The Girl Next Door escrita por Fernanda Meinert


Capítulo 16
Parsley's sexy moment


Notas iniciais do capítulo

Hey! Dessa vez eu não demorei tanto. Palmas. Boa leitura!



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Quinn Fabray estava nervosa. Nervosa porque existia um filhote em casa, possivelmente morrendo de fome, cujo ela não sabia como viria a reagir. E nervosa porque Rachel Berry estava tão próxima dela que seu oxigênio adquira o perfume da morena.


Santana, Kurt, Rachel e Quinn dividiam um táxi. Enquanto o moreno ia no assento da frente, as três garotas estavam no banco de trás. No entanto, a morena, com a desculpa de que se encontrava cansada, agora descansava no ombro de Quinn. E uma de suas mãos estava repousada delicadamente na coxa da loira. Isso era demais para Quinn Fabray. Demais.


Quando chegaram ao apartamento, Quinn se afastou do grupo com rapidez. Eles ficaram confusos. Mas só ela sabia o que estava lhe esperando em casa.


Oliver com uma faca. Oliver com um fósforo. Oliver com uma arma.


Eram tantas opções que ela cogitou não dormir em seu apartamento essa noite.


Céus! George havia feito um estrago em sua vida que nunca mais sumiria.


Ela encaixou a chave na fechadura e a virou extremamente devagar. Quanto menos barulho ela fizesse, mais tempo para correr ela teria.


O apartamento estava escuro e silencioso. Nenhum sinal de Oliver. Quinn deu alguns passos para frente e encontrou o vaso de cerâmica que ficava em uma de suas estantes. Ótimo. Uma arma.


Se Oliver viesse em sua direção, ela bateria nele com o vaso.


Achou o interruptor e acendeu todas as luzes daquele cômodo de uma vez só. A claridade atingiu seus olhos e causou-lhe certo incômodo. Mas novamente, nada de Oliver.


Ela rodeou o balcão da cozinha e foi parar dentro dela. Então algo chamou sua atenção. Um buraco. Um buraco enorme no armário. E desse buraco saía uma trilha de migalhas de biscoito.


Quinn seguiu a trilha. E essa terminou em seu quarto. Mais precisamente em cima de sua cama. E lá estava Oliver: o aproveitador.


O filhote estava deitado em cima de sua cama. Dormindo num sono profundo sobre as migalhas de avelã com chocolate.


E foi aí que ela se lembrou de algo que ouviu uma vez no Animal Channel. Labradores comem de tudo. Desde a porta do seu armário até biscoitos de chocolate com avelã.


Bem, ao menos ele era inteligente. Inteligentemente destrutivo.


E nunca morreria de fome.


Talvez ele fosse o animal certo para Quinn.



xxxxx

“Rach?” Santana, já de pijamas, buscava a morena pelo apartamento.


“Sim?” Ela respondeu de seu quarto enquanto vestia-se.


“Posso te fazer uma pergunta?” A latina sentou na cama da amiga e observou-a.


“Vá em frente.” Disse, agora penteando os cabelos.


“Por que você simplesmente não beija a Quinn e acaba logo com isso?” Essa pergunta pegou Rachel de surpresa.


“Eu não sei.” Suspirou. “Acho que é porque eu não quero que seja assim, do nada. Preciso saber se ela está confortável com isso. Eu sei que pode parece ridículo, mas... Quinn é especial para mim. De alguma forma ela é. E por isso, eu não quero arriscar um beijo que possa arruinar tudo. A chance de um romance, e até mesmo nossa amizade.”


“Você pode ter razão. Mas você precisa manter em mente que talvez ela nunca se sinta confortável com isso. E talvez você precise arriscar.” Santana disse séria e Rachel apenas deu de ombros.


Ela não estava com cabeça para pensar nisso agora. Essa foi a noite de sua grande estreia. Ela ainda sentia a adrenalina correndo por seu corpo. E definitivamente preferia se concentrar nas lindas palavras que Quinn lhe disse a pensar no fracasso que poderia ser essa relação.


