Pequena Travessa escrita por Arline


Capítulo 13
Capítulo 13 - SEGUNDA TEMPORADA


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Bem, não vou mais marcar dia pra postar, às vezes não dá e vocês acabam esperando... *me senti agora* rsrsrsrs
Espero mesmo que gostem e comentem.
Bem, eu não sou de dedicar capítulo a leitora alguma, pois acho que todas são extremamente importantes, mas não posso mesmo deixar passar o que duas leitoras fizeram pra conseguir ler a fic no capítulo passado.
Kakah, muito obrigada pelo empenho de se empoleirar no alto de uma pedra pra conseguir sinal no cel e ler e comentar a fic. Obrigada mesmo.
Alissa/Bruna, obrigada pelo tempo que tirou de seus estudos e por querer até imprimir essa budega de capítulo.
Capítulo de hoje pra vocês.
E eu acho que tudo ficou mais "bonitinho", sabe? Não achei graça nele não. Me digam!
Bjs e até o próximo!



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CAPÍTULO 2

Eu queria estar desmaiado, seria mais fácil assim, mas não... Por mais que tudo estivesse escuro e meus ouvidos completamente surdos, eu sabia que estava bem acordado. Bella me estapeava sem dó e me chamava de covarde. Eu disse que estava surdo? Sim, eu estava, mas pra uma pessoa que fala em um tom de voz normal, não pra Bella, que gritava a plenos pulmões. E eu não era uma droga de um covarde! Só estava assustado por saber que três bebês sairiam de dentro da minha mulher, porra! Três! E a médica ainda disse que eu tinha o pinto torto... Minha mira era boa pra cacete! Acertei o alvo direitinho e ainda fiz três bebês. Chupa essa, Emmett!


Claro que eu faria questão de esfregar aquilo na cara do meu irmão... Trezentos anos copulando com Rosalie e nada acontecia! Talvez emprestássemos um dos bebês pra eles, assim saberiam como é cuidar de uma criança. Boa ideia! Segundas, quartas e sextas um dos moleques ficaria com Rose e Emm. Perfeito!


— Chega! Pare de me bater! — gritei com Bella, que se assustou — Quando eu te der umas boas bifas, não reclame!


O quê? Com certeza Bella adoraria apanhar! Seus olhos imploravam por isso quando a gente transava, eu é que não tinha mesmo coragem de fazer algo do tipo.


— Deixe de ser grosso, Edward! Eu estou grávida de três bebês e a porra da culpa é sua e do seu pinto preguiçoso!


Mas que merda! Meu pinto era o culpado por todas as desgraças do mundo?


— Gente, por favor! Vamos acalmar os ânimos, ok? — a médica nos lançava olhares suplicantes, coitada — Não há culpados aqui, esse tipo de coisa acontece.

— Não! A culpa é dele! Eu tive que confiar na droga de um anticoncepcional porque toda vez que o pinto do Edward via uma camisinha, ele achava que era touca e ia dormir! Tem três bebês na minha barriga por culpa dele! Eu vou te matar, Edward!


E a doida veio pra cima de mim outra vez, me estapeando e arranhando. Claro que eu jamais bateria em Bella, nem se ela implorasse por algo assim, então só tentei desviar de seus golpes certeiros.


— Chega! Acabou a porra da palhaçada no meu consultório! — a doutora Leah gritou e deu um tapa na mesa — É pra apontar culpados? Então vamos lá! Isabella, se você não confiava em seu método contraceptivo, que fechasse as pernas, minha filha! Com certeza você não é uma tapada que não sabe das inúmeras formas de se evitar uma gravidez. — isso! — E você, Edward, se tem um pinto que não pode ver camisinha, que fizesse uma vasectomia! Cansei da maluquice de vocês!


Que mulher mais estressada! Não precisava gritar com a gente, poxa! Bella engoliu o choro e me olhou meio torto, como se dissesse silenciosamente que meus segundos estavam contados.


Nosso momento crazy ficou de lado quando a doutora disse que precisávamos conversar seriamente. Segundo ela, a gravidez de apenas um feto já possuía riscos caso a mãe não fosse saudável ou por motivos genéticos, que poderia ocorrer tanto do lado da mãe quanto do pai, e no caso de Bella seria mais complicado por se tratar de três bebês. Havia um maior risco de aborto, de parto prematuro...


Só de pensar que poderíamos perder um deles meu coração se apertava. Só de pensar que qualquer coisa poderia acontecer a Bella, eu sentia vontade de chorar. Tudo tinha que dar certo, eles eram a minha família e eu os amava.


