Uma Nova Vida escrita por Jana


Capítulo 24
Capítulo 23 - A verdadeira História- Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiie *------------------*
To viva tá!! Tem alguém ainda aí kkkk'
Esse capítulo ficou ENORMEE então dividi ele em duas partes
(( neem terminei a outra, me matem :P
Sorry so much!
Boa Leitura *-*



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– Bem, a história da nossa família começa com a minha. Eu nasci na década de 1640 em Londres, Inglaterra. – Meu avô começou a falar. Arregalei os olhos quando ele disse quando nasceu. – Eu era filho de um pastor anglicano no qual junto com outros liderava caçadas contra bruxas, lobisomens e vampiros. – Olhei para Seth quando vovô disse lobisomens, e para papai quando falou vampiros. Que coisa mais estranha. – Eles acabavam matando pessoas inocentes nessas caçadas, pensando que eles eram essas criaturas. Quando meu pai ficou idoso, eu assumi o seu lugar. Eu era mais paciente, não tirava conclusões precipitadas, então acabei achando um verdadeiro grupo de vampiros nos esgotos de Londres. Liderei o ataque, porém no meio da confusão acabei sendo mordido por um vampiro. – Arfei colocando a mão na boca.

–Então é assim que um vampiro se transforma? Outro mordendo?

Alguns deram uma risadinha. Isso era muito obvio não é? Porém não era bem isso que queria perguntar... Queria saber como funciona.

– Sim. Quando um vampiro morde um humano e não chega a sugar seu sangue, ou só uma parte mínima dela, o seu veneno se espalha pelo corpo da pessoa paralisando cada órgão, até chegar ao coração, que é o último. Esse processo dura mais ou menos três dias. E a dor é insuportável. Geralmente isso é a lembrança mais clara que temos da vida humana. – Concordei esperando ele continuar. – Quando percebi no que tinha me transformado tentei me matar de várias maneiras, porém em nenhuma delas houve resultado, graças a minha imortalidade. Acabei atravessando o Canal da Mancha á nado, e quando cheguei lá ataquei um rebanho de cervos, pois minha sede era incontrolável. Foi aí que percebi que podia me alimentar de outra forma, só com sangue animal, tornando-me mais “humano”. Acabei encontrando uma vida após esse fato, passando dois séculos resistindo ao sangue humano. Como estava livre, nas noites eu estudava e de dia colocava em prática o que aprendia.

– E não ficava com sono? – Interrompi o vovô. De novo houve vários risinhos pela sala.

– Vampiros não dormem bebê. – Papai falou.

– Nunca? – Perguntei não acreditando. Tia Bella e tio Eddie se entreolharam sorrindo de uma forma fofa. Ela abaixou a cabeça parecendo está lembrando-se de algo.

– Não. Nunca. – Vovô disse sorrindo. – Então com tanto esforço e estudo acabei virando um ótimo médico, e consegui salvar vidas em vez de tirá-las.

– Que lindo vovô! – Falei. Ele sorriu para mim. Vovó olhou-o de uma forma doce.

– Enquanto eu estava estudando na Itália, acabei conhecendo os Volturi. Um clã que era bem mais civilizado do que os vampiros dos esgotos de Londres, mesmo se alimentando de sangue humano. – Vovô continuava a falar. Tia Bella trincou os dentes quando meu avô falou esse nome, percebi que a cara dos outros não eram muito melhores.

Lembrei-me desse nome. Levantei meu braço devagar, pois sabia que estava interrompendo demais á história. Seth e Jacob riram de mim. Dei de ombros.

– Pode falar querida.

– O que exatamente é os Volturi?

– Os Volturi são uma espécie de “família real” dos vampiros. São eles que colocam as ordens. Punem aqueles que desrespeitam as regras...

– Vampiros têm regras? – Interrompi de novo. Tia Bella e tia Alice se entreolharam dessa vez.

– Basicamente só uma. Manter em segredo aos humanos á nossa espécie.

– E o que acontece com os vampiros que desrespeitam isso?

– São punidos da forma mais severa. Com a morte.

Engoli em seco quando vovô falou. Estávamos quebrando as regras?!

– Fica calma filhota, essa não é a primeira vez que quebramos as “regras”. E os Volturi não são páreos para nós! – Papai disse sorrindo e depois piscando para mim. Mamãe deu um tapa em sua cabeça. – Au! – Ele reclamou. Não pude deixar de rir.

–Vamos continuar, depois iremos falar mais sobre eles... – Meu avô falou. Voltei minha atenção á ele. – Os Volturi tentaram me convencer de várias maneiras a provar sangue humano, mas não aceitei e decidi abandoná-los. Acabei indo trabalhar em um hospital em Chicago, na época de uma epidemia de Gripe Espanhola. De dia eu trabalhava, e á noite eu me escondia, fingindo estar dormindo. Eu me sentia muito culpado por saber que pessoas morriam enquanto eu estava lá, contudo não tinha o que fazer. Durante a epidemia encontrei Elizabeth Masen, que tinha a doença, porém ainda estava em melhor estado do que seu filho, Edward.

– Tio Edward? – Perguntei assustada.

– Sim. Ele mesmo. Sua mãe antes de morrer me pediu para salva-lo da forma como só eu poderia salvar. Não sei como, mas ela sabia o que eu era. Fiquei muito confuso, pois embora eu já tivesse pensado diversas vezes em ter alguém do meu lado, não desejava essa vida para ninguém. Porém percebi que ele estava sozinho nesse mundo, e enxerguei nele o filho que gostaria de ter, então o transformei. – Meu avô disse e depois se sentou no sofá, ao lado de vovó Esme. Tio Eddie levantou e ficou na minha frente.

– Eu nasci em 1901 em Chicago. Eu e meus pais contraímos a Gripe Espanhola em 1918. Foi quando Carlisle me transformou. Como ele disse, a transformação é algo no qual mais se lembramos da vida humana. E comigo não foi diferente. Enquanto eu estava lá, Carlisle me disse o que eu havia me tornado, e sobre o modo de vida que ele escolheu. A cada grito de dor que eu dava, ele me dizia o quanto sentia. E eu como percebi que podia ler pensamentos, sabia que ele estava falando a verdade.

– Eu sabia! – Gritei.

– Como? – Seth perguntou.

– Ah, sei lá. Eu só tinha esse sentimento, de que não estava segura nem nos meus pensamentos. – Falei dando de ombros. – É um dom que só se apresentou quando você virou vampiro tio?

– Exatamente. E eu não sou o único na família, você saberá depois... – Ele disse sorrindo. – Bem, a partir daquele dia Carlisle me tratou como um filho. Após três anos Carlisle transformou Esme, e ela virou minha figura materna. Alguns anos após isso eu acabei abandonando eles e esse estilo de vida, e usei do meu dom para encontrar assassinos nos quais eu me alimentava. Todos eles eram monstros, porém eu também era, e foi assim que resolvi voltar para casa. Os dois me receberam de braços abertos, como verdadeiros pais.

Vovó ficou de pé e abraçou a cintura de meu tio sorrindo pra ele de uma forma muito maternal. Depois ele sentou-se de novo no sofá. – Já eu nasci em 1895 nos arredores de Columbus. Em 1911 quebrei meu braço e Carlisle foi o médico que cuidou de mim. Apesar de eu não ter mais visto-o depois disso, - já que aquele foi o seu último mês na cidade- eu nunca esqueci aquele dia. – Minha avó falou sorrindo docemente para meu avô. Depois voltou a me olhar. – Meu sonho era se mudar para o Oeste e ser professora, porém meu pai não autorizou e me obrigou a casar-se com um conhecido da família. Casei-me com ele em 1917, quando tinha 22 anos. Porém ele era diferente do que em público. Abusava de mim. Meus pais me aconselharam a ser uma boa esposa permanecendo calada. Ele foi convocado a participar da Primeira Guerra Mundial, o que foi um grande alívio para mim, porém quando ele voltou, em 1919, foi um verdadeiro terror. Pouco depois descobri que estava grávida, foi a minha desculpa para fugir. – Percebi que ela sofria com as lembranças, o que me fez ficar triste também. Minha avó era uma pessoa tão boa, era até difícil de imaginar que ela já sofreu tanto. - Fugi em 1920 para ir morar com um primo de segundo grau em Milwaukee, e depois escapei mais para o Norte, quando meus pais descobriram onde eu estava. Disfarcei-me fingindo ser uma das viúvas da guerra, o que me proporcionou ensinar numa escola de uma pequena comunidade em Ashland. Contudo em 1921 meu bebê faleceu, alguns dias após o nascimento, com infecção pulmonar. Por esse motivo eu... pulei de um penhasco. – Coloquei a mão na boca tampando-a. Percebi que estava chorando. Sua história era tão triste. Vovó sorriu enquanto ajoelhava-se na minha frente. Limpou uma lágrima que escorria do meu rosto. – Carlisle trabalhava no hospital da cidade, e logo se lembrou de mim. Como ele não queria que eu morresse me transformou. Não fiquei muito feliz em saber no que tinha me transformado, porém fiquei aliviada em saber que estava junto com a pessoa na qual eu não havia esquecido por uma década. – Eu e ela sorrimos juntas. Mordi meu lábio inferior tentando não chorar de novo. – Carlisle me deu o que sempre quis... Uma família. Edward foi o primeiro dos meus filhos. E como eu lhe disse naquela vez lá no Brasil, eles completaram esse vazio que eu tinha. E pude ser mãe mesmo que com bebês até maiores e mais fortes que eu. – Todos da sala riram. Vovó Esme levantou-se e mamãe ocupou seu lugar. Eu estava muito curiosa para saber sua história.