“Eu vou deixar você dormir agora.” A latina depositou um beijo na testa da morena. “Boa noite.”


“Boa noite.”


xxxxx

Quinn estava desesperada. Sua munição havia acabado e o exército Russo estava vindo para cima dela. Seus parceiros estavam quase todos mortos e esse provavelmente seria seu destino.


Ela ouvia tiros vindos de todas as partes. E algum deles atingiu seu rosto. Mas a bala acabou virando água. Muito, muito estranho.


Ela decidiu fugir e se esconder. Achou uma pequena casa entre as árvores onde se encontravam mais dois companheiros. Ela os cumprimentou. No entanto, um deles começou a lamber seu rosto. Ela tentou pará-lo, mas ele continuou.


Lambendo...


Lambendo...


Lambendo...


“Lambendo... lambendo... lam- OLIVER!” Quinn abriu os olhos completamente apavorados. “Que droga!” Ela passou a mão por sua bochecha e sentiu o líquido gosmento.


E agora a única coisa que não fazia sentido eram os tiros. Ela ainda podia ouvi-los.


Olhou no relógio em seu criado mudo e descobriu que ainda eram seis horas da manhã. Ótimo.


Ela se levantou e enquanto seguia até a cozinha – com Oliver em seus calcanhares – notou que o barulho de tiros ficava mais alto e mais nítido.


“Quinn?” Ela ouviu uma voz feminina chamar.


Continuou seguindo o barulho até que ela parou em frente a sua porta e a abriu, fazendo com que os tiros finalmente parassem.


“Rachel?” Quinn perguntou, completamente confusa, a uma Rachel descabelada e de pijamas a sua frente.


“Bom dia.” Ela disse.


“Bom... dia.”


“Eu queria saber se posso usar suas janelas.”


“O quê?”


“Suas janelas. Posso usá-las?”


“Ahn-“


“Obrigada.” Rachel ultrapassou Quinn e se dirigiu até as grandes janelas. Colando seu rosto ao vidro.


Involuntariamente, os olhos verdes percorreram todo o corpo moreno que estava de costas para elas. Era oficial. Ela estava perdida.


“Rachel...?” Quinn se aproximou de uma Rachel completamente concentrada em observar algo que ela não tinha ideia.


“Sim?”


“Por que você... quer as minhas janelas?”


“Porque as minhas não tem vista para a rua.”


“E...?”


“Eu preciso saber quando Gary vai chegar.”


“Quem é Gary?” Ela estava extremamente confusa.


“O homem que entrega os jornais.”


“E por que você quer-“


“Céus, Quinn! Você é sempre desligada assim pela manhã?”


“Pela madrugada, você quer dizer.” Rachel revirou os olhos.


“Meu espetáculo foi ontem. Hoje vem a crítica no jornal.” Explicou como se fosse óbvio. “Gary é quem entrega os jornais aqui. Quando há críticas minhas nos jornais, ele sempre me entrega mais de uma cópia. Ele sabe que é melhor assim.”


Pobre Gary.


xxxxx

“Então...” Elas estavam há dez minutos sentadas em frente à janela.


“Então...” Rachel repetiu.


“Você está com fome?” Quinn perguntou enquanto deixava Oliver brincar com a barra de sua calça.


“Um pouco, na verdade.” Ela disse tímida.


“Eu vou pegar alguma coisa.” Quinn se levantou e logo voltou com um saco de biscoitos. Iguais aos que Oliver havia devorado noite passada.


Elas comeram em silêncio. O sol já estava nascendo, fazendo com o que o céu adquirisse lindas cores em contraste com o cinza de Nova York.


“É maravilhoso, não é?” Rachel perguntou com o olhar sonhador.


“É sim...” Quinn respondeu enquanto a morena se aconchegava a ela.


Ficou um pouco tensa no momento, mas acabou cedendo e passando o braço pelo corpo de Rachel.


