The Girl Next Door escrita por Fernanda Meinert


Capítulo 15
Brake a leg


Notas iniciais do capítulo

Ok, antes de qualquer coisa eu dou total permissão para vocês me ferirem com objetos pontudos ou martelos de madeira. Porque eu sou uma mentirosa sem coração que disse que postaria de 2 a 3 capítulos por semana, e teve a audácia de só dar as caras agora. Mas eu tenho uma explicação. Juro. Eu estava na praia e lá o sinal de internet é horrível, e eu simplesmente não conseguia postar. Então pleeeeease forgive me. Porque agora estou de volta a "cidade" e posso postar novamente. Boa leitura.



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Quinn ainda estava meio sonolenta e se encontrava de olhos fechados. Ela sentia pequenas gotas caindo em seu rosto e isso estava sendo levemente irritante. Ao menos da última vez que ela checara, havia um telhado em seu quarto, então não poderia ser chuva.


Talvez fosse algum tipo de gosma alienígena verde e perigosa pingando sobre ela. Céus! Quinn estava mesmo pensando sobre isso numa sexta-feira de manhã? Ela definitivamente precisava de um hobby.



Ela abriu os olhos esperando encontrar um furo no telhado ou um disco voador dentro de seu quarto. Mas a única coisa que apareceu na sua linha de visão ainda embaçada foi Oliver sentado ao lado de sua cabeça, com a boca aberta e a língua jogada para fora. A saliva do cachorro pingava em seu rosto.


E nada poderia ser melhor do que acordar com a saliva de seu filhote pingando em seu rosto. Não mesmo.









Oliver pareceu perceber que ela havia acordado e começou a puxar suas cobertas. Ela até tentou lutar, mas havia baba de cachorro em seus olhos. Ele parecia realmente empenhado em tirar seu cobertor. Tanto que nada o impediu. Nem mesmo quando ele a puxou forte demais e acabou caindo da cama.










Força de vontade fez com que o filhote subisse novamente, com a mesma felicidade de antes e com um novo objetivo: puxar a manga do pijama de Quinn.










Ela viu que nada poderia fazer além de levantar e seguir sonolenta até o banheiro. Seu rosto estava incrivelmente nojento, então ela se obrigou a tomar um banho.










Os movimentos eram preguiçosos e sutis. Afinal Oliver estava sentando próximo a porta a observando. E ela estava incomodada com isso. Porque seu filhote poderia ser um animal tarado. Ou ela poderia ser considerada uma pedófila por permitir isso.










Quando saiu do chuveiro enrolada em sua toalha. O cachorro provavelmente entendeu que o que ela queria mesmo era que ele a puxasse. E assim o fez. Revelando o corpo da loira em frente às grandes janelas de seu apartamento.


Se alguém perguntasse como estava sendo o dia dela, ela diria: ótimo. Melhor impossível.










Oliver levou a toalha de Quinn, entre os dentes, para algum lugar próximo ao sofá e começou a mordê-la.










Ela tinha comprado brinquedos. Ela tinha comprado milhões de brinquedos e mesmo assim ele preferia sua toalha.










O café da manhã de Quinn se resumiu em: tédio, cereal, bacon e Oliver pedindo comida.










Havia ração em seu potinho. Ela colocou um alarme em seu celular para não se esquecer de alimentá-lo. Mas ele não ligava para seu esforço. Ele só queria seu bacon e, vez ou outra, suas toalhas.










E como um raio – ou uma espaçonave – o fato de que hoje era a grande estreia de Rachel apareceu em sua cabeça.










Quinn sabia que não era a primeira. Ela tinha conhecimento das peças Off-Broadway que a morena havia estreado. Porque mesmo que ela não mantivesse contanto, ela não deixava de pensar em Rachel e querer saber sobre sua vida.










No entanto, dessa vez ela estava na Broadway. Seu grande sonho. Sua maior conquista. E Quinn sentia-se nervosa como Rachel deveria estar.










