Pequena Travessa escrita por Arline


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então... Mais uma fic. Espero que gostem, comentem, recomendem e todas essas coisas legais que deixam os autores nas nuvens!
Jessi, obrigada pela capa! Absolutamente linda!
Gêmula... Sem tu, eu não sei o que seria de mim...
Ao cap!



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CAPÍTULO 1


Bando de incompetentes! Eu estava cercado deles! Era assim tão complicado me arrumar uma droga de um assistente? Há um mês que o anúncio fora colocado e nada! Todos os dias meu pai dizia que só apareciam mulheres para o cargo e eu não as queria. Não mesmo! Entendam; eu não sou machista, muito pelo contrário; acho mesmo que as mulheres devem trabalhar e não viverem na dependência de ninguém. Viva à Revolução Feminista! O caso é que eu não mais queria mulheres trabalhando diretamente pra mim.


A primeira assistente que tive só vivia chorando por causa de um namorado, a outra engravidou e só sabia vomitar, a outra tinha TPM crônica, a outra queria se jogar na minha cama a qualquer custo... Não tive sorte! Meu pai, Carlisle, estava com a mesma assistente há anos e nunca teve qualquer problema com ela. Meu irmão, Emmett, estava com a mesma assistente há três anos e até se casaram! Ou o problema era comigo, ou era com elas!


Ser vice-presidente de uma empresa de suprimentos aeronáuticos não é fácil... E quando se faz isso praticamente sozinho é pior ainda. Eu realmente precisava de uma pessoa competente e que aguentasse o tranco. Meu pai dizia que eu era exigente demais e que eu gritava com minhas assistentes, mas eu tinha motivos... Tudo bem que eu não era um cidadão exemplar... Digamos que um pouco de farra nunca matou ninguém, mas na empresa eu era extremamente centrado e não poderia perder tempo com mulheres dizendo que suas cólicas estavam matando.


Ah! Segundo elas, eu era insensível também. Não era falta de sensibilidade e sim, senso prático.


Já passava das onze da noite quando meu pai entrou em minha sala com um pacote de fast food e assim que vi aquilo, eu tive a certeza de que minha noite seria ali dentro mesmo... Mais uma noite dormindo no sofá da minha sala. Eu realmente amava meu trabalho!


— E então? Somos nós dois ou todos estão aqui ainda? — perguntei e peguei o lanche, recebendo um olhar torto do meu pai — Ah, qual é? Vai dar um de dona Esme e me mandar lavar as mãos?


Bem, pelo olhar, ele faria isso. Suspirei e segui até o banheiro, deixando a porta aberta pra ele ver que eu estava usando sabão também.


— Às vezes, você é pior do que o Emmett... — comentou meu pai, se jogando no sofá.

— Ok. Então? O que mais temos a fazer hoje? Meus olhos estão fechando sozinhos e eu estou realmente precisando dormir.

— Claro que está... Chegou em casa depois das duas.


Aquilo me irritava. Muito. Eu era solteiro, mas não fiz voto de castidade! E não me lembrava de ter assinado qualquer documento que obrigasse meus desejos a desaparecerem. Mas eu não entraria naquela questão. Aquele assunto renderia...


— Quanto mais ainda falta? — perguntei outra vez, nervoso. Aproveitei e quase engoli o lanche.

— Temos mais uma reunião por vídeo conferência em meia hora. Depois disso... Só Deus sabe a hora que acaba.


Mas que porra! Pra quê existia essa merda de fuso horário? Eu amava meu trabalho!


— Não conseguiu nenhum assistente pra mim? Já estou começando a me perder, pai! Estamos com muito trabalho aqui...

— Marquei uma entrevista com um rapaz pra amanhã. Me pareceu bem competente, mesmo sem nunca ter trabalhado.


Gemi de frustração. Um aprendiz? Eu estava fodido.


— Dá logo um tiro na minha cabeça, pai. Dói menos.

— Edward... Lembre-se de como começou a trabalhar... Você não sabia nada e aprendeu. Dê uma chance ao rapaz. Ele é novo na cidade, só tem a mãe e a irmã mais nova e...


E... E eu sabia que vinha bomba! Meu pai me amava...


— Ele tem alguns pequenos problemas, mas que não irão interferir no trabalho.

— Quais?

— Quando criança, ele teve um grave problema nas cordas vocais, o que o deixou com uma voz um pouco fina e usa um lenço na cabeça, mas ele não quis falar sobre isso.