– Só não se assuste com a minha idade, ok? – Ela disse meio sem jeito.

– Não, tudo bem mãe. Eu já percebi que todos aqui ou deveriam estar no asilo ou no cemitério. E no caso do vovô no museu. – Todos riram principalmente meu pai. Sua risada sempre fora escandalosa, mas agora parecia como um trovão. Acho que ele sempre se controlou.

– Ok. Eu nasci em 1915, em Rochester, Nova York. Minha família era de classe média, e meus pais me mimavam muito com vestidos bonitos e me favoritavam pela minha beleza. Eu era acostumada a ser o centro das atenções, com todas as mulheres da cidade tendo inveja de mim e os homens me desejando. Era extremamente vaidosa, e sabia que era muito bonita. Por esse motivo acreditava que podia ter tudo o que queria. Em 1933 fiquei noiva de Royce King II, o rico herdeiro do banco onde meu pai trabalhava. – Meu pai rosnou com esse nome, algo que me fez dar um pulo.

– Desculpa. - Ele sussurrou.

– Mesmo noiva de um bom partido, pela primeira vez eu tive inveja... – Mamãe continuou como se ninguém a tivesse interrompido. – De minha amiga Vera, por causa do seu bebê. Numa visita percebi que a relação que Vera e o seu marido tinham era muito diferente da que eu tinha com Royce. Naquela noite desejei ter uma família rica, uma casa confortável e acima de tudo ter filhos. – Ela olhava para o nada agora. Percebi que as lembranças eram super vivas em sua memória. Eu podia sentir cada sentimento seu a cada coisa que falava – Na mesma noite, ao sair da casa de Vera, encontrei Royce e seus amigos, bêbados na rua. Ele se gabou da “beleza de sua noiva” e depois disso, ele e seus amigos me estupraram, me espancaram e deixaram-me na rua para morrer. – Arfei. As lágrimas já tinham começado a surgir. Aquilo era tão horrível. E o pior era que me lembrava da noite em que Michel fez aquilo comigo. Os soluços estavam altos. Minha mãe me olhou com olhos de culpa e me abraçou. – Desculpa minha filha! Eu deveria ter falado de outra forma...

– Não... É só que me lembra muito daquela noite... – Eu comecei a dizer.

– Xii... – Ela disse tampando minha boca gentilmente. – Não se lembre disso.

– Se não fosse por aquilo hoje eu não estaria aqui.

– É verdade. Comigo é a mesma coisa.

– Sua história tem um final feliz, então pode continuar mamãe.

– Carlisle me encontrou através do cheiro de sangue, e quando me viu resolveu me transformar. Ele esperava que eu fosse para Edward o que Esme era para ele, porém não foi isso que aconteceu. A gente nunca se enxergou dessa forma, e sim apenas como irmãos. Eu me vinguei deles, sabe filha... Um por um. Matei-os sem digerir uma gota de sangue deles. Deixei Royce por último, para ele saber que eu estava chegando. Eu estava vestida de noiva naquela noite. Sua morte com certeza foi a mais dolorosa. – Ela deu um pequeno riso diabólico. Por um minuto eu tive um medo tremendo dela. Balançou a cabeça e me olhou novamente com aqueles olhos de mãe. – Em 1935 seu pai tinha 20 anos, e vivia em Gatlinburg, Tennessee, quando foi atacado por um urso. – Olhei na direção dele que sorria. Mamãe ia contar sua história? – Suas lesões por causa do ataque eram muito graves e ele estava prestes a morrer quando eu o encontrei, pois tinha ido caçar na área. Emmett lembrava o filho de minha amiga, Henry. – Ela sorriu de uma forma linda. - Porque tinha as mesmas maçãs do rosto, covinhas, e aparência inocente. Eu não podia deixá-lo morrer, então o transportei uma centena de quilômetros para Carlisle, e implorei para que o transforma-se. Ao saber que tinha virado vampiro, aceitou muito feliz. Ele me vira desde o começo como um anjo que viera salvá-lo. – Ela disse sorrindo enquanto seus olhos brilhavam.

– Sério? – Perguntei rindo.

– Sim. É por isso que desde o começo gostei de ti filhota. Pois você também viu Rosalie como anjo. – Papai me disse sorrindo.

– Logo a gente ficou juntos. Obviamente. - Minha mãe disse e depois sorriu.

– Esquece-se de falar uma coisa, amor – Meu pai falou sério para mamãe. Tio Eddie colocou a mão na boca para não rir.

– O que? – Ela perguntou.

– Que eu também me vinguei e me vingo até hoje. Urso é minha refeição preferida! – Ele disse com um enorme sorriso. Todos deram gargalhadas.

– Agora é minha vez! – Tia Alice disse enquanto pulava até mim. Mamãe foi sentar-se ao lado de papai e minha tia sentou no chão na minha frente. – Bem, eu nasci em 1901, em Biloxi, Mississipi. Fui colocada em um sanatório ainda quando humana por que tinha visões. Mais tarde, James, um vampiro rastreador que seguia suas vítimas até acabar com a vida delas, passou a me caçar simplesmente pelo desafio. Nesse sanatório trabalhava um velho vampiro que estava apaixonado por mim. Quando soube que James me queria, me libertou e transformou-me em vampira, antes que ele pudesse me matar. Por isso, foi morto pelo rastreador no meu lugar. Eu fui uma das únicas duas vítimas que ele perdera. – Um sorriso sapeca apareceu no rosto dela. Tia Bella também sorrira assim. Eu permaneci séria. Não era uma história bonita, porque rir? – Eu só soube de tudo isso muito, mais muito tempo depois. Você vai entender quando Bella contar sua história. – Tia Allie disse. Eu concordei. – Eu acordei como vampira no meio do nada, sem saber o que ou quem era. Sem imaginar o porquê de a minha garganta doer tanto. Meu criador simplesmente desaparecera. Era isso que a gente pensou. – Ela deu de ombros. – Eu não tinha ninguém, não conhecia nada e nem me lembrava da dor da transformação. Eu só sabia que meu nome era Alice. Com um tempo descobri que tinhas visões, e que não podia controlá-las.

–Você tinha o que? - Falei assustada. Mas pensando bem, tia Allie sempre pareceu saber de tudo.

– Visões. Tenho esse dom. Posso ver o futuro das pessoas e vampiros. Quanto mais eu for próxima da pessoa, mais coisas eu vejo. Porém o futuro muda, assim que a pessoa tomar uma decisão.

–Que legaaaaal! - Eu disse com os olhos brilhando. Alguns riram.

–Voltando á história. Por causa das minhas visões sempre que eu chegava perto de uma vítima eu podia ver tudo que iria acontecer. As lágrimas que iam ser derramadas por causa de sua morte. Os sonhos, objetivos e promessas que eu estava simplesmente acabando quando sugava sua vida. E se eu decidisse não matá-lo, podia ver a pessoa voltando para sua casa, após um dia comum como todos os outros, ver sua família vir recebê-lo e sorrisos em vez de choros. – Eu já estava chorando por causa da história. Minha tia sorriu e secou minhas lágrimas. – Fique calma, minhas visões também me fizeram bem. Foi através delas que eu vi Jasper. E desde da primeira visão eu sabia que tinha que encontrá-lo, e que ele seria meu. – Seu sorriso era o mais lindo quando falou dele. Não pude deixar de sorrir também. – Eu fui à busca dele e também de uma linda família de olhos dourados. Minha primeira visão deles foi de dois homens caçando animais. Logo veio mais gente. E no final eram três homens e duas mulheres. Todos conseguiam sobreviver apenas com sangue animal e viviam como uma família. A partir dali comecei a ter a mesma dieta deles. Apesar de ser difícil, e às vezes eu acabar escorregando, eu consegui. Foi Carlisle que me ensinou isso, mesmo que de tão distante. Ele já era um pai para mim. – Ela sorriu. Meus olhos lacrimejavam. – E então em 1948, em um restaurante, eu e Jasper nos encontramos. É claro que eu já sabia disso, e estava esperando por ele. E obviamente ele se assustou comigo.

