a pior coisa do mundo.






Enquanto Rachel tentava achar a lógica de tudo isso, Santana se dirigiu ao seu quarto com passos firmes. Fechando a porta com força.






“Foi alguma coisa que eu disse?” A morena perguntou para si mesma.






xxxxx






Ela está bem?” Quinn sussurrou para Rachel.

Elas estavam observando Santana da sala. A latina estava apoiada no balcão da cozinha de seu apartamento. Olhava para Oliver fixamente.



Há alguns anos atrás ela estaria pensando num possível meio de jogar o filhote com uma catapulta. Mas agora ela só conseguia pensar em como ele era horrivelmente fofo e adorável cheirando seu tapete.



Ela sentia como se essa verdade a estivesse esmagando. Isso era tão triste. Ela queria voltar a ser a Santana do Ensino Médio. Queria que os carros abrissem espaço para ela no transito e que as criancinhas corressem toda vez que ela passasse pelo parquinho.





Mas não. Agora ela era fofa.






E só existia uma culpada. Rachel...






Seus olhos acusadores e horripilantes se dirigiram à morena. Rachel era um maldito esquilo sorridente que tornava as pessoas boas.






Droga. Ela nunca mais conseguiria olhar para um esquilo sem lembrar-se de Rachel. Milhares de esquilos com rostos de Rachel. Oh céus.






Quinn...” A morena sussurrou extremamente perto da loira. “Eu não sei por quê. Mas parece que Santana quer me matar.”






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Por questões de segurança, Quinn tirou Oliver e Rachel do apartamento. Santana parecia querer ficar sozinha com seus pensamentos e olhos assustadores. E Quinn respeitou isso.






Agora os três estavam caminhando em uma calçada qualquer de Nova York a caminho do Central Park. Oliver estrangulava a si mesmo na coleira tentando correr a velocidade máxima. Quinn tentava não ser levada ao chão. E Rachel sorria para os dois enquanto comentava os maiores feitos de Barbra Streisand.



Elas sentaram em um dos bancos do parque e observaram o grande lago cercado por pessoas e animais. Oliver tinha a coleira presa ao pé do banco enquanto cavava um buraco atrás de uma toupeira imaginaria.



“Rach?” Quinn chamou depois de um minuto em silêncio. Rachel dirigiu a atenção a ela sem dizer nada. “Por que Santana estava tão mal?”





“Brittany está vindo para o Natal.” Quinn arregalou os olhos. “Ela vem todos os anos, na verdade. E Santana sempre fica assim, insegura e com medo.” Deu de ombros. “A propósito, você está convidada.”






“Para o quê?”






“O Natal. No meu apartamento.” Esclareceu.






“Oh.” Quinn sorriu. “Obrigada.” Ela estava considerando voltar para New Heaven e passar o Natal com a família Jackson. Mas passar ao lado de Rachel parecia tão mais atraente agora.






“É divertido. Todos os membros do Glee Club vão estar lá.” Rachel comentou distraída e mal percebeu o terror que passou pelos olhos de Quinn.






Ela não estava preparada para encontrar tantas pessoas que a odiassem. Não mesmo. E eles eram para ser seus amigos. Eles eram uma família. Eram uma família até a faculdade. Até Quinn decidir esquecer para mudar.






“Está tudo bem?” Rachel perguntou preocupada.






“Sim... quer dizer, você sabe. Eles me odeiam.” Sorriu amarelado.






“E você tem a chance de mudar isso.”






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2 dias antes do Natal







“Eu acho que ficaria bom ali.” Rachel apontou para o lado direito da sala.

Quinn levou o boneco gigante de Papai Noel até a poltrona e o sentou lá.



“Perfeito.” A morena sorriu para a loira que retribuiu com outro sorriso.





“Vocês me dão diabetes.” Santana apareceu na sala com o cabelo amassado e uma xícara de chocolate quente em mãos.






Quinn sentiu-se corar. E ela também estava com um pouco de medo de Santana.






“Não se preocupe.” Rachel disse para Quinn. “Ela sempre fica assim antes de ver Brittany.”






“Assim como?”






“São três estágios. O primeiro é insegurança. O segundo é nervosismo. E o terceiro é mau humor.” Deu de ombros.






