POV Rosalie

– Não minha querida, você não está. – Então ela pensava mesmo que eu era um anjo, e que a levaria para o céu?

– Mas vocês não são anjos? Vocês não me salvaram? – Ela dizia enquanto lágrimas rolavam pelo seu rosto. Tentava se levantar, mas pelos aparelhos e por estar imobilizada não conseguiu.

– Acalme-se! Não precisa chorar! – Tentei acalmá-la de alguma forma.

Então Carlisle chegou mais perto dela, e com um sorriso falou:

– Espere. Nós iremos lhe explicar tudo. E você também tem que explicar algumas coisas para nós. Só acalme-se! – Logo senti uma onda de tranquilidade, que Jasper com certeza estava mandando para nós. Obviamente eles estavam escutando a nossa conversa.

Ela me olhou, e respirou profundamente algumas vezes. Apesar de aquele movimento doer, pela expressão que ela fazia.

– Isso. Assim está melhor! – Carlisle disse quando ela se acalmou. – Agora respondendo a sua pergunta. Não, não somos anjos. Mas te ajudamos, então se você quiser nos chamar assim, tudo bem. – Ele falava de um jeito calmo. – Eu e a minha família viemos passar as férias aqui no Brasil. Resolvemos sair Sexta á noite, porém acabamos nos perdendo. E foi então que te achamos. Rosalie pediu para que eu cuidasse de você, já que sou médico. – Falou apontando para mim. – E aqui está você, no nosso apartamento, pois cuidamos dos seus ferimentos.

Ela então concordou com a cabeça e olhou para os garotos, depois novamente para Carlisle com dúvida.

– Aqueles são meus filhos Edward e Emmett. – Ele a respondeu.

Ela sorriu e depois falou para mim:

– Aquele é seu namorado, não é? – Disse gesticulando para Emm.

– É sim. Como você sabe? – Respondi surpresa. E ela só deu de ombros. Movimento no qual também a fez sentir dor.

– O efeito dos remédios está passando, por isso você está sentindo tanta dor. Contudo alguns irão te dar muito sono, e é melhor conversarmos primeiro. – Carlisle explicou-a. – Bem, para começar, você se lembra como isso aconteceu com você? Ou quem fez isso?

– Não lembro. – Ela dizia negando com a cabeça.

– Tem certeza? – Carlisle insistiu.

– Sim. As lembranças são muito confusas.

– Certo. – Ele falou pensativo. – Tudo bem, você tem família? Pais, tios, alguém no qual temos que avisar do seu estado?

– Não, ninguém. – Falou com uma carinha triste.

– Ninguém? Então com quem você mora? Ou aonde...

– Eu sou órfã. Uma menina de rua. – Deu um pequeno sorriso triste após falar.

– Entendo... Qual é seu nome querida?

– Sarah. E tenho oito anos.

– Desculpe perguntar, mas como você sabe o seu nome e quantos anos têm?

– Muita informação por um dia... – Olhava para o teto enquanto falava.

– Concordo. Você deve estar muito cansada não é?

– Sim. Mas posso te falar mais uma coisa. Sou muito madura para minha idade Doutor, então não se preocupe.

– Pude perceber Sarah. – Carlisle sorriu. – Então vou te medicar agora, tudo bem?

Ela acenou com a cabeça e depois me olhou

– Você fica comigo Rosalie? – Perguntou-me.

– É claro! Pode dormir tranquila. Quando você acordar eu ainda estarei aqui ao seu lado. – Falei sorrindo para aquela princesinha. Logo ela fechou os olhinhos e pegou no sono.

Levantei-me e segui para sala junto com os outros. Tínhamos muito que conversar.

Quando todos estavam sentados em seus lugares Edward começo a falar.

– Bem, ela não mentiu nenhuma vez, mas omitiu. Ela não estava mentindo quando disse que não tem família. Pois ela realmente não tem. Na verdade nesse momento ela pensou novamente naquela igreja e naquele padre, mas muito rapidamente. Ela não mentiu quando falou que não se lembra de nada, suas lembranças são mesmo muito confusas. Contudo, houve muitos momentos que tive a impressão que ela estava escondendo seus pensamentos, bloqueando-os, como se soubesse que alguém estava escutando.

– É estranho. Eu também tive essa impressão. Como se ela estivesse proibindo-me de sentir seus sentimentos. – Jasper falou.

– Ela ficou muito decepcionada de saber que não somos anjos. Porém ela continua vendo a Rosalie como uma. Aliás, o que ela sente pela Rose é algo muito estranho. Ela confia muito em você, o que é estranho até para si mesma. No momento em que a Rosalie confirmou que namorava com Emmett, por um instante ela pensou em vocês como seus pais. Ela tirou algumas conclusões também. Acha que eu devo ser alguém muito bom, além da minha beleza. Carlisle deve ser uma pessoa maravilhosa, adorou o jeito dele de ser calmo, ter compaixão, e de não ter apresado-a. E se sentiu muito segura aqui. Gostei muito dos seus pensamentos, são calmos e puros. Apesar de algumas vezes serem um pouco nebulosos. – Edward disse.

Enquanto os outros discutiam sobre o assunto, no qual eu sabia que ia render muito. Caminhei até a sala onde ela estava, e sentei-me na cadeira na qual estava noite passada. E novamente fiquei admirando-a.

Realmente era muita informação por um dia. Pena que eu não podia tomar um remédio e dormir, tranquilamente, desligando-me do mundo, e digerindo todos os fatos.

Então essa pequenina se chamava Sarah? Uma anjinha órfã? Ela havia mesmo pensado em mim como sua mãe?! E Emm como seu pai.

Sabe, eu realmente adoraria ser sua mãe. Se ela fosse nossa filha, nunca algo parecido com isso iria acontecer com ela. Eu a protegeria de tudo e de todos. Emm e eu teríamos alguém para amar e zelar acima de tudo! Em fim eu seria realmente completa. Na verdade era isso que eu sempre quis: ter uma filha.

Foi então que percebi o que eu mais queria naquele momento, e o que eu iria fazer de tudo para conseguir... Eu queria que Sarah fosse minha filha!