– Mas é claro! Como eu não ia me assustar. Assim que eu entrei naquele lugar, uma vampira baixinha saltitante e de olhos dourados, apareceu na minha frente dizendo estar me esperando por muito tempo! – Tio Jasper disse sorrindo. Eu ri. Tia Alice revirou os olhos sorrindo.

– Continuando... Logo contei tudo para ele, e passamos a ficar juntos. Tentei lhe ensinar á praticar a mesma dieta, e ele fez isso por mim apesar de ser tão difícil para ele. Várias vez acabou escorregando, e se sentindo muito culpado por isso. Mas eu não ia desistir dele, nunca. – Seus olhos brilhavam. Era tão bonito de se ver! – Fomos em busca daquela família, e em 1950 os encontramos. Emmett e Edward haviam ido caçar e não estavam em casa no dia. Eu contei tudo á eles, que por mais que estranhassem, acabaram nos aceitando. Esme desse jeito amoroso dela e Carlisle tão bondoso. Eu os via já como a minha família. Já sabia o nome de cada um, a personalidade, o que gostavam de fazer... Era estranho, mas eu já me sentia em casa. Quando seu tio Edward chegou suas coisas estavam todas na garagem, o seu quarto tinha a melhor vista então fiquei com ele. – Ela disse dando de ombros. Tio Eddie revirou os olhos. Tia Bella e tio Jasper riram. – Ele foi meio contra, sabe ele sempre foi o mais chato da família. – Tia Allie encolheu os ombros e deu uma risadinha.

–Alice! – Meu tio gritou. Papai deu uma gargalhada. – Mas, também eu tinha razão! Chego em casa e me deparo com um vampiro cheio de marcas de batalhas e com uma vampirinha saltitante que havia roubado meu quarto e ainda dizia que seríamos os melhores irmãos! – Primeiro eu ri junto com a Tia Allie, mas depois me toquei.

– Como? Marcas de batalhas? – Perguntei confusa.

– Sua vez Jazz! – Minha tia disse levantando em um pulo e puxando-o pela mão. Ele ficou de pé na minha frente.

– Eu nasci em 1844, em Houston no Texas. Eu estava quase com dezessete anos quando me juntei ao Exército Confederado em 1861, mentindo para os recrutadores dizendo que tinha vinte anos. Eu era alto o suficiente pra escapar com a mentira. A minha carreira militar foi curta, mas muito promissora. As pessoas sempre... gostaram de mim, escutaram o que eu tinha a dizer. Eu fui rapidamente promovido entre as patentes, acima de homens mais velhos, mais experientes. Acabei servindo como Major na guerra civil. Eu fiquei com a responsabilidade de evacuar as mulheres e as crianças da cidade quando os barcos do morteiro Union atracaram no porto. Nós chegamos à cidade quando já estava escuro. Eu só fiquei por tempo suficiente pra ter certeza se o grupo inteiro estava seguramente situado. Assim que isso foi feito, eu peguei um cavalo novo pra mim, e voltei pra Galveston. Não havia tempo pra descansar. A apenas um metro fora da cidade, eu encontrei três mulheres a pé. Pensei que elas estavam perdidas e desmontei imediatamente pra oferecê-las meu auxílio. Mas, quando eu consegui ver o rosto delas na luz da lua, fiquei silenciosamente fascinado. Elas tinham uma pele tão pálida...

Eu sempre tive uma boa sensação de como as pessoas se relacionam umas com as outras, e ficou claro imediatamente que a morena estava no comando das outras. Se elas fossem militares, eu diria que ela se sobressaía às outras. Seu nome era Maria, e foi ela que me transformou. Ela estava criando um exército de vampiros.

– Um exército? – Perguntei curiosa.

– Sim. Quando os vampiros são recém-criados eles têm mais força, pois seu sangue ainda corre pelos seus tecidos. Isso era bem comum no sul, naquela época. Sempre quando saíam de controle os Volturi interferiam. Acabavam com isso para não chamarem tanta atenção. Maria queria criar um para se vingar de outras batalhas perdidas. Ela nos ensinou a lutar, e nos ensinou a ser invisíveis para os humanos. Eu era mais rápido que os outros, melhor no combate. Maria estava satisfeita comigo, apesar de ter que continuar repondo aqueles que eu destruía. Eu era recompensado com frequência, e isso me deixava mais forte. Ela decidiu me colocar no comando dos outros, como se eu estivesse sendo promovido. A minha habilidade, ainda que indefinida, de controlar a atmosfera emocional ao meu redor ajudava muito.

– C-Como? – Gaguejei.

– Esse é o meu dom, querida. Posso sentir todos os sentimentos das pessoas ao meu redor, e também manipulá-los. – Tio Jazz disse paciente. Concordei com a cabeça. – Eu acabei virando cúmplice de Maria, e nós dois controlávamos o exército, que claro sempre mudava, pois quando o recém-nascido estava prestes há completar um ano, eu mesmo me livrava dele.

Dei um arrepio. Meu tio me olhou de uma forma fofa.

– Pode continuar. – Eu disse.

–Décadas depois, eu desenvolvi uma amizade com um recém-nascido que continuou sendo útil e sobreviveu aos seus três primeiros anos, apesar das chances. O nome dele era Peter. Eu gostava dele. Ele não gostava de lutar, apesar de ser bom nisso. Um dia quando eu estava fazendo uma “limpeza” nos recém-criados, Peter fugiu com Charlotte, uma vampira na qual seria a próxima a morrer. Eu deixei-os ir. Cinco anos depois, Peter voltou pra me ver. Eu estava me preparando pra destruir a minha única aliada, a semente da minha existência, quando Peter retornou. Ele me contou sobre sua nova vida com Charlotte, me contou sobre opções que eu nunca sonhei que tivesse. Eu viajei com Peter e Charlotte por alguns anos, tento uma sensação desse mundo novo, mas pacífico. Peter começou a reparar que eu sempre ficava pior depois de caçar. Era mais forte pra mim do que era para os outros, porque eu podia sentir tudo o que a minha presa estava sentindo. E eu vivia as emoções deles enquanto os estava matando. A depressão ficou pior, e eu me afastei de Peter e Charlotte. Eu estava cansado de matar, qualquer um, até meros humanos. – Tio Jasper estava absorvido na história. Seu rosto demonstrava angustia, e eu tive vontade de abraçá-lo. Porém não queria atrapalhar sua história, então resolvi fazer uma coisa. Concentrei-me e deixei fluir de mim muito amor e carinho que eu tinha por ele. Logo um sorriso brotou em seus lábios e ele me olhou. Sorri também. – A parte boa está chegando. – Ele disse. Tia Allie veio até ele abraçando-o por trás. - Eu estava na Philadélfia. Estava chovendo forte, e para não chamar tanta atenção eu entrei numa lanchonete meio vazia. Ela estava lá me esperando. Pulou do banco alto no balcão assim que eu entrei e veio andando diretamente em minha direção. – Minha tia sorriu e apertou sua cintura. Ele também sorria. - Isso me chocou. Eu não tinha certeza se ela queria atacar. Essa era única interpretação de comportamento dela que o meu passado tinha a oferecer. Mas ela estava sorrindo. E as emoções que emanavam dela eram uma coisa que eu nunca havia sentido antes. ‘Você me deixou esperando por muito tempo’ Ela me disse.

– E você abaixou a cabeça, como um bom cavalheiro do Sul, e disse 'Eu lamento, madame' – Tia Alice disse olhando para os olhos de meu tio.

– Você levantou a mão, e eu a peguei sem me dar conta do que estava fazendo. Pela primeira vez em um século, eu senti esperança. – Meu tio falou enquanto pegava em suas mãos e a trazia para ficar de frente para ele. – Bem, o resto você já sabe. Nós viemos até os Cullen, e desde então fazemos parte da família. – Concordei com a cabeça.

– Essa é uma história realmente muito legal! – Falei sorrindo. Todos da sala me olharam como se eu estivesse louca. Somente tia Bella riu e veio até mim.

– O final feliz com a Alice, não é? – Perguntou-me sorridente.

– Exatamente! Como sabe titia? – Perguntei.

Ela deu de ombros. – Já passei por isso.

– Acho que agora é a sua vez de contar sua história! – Eu disse.

– Minha história é bem grande... – Falou suspirando. Depois se sentou do meu lado. – Eu nasci no dia 13 de Setembro de 1987, em Forks.

– Espera aí, você nasceu aqui titia? – Perguntei curiosa.

– Sim. – Respondeu-me sorrindo. – Minha mãe se chama Renée e meu pai Charlie Swan. – Ela parou depois de dizer isso, provavelmente esperando que eu dissesse alguma coisa.

