POV’s Nina

No começo eu gostei de ficar sozinha no chalé 13, era bom poder ter um espaço para mim. Mas ao longo da semana percebi que não era tão bom assim, eu me sentia solitária. É claro que de manha e a tarde eu ficava com todo mundo, eu estava me sentindo incluída, uma coisa que nunca tinha acontecido. Mas mesmo depois de passar um dia inteiro com a “galera” eu continuava sentindo falta das piadinhas noturnas no Chalé de Hermes.

Minha proclamação foi meio estranha. Não foi exatamente uma proclamação de verdade, eu descobri sozinha e meu pai nem teve a decência de me mandar um sinal. Mas eu decidi deixar isso de lado, afinal, se Hades não quer falar com sua única filha o problema é dele.

Logo depois Manu foi proclamada e fiquei realmente feliz por ela, tinha certeza que ela ia adorar o Chalé de Afrodite. Quatro dias se passaram e tudo estava normal, pelo menos até os meninos de Hermes botarem purpurina no Chalé de Ares. Depois que Desi me deixou pra ir se vingar com seus irmãos Ed apareceu.

-Oi Nina- disse ele sorridente.

-Oi- respondi, avançando para lhe dar um abraço.

-Meus Deuses, sou muito burro- ele disse quando nos afastamos-, te procurei por todo o Acampamento para te devolver o livro e quando te acho percebo que deixei o livro no Chalé. Vai comigo buscar?

-Claro, vamos lá - eu disse, me esforçando para não rir, ele realmente mentia muito mal.

Andamos até lá conversando e quando entramos vi que ele não tinha mentido para mim, ele era realmente muito bagunceiro. Ele não sabia aonde tinha deixado o livro, então começamos a procurar em meio a bagunça. Depois de alguns minutos procurando acabei esbarando nele, e quando estava me afastando para pedir desculpas ele segurou minha mão e me puxou de volta para si.

Levantei a cabeça e o encarei. Ele me encarou de volta, segurou firmemente minha cintura e se inclinou em minha direção, fechando os olhos. Mantive os olhos abertos e em vez de beija-lo na boca, abaixei a cabeça e lhe dei um beijo rápido na lateral do pescoço. Ele abriu os olhos, confuso. Eu o encarei com ternura, levei minha mão até a escrivaninha que estava nas suas costas, puxei a gaveta que estava entreaberta e peguei o livro. Balancei o livro na frente de seu rosto e ele deu de ombros, rindo.

Depois disso saímos do Chalé de Poseidon para encontrar Desi e depois todos nós fomos até a praia. Estávamos conversando quando um velho barbudo veio na nossa direção.

-Olá semideuses- ele disse.

-Oi...- Respondemos em uníssono.

-Vocês sabem quem eu sou? Tenho uma oferta para vocês – Ele disse.

Nos entreolhamos.

-Você é Hefesto – Disse Zain lentamente.

-Sim.

-Qual é sua proposta? – Perguntou Desiree.

-Zeus me pediu para construir uma maquina de guerra, a melhor de todas. Eu a construí, mas Zeus queria testa-la e a atacou com o raio-mestre. A maquina não estava preparada para a carga de eletricidade e acabou fora do controle. Tentamos ataca-la com o raio novamente para destruí-la, mas ela já havia se adaptado.

-Como assim se adaptado?- Perguntou Manu.

-Depois da primeira vez que ela entra em contato com algo que pode destruí-la ela se protege daquele tal objeto e ele não tem mais efeito sobre ela. Neste momento a maquina está em uma floresta perto de NY, mas logo estará na cidade.

-E você quer que nós a impeçamos? – Perguntou Ed incrédulo.

-Sim- Ele respondeu secamente.

-E por que vocês Deuses não fazem isso?- Perguntei.

-Temos mais coisas para fazer- ele disse, meio arrogante.

-Como vamos saber aonde a maquina está?- Perguntou Desi, séria.

-Pelo mapa- Hefesto respondeu e estendeu um mapa para Desiree, junto com alguma coisa pequena de metal- a maquina é o ponto vermelho – Ele disse, se virou e saiu andando.

Zain pegou a pequena coisa de metal da mão de Desiree e gritou:

-E para que isso serve ?

Hefesto o ignorou e continuou andando e quando Zain se levantou para ir correndo até ele, Hefesto tinha simplesmente sumido. Zain bufou e se sentou dramaticamente, murmurando algo sobre como os Deuses eram mal educados.

-O que é isso? –perguntei a Zain.

Ele me passou o objeto e eu a examinei. Era uma pequena estatueta de ouro em forma de touro. Passei-a para Ed.

-Temos que aceitar a missão? –perguntou Manu.

-Sim – Respondeu Desi-, ele é um Deus e veio nos convocar pessoalmente. Não podemos negar.

-Temos que falar com Quíron – disse Zain-, agora.

E assim fizemos. Andamos em silencio até a Casa Grande e entramos. Quíron estava conversando com Sr. D.

-Quíron, temos que falar com você – disse Ed em um tom de voz sério.

Ele nos olhou um por um, pediu licença para o Sr. D e nos levou até a sala de estar.

-Oque houve? – ele perguntou preocupado.

Explicamos o acontecido e mostramos o mapa e a estatueta. Depois de ouvir toda a história disse:

-Então terão que ir, façam suas malas, vocês partem de manha.

-Tudo bem –eu disse, me virando.

-Não você Nina, nem a Manuela, vocês são novas e não estão bem treinadas ainda. Zain, Desiree e Edward irão –ele disse, e pude ver que ele estava tentando fazer oque era melhor para nós.

-Nada disso – Disse Desi-, elas vão conosco.

-Vocês sabem que são somente três campistas por missão, sem contar que teriam dois filhos dos três grandes, vocês fazem ideia de quantos monstros vão atrair?- Retrucou Quíron.

-Nós não vamos deixá-las aqui e...- Disse Zain

-Gente, parem de discutir – Disse Manu-, nós ficamos, vocês vão.

-Isso, não se preocupem- Eu disse- Não iremos a lugar algum.

Ed e Zain nos encaram como se estivéssemos loucas, mas Desiree pareceu ter entendido. Ela deu de ombros.

-Se é isso que vocês querem – Ela disse, se virando para sair da sala. Eu a acompanhei, seguida de Manu.

-Mas...- Disse Ed, me encarando com uma expressão triste.

-Sem mas ! – Interrompeu Desiree - Vamos, temos que fazer as malas. Falamos com você amanha Quíron .- Ela disse e saiu da sala.

Quando todos nós já tínhamos saído da Casa Grande, Ed e Zain barraram nosso caminho e ficaram encarando-nos com suas carinhas tristes.

-Por que vocês não vão? – Perguntou Ed

-Claro que nós vamos – Respondeu Manu.

-Mas...- Disse Zain confuso.

-Vocês são muito tapados mesmo né? Nós MENTIMOS – Interrompeu Desiree.

-Vamos fugir hoje à noite – Complementei - Então se apressem, temos que fazer as malas.