E de repente a loira sentiu a necessidade de ver como a morena estava. Talvez tentar acalmá-la e dizer que tudo ficaria bem. Porque Rachel Berry era uma estrela. Estava claro que tudo ia ficar bem.


Ela deixou Oliver em casa, caso Santana tentasse matá-lo novamente, e se dirigiu ao apartamento da frente. Três batidas hesitantes foram ouvidas, antes de a porta ser aberta por uma latina sonolenta e descabelada.










“Ah... é você.” Ela disse, logo dando as costas para Quinn.










“Bom dia para você também, Santana.” Comentou divertida.










“Claro. Tanto faz.” A latina deu de ombros e se jogou no sofá.










Por um momento, Quinn ficou estacada no mesmo lugar. Ela não sabia exatamente o que fazer. Santana era uma péssima anfitriã e a loira não se sentia confortável o suficiente para sair buscando por Rachel pelo apartamento.










“Vai ficar aí o dia todo?” A latina perguntou ácida.










“Ahn... Onde está a Rachel?” Ela se sentou na poltrona mais distante do sofá. Porque aquela Santana recém-acordada conseguia ser mais assustadora do que a Cheerleader do ensino médio.


“Provavelmente no quarto... pesquisando sobre doenças as quais ela acredita ter e todos nós sabemos que é paranoia.” Santana mal tirou os olhos da televisão.










“E você não devia impedir isso?” Quinn perguntou irritada. Porque ela tinha ao menos uma ideia de que esse hábito não era saudável.










“Ela está nervosa e precisa se acalmar. E eu estou com sono e preciso de paz, sem nenhum pé no saco ao meu lado.” Ela lançou um olhar acusatório a Quinn. “Se quiser fazer alguma coisa, o quarto dela é no corredor à esquerda.”










A loira se levantou o mais rápido que pode e seguiu até o lugar indicado. Ela não poderia aguentar aquela Santana por muito tempo. Só o olhar da latina já fazia você querer chorar.










Quinn bateu duas vezes na porta de Rachel e esperou alguma resposta.









“Pode entrar.” Ela ouviu a voz melodiosa da morena soar através da madeira.







“Hey, Rach.” Quinn cumprimentou hesitante, deparando-se com Rachel deitada em sua cama, portando notebook no colo.







“Oi, Quinn.” Um sorriso sincero tomou conta dos lábios vermelhos de Rachel.









“Eu queria saber se você está bem... quer dizer, hoje é o grande dia.” Ela não sabia exatamente como começar o assunto. Droga. Ela havia feito aulas de oratória na faculdade, mesmo que não fosse exigido em seu curso. Mas havia algo sobre Rachel que a fazia esquecer-se de tudo.










“Bem... eu estou bem nervosa. Alguns cabelos meus caíram e eu não paro de roer unhas. Mas eu acredito que isso não seja somente parte do nervosismo. E algo me diz que na verdade, eu possa ser possuidora de TOC. Muitas das compulsões do TOC têm como alvo a pele sob a forma de preocupações obsessivas. As mais comuns são queda de cabelos e consequentemente medo da calvície. Quinn. Eu não quero ficar calva.” Havia um olhar aterrorizado no rosto de Rachel e confusão no de Quinn. “Roer as unhas também pode ser um sintoma. Viu? Tudo indica que eu sou possuidora de um transtorno obsessivo compulsivo.” Rachel terminou, esperando algum tipo de reação vinda de Quinn. Mas essa mal piscou.










“De qualquer forma...” A morena continuou, vendo que a loira não falaria nada. “Eu já liguei para Emma em busca de ajuda. Mas quem atendeu foi o Will. Você sabia que existe um novo New Directions? Enfim, Emma pediu que eu tivesse certeza de que eu realmente possuo TOC. Ela sugeriu que eu procurasse um médico, mas eu não preciso deles.”










Quinn continuava parada no mesmo lugar. Os olhos verdes e arregalados fixos em Rachel. Não. Ela não acreditava em uma palavra que a morena havia dito.