– Então seu pai é mesmo seu pai? – Escutei risadinhas pela sala. Revirei os olhos eles não cansavam de rir de mim? Tia Bella concordou. – Eu sempre o achei velho de mais para ter uma filha tão jovem... Agora eu entendo!

– Minha mãe fugiu daqui comigo quando eu tinha apenas alguns meses de vida. Desde então eu morava com ela em Phoenix. Uma cidade muito ensolarada. – Ela disse olhando através da janela. Com certeza imaginava sol em vez da chuva que caía lá fora. – Eu costumava á passar os verões em Forks até meus 14 anos. Agora era ali que eu teria que morar. Minha mãe tinha se casado de novo, com Phil um jogador de beisebol. Ele viajava muito por esse motivo, e eu sabia que ela também queria viajar com ele, e era eu que a prendia em casa. Então resolvi vir morar com meu pai, apesar de ainda estar preocupada com ela. Mamãe sempre foi meio irresponsável e ingênua, vivia sempre sorrindo, e era eu quem cuidava dela. Eu era praticamente mãe da minha mãe. Mas agora ela tinha Phil, então fui em direção á minha nova morada. Eu sempre odiei frio e umidade, é claro que Forks á cidade mais chuvosa de Washington era perfeita! – Ela disse irônica. Dei uma risadinha.

– Mas vai dizer que essa cidade não se tornou perfeita para você? – Tio Edward disse com um sorriso sedutor.

– Querido, ainda estamos no começo da história, então eu ainda odiava Forks. – Ela respondeu. – Bem, meu pai sempre foi meio fechado, tímido em relação aos sentimentos, sem saber como demonstrá-los. E eu tinha um pouco disso também. Numa cidade pequena como Forks as notícias corriam rápido, então todos já sabiam da minha chegada, algo que realmente não era bom para mim que não gostava nada de ser o centro das atenções, principalmente sendo uma pessoa tão desastrada como eu era. Eu estava sentada no refeitório conversando com quatro estranhos curiosos- que mais tarde virariam meus amigos- quando eu os vi pela primeira vez. Eram cinco. Não conversavam e nem comiam. Era seguro olhar para eles, porque eram os únicos que não me encaravam.

Dos três garotos, um era grande e musculoso, com cabelo escuro e encaracolado. Outro era alto, mais magro, mas ainda musculoso, e com cabelo loiro escuro. O outro era mais magro, menos musculoso, com cabelo cor de bronze, meio bagunçado. Ele parecia mais jovem do que os outros, que pareciam estar na faculdade, ou até mesmo serem professores ao invés de alunos. A mais alta das garotas era maravilhosa. Ela tinha uma silhueta linda, do tipo que se vê em capas de revistas. O cabelo dela era dourado, gentilmente balançando até o meio das costas. A outra garota era mais baixa, magra com feições pequenas, parecia uma fadinha. O cabelo dela era totalmente preto, cortado curtinho e apontando para todas as direções. Todos eram muito pálidos e tinham olhos bem escuros com olheiras. Eram incrivelmente lindos, como anjos. – Ela me olhou sorrindo. Então eu não era a única! – Perguntei para á garota do meu lado quem eles eram, e ela me disse que eram Edward, Emmett e Alice Cullen, e Rosalie e Jasper Hale. Todos viviam juntos com o Dr. Cullen e a esposa dele. E estavam juntos, Emmett e Rosalie, e Jasper e Alice. Apesar de morarem na mesma casa como irmãos. Edward era o único que não tinha ninguém, porém ‘nenhuma das garotas daqui eram bonitas o suficiente para ele, aparentemente’. Pelo menos foi o que ela disse. – Minha tinha riu olhando para baixo. Tio Edward deu um lindo sorriso. Ok, isso quer dizer que só a tia Bella foi bonita o suficiente para ele, né? Ele deu uma gargalhada e concordou. – Na aula de Biologia ele estava lá. Sentado na única mesa que tinha um lugar vazio. Seus olhos eram negros, como carvão, e estava com uma expressão de fúria. Aquela aula foi horrível, eu nem consegui prestar atenção no que o professor falava. Tudo que eu via era aqueles olhos de ódio daquele estranho. Quando o sinal tocou, ele saiu tão rápido que parecia ter voado porta á fora. No fim do dia eu fui até a secretária entregar uns papeis, e quando entrei quase me virei e saí de novo. Edward Cullen estava parado à mesa logo na minha frente. Ele queria trocar seu horário. Mudar á sua aula de Biologia para qualquer outra. Eu não podia acreditar que era por minha causa. Decidi que no dia seguinte eu iria confrontá-lo, perguntar o que ele tinha. Porém no dia seguinte ele não veio para á aula, faltou por toda á semana. Na segunda-feira pensei que seria como qualquer outro dia, que ele também iria faltar, contudo ele estava lá. Na aula de Biologia ele falou comigo, se apresentou, e conversamos sobre o tempo e sobre o porquê de eu ter me mudado para aquela cidade. Eu percebi que seus olhos estavam com uma cor diferente, dourado.

A primeira vez que Edward salvou a minha vida, foi no dia seguinte. Eu estava abaixada olhando os pneus do meu carro, quando um colega perdeu o controle de sua van, na qual estava vindo diretamente em minha direção. Em segundos atrás ele estava lá parado ao lado de seu volvo e em outros estava do meu lado parando a van com a mão. Por causa dele eu não me machuquei, porém tive que ir para o hospital. Onde conheci Carlisle pela primeira vez. Ele era tão lindo e pálido como seus filhos. Eu interroguei Edward, perguntando como ele tinha feito aquilo, entretanto ele negava, dizia que eu tinha batido com a cabeça. Mas eu tinha certeza do que tinha visto, então ele me disse que ninguém iria acreditar em mim e que era melhor a gente não ser amigos. Sua mudança de humor já estava me irritando, tinha horas que ele era grosso, um estúpido, e outras que era super educado. Naquele final de semana eu fui para La Push, com meus amigos do colégio. Lá encontrei Jacob, ele era filho do melhor amigo do meu pai. Quando eu era criança brincava com ele e suas irmãs. – Olhei para o Jake. Ele sorriu e deu de ombros. Eu não imaginava que ele fazia parte da história da tia Bella.

– Muito mais do que você imagina. – Tio Eddie disse com uma careta. Todos o olharam não entendendo nada.

– Posso continuar? – Minha tia perguntou. Concordei. – Ele me contou sobre algumas lendas da sua tribo. Aparentemente os Quielutes descendiam de lobos...

– Lobos? – Cortei minha tia. Ela suspirou e depois concordou. Levantei-me em um pulo. – Eu estava certa, eu estava certa! – Eu cantarolava enquanto dançava. Todos começaram a rir de mim.

– Senta aí que a história só tá no começo. – Tia Bells disse me puxando com gentileza para o chão. – E seu único inimigo eram os “frios”. Eu quis saber mais sobre isso, já que na linha de visão dos Quielutes os Cullens eram “frios”. Então pesquisei na internet sobre isso, e descobri que se tratava de vampiros. A maioria eram lendas bobas, porém em algumas havia coisas em comum. A palidez, a força, a rapidez, o toque frio... – Sua expressão mudava á cada característica que citava como se estivesse lembrando-se. – As garotas iam para Seattle para comprar seus vestidos para o baile -cujo eu não iria já que não sabia dançar, e porque não tinha a menor vontade de ir- e acabei indo junto. Enquanto elas provavam os vestidos eu resolvi ir sozinha até uma biblioteca. Péssima escolha. Era noite e quando eu estava tentando achar o caminho para o restaurante onde tínhamos marcado, alguns homens me acharam e me cercaram. Você deve saber o que aconteceria comigo... Contudo Edward apareceu e me salvou. Ele estava com um ódio extremo daqueles caras. E eu não fazia à mínima ideia de como ele poderia ter me achado. Quando chegamos ao restaurante elas já tinham comido, e eu acabei ficando para jantar com ele. Obviamente somente eu estava comendo. Naquela noite ele me contou a verdade, que poderia ler mentes e o que era. Na verdade só confirmou, já que eu o pressionava. Foi naquele dia também que eu percebi que estava incondicionalmente apaixonada por ele.

Bem, a gente estava juntos, mas não dá forma normal quando é entre dois seres da mesma espécie, como dois macacos, dois humanos ou dois vampiros. – Tio Eddie deu uma risadinha com a colocação dela. Escutei mais alguns risinhos pela sala. Eu só sorri. Isso era interessante. – Estávamos literalmente nos conhecendo, eu não parava de fazer perguntas. Ele me levou em uma clareira linda, aonde me mostrou como era no sol. No mesmo dia ele subiu pela minha janela e ficou lá comigo por toda á noite. Disse que sempre fazia isso, gostava de me ver dormir. Eu falava á noite. – Ela franziu as sobrancelhas. Eu dei uma pequena risada. – Conheci os Cullens oficialmente, no dia seguinte. Todos foram muito gentis. Rosalie foi à única que não... como é que eu posso dizer? – Tia Bella procurava á palavra certa. – Acho que não se esforçou muito para me agradar. – Ela disse com um sorriso sincero. Olhei para a minha mãe, cuja deu de ombros, meio envergonhada. – Ela não gostava muito de mim nessa época.