Eu queria deixar aquelas coisas ruins de lado e perguntei sobre o tamanho deles, se estava mesmo tudo bem, quis me bater por ter feito Bella cair... Leah disse que foi muita sorte mesmo nada ter acontecido, nenhum sangramento; ela disse que era uma prova de que eles queriam viver. O bem-estar deles seria minha prioridade dali pra frente, nada iria atingi-los. Oh, sim! Eu viraria um papai muito feroz pra defender as crias e a mamãe deles.


Fiquei mais tranquilo quando Leah disse que o tamanho estava normal, mas que era comum os bebês de gravidez múltipla nascer pequenos e abaixo do peso. Poderiam ter problemas respiratórios também... Isso não me deixou tranquilo... Pelo menos Bella parecia calma e disse que faria de tudo pra que nossos filhotes nascessem saudáveis. Seríamos bons pais. À nossa maneira, mas seríamos. Só queríamos o bem daquelas coisinhas miúdas e tão nossas.


Bella estava de dois meses e não deu pra saber o sexo dos bebês, isso nos deixou um pouco chateados; teríamos que esperar mais tempo ou até que eles resolvessem se mostrar. E dei graças a Deus quando saímos do consultório; estávamos cheios de receitas e recomendações médicas... Cuidado redobrado com a alimentação e a segurança de Bella.


O silêncio dentro do carro não era ruim; os cabelos loiros de Bella estavam amassados contra o banco e sua cabeça estava virada em minha direção, seus olhos brilhavam e um meio sorriso brincava em seus lábios avermelhados.


— Feliz? — perguntei, pousando minha mão em sua barriga e olhando pra ver se o sinal abria.

— E assustada. Triplamente.


Eu ri, ouvindo seu bufar baixinho.


— Tudo dará certo, ok? Vocês ficarão bem.


Bella assentiu em silêncio, me dando o sorriso mais fofo e meigo que ela conseguiria dar. As buzinas atrás de mim cortaram aquele momento digno de Oscar.


— Não sabe dirigir não, seu boiola?


Um cara parou o carro ao lado do meu, gritando quase no ouvido de Bella.


— Vai se lascar, filho da puta! Passa por cima!


Oh, ele ia mesmo passar! Só depois que o homem saiu foi que vi a merda que estava fazendo... O cara era maior do que Emmett... Eu não viveria pra ver meus filhos nascerem. Mas mesmo assim, inflei meu peito de pombo doente e saí do carro, já sabendo que meu corpo seria moído de pancada. Bella imediatamente veio para meu lado, talvez pensando em pedir que o cara não estragasse muito meu rosto...


Fui puxado pela gola da blusa e parei bem de frente para o homem com a cara feia e um bafo dos infernos. Eu não sabia o que falar e pensar, só pedi que não doesse muito.


— Solta ele. Agora.


A voz de Bella saiu pausada e até calma, mas muito firme. O homem só fez rir com ironia.


— É melhor você entrar, mocinha. As coisas aqui ficarão bem feias, sabe?

— Sei...


O punho de Bella acertou bem o nariz do cara e foi forte o bastante pra fazer com que o sangue escorresse. O susto o fez me largar e acabei caindo de bunda no chão, quase sem conseguir entender que força era aquela. Tudo bem que Bella sempre conseguia me deixar vermelho com seus tapas, mas o tamanho do cara... Ele era quase três vezes maior do que ela! Tá, era um exagero, mas era enorme!


— Você é doida, garota? Quebrou meu nariz!


Com o dedo em riste, Bella se aproximou mais do homem, não aparentando culpa. Eu até que me levantei rápido e me coloquei ao seu lado, temendo que aquele doido pudesse machucá-la.


— Só eu posso bater no pai dos meus filhos, ouviu bem? E o boiola aqui é você! Saiba que tem três bebês aqui dentro, três! E foi ele quem fez!


O homem me olhou quase com dó e me surpreendi com seu abraço de urso. Aquilo não era legal...


— Cara, me desculpe, sim? Eu não sabia que você estava passando por isso... Três, uh? Boa sorte pra você, ok?


Oh, eu ia mesmo precisar...


— Tá, tá! Agora me solte, sim? Não estou gostando disso.

— Ok. — ele se afastou e olhou meio torto pra Bella — Cuidado, cara... Mulheres grávidas são loucas! Loucas!


Sim, eu bem sabia daquilo...


Outra fila de carros havia se formado, mas não havia barulho, as pessoas apenas observavam como aquilo ia terminar. Bando de gente ruim esperando minha morte... Bella me olhava meio de lado, dizendo que teríamos que conversar sobre aquilo. Depois. Depois eu escutaria tudo, mas naquele momento eu só queria chegar à farmácia e comprar as vitaminas que a médica havia receitado.