Elas estavam dando os últimos ajustes na decoração. No dia seguinte seria véspera de Natal e todos os antigos membros do Glee Club apareceriam. E Quinn não podia estar mais nervosa.






Mas ela se esqueceu disso por um momento quando viu Oliver correndo pelo apartamento com algo em sua boca. A toca vermelha que o animal usava estava caindo para o lado. E o sininho em seu pescoço tocava sem parar.






Os olhos verdes se arregalaram quando ela notou o que Oliver mastigava. Jesus. O pequeno Jesus de seu presépio. Droga! Eles iriam para o inferno!






“Oliver!” Quinn gritou, chamando a atenção de Rachel e Santana. Mas nunca do filhote. “Oliver... solte.” Ela disse se aproximando do animal.






Os olhinhos castanhos encararam os verdes. Ele entendeu isso como um desafio. Era sempre bom correr com coisas em sua boca quando Quinn as queria de volta.

Ele flexionou as perninhas da frente e esticou as de trás. Posição de ataque. Esperou mais um pouco e então saiu em disparada para o outro lado do apartamento.






Rachel estava em pé em cima do sofá. Ela queria ajudar Quinn. Mas Oliver já estava forte o suficiente para derrubá-la se quisesse. E Santana... bem, Santana realmente não se importava.






“Oliver!” Quinn correu também. “Solte Jesus agora!” Disse autoritária.






O filhote correu de novo. Dessa vez pulando por cima do sofá, fazendo Rachel gritar.






Quinn finalmente conseguiu agarrar parte do corpinho do boneco que não estava na boca do animal. Ele puxava de um lado e a loira de outro. É claro. Ele não perderia a chance de brincar de cabo de guerra. Sua vida se resumia a isso.






“Oliver, você vai para o inferno por isso.” Ela disse na tentativa de fazer o filhote entender. Mas ao invés disso, ele puxou mais forte. Forte o suficiente para arrancar a cabeça do boneco. “Oh. Meu. Deus.” Ela não sabia se era a frase certa a se dizer enquanto observava o corpo do pobre Bebê Jesus sem cabeça.






Ela olhou aterrorizada para Rachel, que devolver o mesmo olhar.






Oliver deixou a cabeça do boneco ao lado do sofá e deitou no tapete da sala. Como se seu objetivo estivesse completo. Como se ele fosse um seguidor do diabo. Quinn ficou ainda mais aterrorizada.






“Talvez nós conseguíssemos colar.” Rachel disse esperando alguma reação da loira.






Quinn apenas assentiu com o olhar fixo em Oliver. Ela estava com muito medo.






(...)






“Não ficou tão ruim.” Rachel prensava a cabeça do boneco contra seu corpo para que a cola fizesse mais efeito.






Elas colocaram o boneco de volta no berço cercado pelos três reis magos, Maria, José, o pastor e o anjo.






E Quinn só conseguia pensar que eles iriam para o inferno por remendar a cabeça de Jesus com cola e colocá-lo cheio de baba de cachorro de volta em seu berço.






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“Deixa que eu coloco.” Quinn disse preocupada enquanto Rachel estava em uma perna só em cima de um banco. Ela tentava encaixar o visco no pequeno gancho que havia no teto.







“Não, Quinn. Eu sou perfeitamente capaz de fazer isso.” Ela disse convicta enquanto esticava o braço um pouco mais.



“Você seria se medisse mais do que um metro e meio.” Quinn comentou segurando as pernas de Rachel para evitar que ela se desequilibrasse.



A morena lançou um olhar matador na direção da loira. “Muito engraçado, Fabray.” Quinn sorriu de canto. “Eu posso fazer is-AH!” Ela se desequilibrou e a loira segurou sua cintura rapidamente, colocando-a de volta em pé no banco.





“Claro que pode.” Rachel lançou mais uma vez aquele olhar.






“Pronto!” Ela finalmente disse. “Eu não disse que conseguia?” Desceu do banco e encarou Quinn.






“Rach, essa frase deixou de ser verdade há meia hora.” Ela disse encarando os olhos castanhos.






Rachel deu de ombros e olhou para o visco. Ao menos seu trabalho estava feito. Então ela prestou realmente atenção no que estava acontecendo. Quinn e ela estavam em baixo de um visco.