– Bella, eu já te expliquei mais de mil vezes... – Mamãe começou a falar. Tia Bells a cortou levantando um dedo.

– Eu sei mana, tá tudo bem. Só que tenho que contar á história desde o começo. – Minha tia disse rindo. A relação delas era tão bonita, que era até estranho imaginar que um dia a mamãe não gostava da tia Bella. – Edward me mostrou toda a casa e por último o seu quarto. No qual não tinha cama. – Ela disse como se isso fosse obvio. Mas era, já que eles não dormiam. Porém todos da minha família tinham cama... Ok, todos eram casais. Fiz uma careta estranha e afastei esses pensamentos. Tio Edward deu uma gargalhada fazendo todos olharem para ele. Eu corei. – Continuando... No mesmo dia eu fui jogar beisebol com eles. Ou melhor, só assistir. É impossível jogar com eles... ou era quando eu ainda era humana. Haveria uma tempestade, que obviamente Alice previu, e isso era necessário para eles poderem jogar. Pois o barulho dos seus corpos se chocando era que nem o de um trovão.

– Quero ver isso um dia! – Falei animada.

– Você vai adorar ver seu pai ganhando! – Papai disse com aquele sorriso confiante. Eu olhei para ele também sorrindo.

– Como se você conseguisse ganhar! – Tio Edward falou. Quando percebi, eles estavam todos discutindo sobre jogos.

– Aquilo estava sendo maravilhoso, porém como tudo na minha vida, a parte ruim chegou. – Tia Bella voltou a falar. Todos já estavam prestando atenção de novo. – Alguns nômades- três para ser exata- estavam de passagem, e ouviram-nos jogando, então resolveram participar. Eram Laurent, Victoria e James. – Ela falava seus nomes pausadamente, como se fossem palavrões.

– Que estejam queimando, aonde quer que estejam! – Jacob disse com repugnância. Renesme o olhou com reprovação.

– Que frase poética cachorro I! – Papai falou provocando-o. Ele ia mostrar o dedo do meio, mas Nessie lhe deu um soco na perna o impedindo.

– No começo Carlisle conseguiu ter uma conversa normal, contudo James sentiu o meu cheiro e tudo começou. Edward me levou de lá junto com Emmett e Alice. Ele era um caçador, e adorava um jogo. Esse seria o mais emocionante dele, e não pararia até conseguir sua presa.

– Na qual era você? – Perguntei envolvida com a história.

– Sim. Seu tio já estava me levando para fora da cidade, mas eu não aceitei, não podia deixar meu pai sozinho em casa com o caçador á minha procura. Então consegui convencê-lo com a ajuda da Alice, e até do seu pai... – Ela riu com isso. Papai mostrou a língua pra ela. – Á me deixar falar com Charlie primeiro. Eu disse á ele que iria embora, que não aguentava mais aquela cidade. Foi muito difícil ter que magoar o meu pai, mas foi necessário. Depois eu fui com Alice e Jasper para Phoenix, enquanto os outros perseguiam James e Victória. Entretanto ele conseguiu descobrir onde eu estava e fez uma armadilha, ligou para mim dizendo que estava com a minha mãe, e com uma gravação que ele achou na minha casa, colocou a voz dela para eu pensar que ele realmente estava com ela. Ele combinou que eu deveria ir sozinha até um antigo estúdio de balé. Quando cheguei lá constatei que era tudo uma armadilha, ele não estava com a minha mãe. Falou-me que foi fácil de mais, não teve graça. Que Edward não foi esperto e não decidiu me transformar para me salvar, algo que aconteceu muito tempo atrás, com a única vítima que ele perdera. Alice. – Arfei. É claro! Como não percebi antes. O James que queria matar a tia Alice é o mesmo que queria matar a tia Bella. – Me contou como tinha conseguido chegar até ali, e que queria que Edward fosse atrás dele para ficar mais divertido. Então com uma câmera me filmou sofrendo de dor. Ele pisara em minha perna, quebrando-a e me fazendo gritar. Edward logo chegou e eles começaram a lutar. No meio disso me machuquei muito. Fui jogada para vários lugares. Numa sala cheia de vidros o desastre é claro que foi grande... James conseguiu me morder no pulso. – Ela disse mostrando-me uma cicatriz. Eu tinha visto ela uma vez, porém não prestei muita atenção. – Logo os outros chegaram e mataram-no. Carlisle tinha que cuidar dos meus ferimentos, que estavam muito graves, me fazendo perder muito sangue. Então Edward teve que escolher, entre me deixar virar vampira ou sugar todo o veneno. – Sorri. Então fora assim que ela tinha virada vampira?

– Não, ainda não foi dessa vez! – Tio Edward disse rindo.

– Ele optou por não me transformar. E apesar de ter sido difícil, ele conseguiu me manter viva. Fui para o hospital e fiquei lá por um tempo. Eles inventaram uma história para tudo isso, e eu acabei voltando para Forks. No Baile de primavera Edward fez uma surpresa, e me levou para lá. Eu não sabia dançar, ainda mais com o pé engessado. – Comecei a rir. Eu sabia muito bem como era ter aquele negócio estranho na perna. – Porém o baile foi maravilhoso. E foi lá a primeira vez que pedi para ele me transformar. Mas é claro que ele não aceitou. Passamos todo o verão juntos. No qual eu não queria nunca que acabasse. Todavia o tão temido 13 de Setembro chegou, e eu era um ano mais velha que ele. Pedi para não ganhar presentes, mas como sempre ninguém me escutou. Minha mãe me mandou um álbum de fotografias, para eu colocar fotos do meu último ano no colégio. E meu pai me deu uma câmera. Ninguém além dos meus pais e da família de Edward sabia daquele dia.

Alice inventou de fazer um aniversário, então de noite lá estava eu na sua casa sendo o centro das atenções. Estava tudo indo bem, até que a idiota aqui se corta com o papel de presente. Tudo aconteceu rápido de mais. Jasper sentindo o cheiro de sangue tentou me atacar, e Edward para me salvar acabou me jogando pra longe. Eu caí em cima de uma mesa de vidro. Carlisle cuidou de mim enquanto todos os outros saíram da sala, era mais forte do que eles. Aquela foi à última vez que eu os vi. Nos próximos dias só Edward ia á escola, Alice e Jasper tinham “se mudado”. Ele estava diferente, estava frio. Então ele faltou na escola um dia e quando cheguei em casa lá estava ele me esperando. Pediu para que caminhássemos um pouquinho. Entramos dentro da mata ao lado da casa de Charlie, e depois paramos e ele começou á falar. – Ela deu um suspiro pesado. – Ele terminou comigo naquele dia, disse que eu não era para o seu mundo, e nem boa o suficiente para ele. – Meus olhos estavam se enchendo de lágrimas. Como o tio Eddie pode dizer aquilo? Olhei pra ele que estava com uma fisionomia de dor. – Falou que todos já tinham se mudado, e só faltava ele que tinha ficado para se despedir. Eu tentei argumentar, mas não foi o suficiente. Eu estava abalada de mais. Ele me pediu para não cometer nenhuma idiotice, e em troca ele prometia que seria como se ele nunca tivesse existido. Deu-me um beijo na testa e se foi. Por muito tempo corri atrás dele no meio da floresta, até ficar escuro. Sam Uley me achou e levou-me para casa. Meu pai estava preocupado. Já havia vários homens da cidade lá.

