Runaways escrita por Runaways


Capítulo 23
Faço o melhor turno de vigilância




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POV’s Nina

Ok, o touro que antes era minúsculo agora está pesando pelo menos meia-tonelada. Depois que ele deitou com a barriga para cima Desiree andou calmamente até ele, se agachou e fez carinho em sua barriga de metal. O touro pareceu ter gostado dela depois disso.

-Ele é muito fofo! – disse Desi.

-É claro – disse Zain -, mas o que vamos fazer com ele?

-Podemos usa-lo como meio de locomoção – sugeri.

-Não vamos caber todos sentados em cima dele – rebateu Manu -, será que podemos treina-lo para lutar conosco?

-Acho que podemos tentar –Ed disse -, ele parece ter gostado da Desiree.

Quando ela ouviu seu nome virou a cabeça, confusa.

-O que foi?

-Nada, nada – disse Ed.

-Nem vem com essa – ela disse se levantando – eu ouvi o meu nome. O que vocês estão falando de mim? – perguntou com raiva.

-Hey, não foi nada – disse Manu interrompendo -, ele só disse que você podia tentar treinar o touro. Ele parece ter gostado de você.

E para provar o que estava dizendo, Manu apontou para o touro que estava atrás dela. O touro tinha percebido que Desi estava prestes a atacar Ed e se levantou para ajuda-la. Ele encarava Ed com um olhar assassino.

-Faz essa coisa parar de olhar assim pra mim – disse Ed.

-Acho que não – disse Desi sentando-se em uma pedra.

O touro começou a bufar.

-Por favor? – Ed pediu com cara de pidão, o que foi desperdício de tempo, já que Desiree não caia nessa.

-Não – disse ela rindo.

-Desi - Manu chamou e ela a encarou -, por favor?

-Ok, ok – disse ela, se levantando. Ela foi até o touro, passou a mão pelo focinho e ele se acalmou.

-Que tal pedir a ele para se transformar na estatueta de novo? Assim vai chamar menos atenção – disse Zain.

Desi assentiu e pediu ao touro para que ele se transformasse novamente e assim ele fez. Desi guardou-o no bolso.

-Tudo bem, e agora? – perguntei.

-Temos que achar a maquina – disse Zain abrindo o mapa -, olhem! O ponto vermelho mudou de lugar.

Avancei para mais perto de Zain. O ponto tinha mesmo mudado de lugar, e agora estava no lado totalmente o oposto de onde estávamos, mas pelo menos ainda estava na floresta. Começamos a discutir sobre o melhor jeito de chegar até a máquina.

-Acho que devemos ir pela cidade, assim podemos pegar outro carro – disse Zain.

-Não podemos, somos fugitivos lembra? – disse Manu.

-Então vamos pela floresta – disse Ed que estava atrás de mim -, andamos durante o dia e paramos a noite.

-Vai demorar muito – eu disse.

-Mas nós não temos outra opção – disse Desi.

-E a comida? Não troucemos muita - disse Manu.

-Podemos caçar – respondeu Zain.

-E o que a Desi vai comer? – eu perguntei.

-Eu me viro – disse ela dando de ombros.

-Então está decidido, vamos pela floresta – disse Ed.

Pegamos as mochilas e começamos a andar. Conversamos, rimos, brincamos e eu percebi que Zain ficava disputando a atenção de Manu com o resto de nós. Quando começou a escurecer começamos a ficar preocupados com o lugar em que dormiríamos.

-Ed, você consegue sentir quando tem água por perto? – perguntou Manu.

-Ás vezes, por quê?

-Você consegue achar algum riacho ou coisa do tipo? Seria perfeito, eu realmente preciso tomar alguma coisa– disse Manu.

-Hum, ok. – ele respondeu parando e fechou os olhos. Depois de alguns segundos um pequeno fio de água chegou até nós, formando uma poça em nossos pés. – sigam a água – Ed disse abrindo os olhos.

Quando chegamos ao final da trilha nos deparamos com um lindo riacho de água doce.

-Obrigada Ed – disse Manu.

-De nada – ele disse sorrindo.

