POV’s Nina

Sai correndo e engolindo o choro, segurando a faca com força. Entrei no banheiro vazio e tranquei a porta.

Calma Nina isso é normal, perfeitamente normal. Ok, quem eu estou querendo enganar? Isso é estranho. Eu acabei de ver uma menina com alargadores e cabelo raspado de um lado matar um mostro? E depois ela me diz que eu sou uma semideusa e as coisas que eu vejo não são alucinações?

Ouvi o sinal da escola tocar indicando que faltavam 5 minutos para o inicio da próxima aula. Mas não me mexi, eu precisava me acalmar antes.

Como assim filha de um Deus ou Deusa? Que tipo de Deuses? Romanos, gregos, egípcios, maias... Existem tantos... Meu Deus! Como sou burra, esqueci até de perguntar o nome da tal menina!

Ouvi o sinal tocar mais uma vez, indicando o começo da próxima aula. De inicio não me mexi, mas alguns segundos depois me levantei, abri a porta e sai correndo. “Droga” pensei “ esqueci de contar para Manu, e se ela estiver em perigo?”. Disparei pelo corredor, e entrei na sala de química, o professor estava de costas para porta, e como ele é meio surdo, nem percebeu minha entrada tardia. Avancei pela sala e sentei ao lado de Manu, que é minha dupla nessa aula. Ela me deu um sorriso e disse:

-Ainda bem que você chegou, não vou ter que fazer dupla com o João.

Dei um sorriso nervoso

-Eu não sou tão má assim- disse-, Manu, preciso falar com você, caso de vida ou morte.

Ela arrumou o arco de lacinho em sua cabeça e disse:

-Para com o suspense, conta logo.

-Bem... - dei um suspiro e falei tudo pra ela, sobre a menina com alargadores, os monstros e a grande chance de sermos semideusas.

Quando terminei, o professor chamou nossa atenção. Quando ele se virou novamente para o quadro, Manu me passou um bilhetinho escrito: “tem certeza que não foi uma alucinação?”, “certeza absoluta” escrevi de volta, e para provar tirei a faca que a menina tinha me dado da mochila e passei para ela por debaixo da mesa, ela pegou, a examinou e sussurrou um palavrão.