Os próximos quatro messes passaram, e parecia que eu só piorava. Eu tinha chegado a um ponto extremo. No começo não conseguia nem falar ou comer. Mas depois voltei a responder sempre que me perguntavam, a estudar... As coisas não tinham mais sentido para mim. Só aconteciam. Eu simplesmente não pensava em nada. Literalmente. Pois quando pensava “nele”, o grande buraco que fora aberto no meu peito com sua partida, latejava mais, me sufocava. – Agora eu estava literalmente chorando. Eu conseguia sentir a dor que emanava dela. Então imagina o tio Jasper. – Ele tinha levado os presentes que eu ganhei de aniversário, e as fotos. Realmente era como se ele não tivesse existido. Nem as lembranças eu pensava mais. Então a única coisa que me dava à certeza de que ele um dia existiu, de que tudo foi real, era a dor. Eu tinha me afastado de todos. Foi então que Charlie me colocou contra á parede. Eu teria que voltar para Jacksolville. Então resolvi “despertar”. Fui com a Jéssica ao cinema. Lá eu vi uns caras nos quais me lembravam os de Port Angeles. Não sei porque fui até eles, e acabei me surpreendendo. Tive uma espécie de alucinação. Ele estava ali me pedindo para voltar para a Jéssica. É claro que não era ele de verdade. Porém aquilo foi muito bom, poder ouvir sua voz. Então resolvi ir atrás disso. Dessas alucinações. Acabei comprando duas motos velhas. Resolvi levar para um amigo mecânico me ajudar á arrumá-las, e depois me ensinar á andar. Jacob. – Ela sorriu e olhou para ele. Eu sorri também. – Ele aceitou e os dias que eu passava perto de Jacob, realmente me ajudavam. Quando eu estava com ele o buraco em meu peito se acalmava. Ainda estava ali, mas não teimava em me fazer sofrer. Ele era o meu sol particular. – Olhei para Jacob que sorria de uma forma fofa. A amizade deles era linda. Renesmee, entretanto, estava com cara de ciúmes. – Contudo, quando eu estava sozinha a dor voltava. Foi o que me fez ir até a sua casa, eu queria ver se teria um deja’vu e assim teria uma alucinação dele. Mas a casa estava vazia. Não havia nada ali, nem uma parcela de sua presença. Aquilo não iria afastar os vazios dos meus sonhos... – Ela falava como se sentisse tudo de novo. – Logo as motos ficaram prontas e lá fomos nós. No caminho vimos Sam e “seu grupo” pulando do penhasco.

– Sam?

– Sim. Eu pensei que eles estivessem tentando se matar. Mas Jacob me explicou que eles faziam isso por diversão. Que a maioria deles pulava de lugares mais baixos. Eles deixavam as “exibições” para Sam. Jake tinha medo dele. Ou melhor, medo de que fosse o próximo... – Falou balançando a cabeça em um sorriso monótono.

– Próximo de que? – Perguntei confusa.

– Embry faltou às aulas por uma semana e depois estava diferente. Parou de andar com os antigos amigos e começou a seguir o Sam. O mesmo aconteceu com Jared e Paul. Era isso que o Jacob tinha medo. De ser o próximo. Naquele dia ele me prometeu que iria me levar para pular de penhasco um dia.

Eu queria conseguir “vê-lo” de novo. Na verdade eu consegui no mesmo dia. Com as motos. Ele estava lá segurando a minha mão, me pedindo para parar. Não fazer isso. É claro que eu não escutei e liguei a moto. Acabei caindo e batendo com a cabeça. – Minha tia revirou os olhos. – Pelo menos eu tinha achado a chave para as alucinações. A adrenalina ou só estupidez. Com o tempo as coisas estavam normais. Fáceis de suportar. Meus dias passavam com trabalho, escola e Jacob. Eu tinha voltado a falar com os meus amigos. E tinha conseguido o que Charlie queria. Não estava mais infeliz. Obviamente isso não durava por muito tempo. E a noite quando estava sozinha, o buraco se abria. Porém aquilo já estava bom para mim. Acabei combinando de ir com meus amigos e com Jake para o cinema. Todos furaram menos Mike e Jacob. Os dois não se entendiam nenhum pouco, e viviam trocando farpadas. Eu sabia que os dois também esperavam algo a mais de mim... Principalmente Jake. E isso era o pior. Eu não queria perde-lo, eu precisava dele. Apesar de eu estar sendo egoísta essa era à verdade. E era horrível ele ver o nosso relacionamento de outra forma. Foi isso que a gente conversou quando Mike estava no banheiro vomitando. Ele tinha passado mal no meio do filme. Jacob me prometeu que nunca iria me fazer sofrer. E que não iria desistir de mim. Ele estava estranho naquele dia. Estava quente e com raiva. Fomos pra casa cedo, e eu acabei também pegando virose. Pensei que Jacob também tinha pegado. Contudo eu já estava melhor, e ele continuava assim. Billy disse que ele tinha ficado doente. Com o tempo ele não atendia meus telefonemas, eu não podia ir à sua casa... Então a dor estava novamente me tomando.

Resolvi ir ao um lugar onde achava que iria “vê-lo”. Fui até a nossa campina. Porém “ele” não estava lá. E sem ele aquele lugar não tinha nenhuma magia. Só dor. Surpreendi-me quando dei de cara com Laurent. Estava lá fazendo um favor para Victoria. Ela queria saber se os Cullens ainda me protegiam. Achou melhor me matar em vez de Edward. Parceiro por parceiro. Então “ele” estava lá. Sua ilusão perfeita me dizendo para mentir em todas as perguntas feitas por Laurent. Quando ele estava prestes a me matar cinco enormes lobos apareceram no meio das árvores. E por incrível que pareça Laurent fugiu deles. Corri daquele lugar e contei para o meu pai o que tinha visto. Havia algo matando pessoas. Eles pensavam que eram ursos, contudo depois do que vi tinha certeza que deviam ser lobos.

Não aguentei mais, então fui até La Push encontrar com Jake. Eu já imaginava o que tinha acontecido, e quando cheguei lá tive certeza. Jacob tinha entrado para a gangue de Sam. Ele não quis falar comigo direito, e falou que não deveríamos mais ser amigos. Além de ter falado dos Cullens como “meus sanguessugas”. Agora era assim, eu estava com dois buracos no peito e sabendo que se Laurent tivesse matado aqueles lobos, logo ele estaria atrás de mim. – Eu estava triste com essa história. Quando que o final feliz ia chegar? – De noite Jacob apareceu no meu quarto pedindo desculpas e falando que não tinha culpa. Que não poderia me contar, eu teria que descobrir sozinha. Tive um sonho nessa noite. Sonhei com lobos. E então uni tudo. Jacob era um lobo. No dia seguinte fui até sua casa e esperei na praia para a gente conversar. Ele confirmou e acabamos brigando. Eu pensava que eram eles que estavam matando as pessoas. Entretanto ele me lembrou que eles só matavam uma coisa. Vampiros. Eles tinham matado Laurent e pensavam que Victoria era sua parceira. Não estavam entendendo o que ela queria. Tentava ultrapassar a barreira deles. Eu falei o que ela queria... Eu.

Jacob me levou até Sam e contei tudo. Conheci a alcateia e Emily. A partir daquele dia eles começaram a me vigiar para me proteger. Jake estava ocupado caçando Victoria, e eu estava me sentindo sozinha de novo. Eu tinha que “vê-lo”. Lembrei do salto de penhasco e resolvi fazer isso. Ele apareceu. Pediu-me para não pular. Mas eu não o escutei e pulei. A queda não foi tão ruim. Pelo contrário, foi emocionante. Porém a água além de estar congelante, estava agitada demais. E eu acabei me afogando. Pensei que morreria lá. Estava até feliz, porque ele estava comigo. Mas, então Jacob me salvou. Naquele dia Harry Clearwater faleceu. Senti-me culpado por não ter ficado ao lado do meu pai naquele momento difícil. Quando cheguei em casa me surpreendi. Alice estava lá.

– Tia Alice? O que ela tava fazendo lá? – Falei sorrindo.

– Ela me viu pulando do penhasco e pensou que eu tinha morrido. Rosalie contou isso para Edward e por esse motivo ele quis se matar também. Ele telefonou para a minha casa, e foi Jacob quem atendeu. Falou que Charlie estava no velório e Edward pensou que era o meu. Alice teve uma visão dele indo para os Volturi. Então nós duas fomos em direção á Volterra para salvá-lo. Os Volturi não aceitaram matá-lo por causa do seu dom, então ele ia se mostrar para os humanos no sol. Por pouco tempo não cheguei á tempo de salvá-lo. Mas consegui. Tivemos que entrar para falar com os Volturi. Aro tem o poder de ler todos os pensamentos que você já teve na vida somente segurando a sua mão. Ele leu a de Edward e quis testar se eu era imune ao seu dom também. Eu era e também ao de Jane. Ela tem o poder de fazer os outros sentirem dor. Desde aquele dia ela ficou com raiva de mim. Por eu saber demais, eles queriam me matar. Entretanto Alice teve uma visão de mim se tornando vampira. E por esse motivo pudemos partir. Edward me disse então que tudo não passara de uma mentira, ele nunca tinha deixado de me amar. Só não queria mais colocar a minha vida em risco. – Uma lágrima rolou pela minha face. Isso era muito bonito. – Tudo voltou ao normal. Contudo, Charlie ficou com muita raiva de Edward por tudo que me fez passar e impôs muitas regras. Seu tio ainda não aceitara o fato de eu me tornar imortal e por isso eu impus uma votação. Todos os Cullens votaram sim, menos Rosalie, pois ela nunca quis isso para ela, e gostaria que alguém tivesse lhe dito não. – Olhei triste para a mamãe.