No entanto, sua cabeça girava e ela perdeu completamente a noção das coisas entre “eu possuo TOC” e “não quero ficar calva”.










“Quinn? Está tudo bem?” Rachel se levantou da cama e andou até a loira. “Quinn?” Os olhos verdes confusos encontraram os castanhos.










“Eu... o quê?” Ela não sabia nem o que pensar nesse momento.










“Você tem esses momentos de perda de atenção frequentemente? Porque eu já vi esses sintomas antes e-“










“RACHEL!” Quinn precisava gritar para se retirar de seu próprio transe e para expulsar esse duende hipocondríaco de dentro de sua amiga.










A morena arregalou os olhos, surpresa com o grito da loira.










“Sim?” Perguntou temerosa.










“Você, definitivamente, precisa parar com isso.” Quinn disse, recuperando a calma e a noção de espaço e tempo.










“Parar com o quê?” Rachel perguntou, sabendo da resposta. Ela se dirigiu até a cama e esperou que Quinn sentasse ao seu lado.










“Com isso...” Ela apontou para a página aberta no notebook da morena. “Não é saudável. Talvez... você devesse procurar um psicólogo.” Quinn repousou a mão na perna descoberta de Rachel, sentindo um breve arrepio subir pelo seu braço e descansar em seu coração.










“Eu não quero ir a um psicólogo. Estou completamente bem.” Os olhos castanhos estavam grudados no chão.










Quinn respirou fundo e decidiu que o melhor era não discutir. Ela poderia conversar com Santana mais tarde. Quando o diabo já tivesse deixado seu corpo. É claro.










“Você sobreviveu ao passar por Santana.” Rachel mudou de assunto e comentou risonha.










“Felizmente.”










“Ela é um mostro de manhã. Mas você se acostuma.” Elas deram sorrisos singelos.










No entanto, o silêncio tomou conta do ambiente e a mão de Quinn continuava na perna de Rachel. E algo dentro dela dizia para movê-la, talvez fosse razão. Mas ela não o faria agora.










“Eu estou tão nervosa.” A morena soltou mais como um sussurrou e Quinn decidiu apenas deixá-la falar. “É minha grande estreia na Broadway. E eu não sei se estou preparada.”










“Você está preparada desde que nasceu, Rach.” A loira apertou a coxa da amiga levemente. E Rachel sentiu a necessidade de que Quinn o fizesse novamente.










“Obrigada.”










Elas não sabiam exatamente o que fazer depois disso. Então Rachel pediu a Quinn que a fizesse companhia. A loira aceitou sem pensar duas vezes. Correu até seu apartamento para pegar seu bloco de desenhos e voltou ao quarto de Rachel.










O ambiente era silencioso. Quinn fazia alguns rabiscos e a morena continuava pesquisando doenças da internet. A loira decidiu que ela não poderia simplesmente proibir Rachel de praticar esse hábito. Mas isso não a deixava menos preocupada.










“Oh meu Deus, Quinn! Ouça isso! Hemocromatose, um entre os principais sintomas é: mudança na coloração da pele (tonalidade bronzeada/morena). Olhe para a minha pele! Eu estou morena!” A expressão no rosto de Rachel era de completo pavor e Quinn respirou fundo para não rir.










“Rachel. Você É morena.” Um pequeno sorriso brotou nos lábios rosados.










“Oh.” Rachel sentiu-se relaxar e a expressão aterrorizada se esvair. Ela examinou seus próprios braços e pernas. E pela primeira vez, chegou à conclusão de que esse hábito podia estar afetando seus neurônios. Ou talvez fosse apenas a presença de Quinn, tão próxima a ela.










“Você devia parar com isso.” A loira desviou os olhos de seu pequeno esboço do perfil de Rachel e encarou os olhos castanhos.










“Eu sei. Mas eu estou tão nervosa e isso serve como distração.” Comentou vencida.










