Kiss And Fall In Love escrita por Mascotinha


Capítulo 6
Capítulo 6




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Sábado. O acontecimento de ontem não me fez bem. Eu tratei de esperar Shouta sair do dormitório para poder pegar minhas coisas. Peguei tudo e sai, evitando-o ao máximo. Quando sai do colégio, eu o avistei conversando com Keiko. Ele me fitou e ia acenar, mas eu virei a cabeça e entrei no carro do Onii-chan.

No caminho, continuei seca. Algo me incomodava. Acho que, o fato de Shouta falar isso tudo... Isso era irritante. Chegando ao apartamento, corri ao quarto. Estava toda desleixada, com uma camiseta velha do AC/DC que ia até o joelho e cabelo em coque quando me fitei no espelho. Aquela foi a primeira vez, que eu me senti feia. “Nunca vou ser boa o bastante pro Shouta...” Pensei. Oh, porque estou pensando isso?! Qual meu problema?! Eu fitei o espelho por mais algum tempo, e a imagem de Keiko veio a minha mente. Ela era baixa e tinha cabelos lisos, compridos e brilhantes. Tinha olhos negros e uma pinta no cantinho da boca. Ela estava arrumada e bela, e parecia uma boneca de porcelana. Enquanto eu estava sempre sem maquiagem e com o cabelo solto. Sempre normal. Sempre feia.

Deitei-me na cama e fiquei pensando em tudo, e quando vi, adormeci e só acordei as 14h00min, com o telefone tocando.

–Alô? –disse meio sonolenta.

–... –a linha estava muda.

–Alô?

–Eu... –Eu reconheci a voz e desliguei. A voz do Shouta.

Deitei-me novamente, pegando qualquer livro que eu tinha na escrivaninha. “Amanhecer” Li mentalmente. Li o livro com calma e paciência. Desliguei-me do mundo por mais ou menos 2 horas.

– Yuri -A porta do quarto abriu e a cabeça de Atsushi apareceu .-Um amigo seu na porta.

–Quem é?

–Um Tal de Mauricio...

–Pode mandar entrar aqui Atsushi-kun.

Ma-chan entrou no quarto e se sentou na cama. Passamos o resto da tarde conversando. Eu realmente confiava nele. Sabia que poderia dizer que cometi um assassinato e ele não me denunciaria à polícia. Ele era meu anjo da guarda.

Quando contei o negocio de Keiko, chorei em seu colo novamente. Falar daquilo era cutucar uma ferida aberta e aparente. Era irritantemente perturbador.

Eu odiava a Keiko e até a pouco tempo, também odiava o Shouta. Mas algo me prendia a ele. Algo muito, muito forte. Era como se ele fosse ligado a mim. Como se uma corda nos prendesse um ao outro.

–Você o ama. –Ma-chan concluiu por fim.

–Não! –Nego. - Nunca amaria ele! Tão idiota e infantil que chega a irritar!

–Mas você o ama. Se não amasse, não estaria falando que nunca seria boa o bastante a ele. Está com medo de perdê-lo.


Eu passei o resto do sábado pensando no que Ma-chan dissera. Estou com medo? Medo de perder aquele idiota maldito que diz me amar? Com medo de perder aquele maldito que tenta sempre me beijar? Com medo de perder aquele que me acorda todo dia com um sorriso no rosto e uma voz suave? Estou com medo de perder?



No Domingo, 20 ligações perdidas. Shouta me ligara 20 vezes. E eu ignorava todas elas. Todas. Não queria ouvir a voz dele. Sabia que se ouvisse, ia me derreter e ele ia me convencer a ama-lo.

Na 21ª vez, eu resolvi atender.

–Olha aqui! –Eu comecei a falar. –Chega! Eu quero que fique bem ciente de que, eu vou trocar de dormitório amanhã. A partir de segunda eu vou para o dormitório do Ma-chan e o Kaito vai pro meu lugar. Eu não quero ouvir sua voz, eu não quero sentir seu cheiro, eu não quero tocar em você, eu não quero nem mais olhar para você. Você é um idiota Shouta. Agora, eu quero que você vá procurar outra garota para encher. Vá procurar outra garota para enganar. Afinal de contas, todas do colégio o amam, porque tem que escolher logo a mim? Eu não quero mais Shouta! Estou cansada! Pra mim CHEGA! –Eu desligo.