Olhou para os olhos verdes e notou que Quinn também havia percebido isso. Suas bochechas coraram levemente e ela deu um passo para frente.






“Vocês me enojam.” Santana passou entre elas. Empurrando uma para cada lado.






Elas desviaram os olhares e coçaram suas nucas.






“Talvez nós devêssemos terminar de por as luzes.” Quinn sugeriu sem realmente olhar nos olhos de Rachel.


“É uma boa ideia.”






xxxxx






Véspera de Natal







“Quinn! Santana!” Rachel estava ficando completamente louca.

Porque além de ela ter de cuidar da cozinha. Suas duas amigas estavam em estágios de nervosismo avançados.



“Não venha dizer que nós precisamos nos acalmar, Rachel!” Santana apontou o dedo para ela.





“É!” Quinn concordou. “Você não sabe o que é estar em nosso lugar!” Virou o copo de água que tinha em mãos.






Rachel levou as mãos à cabeça em frustração e voltou para sua cozinha. Mal elas sabiam que a morena também não estava em seus melhores momentos. Afinal, ser vegan e ter de assar aquele peru enorme não era a melhor coisa do mundo.






Dez minutos depois a capainha tocou e três olhos arregalados se dirigiram a porta. Rachel olhou para suas duas amigas e entendeu que seria ela quem atenderia.






“Hey, Rach.” Brittany cumprimentou e logo os olhos azuis pousaram na latina que tinha as mãos atrás das costas e a ponta dos pés dobrada.






Rachel deu espaço para que a loira passasse e seguisse até Santana.






“San...” Ela disse com um pequeno sorriso surgindo em seus lábios.






“Brittany!” Santana jogou os braços ao redor da amada e a trouxe o mais perto que podia. “Eu senti sua falta.” Murmurou entre as madeixas loiras.






“Eu também, San... Eu também.” Apertou ainda mais os braços envoltos na latina.






Segundos depois elas se separaram e Brittany tirou uma única rosa de suas costas e entregou a Santana.






“Eu te amo.” A latina disse e logo juntou seus lábios com o da loira. “E é uma tortura ficar sem você.” Murmurou chorosa.






“Shhh...” Brittany disse e trouxe Santana de volta para seus braços.






A alguns metros dela, Quinn e Rachel observavam as duas com sorrisos no rosto.






Brittany e Santana se separam e então a loira mais alta dirigiu seu olhar à Rachel e consequentemente à Quinn.






“Quinn?” Disse surpresa fazendo com que a loira mencionada tivesse o coração acelerado. “Quanto tempo!”






Quinn realmente não esperava essa reação de Brittany.






Segundos depois as duas loiras se encontravam fundidas em um abraço carinhoso e cheio de saudades.






“Ela é demais, não é?” Santana comentou próxima a Rachel.






“É sim...” A morena passou o braço pelas costas da latina. Feliz por ela e por Quinn.






Santana e Brittany se dirigiram para um canto mais afastado e Rachel e Quinn se dirigiram a cozinha. A loira, como de costume, sentou-se em uma das banquetas do balcão enquanto observava a morena cozinhar.






“É incrível ver como elas ainda se amam depois de todos esses anos.” Quinn comentou enquanto brincava com os guardanapos.






“É mesmo...” Rachel levou seu olhar do peru até a loira e sorriu. Um sorriso que guardava muito mais do que deixava transparecer. “Nervosa?” Ela perguntou uns segundos depois.






“Sim...” Quinn suspirou sorrindo.






“Vai dar tudo certo.” Rachel seguiu até ela e repousou a mão gentilmente em sua coxa. Quinn sentiu-se aquecer pelo toque.






“Eu não sei se consigo acreditar nisso.” A loira deslizou suavemente a mão até a de Rachel e entrelaçou seus dedos sobre sua perna.






A morena deixou escapar um sorriso diante a imagem. Quinn fez o mesmo antes de seu polegar tomar vida própria e acariciar a mão de Rachel. As duas não se olhavam nos olhos. Apenas apreciavam a cena que estava em frente a elas. O jeito como tudo parecia se encaixar com um simples toque.






A campainha foi tocada e as duas foram puxadas para fora do transe. Mas dessa vez Quinn não se afastou ou agiu como se nada tivesse acontecido. Ela deixou-se sentir o aperto que Rachel deu em sua mão antes de se dirigir a porta. Uma forma de se dizer “coragem”.