O tempo que levei pra chegar em casa me deixou ansioso; eu teria que enfrentar minha família, conversar com Bella, tomar um rumo... Tudo havia mudado, não éramos mais um casal.


A casa de meus pais estava barulhenta demais, como sempre era desde que Alice teve seu pequeno Jaspenildo. Em breve teríamos muito mais barulho... A família estava reunida e seria uma boa hora pra contar a todos, os olhos de Bella diziam que ela queria aquilo. O toque quente em minha mão dizia que independente de qualquer coisa, tudo ficaria bem.


Meu pai foi o primeiro a falar, reclamando por mais cedo. Eu não voltaria ao trabalho e Bella também não; ficaríamos em casa e aproveitaríamos todas as novidades que estavam por vir. Alice tentava fazer o pequeno Lucca parar de chorar e Jasper apenas olhava, como se aquilo nem importasse... Meu peito se apertou quando tentei entender o motivo do bebezinho — não tão pequeno mais — chorar tanto; pensar que ele estava com dor e não sabia falar me deixou angustiado.


Peguei Lucca nos braços e o balancei um pouco, vendo um sorriso pequeno e preguiçoso surgir em sua boquinha mínima. Ele só estava cansado de ficar parado. Ninguém deixava o moleque no chão! Criança precisa de um pouco de sujeira pra ser saudável.


Bella era a única que não me observava de um jeito estranho; porque os outros me observavam como se aquela fosse a primeira vez que eu pegava meu sobrinho nos braços. Não, eu até que ficava bastante com ele nos últimos tempos. Era engraçado ver o moleque se esforçar pra andar e falar.


— Você está tão esquisito, filho... Andou fumando maconha?


Olhei meio de lado pra minha mãe, não querendo mesmo responder. Péssima mania a que eles tinham de achar que eu era estranho e só poderia fazer qualquer coisa se eu estivesse bêbado ou drogado, coisa que nunca aconteceu.


Ainda calado e sob o olhar atento de Bella, sentei-me no chão e coloquei o moleque entre minhas pernas, segurando seus bracinhos e dando apoio pra que ele pudesse andar. Aquilo parecia divertido pra ele.


— Quem vai contar o que está acontecendo? Já estou ficando nervosa com esse jeito de vocês dois!


Oh, sim! Minha mãe estava mesmo nervosa... Decidi por contar de uma vez, mas antes de falar, liguei pra Emmett e deixei o celular no viva-voz. A notícia tinha que ser dada a todos ao mesmo tempo, não?


— O que houve Edward? Está doente, mano? Não veio hoje...

— Estou perfeitamente bem, Emmett. Bem, eu tenho uma coisa pra contar a vocês... Na verdade, a Bella tem.


A pobre coitada ficou pálida e respirou fundo, me fuzilando com os olhos. Sim, eu sempre seria um covarde. E daí?


— Ih... A Bella descobriu que você é mesmo gay, Edward?

— Não mesmo, Emmett. — eu ri quando Lucca enfiou o dedo no meu olho, chamando a atenção dos outros. Bella me olhou feio por eu cortar seu barato — Pessoal, eu estou grávida.


E tudo começou... Abraça, beija, minha mãe chorando, meu pai puxando os cabelos, Emmett dizendo que eu tinha virado homem... E Alice e Jasper muito calados, apenas nos olhando.


— Eu ainda não acabei! — um grito de Bella — Estou esperando trigêmeos.


E tudo recomeçou... Meus filhos estavam sendo esmagados por minha mãe.


— Edward, como você conseguiu isso, mano? Três de uma vez? Eu nunca fiz nem um em Rose!

— Coma sua mulher direito, Emmett.


Ok, peguei pesado com as palavras, mas o retardado riu do outro lado da linha dizendo que era culpa do meu pai, que o fazia trabalhar demais e o deixava sem ânimo pra muita coisa.


— Parabéns pra vocês, sim? No fim de semana nós encheremos a cara pra comemorar a novidade. Desligando...


E eu fiquei ali, ainda no chão e com Lucca tentando puxar meus cabelos. Era Bella quem merecia toda a atenção e palavras doces; eu me contentava em ser o pai orgulhoso e babão.


Jasper abraçou a irmã um pouco apertado demais, me deixando nervoso. Porra! Ninguém tinha escutado que três bebês estavam morando dentro da barriga da minha mulher? Aquilo poderia fazer mal a eles!