“Sabe... Talvez eu possa te fazer uma massagem.” A loira ofereceu e Rachel se controlou para não gritar ‘DEUS, SIM!’










“Pode ser uma boa ideia.” A morena balançou a cabeça em consentimento algumas vezes enquanto encarava Quinn.










A loira assentiu e fez sinal para que Rachel sentasse entre suas pernas. A tensão era grande o suficiente para ser notada em todo o ambiente. Imagens da fatídica noite vieram em suas mentes. E quando as mãos da loira tocaram o pescoço de Rachel, ela fechou os olhos e se controlou para que nenhum som constrangedor escapasse de seus lábios.










As mãos da loira eram tão macias e suaves, mas ao mesmo tempo eram seguras e firmes. E isso estava levando a morena ao paraíso.










E Rachel só conseguia pensar em como elas eram mágicas. E ela as queria em todo o seu corpo. Em todos os lugares. Ela queria aqueles dedos dentro dela e-










“Rach, está tudo bem?” Ela abriu seus olhos e tentou completamente não dar uma resposta com indícios sexuais à pergunta de Quinn.










“Sim.” A voz saiu levemente falha, mas segura o suficiente para disfarçar seus reais pensamentos.










Quinn continuou com os movimentos. Os arrepios em sua pele eram constantes. Considerando o quão perto ela estava de Rachel Berry.










Elas seguiram os próximos minutos em silêncio. Rachel aproveitava os toques. E Quinn aproveitava a sensação de tocar.










“Pronto.” A loira se afastou antes que algo saísse de seu autocontrole.










“Obrigada.” A morena disse, tentando disfarçar a expressão orgasmática que se encontrava em sua face no momento.










Elas mantiveram os olhares fixos, uma na outra. Rachel desviou seus olhos levemente para os lábios de Quinn e sentiu o salivar de sua boca. Ela estava tão perdida.










“Eu acho melhor eu ir.” A loira comentou e se levantou rapidamente, como se tivesse os mesmos pensamentos da morena.










“Claro.” Rachel pôs uma mecha atrás da orelha e cruzou os braços, constrangida.










“Tchau.” Quinn disse após juntar todas as suas coisas. Ela abraçou seu bloco contra o peito e sorriu para Rachel.










“Hey, deixe-me ver o que você tem aí.” Apontou para os desenhos.










“Melhor não.” A loira apressou os passos, mas as mãos de Rachel a impediram.










“Por favor. Eu nunca vi nada seu. Nem um quadro ou um desenho. E considerando o fato de que você vai me ver no palco hoje à noite, eu acho completamente justo que você me mostre.” Quinn suspirou derrotada e entregou o bloco a Rachel.










Ela o folheou e encontrou vários desenhos do que poderia ser New Heaven, Yale e Nova York. Mas na última folha havia um desenho perfeitamente detalhado dela. Seus olhos brilharam e ela sorriu em direção a Quinn.










“Você tem muito talento.” Quinn corou. “Eu posso ficar com ele?” Ela perguntou, referindo-se ao desenho.










“Eu não sei se-“










“Por favor.” Rachel fez bico e Quinn se amaldiçoou, porque ela sabia que não seria capaz de dizer ‘não’. Mas isso não era novidade.










“Tudo bem.” Suspirou.










“Yay!” A morena saltitou e arrancou a folha com cuidado. “Eu quero que você o assine.” Esticou o desenho na direção de Quinn.










“O quê?”










“Assine e ponha uma dedicatória. Oh, Quinn. Vamos lá! Você vai ser famosa um dia e eu me sentiria honrada em possuir isso.” A loira sorriu e apanhou o papel.










Rachel tentou espiar para descobrir o que estava sendo escrito. Mas Quinn a impediu.










Logo após entregar o papel a morena. Ela saiu do quarto e se dirigiu ao seu apartamento. A sensação de Rachel sob seus dedos continuava lá. E talvez fosse isso que a deu forças para escrever o que escreveu.










A morena respirou fundo e virou a folha, para que na parte de trás, ela encontrasse uma pequena dedicatória.