E quando Quinn se deu conta, nove pessoas cujo ela costumava conviver estavam com os olhos fixos nela. Nenhuma reação era expressa.






Ela não sabia o que fazer. Devia dizer “oi”? Ou devia se desculpar?






“Oi...” Disse baixinho e contra a sua vontade.






“Oi?” Dessa vez foi Mercedes quem falou. “Como você ousa nos dizer um simples “oi” depois de ter literalmente sumido e deixado todos nós preocupados?” Despejou tudo como uma perfeita diva.






“Mercedes tem razão, Quinn.” Artie se pronunciou sem realmente olhar nos olhos da loira.






“Você nos deixou totalmente sem notícias e não se importou com nenhum de nós. Pois saiba que nós nos importávamos com você.” Finn se pôs a frente de grupo como se ainda fosse o líder. “O que ela está fazendo aqui, Rachel?” Ele desviou os olhos dos de Quinn e perguntou quase que autoritário.






Quinn sentiu seu sangue ferver porque ela não acreditava em Finn. Ela não acreditava que ele se importava.






Puck se remexeu incomodado. Ele estava magoado com Quinn, mas ninguém tinha o direito de falar com sua Baby Mama dessa forma. Ele olhou de esguelha para Sam e percebeu que o homem se sentia de mesma maneira.






“Hey, pessoal!” Mas antes que eles pudessem dizer algo, Kurt interviu. “Peguem leve.” Alguns continuaram com a mesma postura. No entanto, outros esbanjaram compaixão.






“Eu senti sua falta, Quinn...” Tina apareceu dentre os outros com os braços abertos em direção à loira, que sorriu de tal forma que Rachel sentiu o ar escapar.






Mike recebeu um olhar de Tina e entendeu o que a namorada pedia. Ele coçou a nuca incomodado, mas foi até ela mesmo assim.






“Você faz falta.” Ele disse sincero, abraçando Quinn.






Em seguida foi Puck que veio em sua direção. Os braços gigantes a rodearam e ergueram-na do chão, fazendo-a soltar um gritinho e logo depois o abraçar de volta.






“Eu senti tanto a sua falta, Q.” Ele disse com o rosto afundado em seus cabelos.






“Eu também, Puck. Eu também...” Murmurou contra o peito do rapaz.






Ela sentia-se melhor agora. Porque em muitos ali ela encontrava familiaridade. Encontrava ela mesma. E por mais que ela tentasse esquecer. Havia aspectos naquelas pessoas que apenas trariam-na coisas boas.






“Eu posso ganhar um abraço também?” Sam pediu sorridente logo depois dos dois amigos se afastarem. Ela acenou com a cabeça, portando um sorriso que nunca deixava seus lábios.






Artie, Mercedes, Finn e Sugar continuavam resistentes. Os outros se deixaram levar pelas saudades e preferiram acreditar que Quinn tivesse seus motivos e deixá-la em paz. Porque acima de tudo eles continuavam sendo sua família. E claro, era véspera de Natal.






Eles se dispersaram pela sala e Quinn se viu sozinha novamente. Mas logo o espaço ao seu lado foi preenchido por uma Rachel sorridente.






“Eu disse que ia dar tudo certo.” Ela abraçou a loira e Quinn riu.






“Ainda não deu totalmente certo.” Elas se afastaram mais continuaram com os braços envoltos uma na outra.






“Eles vão mudar de ideia.” Rachel se aconchegou no peito de Quinn, que apertou ainda mais os braços ao redor da morena.






Ela depositou um beijinho nos cabelos castanhos e em seguida as duas se encararam sorridentes. E Quinn estava começando a pensar em como esse Natal estava sendo ótimo apesar de tudo.






Finn observava tudo de longe e ele estava realmente confuso com a interação das duas.






“Quinn?” Mercedes chamou a loira, puxando-a de volta para uma realidade que não se resumia a Rachel.





“Sim?” Quinn se soltou da morena com cuidado.




“Eu queria conversar...” Ela disse hesitante. “Desculpa, eu atrapalhei alguma coisa?”