Elas ficaram em silêncio. Contemplavam o amanhecer e a proximidade que compartilhavam.


As coisas podiam ser difíceis. Mas eram em momentos como esses que elas se tornavam incrivelmente fáceis.


Rachel ergueu um pouco o rosto apenas para constatar que os lábios de Quinn estavam extremamente próximos. Então ela se ergueu mais um pouco para que pudesse ter os olhos na altura dos verdes. Santana estava certa. Talvez ela tivesse que arriscar.


A loira parecia ter noção do que estava acontecendo. E isso fez com que seu corpo congelasse. Rachel estava ainda mais perto. Ela colou suas testas e encostou os narizes.


Tudo acontecia devagar e isso estava matando Quinn.


Rachel fechou os olhos e se concentrou na respiração da loira em seu rosto. Tão perto...


“Rachel...” Quinn sussurrou. Não era um chamamento. Era um pedido. Um pedido que foi entendido por Rachel.


Ela se afastou.


“Me desculpe.” Dessa vez foi a morena quem sussurrou enquanto uma única lágrima escorria de seu olho.


Ela começou a se levantar, mas foi impedida por Quinn.


“Não vá. Por favor.” A loira puxou Rachel para baixo novamente e a abraçou. “Me desculpe.” Ela disse enquanto escondia o rosto nos cabelos castanhos.


A morena escondeu-se em Quinn e se deixou abraçar.


“Me desculpe.” Ela disse novamente. “Eu só preciso... só preciso...” de tempo? Tempo para se entender e talvez aceitar esse novo sentimento?


“Está tudo bem. Não se desculpe.” Dessa vez foi a voz de Rachel que tomou o ar.


Elas tomaram o tempo apenas naquele abraço. E Quinn jurava que se Gary não tivesse chegado naquele exato momento, ela teria dito “Eu gosto de você.”.


“Gary!” Rachel disse já mais animada.


Elas desceram e pegaram as cópias do jornal com o pobre homem assombrado por Rachel Berry. Ele era negro e tinha cabelos brancos.


Quando Quinn o viu ela quase gritou “Morgan Freeman!”. Felizmente Rachel a impediu.


Elas foram até o apartamento e encontraram Santana tomando café em frente a TV. As três garotas sentaram no sofá e olharam para a pilha de jornais.


“Vejo que Morgan já apareceu.” A latina disse.


“Morgan Freeman: o entregador.” Quinn assentiu.


“Vocês podem se concentrar?” Rachel perguntou agoniada. “É meu futuro que está aqui na frente. Então, por favor, Santana pegue o jornal e leia.” A latina assentiu e alcançou o pequeno monte de papel a sua frente.


Ela folheou e folheou até encontrar a página certa.


“Certo.” Respirou fundo. “Ontem à noite aconteceu a estreia do novo elenco do aclamado musical “Wicked”. Eles mostraram estar preparados e surpreenderam nessa primeira aparição.” Santana sorriu antes de continuar. “Mas o grande destaque da noite foi, sem sombra de dúvidas, Rachel Berry (no papel de Elphaba), que mostrou seu grande e inesperado talento para uma garota tão jovem. Ela apresenta um estilo clássico, semelhante a imortal Barbra Streisand, totalmente cativante. Senhoras e senhores gravem esse nome, porque esse só é o começo para Rachel Barbra Berry.” Santana terminou e as três ficaram em silêncio.


Quinn e a latina, após processarem a informação, digiram seus olhos a Rachel. A garota não piscava. Nem mesmo respirava.


“Belisque ela.” Santana sussurrou.


“Eu não vou beliscá-la. Belisque você.” Quinn sussurrou de volta.


A latina atravessou o sofá por cima da loira e parou em frente a Rachel. A morena parecia nem perceber o movimento. Um tapa. Foi o que Santana fez para que a amiga acordasse de seu transe.


“Santana!” Quinn gritou.


“Au!” Rachel olhou para a amiga.


“Você estava morta, Rachel!” Tentou se justificar. “Mas de qualquer forma, diga alguma coisa!”