-Hey pessoal, acho que encontrei o lugar perfeito para dormirmos– disse Desi correndo em direção a uma pequena caverna perto do riacho.

Nos instalamos , acendermos uma fogueira e comemos um pouco (pouco mesmo, estávamos tentando racionalizar a comida). Desi e Ed fariam o primeiro turno de vigia então eu, Manu e Zain fomos para dentro da caverna e dormimos um pouco.

-Nina acorda - Eu levantei a cabeça e vi que era Desiree -, é o seu turno.

-Ok, vai dormir – eu disse me levantando.

Quando sai da caverna vi que Ed estava sentado de costas para mim, de frente para fogueira. Ele ouviu os meus passos e se virou.

-Oi – ele disse sorrindo.

-Oi – eu respondi, também sorrindo – pode ir dormir, agora é o meu turno.

-Não estou com sono, posso ficar aqui com você?

-Claro – eu disse, sentando ao seu lado.

Ficamos em silêncio por um tempo, olhando para a fogueira.

-Nina – disse Ed olhando para a fogueira -, me desculpe.

-Sobre o que?

-Sobre aquilo que eu fiz no acampamento – ele disse ainda sem olhar para mim.

-Do que você está falando? – perguntei confusa.

-Você sabe, no meu chalé.

Olhei para ele, incrédula.

-O quê?

-Eu não devia ter tentado te beijar sem saber o que você queria – ele continuava com o olhar fixo na fogueira – eu não quero te pressionar a fazer nada que não queira.

Eu não estava acreditando no que eu estava ouvindo, como ele podia achar que eu não queria beija-lo? Ele não percebeu que eu só não o tinha feito no chalé porque fiquei com medo de apresar as coisas?

Ajoelhei-me para ficar de frente a ele, botei minha mão em seu queixo e virei seu rosto para que ele olhasse para mim. Ele me olhou, surpreso. Levei minhas mãos até sua nuca e enrolei meus dedos em seus cachinhos. Ele deu um sorrisinho, mas não se mexeu. “Ele não quer me pressionar” pensei. Lentamente aproximei meu rosto do dele até nossos narizes se tocarem. Parei encarando seus olhos verdes, que agora estavam agitados e ansiosos, mas ele continuou imóvel. Aproximei-me mais devagar ainda, aproveitando cada segundo de ansiedade e finalmente o beijei. Quando nossos lábios se tocaram Ed se ajoelhou, ficando de frente para mim e colocou os braços em volta da minha cintura, me puxando para si e me apertando contra o corpo. Estávamos nos beijando mais rápido e Ed começou a se inclinar por cima de mim. Tentei me manter firme mas ele continuou se inclinando e quando finalmente reuni força de vontade para faze-lo parar eu já estava deitada no chão. Botei minha mão em seu peito e o empurrei levemente.

-Ed – eu disse ofegante.

Ele se afastou um pouco para me encarar.

-To indo muito rápido? – ele perguntou também ofegante.

Eu fiz que sim com a cabeça.

-Desculpe – ele disse, meio sem jeito.

-Tudo bem – eu respondi meio sem folego, ele era sempre tão fofo assim?

Ele saiu de cima de mim, ficou de pé e ofereceu a mão para me ajudar. Aceitei e ele me puxou para cima, mas não soltou minha mão. Ficamos nos encarando meio sem jeito por alguns segundos.

-Acho que seu turno já acabou – ele falou, olhando para a posição da lua para tentar descobrir as horas.

-Vigiei muito bem não acha? – eu disse ironicamente.

Ele deu uma gargalhada.

-Se algum monstro tivesse aparecido estaríamos mortos, temos que tomar mais cuidado na próxima vez.

-Próxima vez? – perguntei levantando uma sobrancelha.

-É, agora que você provou não vai mais conseguir resistir – ele disse debochadamente.

Eu ri, em parte porque a cara que ele fez foi engraçada, e em parte porque Ed realmente beijava muito bem. Eu entrei na caverna e acordei Manu e Zain, pois o próximo turno era deles. Depois que os dois saíram eu e Ed entramos na caverna. Desiree estava deitada no meio então cada um deitou de um lado dela.

-Boa noite Ed.

-Boa noite Nina.

E cai no sono.


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