“Não.” Rachel disse. “Na verdade, eu estava indo checar o peru.” Ela sorriu na direção de Quinn e transmitiu no olhar um ‘boa sorte’.






“Quinn...” Mercedes direcionou os olhos castanhos tristes a loira. “Eu queria me desculpar por antes, mas...”






“Cedes...” Quinn abraçou a negra e beijou seus cabelos. “Eu... eu precisava mudar.” Ela disse. “Eu queria esquecer tudo. Eu sei que talvez isso não justifique o que eu fiz. Mas você precisa entender. Eu tinha que tentar recomeçar. Mesmo que custasse perder todos vocês. E, por favor, não pense que não doeu, porque doeu. E muito. Mas meu passado não é fácil de carregar.” Ela terminou com um suspiro alto.






“Eu entendo, Quinn.” Mercedes murmurou com algumas lágrimas nos olhos, que foram rapidamente enxugadas pela loira. “Artie e Sugar também querem falar com você.” Ela olhou para as duas figuras estacadas a alguns centímetros dela.






“Hey, Quinn.” Artie conduziu sua cadeira de rodas para mais perto. “Me desculpa por antes.” Ele disse envergonhado.






“É, Quinn...” Sugar se pronunciou. “Nós fomos um tanto imaturos...” Ela sorriu sem graça.






Quinn abraçou os dois e aceitou suas desculpas para logo depois se desculpar também.






O único que ainda não havia mudado de ideia era Finn. Ele continuava no mesmo lugar, ao lado de Puck, mas sem realmente participar da conversa. Seus olhos sempre sobre Quinn.






A janta foi servida e durante e depois dela Quinn e Rachel quase não se desgrudaram. Assim como Brittany e Santana. Eles conversaram animados e isso aquecia o coração de Quinn. Porque mesmo ela pensando que não, eles ainda eram uma família.






Não houve troca de presentes, mas isso não abalou nem um pouco o estado de felicidade que eles se encontravam.






“O que você está achando?” Rachel se aproximou de Quinn, que estava observando a vista através da janela.






“Maravilhoso.” Ela respondeu. “Eu não fazia ideia do quanto sentia falta de todos.” Suspirou.






Rachel olhou para cima por um momento e notou o pequeno visco sobre elas novamente. Um sorriso singelo se apossou de seus lábios. Quinn seguiu seu olhar e se pegou sorrindo também.






Seus olhares se encontraram e ambas deram um passo para frente.






Finn, que observava tudo de longe já havia entendido o que estava prestes a acontecer. Na verdade, ele já havia entendido tudo o que estava acontecendo.






As mãos de Quinn se apossaram do rosto de Rachel, arrancando um sorriso dessa.






“Rachel!” Ela esperava ouvir a voz de Quinn. No entanto, foi a de Finn que se apossou de seus ouvidos.

A morena sentiu-se tremer de raiva e Quinn se segurou para não soltar qualquer xingamento.






Rachel olhou para o lado e viu que Finn estava próximo a elas, encarando-a com um olhar suplicante. Quinn notou também e suspirou. Ela se aproximou mais da morena e deu-lhe um delicado beijo no canto dos lábios.






Algo tão suave e mesmo assim fez todos os pelos de Rachel se eriçarem.






“Até depois.” A loira disse e se afastou indo falar com Santana.






“O que você quer, Finn?” Rachel perguntou cortante, ainda entorpecida por ter Quinn tão perto.






“Conversar.” Ele disse magoado pelo tom que a morena usara.






“Então diga.”






“Vamos à varanda.” Ela bufou, mas cedeu.






“Diga.” Ela insistiu depois que ambos já se encontravam fora.






“Como está aqui em Nova York?” Tentou puxar conversa.






“Ótimo.” Disse impaciente. O pé começava a bater ritmado no chão.






“Eu estava pensando em deixar Phoenix e vir para cá. Acho que posso receber boas propostas de trabalho.” Deu de ombros.






“Mas por quê?” Rachel resolveu prestar mais atenção.






“Não sei... nós estaríamos mais perto um do outro.” Ele tentou tirar a importância.






“Finn...” Rachel levou a mão à testa e apertou. Ela já estava cansada daquele assunto. “Você está bem em Phoenix. Por que vai deixar tudo e vir para cá só para ficar ‘perto’?”