Para Rachel Berry. A mulher mais especial que já conheci.










Quinn Fabray.










Rachel sentiu o coração acelerar de tal modo, que a possível certeza de que ele sairia de seu peito se fez presente.










E o que mais chamou a atenção da morena foi a palavra “mulher”. Quinn não a chamara de menina ou garota. Ela a chamara de mulher. Ela a via como uma. E isso mostrava o quanto a ideia de Quinn sobre Rachel havia mudado.










E de repente, ela se sentiu infinitamente mais segura para subir no palco esta noite.









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Quinn tentou evitar pensar no que acontecera mais cedo. Porque sentir Rachel Berry tão próxima a ela, lhe causava sensações que jurava nunca ter sentido. E a certeza disso a deixava incrivelmente assustada.










E como se não bastasse o fato de que ela finalmente considerou a hipótese de sentir atração por Rachel, ela lembrou que encontraria Kurt esta noite. Depois de quatro longos anos. E ela não sabia se estava preparada para o que estava por vir. Ele a odiava. Certo?










Ela respirou fundo e cobriu o rosto com as mãos. Céus, ela estava atraída por Rachel! Homossexualidade era algo definitivamente novo para ela. Mas sentir atração por sua melhor amiga era mil vezes mais assustador. E ela não seria capaz de lidar com isso.










Quinn desconhecia as raízes desse sentimento. E ela tinha medo do ponto em que ele poderia chegar.










E de certa forma, ela mal acreditava nisso. Ela não conseguia achar real esse fato. Estar atraída por Rachel.










Pensar sobre isso estava a deixando tão exausta que decidiu esquecer. Ao menos por essa noite.










Hoje ela devia se concentrar em Rachel. Mas não a Rachel pela qual ela estava confusa sobre. E sim por Rachel, sua melhor amiga, que estava prestes a realizar o seu grande sonho.










E o pensamento de que ela poderia adiar todo esse dilema dentro dela a tranquilizou.










Quinn bebeu um pouco de água e se apressou em pegar seu notebook. Estava quase na hora de falar com Beth e isso sempre iluminava seu dia.










Não demorou muito para que a garotinha de cabelos dourados aparecesse sorridente na tela.










“Mamãe Q!” Ela disse.










“Beth!” Quinn sentiu o sorriso invadir lhe a face rapidamente.










“Eu estou com saudades...” A filha fez um pequeno bico com os lábios que não deixava dúvidas de que ela tivera contato com Rachel Berry.










“Eu também, meu amor. Muitas. Você não é capaz de imaginar.” Quinn sentia saudades de Beth como ela nunca imaginou que fosse capaz. Era o tipo de saudade que doía todo dia ao acordar, e sempre que ia dormir. “Mas me conte... como foi sua semana?”










“Você não vai acreditar no que aconteceu hoje (...)”










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Depois de uma conversa feliz com sua filha, que durou quase três horas, Quinn estava na tarefa difícil de escolher um de seus milhares de vestidos para usar essa noite.










Porque dessa vez havia muito mais sobre a escolha. Quinn queria estar bonita. Mas principalmente, queria que Rachel a achasse bonita. E isso era assustador e excitante ao mesmo tempo.










E todo esse paradoxo na vida dela a deixava exausta.










Ela optou por um modelo azul marinho, justo até os joelhos. Essa cor caía-lhe bem e ela sabia disso. Organizou o cabelo em cachos e aplicou a maquiagem leve.










Santana bateu em sua porta exatamente meia hora depois dela ficar pronta. Rachel partira mais cedo para os últimos ajustes. E elas só precisavam esperar Kurt para ir ao teatro.










Quando os olhos azuis se encontraram com os verdes, houve uma breve pausa de ambos os lados. Quinn, mais uma vez, ficou sem palavras. Ela tinha sua justificativa, mas ela nunca parecia válida o suficiente.










“Olá, Quinn.” Kurt disse seco, quebrando o silêncio.