Alice foi mais contida e logo nos deixou, levando Jaspenildo, vulgo Lucca, pra um banho quentinho e fraldas limpas. Bella tomou o lugar do pequeno e sentou-se entre minhas pernas, com seus cabelos sendo jogados bem na minha cara. Eu gostava quando estavam molhados, o cheiro era bom e parecia mais intenso.


— Estou tão feliz! Mais três netinhos! — minha mãe tinha as mãos juntas bem entre os seios e batia os cílios excessivamente, deixando sua expressão um tanto juvenil — Vocês poderiam ter nos contado antes!

— Só soubemos mesmo hoje, Esme. E eu fico feliz que vocês aceitem meus bebês; eu e o pai deles não somos muito normais... Sei lá, vocês poderiam achar que era algo grave e pensar que eles nasceriam com problemas mentais...


Eu ri daquilo. Só a cabeça de Bella pra maquinar algo tão doido.


— Querida, vocês são normais. Talvez sejam até demais... Ao invés de se entregarem aos problemas e se estressarem por tudo, buscam sempre uma forma divertida de lidar com qualquer situação. Vocês são inteligentes, responsáveis e independentes, podem fazer qualquer coisa. — e eu estava estranhando aquele longo discurso da minha mãe... — Nós dizemos que o Edward é lerdo e retardado só pra implicar e porque ele demora, às vezes, pra entender e enxergar o que está bem diante de seus olhos. Eu tenho um orgulho filho da puta de ser mãe desse cabeção.


Oh, merda! Eu ia chorar bem ali. Minha mãe era amorosa, mas jamais falaria daquela forma de qualquer filho, por mais incrível que ele fosse.


— Bem, eu digo que estou muito feliz por ter mais netos. E se cuide, hein, Isabella? Meus três netos estão aí dentro!

— Pode deixar, eles estarão bem protegidos.


Meus pais passaram por nós e bagunçaram nossos cabelos, nos deixando como quem enfiou o dedo na tomada e levou um choque.


Embora eu não fosse dado a coisas muito românticas e não me lembrasse das datas importantes, como aniversários, eu gostava de ficar com Bella do jeito que estávamos, só nós dois. Poderíamos não ser lá muito normais, mas conversávamos muito, discutíamos assuntos importantes ou falávamos sobre futilidades, mas sempre nos comunicávamos. Era bom saber que eu poderia conversar sobre qualquer coisa com ela.


— Eles ficarão bem. — Bella afirmou, apertando minha mão em sua barriga ainda lisa.

— Vocês ficarão; eu cuidarei disso.


Bella explodiu em uma sonora gargalhada, me deixando confuso. Falei algo errado?


— Edward, você nem se cuida direito! Se eu não quebrasse o nariz daquele brutamonte, eu estaria sem o namorado agora. — respirei fundo. Minha masculinidade estava indo para o ralo — Não dê uma de herói, ok? Eu te amo mesmo que você seja um medroso e covarde do cacete. Nossos filhos precisam de você vivo, e eu também preciso.

— Aquele cara que era um abusado! Ele estragou nosso momento bonito.


Eu estava puto mesmo! Era raro eu ter um momento bonitinho com Bella, e quando tenho, vem um cara e estraga tudo com aquela merda de buzina e gritos!


— Não se preocupe, sim? Eu sei que você ficou muito assustado com os três bebês, mas eu vi em seus olhos o quanto essa coisa de ser pai está te deixando feliz agora. Seremos bons para os três.

— Claro que seremos! E eu vou até comprar uma casa pra gente; aqui não teremos três quartos.


Bella se virou completamente pra mim, me deixando zonzo com sua rapidez e com os cabelos chicoteando minha cara. Ela bem que podia prendê-los...


— Eu vou morar com você? Na sua casa? Com nossos bebês?

— Pensei que fosse óbvio... Já pedi que ficasse aqui de vez, mas você nunca quis. Bella, você é minha mulher, mesmo de um jeito torto, teremos três filhos e seria saudável que os criássemos juntos, não? Eu acho que seria muito, muito saudável mesmo. E é nossa casa, Isabella. Nossos filhos. Nossa vida juntos, hã?

— Isso parece muito bom pra mim, senhor meu marido torto. Em todos os sentidos...


Ok, eu ia ignorar aquele último comentário. Eu não tinha absolutamente nada de torto em mim.


De um jeito assustador e maravilhoso ao mesmo tempo, minha vida com Bella estava começando pra valer. E teríamos três bônus... Ou quatro... Trazer Renée ainda não me parecia bom, mas só o tempo diria.


E até poderiam dizer que eu estava ficando mesmo mole, mas estava sendo bom demais ser pai, mesmo que os bebês ainda não tivessem nascido.


...


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