“Eu não sei o que dizer.” A morena disse ainda amortecida pela informação. “É surreal. Completamente surreal! Meu Deus!” Ela se levantou e olhou para as amigas. “Vocês acreditam nisso?” Perguntou com um grande sorriso estampado no rosto.


“Claro que sim.” Quinn disse sorrindo também. Santana revirou os olhos.


“Rach, nós não esperávamos nada diferente.” A latina cedeu, agora sorrindo também.


Elas puxaram a morena para um abraço. As três caíram no sofá e riram enquanto Rachel derramava algumas lágrimas.


“Isso merece comemoração!” Santana se levantou e alcançou uma garrafa de champagne.


“Santana, são sete horas da manhã.” Quinn advertiu.


“Quinn tem razão.”


“Vocês são tão chatas.”


“Que tal panquecas?” Rachel sugeriu.


A sugestão foi aceita por todas.


“Vocês vão ao meu apartamento essa noite, certo?” Quinn perguntou se referindo ao jantar.


“Claro.” Santana disse e Rachel acenou com a cabeça.


A loira deixou o apartamento e ligou a Josh para confirmar.


xxxxx


O dia havia passado mais rápido do que Quinn esperava e agora ela estava completamente desesperada. Ela já tinha queimado o arroz duas vezes e desistido dele. O frango estava com um formato engraçado e a primeira tentativa de fazer o macarrão havia resultado em um purê. E ela não tinha ideia de como isso tinha acontecido.


Por outro lado, Oliver estava muito feliz. Tudo o que dava errado ia parar no seu potinho de ração.


O jantar era as oito e agora já eram sete e meia. E ela não tinha absolutamente nada preparado a não ser o frango que estava assando e tinha aparência esquisita. Ela duvidada se aquilo era realmente um frango.


“Alô!” Disse desesperada ao atender ao telefone.


Hey, Quinn.” Rachel cumprimentou. “Eu queria saber se Kurt pode ir também. Ele está sozinho em casa e bem... seria uma boa maneira de vocês conversarem.” Quinn mal pensou.


“Ele pode vir, sim. Mas Rach!” Ela gritou antes de desligar. “Vocês podem vir mais cedo?” Quinn olhou a sua volta. “Eu preciso de ajuda na cozinha.”


xxxxx


“Oi.” Os três disseram após serem recebidos por uma Quinn com um avental e o cabelo amarrado em um rabo de cavalo.


“Oi, fiquem a vontade.” Ela disse sem conseguir disfarçar o nervosismo em sua voz. Quem diria que cozinhar era tão difícil?


“Quinn?” Kurt a chamou.


“Sim?”


“Desculpa por vir assim, em cima da hora.” Era o primeiro diálogo que eles mantinham desde que se reencontraram.


“Sem problemas. É um prazer ter você aqui. Eu sei que nós não somos grandes amigos agora, mas eu realmente sinto muito.” Ela disse sincera.


“Tudo bem. Vamos tentar deixar isso para lá, certo? Agora que somos vizinhos e temos o mesmo círculo de amizades.” Ele sorriu e esticou a mão para ela.


“Certo.” Quinn disse sorridente. Ignorou a mão de Kurt e deu-lhe um abraço.


Em seguida, o garoto seguiu com Santana para o sofá e Quinn foi com Rachel para cozinha.


O que a loira não sabia era que Kurt somente tomou essa iniciativa porque Rachel pediu. Não que ele não pretendesse perdoá-la. Mas agora ele sabia da história. Sabia o que Rachel sentia por Quinn. E viu o quão importante era para ela que eles tivessem uma boa convivência.


Quando Rachel entrou na cozinha, levou um pequeno susto. Estava uma completa bagunça. Panelas empilhadas ocupavam a pia. Temperos estavam espalhados por toda a parte. E ainda tinha o frango esquisito no forno.


“Certo.” Rachel disse depois de avaliar o que precisaria ser feito. “Vamos ter que usar a Técnica de Guerra Berry.”