“Oi, Kurt.” Ela teria dito mais alguma coisa, mas o moreno pareceu ignorar sua presença, voltando a atenção para Santana.










Quando chegaram ao local, depararam-se com uma grande fila e alguns fotógrafos nas portas. Por sorte seus ingressos já estavam reservados.










Kate, a mulher que Quinn conhecera outro dia, veio recepcioná-los. Ela os levou pelos fundos até o camarim de Rachel. A loira mal olhou para a mulher.










“Pessoal!” Rachel gritou, vestida em seu roupão, quando viu os amigos.










“Hey, Barbra!” Kurt foi o primeiro a abraçá-la e a parabenizá-la. E se desculpou mais uma vez pela briga que tiveram no passado.










Santana foi mais discreta, mas era perfeitamente possível ver o orgulho que ela sentia de sua pequena diva.










Quando foi a vez de Quinn cumprimentá-la, a atmosfera do ambiente mudou completamente. Os olhares eram intensos e o orgulho expresso nos olhos de Quinn era notado de longe. Ela abraçou Rachel firmemente e não disse nada. Não era necessário.











“Senhoria Berry, você entra em quinze minutos. O elenco está se reunindo para os aquecimentos vocais.” Kate avisou.










“Obrigada.” Ela disse por cima do ombro de Quinn.










Eles se despediram e desejaram boa sorte.










Mas antes de Quinn fechar a porta, ela olhou para trás e disse:










“Quebre uma perna.”










“Eu vou.”










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Os assentos eram muito bem localizados.








Quando Rachel subiu ao palco, o coração de Quinn se encheu ainda mais de orgulho. Sua Rachel estava lá.










A loira percebeu o olhar que a morena dirigiu a ela durante a apresentação. Quinn sorriu, mesmo sabendo que talvez Rachel não fosse capaz de vê-la.










A apresentação foi incrível. A emoção que Rachel foi capaz de passar durante as cenas era inacreditável. Era possível perceber verdade através de suas falas. Era possível acreditar. E foi nesse momento que Quinn nunca teve tanta certeza de que Rachel nasceu para isso. E de como ela nunca reparou em como Rachel era incrivelmente linda.










Foi inevitável chorar no final.










O elenco foi muito aplaudido. Mas quando Rachel apareceu, todos se levantaram e bateram palmas.










Os quatro combinaram de se encontrar em um restaurante próximo ao apartamento. Quinn, Kurt e Santana foram primeiro. Visto que Rachel teve que eliminar a tinta verde do corpo e ainda tirar algumas fotos para a imprensa.










“Rach!” Santana acenou para a morena quando a viu entrando no restaurante.










Todos a abraçaram e a elogiaram. E novamente Quinn foi a última.










“Você estava maravilhosa.” A loira sussurrou no ouvido de Rachel, apertando-a ainda mais contra si. “Eu estou tão orgulhosa de você e de tudo o que você vem conquistando. Você é incrível, Rachel. Incrivelmente talentosa e incrivelmente linda.” A morena sentiu seu corpo inteiro arrepiar. Ela queria, com todas as forças de seu corpo, beijar Quinn agora mesmo. Infelizmente ela não o faria. Não nesse restaurante. Não esta noite.










Kurt observou a cena e lançou um olhar questionador para Santana, que devolveu outro do tipo ‘conversamos mais tarde’.










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Durante o jantar, eles conversaram sobre a peça e Rachel contou detalhes dos bastidores. Quinn estava sentada de frente para a morena e não conseguia para de sorrir. O humor de Rachel é algo contagiante. Mas seu sorriso é muito mais.










Quando a comida chegou, Quinn arregalou os olhos. Porque ela estava tão preocupada com Rachel, vestido e noite, que ela não ouviu o alarme indicando o horário para alimentar Oliver.










Oh meu Deus.










De novo não.



















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Notas finais do capítulo

O grande momento está bem próximo. Não digo que será no próximo capítulo, mas está perto. hehe