E o velho conseguiu me amolecer. Talvez o cara tivesse passado por um tratamento agressivo demais... Ele poderia ter tido câncer e perdeu os cabelos... Só de pensar nisso, tive vontade de pedir que meu pai o contratasse sem entrevista e...


— Contrate. Não precisa entrevistar. Vamos nos entender. — realmente fiz.

— Tem certeza, filho? Não quero dar falsas esperanças ao rapaz. Ele realmente precisa.

— Eu virei moleque por acaso?


Com essa, ele entendeu que era mesmo pra contratar o tal rapaz.


Amassado, com os olhos vermelhos e xingando aqueles filhos da puta que moravam do outro lado do mundo, eu segui com meu pai pra sala de reunião. Todos os presentes pareciam partilhar do meu desejo de matar cada um daqueles infelizes, mas o contrato era bom. Nos renderia muito, então... Paciência.


Após duas horas de falatório, eu queria que aquela porra de tela explodisse. E ainda ia demorar... E demorou mais uma hora.


Eu nem me despedi de ninguém; corri direto pra minha sala, tomei um banho e me joguei no sofá. E eu sabia que meu pai faria o mesmo.


Quando acordei, passava das nove da manhã e isso só aconteceu porque tinha alguém quase derrubando a porta de tanto bater. Levantei muito puto, querendo mandar o desgraçado pra puta que o pariu, mas ainda bem que pensei antes. O tal rapaz que meu pai havia contratado estava ali — bem, eu imaginava que era ele. E era estranho, viu? Franzino, coitado. Talvez estivesse mesmo doente.


Ainda de olhos arregalados, o rapaz me cumprimentou com a voz muito baixa e era mesmo parecida com voz de mulher, mas nem tanto.


— Desculpe-me senhor Cullen. Sou Jasper Swan e o senhor Carlisle pediu que eu viesse até sua sala.

— Hum. Tá. Pode sentar e me dê alguns minutos, eu já volto.


Segui até o banheiro e fiz minha higiene. Depois de um banho relaxante, eu estava quase pronto pra mais um dia de trabalho, só faltava meu terno, que estava cuidadosamente pendurado atrás da porta.


Pensei se realmente seria uma boa ideia o rapaz trabalhar. Se estivesse mesmo doente, meu ritmo de trabalho acabaria por prejudicá-lo de alguma forma. E ele realmente usava uma bandana, suas roupas me pareceram um pouco grandes pro seu tamanho, mas... Meu pai disse que ele precisava trabalhar... Talvez sua situação não estivesse mesmo boa. Então, pra tentar redimir um pouco meus pecados, eu o ajudaria no que fosse preciso.


Retornei à sala e conversamos por quase uma hora. Jasper me deu a impressão de realmente ser um bom rapaz e muito esforçado, assim como eu quando comecei, aos dezessete anos. Às vezes eu ria quando me lembrava daquela época... No meu primeiro dia de trabalho, dei bom dia até pra máquina de café. E hoje, aos vinte e oito anos, eu agradecia imensamente ao meu avô por ter me dado aquela oportunidade.


— Então, “Jaspe”, por ora nós vamos começar com um ritmo normal de trabalho; de sete as quatro, mas não se acostume rapaz... A moleza só vai durar na fase de adaptação.

— Tudo bem, senhor. Não vou decepcioná-lo. E é Jasper.

— Foi o que eu disse; Jasper. Contamos mesmo que não nos decepcione, mas não vai atrapalhar seus estudos?

— Não, senhor Cullen. Não precisa se preocupar com isso.

— Ok. E é Edward. Senhor é meu pai.

— Tudo bem, senhor.


Eu ri e o chamei pra tomar um café. Eu estava faminto e o dia ia ser longo. Muito longo.


Meu pai quis saber como havia sido a conversa com Jasper; se eu realmente o contrataria, se lhe daria uma oportunidade na empresa... Eu estava era estranhando todo aquele interesse... Nunca vi o velho se empenhar tanto pra ter um novo empregado.


Durante todo o dia, entre uma reunião ou outra, eu me pegava pensando sobre aquilo. Não podia, podia? Será? Eu não queria nem pensar! Mas o cara era meio loiro... Tinha os olhos verdes... Meu pai parecia saber muito da vida dele... Ai, ai, ai... Dona Esme ia surtar se eu estivesse certo em meus pensamentos! E eu não sabia se estava pronto pra descobrir que tinha um irmão...


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Notas finais do capítulo

É isso. Me digam o que acharam! Paro? Continuo? Me mato de vez? Digam, digam!
bjus e até o próximo!
Ou não...