“Técnica de Guerra Berry?” Quinn repetiu assustada.


“Sim. Seremos tipo soldados. Só que mulheres.”


“Soldados?”


“É, Quinn. Soldados. Só que mulheres. Você está surda?”


“Não.”


“Certo. Recruta!” Ela apontou para Quinn e deu todas as ordens de limpeza.


Em menos de quinze minutos elas tinham a cozinha completamente limpa. E Quinn estava assustada e surpreendida com a capacidade de Rachel em mandar nas pessoas.


Agora elas estavam cozinhando. Rachel cuidava do macarrão enquanto Quinn picava a cebola. Lágrimas escorriam sem parar de seu rosto. E agora era fato, ela odiava cebola.


“Não se esqueça da salsa.” Disse a morena.


E ela tentou. Ela realmente tentou picar a salsa. Mas era incrivelmente difícil.


“Quinn... tente relaxar o pulso.” Rachel chegou por trás dela inesperadamente e segurou seu pulso. Ela imediatamente relaxou. “Agora é só ir para cima e para baixo.” Ela sussurrou no ouvido da loira. Erótica era a palavra que definia a frase para Quinn. Fazendo-a corar como um tomate. Oh droga! Ela ainda tinha que picar os tomates.


A mão direita de Rachel estava sobre a da loira e a esquerda segurava firme sua cintura. A morena sorriu para Quinn quando ela finalmente pegou o jeito e ela sorriu de volta.


“Deve ser o Josh!” Quinn disse animada quando ouviu a campainha tocar.


Rachel bufou irritada ao sentir a loira longe de seus braços. Não era a toa que ela odiava Josh.


Ela voltou a picar a salsa. Dessa vez sozinha. Depositando em cada corte a raiva que sentia.


“Maldito.” Disse entre dentes.


“Josh!” Quinn se jogou nos braços do amigo.


“Hey, Quinnie!” Ela lhe deu um soco pelo apelido.


Josh cumprimentou Santana e Kurt – que quase se engasgou quando viu o homem a sua frente.


“Boa noite.” Kurt disse sedutor, fazendo o outro moreno corar.


Em seguida, ele parou próximo a cozinha e observou a morena.


“Nossa, Q! Essa é a Rachel pela qual você está apaixonada? Ela é gostosa.” Ele disse completamente alheio.


“Eu não estou apaixonada por ela.” Quinn disse olhando para qualquer lugar menos para Rachel e Josh.


“Oh... me desculpe.”


“Tudo bem.”


“Então você não vai se importar se eu for lá e tentar algo.” Ele disse com um sorriso travesso nos lábios.


“Nem se atreva!” Quinn disse rapidamente e com o olhar matador.


“Eu estou brincando!” Josh a abraçou de lado. “Eu sei que você gosta da Rachel. Mesmo que não admita. Da pra perceber só pelo jeito que você fala dela.”


“Eu...” Ela arranhou a parte de trás do pescoço.


“Poupe as desculpas. Por favor.”


“Idiota.” Socou-lhe o braço.


“Agora eu vou lá cumprimentar sua namorada.” Disse e saiu andando.


“Ela não é minha-“ Não teve tempo de terminar a frase.


Josh se aproximou e disse:


“Olá, eu sou Josh. Prazer.” Estendeu a mão para a morena que dava total atenção aos temperos.


“Rachel.” Ela sorriu sem mostrar os dentes e voltou a picar a salsa.


“Vejo que alguém está de mau humor. Quinn te deixou aqui sozinha cuidando da cozinha?” Ela deu o mesmo sorriso e ignorou o garoto novamente.


Rachel não queria ser amiga dele. Ela sabia que ele podia querer algo com a garota que era para ser dela. Então era totalmente lógico que ela o odiasse. Além do fato de ele ter interrompido seu momento sensual com a salsa.


“Se você quiser que eu ajude...” Ofereceu.


“Estou ótima, obrigada.”