Bom, eu chorei pelo que disse. Deveria ter ligado novamente para me desculpar, mas, eu estava certa... Não estava?



Na segunda de manhã, eu já estava no dormitório de Ma-chan. Eu tinha evitado o Shouta na entrada, e esse era meu plano pelo resto do ano. Na sala, eu sentei no outro lado para não ficar fitando-o sempre. Quando o tempo de aula foi encerrado, sai correndo até a biblioteca. Queria realmente evita-lo. Mas era difícil. Aos poucos eu comecei a vê-lo em todos os lugares.

– Ma-chan, olha! –Apontei uma borboleta na janela do dormitório. –Ah, que linda! O Shouta ama azul... Droga.

Eu sempre me lembrava dele. Em qualquer coisa. Sai dar uma volta pelo campus e me sentei num outro jardim, e fiquei lembrando de todos os momentos que vivi com ele. Coisas bobas e idiotas, pequenas declarações toscas que ele fazia quando era madrugada, mensagens bobas que ele mandava no meu celular, bilhetes que ele deixava no meu caderno. Coisas simples e bobas que deixaram marcas profundas em mim.

Eu me levanto do Jardim e resolvo ir até o ginásio, numa tentativa frustrada de tentar não parecer desesperada para vê-lo. Chegando lá, me sentei na arquibancada lá no alto, onde poderia ver tudo. Shouta entrava na quadra e Keiko estava lá. Eu o observei durante todo o jogo, e quanto ele ia se enxugar, Keiko puxava logo uma toalha e limpava seu rosto com cuidado. Quando ele fazia uma cesta, ela comemorava, dando gritinhos de alegria.

Quando o treino finalmente acabou, na saída do vestiário, ela pulou no pescoço dele, dando-lhe um beijo. Eu senti um aperto no coração. Parecia que ele ia explodir. Quando ela o soltou, ele sorriu. Ela se virou para os outros jogadores e os olhos dele viram pousar em mim. Eu estava com a mão na boca e tentava respirar. Quando ele me viu, sai correndo em direção ao dormitório.

Eu corri e corri. Ah, como eu queria morrer. Ela finalmente conseguiu certo? Certo. Ela seria tudo que eu não pude ser. Ela o amaria de um jeito que eu nunca o amaria. Ah, que merda. Abri a porta do dormitório quase morrendo. Ma-chan veio ver o que aconteceu, e eu não conseguia nem contar direito de tanto que eu chorava. Ah, que merda. Eu o amava sim. A quem eu quero enganar?


Eu chorei até pegar no sono aquele dia. Eu estava perturbada. Eu tinha que dar um fim nisso. Teria que dar um jeito de nunca mais vê-lo.



No dia seguinte, pela manhã, fui pedir transferência de turma. Do 1ªA, fui para o 1º B. Iria começar na sala no mesmo dia. Eu logo me tornei a excluída da turma, já que na sala haviam as garotas mais metidas e arrogantes do colégio.

No intervalo, eu permaneci na sala, estudando. Kaori e a Maiako vieram falar comigo, me perguntado o motivo da minha transferência. Eu contei tudo, e Maiako, esfregou na minha cara que sempre soube, desde o inicio que eu o amava.

–Você tem que falar com ele. –Kaori disse. –Tenho certeza que Keiko inventou essa história dele. Tenho certeza absoluta!


–Não importa mais. –Eu disse, entregando os pontos. –Ele já está com ela. E outra, nunca vou ser boa o bastante para ele. Nunca fui o par ideal dele no final das contas. Ele... Ele não foi feito pra mim. Eu sou a pebleia e ele o príncipe. Impossível de ficarmos juntos. Por favor, não contem a ele.






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Notas finais do capítulo

Gostou? Review. Não gostou? Review. Peidou? Review. Foi no banheiro? Review. Ta com fome? Review. Não importa como esteja, mas deixe um review u---------------u/Créditos:
Betagem : Ma-chan (Candies)



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