“Porque...” Ele coçou a nuca. “Porque eu ainda te amo, Rachel.” Disse derrotado.






A morena respirou fundo e cobriu o rosto com as mãos.






“Finn... por favor, não comece com isso novamente.”






“Mas é verdade, Rachel!” Ele disse desesperado. “Nós podíamos tentar de novo. Dar uma chance ao nosso amor.”






“Não existe mais amor, Finn.” Rachel disse um pouco dura. “Já foi. Nós já tentamos uma vez e não deu certo.”






“Existe amor sim! Não é possível que tudo tenha acabado! Nós podemos buscá-lo!”






“Eu não quero, Finn. Não quero tentar, para mim chega. Vamos continuar sendo amigos. Funciona melhor assim.” Ela disse tentar convencer o rapaz.






“É por causa dela, não é?” Ele disse frio. Rachel sentiu o corpo arrepiar.






“Do que você está falando?” Ela tentou não olhar nos olhos dele.






“De você e da Quinn. Eu observei vocês à noite inteira. E ainda flagrei as duas de baixo do visco. Rachel, só não pense que esses quatro anos que ela sumiu a fizeram mudar. Ela continua a mesma de sempre. Ela é uma pessoa ruim. E pessoas ruins nunca mudam.” E antes que Rachel pudesse dar um tapa em sua face e mandá-lo calar a boca, ele já havia saído.






Ela deixou o local logo em seguida. A raiva a consumia por inteiro. Finn não tinha direito nenhum de falar assim de sua Quinn. Ela tentou encontrá-lo depois para dizer as palavras que ele merecia ouvir. Mas ele parecia ter ido embora.

Quinn estava conversando com Santana quando viu Finn sair da varanda e logo em seguida, Rachel. No entanto, ela preferiu não perguntar. Porque ela não sabia o quanto a resposta poderia lhe atingir.






Algumas horas depois todos foram embora. Deixando a faxina para Quinn, Rachel, Santana e Brittany, que dormiria ali aquela noite.






“Eu estou exausta.” Rachel suspirou enquanto se deixava cair no sofá com a vassoura em mãos.






Quinn sorriu para a diva e continuou a recolher os copos espalhados pelo apartamento.






“Já teríamos terminado se Santana e Brittany não parassem para se comer a cada dois minutos.” Quinn comentou e recebeu um olhar assassino da latina e em seguida algo como “você está com inveja”. Ela não entendeu muito bem por causa da boca de Brittany sobre a de Santana.






“Quinn...?” Rachel chamou.






“Sim?”






“Você se importaria se eu dormisse no seu apartamento essa noite?” Rachel perguntou tímida e Quinn se surpreendeu.






“Claro que não. Mas... por quê?”






“Eu não quero estar aqui quando San e Britt resolverem... ‘matar as saudades’.” Ela fez aspas com os dedos. Quinn riu.






“Tudo bem.”






xxxxx






“Eu vou dormir no sofá, assim você pode ficar a vontade no quarto.” Quinn disse já de pijamas, com coberta e travesseiro em mãos.

Rachel terminou de tomar seu copo d’água e sorriu para Quinn.



“Não seja boba. Eu não vou te tirar do conforto do seu próprio quarto. Eu posso dormir no sofá ou nós poderíamos... dividir a cama.” Ela disse a ultima parte meio tímida e depois se arrependeu. Porque essa seria uma péssima maneira de testar sua sanidade.



“Ahn...é.” Quinn disse sem olhar para Rachel, balançando para frente e para trás. “Talvez nós pudéssemos dividir a cama. Assim as duas ficariam confortáveis.”





“Claro.” Rachel tentou parecer convincente.






(...)






“Você está confortável?” Quinn perguntou. Ambas tinham o olhar fixo no teto. O barulho predominante no quarto era o ronco de Oliver, que estava deitado no tapete.






“Sim.” A morena respondeu.






“Ok, então... boa noite.” Quinn disse e virou de costas para Rachel, duvidando que conseguisse dormir.






E antes que ela pudesse tentar pegar no sono, sentiu algo quente se encaixando em suas costas e um braço passando por sua cintura.






“Feliz Natal, Quinn.” Rachel sussurrou contra a nuca da loira.






“Feliz Natal, Rachel.”
















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