“Tudo bem.” Ele disse se afastando e se aproximando de Quinn.


“Então?” Ela perguntou.


“Eu tenho a leve impressão que ela não gosta de mim.” Quinn riu e se afastou.


Josh ficou sozinho por um momento. Mas somente por um momento. Porque logo Kurt já estava ao seu lado. Lançando-lhe seu olhar mais sedutor.


“Então... Josh.” Ele deixou o nome completamente explícito sair de seus lábios. “Solteiro?”


“Eu não curto isso... cara.”


xxxxx


Esse frango é... interessante.” Josh comentou enquanto olhava para o pedaço de carne desfigurado em seu prato.


Quinn sorriu sem graça e não disse nada. Porque ela realmente não sabia o que tinha acontecido com o frango.


Oliver não apareceu para pedir por algo para devorar. Ele parecia ter ficado um pouco mal depois de ter comido tanto arroz queimado.


O jantar foi repleto de comentários divertidos e muito vinho. No entanto, Rachel ficou em silêncio na maior parte do tempo. E expelia palavras cortantes sempre que Josh tentava puxar assunto com ela.


Quinn não entendia o que estava acontecendo. Rachel era sempre gentil e receptiva.


Após a refeição eles dividiram a tarefa e limparam tudo. Agora estavam todos na sala. A não ser por Rachel, que estava na varanda.


Josh aproveitou o momento e foi fazer companhia a ela. Mesmo que indesejada.


“Hey.” Ele disse enquanto abria a porta de vidro.


Rachel revirou os olhos, mas mesmo assim cumprimentou: “Hey.”.


O vento gelado batia em seus cabelos. Mas o vinho a deixava quente o suficiente para não sentir frio.


“Está meio frio aqui fora, você devia entrar.” Josh disse enquanto esfregava os próprios braços.


“Estou perfeitamente bem, obrigada.” Ela disse e então bebericou o vinho.


“Certo.” Ele disse e olhou para o chão. “Por que você não gosta de mim?” Foi direto.


“Como?” Rachel foi pega de surpresa.


“Você foi cortante comigo a noite toda e bem... eu queria me desculpar caso eu tenha feito algo que tenha te ofendido.” Droga. Rachel sentia-se culpada. Mas ela não deveria estar. Ele era uma ameaça. Certo?


“Eu...” Ela não fazia ideia do que dizer.


“É por causa da Quinn, não é?” Apoiou-se no parapeito assim como Rachel.


Ela suspirou e Josh tomou aquilo como um silencioso “sim”.


“Se é ciúmes-“


“Não é ciúmes.” Rachel disse rapidamente. Era ciúmes.


“Tudo bem...” Ele riu. “Mas se for... saiba que eu não tenho e nem pretendo ter nada com a Quinn. Quando nos conhecemos talvez eu até pensasse sobre isso. Mas agora ela é quase como uma irmã para mim.”


Pela primeira vez Rachel olhou diretamente nos olhos azuis de Josh. E constatou que ele estava sendo sincero. Ela abaixou a cabeça e riu.


“Eu sou tão idiota.” Ele riu também.


“Pessoas apaixonadas são sempre idiotas.” Ele rebateu.


“Você está me chamando de idiota?” Ela perguntou sorridente e indignada.


“Você está apaixonada?” Ele rebateu novamente, com um sorriso travesso nos lábios.


“Totalmente.” Suspirou.


“Eu sabia.”


“Alguma dica?” Perguntou após dar um gole em seu vinho.


“Eu só conheço o universo das garotas que gostam de pênis, então... não. Me desculpe.” Disse sorrindo e então continuou. “Sabe, minha irmã é lésbica, mas ela nunca me contou sobre suas técnicas de conquista. Talvez eu possa perguntar a ela e te ajudar.” Ele ofereceu brincalhão.


“Sabe Josh, eu estou começando a gostar de você.”


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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM! EU IMPLORO! Eu juro que não estou enrolando vocês. Não de propósito.