– Veja bem filhota, hoje eu sou completa assim. Apesar de ainda querer ter conhecido Emmett quando humana, ter se apaixonado por ele e ter se casado. Que você tivesse sido gerada nove messes dentro da minha barriga... Que Carlisle e Esme realmente fossem meus pais... Que eu pudesse envelhecer. Porém, eu sou muito, muito feliz. Desde que você chegou, eu me senti completa. – Ela disse. Eu levantei e abracei-a. Depois voltei e sentei novamente no chão.

– Com isso ficou combinado que Carlisle me transformaria após a formatura. Edward propôs outra coisa para mim de noite. Ele mesmo me transformaria, contudo eu teria que me casar com ele primeiro. Eu não aceitei isso. Era muito nova para casar. Na minha idade isso só acontecia se você estivesse grávida.

Com o tempo conseguíamos conquistar a confiança de Charlie. Mas era difícil, ele sempre fora teimoso. Edward me convenceu a usar as passagens de avião para ir visitar minha mãe, nas quais ganhei de Carlisle e Esme no meu aniversário. Fomos naquele fim de semana. Na segunda-feira na escola, Jacob apareceu lá para conversar, apesar daquela conversa ter sido muito tensa. Victoria estava atrás de mim de novo. Alice tinha dito uma visão dela e por isso Edward quis me tirar da cidade. Os Cullens estavam no lugar onde Alice teve a visão dela, e conseguiram persegui-la, porém quando estavam quase a pegando, ela pulou para o território dos lobos. Eles estavam lá também. Cada um em seu lado. Emmett estava prestes a pegá-la quando ela foi para o lado dos lobos, e ele foi também. Paul ficou bravo e eles quase brigaram. Victoria teve tempo de fugir com essa confusão.

No final de semana fui até La Push. Tomei essa decisão rapidamente para Alice não me ver. Quando voltei Edward estava louco de raiva. No final de semana que ele iria caçar me deixou praticamente em uma “prisão” na casa deles com Alice, Rosalie e Esme. Foi naquele dia que soube a verdadeira história de Rosalie, ela me contou. Disse também que sentia inveja de mim por eu ser humana, por poder ter um futuro no qual estava jogando fora. Na escola Jacob apareceu e eu fugi com ele de moto. – Arregalei os olhos. – No dia seguinte Edward sentiu o cheiro de alguém dentro do meu quarto. E eu senti falta de algumas peças de roupa também. Fomos para a casa dele no mesmo momento. Um vampiro não deixaria Charlie vivo assim. Alice não tinha visto nada. Emmett e Jasper perderam a trilha dele. E todas as possibilidades não encaixavam. Não podia ser Victoria e nem os Volturi. Alice teria visto, e Edward reconheceria o cheiro. Eles começaram a me vigiar a partir daquele dia. Acabamos contando para Jacob sobre o “visitante” e ele veio atrás do cheiro para repassar para a matilha. Agora Edward estava mais compassivo, eu podia ir até La Push porque eu estava segura lá. Charlie também passava bastante tempo com Billy e com Sue. Em uma noite escutei as lendas Quileutes com toda tribo, ao redor da fogueira. Teve uma que me chamou mais atenção. – Meus olhos brilharam de excitação. Eu gosto de histórias. – Outro dia Seth te leva pra La Push escutar essas lendas. – Minha tia disse sorrindo. Olhei pra ele que concordou com a cabeça. –Seattle estava com ataques estranhos, o número de vítimas só aumentava e eles consideravam um Serrial Killer.

– Seattle? – Perguntei assuntada. A gente não ia pra lá?

– Fica tranquila bebê, isso já faz muito tempo. – Papai disse rindo de uma forma estranha.

– Mas os Cullen sabiam que isso era coisa de vampiro. Estavam com medo de que os Volturi viessem para acabar com isso, e assim dessem uma passada por Forks para ver se eu ainda era humana. Então eles mesmos estavam com vontade de interferir. Jasper disse que um vampiro só não fazia esse estrago todo. Que deveria ser um exército de vampiros recém-criados. Foi assim que eu soube da história dele. Eu falei a mesma coisa que você quando ele terminou de contar, eles também duvidaram da minha sanidade mental. – Ela riu, e eu a acompanhei. - Alice inventou de fazer uma festa de formatura. É claro que eu estava contra, porém isso pouco adiantava. Fui até a casa de Jake. Ele se declarou para mim, falou que estava apaixonado e que eu também o amava, ele sabia disso. Disse que estaria aqui até que meu coração parasse de bater, e então ele me beijou a força e eu lhe dei um soco por causa disso. Quebrei a mão.

– O que? – Perguntei surpresa. Olhei pro Jacob que estava todo sem jeito. Ele era mesmo apaixonado pela tia Bella?

– Sim, e muito. – Tio Edward disse com repulsa.

– Edward quis matá-lo por causa disso. E eu estava com mais raiva que ele, talvez. Então eu queria mesmo que ele desse uma lição em Jacob. – Ela e tio Eddie riram. Jacob deu uma risada meio debochada. – Porém ele me disse que no dia seguinte eu iria me arrepender disso. Jacob e Edward iriam lutar por mim.

Chegou o dia da formatura e eu não tinha nada para vestir. Quando Alice chegou para me entregar uma roupa, eu liguei os fatos. Descobri que os vampiros de Seattle e o vampiro que roubou minha roupa eram o mesmo. Ela concordou e combinamos de não contar nada por enquanto á Edward, para ele não ficar disperso na formatura. Eu acabei contado pra ele depois que já tínhamos pegado os diplomas. Jantei com meu pai e depois fui para a festa. Jacob apareceu lá com Embry e Quil. Eu ainda estava com um pouco de raiva dele, porém gostava muito dele pra ficar por muito tempo desse jeito. Ele me deu um presente de formatura, uma pulseira com um pingente de lobo, feito por ele mesmo. Alice teve uma visão naquela noite, dos vampiros vindo até nós. Jacob quis saber o que tava acontecendo e Carlisle explicou tudo. Eles fizeram uma aliança, iriam lutar juntos contra o exército de recém criados. Mais tarde na mesma noite, os Cullens e a alcateia se juntaram para combinar as coisas e começarem a treinar. Jasper ensinava o que todos precisavam saber. Todos estavam muito confiantes, então pedi para Edward ficar comigo no dia da luta. Ele havia me dito que seria tão fácil que até um poderia ficar de fora, então... – Ela deu de ombros. – Eu sei que fui egoísta, contudo não ia conseguir ficar longe de Edward de novo, nem mesmo se fosse por pouco tempo. Alice tinha conseguido enganar meu pai, e eu ira passar o final de semana com “ela”. Na verdade iria passar com Edward. Naquela noite todos iriam caçar para ficarem mais fortes para á luta, e a casa seria só minha e dele. – Eu sorri maliciosamente. Papai e mamãe me olharam com cara feia. Ergui minhas duas mãos com a palma virada para frente, e fiz uma cara de inocente.

Renesmee deu uma gargalhada. – Acho que já vi isso antes.

– Edward me deu um presente. Era de sua mãe, então era antigo e por esse motivo eu aceitei.

– O que era?

– Um pequeno diamante em forma de coração. Ele colocou na pulseira de prata, ao lado oposto de onde estava o lobo. Para representá-lo também. Naquela noite eu lhe dei a minha condição. Eu queria muito que ele me transformasse. E eu aceitaria me casar com ele, aceitaria que ele me pagasse uma universidade cara e um carro novo. Entretanto para isso eu queria uma coisa. Uma única coisa... – Mamãe pigarreou cortando a tia Bells. Nós duas olhamos pra ela. – Rosalie! – Minha tia disse repreendendo-a. Elas trocaram alguns olhares. Eu sabia que através deles elas estavam se comunicando. – Bem, eu só queria que ele tentasse... Que a gente passasse a noite juntos pelo menos uma vez antes de eu virar vampira... Todos diziam que quando isso ocorresse, eu ia querer sangue mais que tudo, então eu só queria tê-lo enquanto só ele era é coisa mais importante na minha vida. Todavia ele não aceitou, queria esperar até que eu me tornasse vampira. Ele tinha muito medo de que acontecesse algo de ruim comigo. Então conseguiu me convencer a se casar com ele primeiro, daí depois tentaríamos. Mas, para isso tínhamos que fazer tudo do jeito certo. Apesar de eu não gostar muito da ideia do casamento, eu o amava acima de tudo, então aceitei. Ele se ajoelhou e me pediu em casamento formalmente com o anel que seu pai havia dado á sua mãe. – Ela levantou sua mão esquerda me mostrando um anel lindo que eu nunca vira antes. Ela geralmente usava um mais simples. Minha boca estava aberta. Coloquei meus dedos nele.

– É lindo mesmo... – Sussurrei. Ela concordou com a cabeça.

– No dia seguinte Alice me implorou com aquela carinha que ela te ensinou tão bem fazer. – Tia Bella disse revirando os olhos. Eu e tinha Alice rimos. – E com muitos argumentos persuasivos... Á fazer meu casamento. Arrumar simplesmente tudo. Acabei concordando. Eu e Edward fomos por uma trilha longa que ficava bem longe da que eu realmente teria que ir. Iria fazer uma trilha falsa para os recém-criados procurarem, no qual ia levá-los paras os Cullens e os lobos. Como era só nisso que eu podia ajudar, quis fazer bem feito. Fiz um pequeno corte no dedo e fui passando pelas árvores e pedras no caminho. Depois Jacob me carregou até o nosso local de “acampamento”, pois seu cheiro iria cobrir o meu rastro. De noite na cabana estava muito frio. Eu estava congelando. Por isso, apesar de Edward ter resistido no começo, Jacob entrou e ficou comigo para me esquentar. Á noite toda. Eles tiverem uma conversa estranha, mas boa. – Ela falou olhando pros dois e rindo de uma forma engraçada. – No dia seguinte Seth ficou no lugar de Jacob. Ele era o mais novo então eles não queriam que ele se machucasse. Por isso iria ficar junto comigo e com Edward e assim seu tio podia ler seus pensamentos e saber do que estava acontecendo na luta. – Olhei para Seth rindo.

– O que foi? – Ele perguntou sério.

– Coitadinho de você, não pôde matar nenhum vampirinho! – Eu ria. Minha risada foi contagiosa, outros já estavam rindo.

– Você é quem pensa pequena... Deixa a Bella continuar á contar. – Seth disse com um sorriso vencedor.

– Bem, eu e Edward estávamos compartilhando um com outro as noites que fazem parte das nossas listas de “melhores noites”. Ele disse que a sua preferida era á que eu havia aceitado casar-se com ele. Jacob estava perto e escutou. Ele partiu, é claro. Edward foi atrás dele por mim, para eu poder tentar explicar alguma coisa. Ele e Seth saíram e só fiquei eu e Jake. Eu tentei implorar para ele ficar comigo, para não lutar, eu não queria arriscá-lo, principalmente com ele de cabeça quente. Eu disse que o amava, mas isso não foi suficiente, porque ele disse que sabia disso melhor do que eu. Só havia uma forma de pará-lo e eu sabia disso. Então pedi á ele para que me beijasse, e ele assim vez. – Arregalei meus olhos. Renesmee estava com a cara fechada e com um bico enorme. Tio Eddie olhava para longe, eu não podia ver os seus olhos. Jacob ainda estava com uma cara de vergonha. Meus olhos estavam arregalados, fiz uma cara de nojo. Eca! Tia Bella e Jake? Seth e Nathan riram da minha expressão.

– Mamãe será que você pode passar logo essa parte? – Nessie perguntou com um sorriso forçado. Minha tinha sorriu e concordou com a cabeça.

– Claro, claro. – Ela disse continuando. – Eu percebi que o amava, e naquele beijo até consegui imaginar uma vida ao lado dele. Porém nem isso foi capaz de prendê-lo e ele foi para a luta. Eu fiquei com nojo e raiva de mim mesma pelo que fiz. Pensei que Edward nunca mais iria querer olhar para a minha cara, com toda a razão. Contudo ele foi perfeito como sempre, e não ficou com raiva de mim.

– Nenhum pouquinho? – Perguntei surpresa.

– Não. – Ela disse sorrindo e balançando a cabeça.

– Quem ama perdoa, entende, supera... – Tio Eddie disse enquanto vinha se sentar no lado dela com um sorriso enorme. Eu sorri, vendo a forma como os dois se olhavam.

– Na verdade ele me fez se sentir melhor. Achou uma maneira de colocar a culpa em si mesmo. E disse que eu deveria escolher o melhor para mim... Logo a luta começou. Edward narrava para mim tudo que via na cabeça de Seth. E então algo mudou. Seth e Edward ficaram na defensiva e seu tio o mandou ir. Victoria havia sentido o cheiro dele e sabia que eu estava onde ele estivesse. Eu estava certa, desde o início fora Victoria. Ela não estava sozinha. Junto com ela havia um vampiro que parecia ser novo de mais, recém-nascido. Eu com certeza iria morrer. Edward começou a falar com ele, conforme lia seus pensamentos tentava convencê-lo de que tudo era uma farsa, um plano de Victoria. Entretanto ela o convenceu primeiro e ele foi para atacar Edward. Nesse momento Seth apareceu e os dois começaram a lutar. No mesmo momento seu tio e ela também começaram uma luta. Percebi que Seth estava perdendo a dele, e eu não tinha como saber se Edward estava ganhando. Eles se movimentavam muito rápido, eu só podia ver vultos. Mas eu sabia que alguém estava morrendo. Então pensei que eu podia ajudar, eles precisavam de uma distração para poder atacar, e eu era quem podia fazer isso. Peguei uma pedra pontiaguda e lembrei-me da terceira esposa, eu teria que ser corajosa que nem ela. Porém uma sequência de coisas aconteceu rapidamente. Seth conseguiu acabar com Riley e Edward pegou Victoria quando ela ia fugir. Os dois trabalharam juntos trazendo todos os pedaços de corpos que havia no local e queimaram tudo. Os dois viraram bem amigos a partir daquele dia. – Tia Bella falou a última frase rindo e os dois se olharam sorrindo. Isso era verdade, os dois eram bem amigos. Tio Eddie sempre o defendia quando mamãe era muito grossa com Seth. – Demorou um tempo até eu raciocinar o que tinha acontecido. Largar a pedra... Edward conseguir me acalmar. Tudo tinha acabado lá na clareira também. Todavia aconteceu algo. Um recém-nascido ainda estava lá, escondido. Leah foi atacá-lo, sozinha, não pensou direito. Jacob foi tentar ajudar e acabou se ferindo. Mas tínhamos outra preocupação. Os Volturi estavam vindo para interferir com os recém-nascidos. – Tinha Bella falou com nojo do nome Volturi. – Por isso eu e Edward estávamos indo para lá. Teríamos que ficar todos juntos é claro. Os lobos já havia indo embora, eles não iriam aceitar uma trégua com lobisomens. Eu estava muito, muito preocupada com Jacob. Porém isso teria que ser resolvido depois. E então eles chegaram. Somente quatro deles, Jane, Alec, Demetri e Felix. Ficaram surpresos por termos conseguido acabar com um número tão grande de vampiros, e nos pressionaram com minha ainda mortalidade. Falamos que a data já estava marcada. Eles mataram uma garota na qual ainda estava lá. Ela tinha se rendido, e Carlisle e Esme lhe deram essa chance. Porém os Volturi não dão segundas chances e então a mataram. Logo eles se foram. Carlisle cuidou de Jacob, ele estava mesmo muito ruim. Tive que esperar com Alice em casa e depois ir até Charlie. Tinha que manter as aparências. Depois eu fui ver Jacob. Foi uma das piores conversas da minha existência. Resumindo... Ele ficou meio decepcionado por Edward ter sido tão bom comigo por causa do beijo, triste é claro por saber que mesmo eu amando ele isso não era suficiente, quis saber quando eu iria me casar, e se iria me transformar antes ou depois disso, houve lágrimas e “eu te amos”, e no fim uma amizade á distância, posso dizer. Ele não queria mais me ver. Porém disse que sempre estaria lá, talvez até depois do meu coração parar de bater. – Ok. Percebi que eu estava chorando de novo. Que história mais linda. Nessie não tava com uma cara tão ruim dessa vez. Tenho certeza que ela não deve gostar nada de saber que seu marido e sua mãe já tiveram uma história, porém essa parte é bonita demais para ter raiva. – Eu coloquei a Alice algumas regras para o casamento. Não podia ultrapassar o dia 13 de Agosto porque eu não queria ficar mais velha oficialmente, eu teria que rever a lista de convidados, e ela não poderia exagerar porque se não eu nunca mais iria olhar para ela. Eu e Edward fomos então para nossa clareira, e lá eu pude ver que apesar de tudo eu também queria muito me casar com ele. Eu queria estar ligada de todas as formas possíveis á ele. – Ela disse sorrindo. Suspirei. Um dia eu realmente queria ter um amor assim.

– Ei, eu não entendi algumas coisas que você disse... Eu meio que entendi pelo que acho, mas... – Falei meio confusa.

– Seth, será que você pode explicar como eu consegui saber o que tava acontecendo na clareira através dos seus pensamentos? – Tio Eddie disse depois de ler meus pensamentos. Obrigada. Pensei. Ele sorriu.

Seth sorriu e olhou na minha direção. - Bem, nós podemos ler os pensamentos um dos outros. Ou melhor, escutar tudo. Somente quando estamos em forma de lobo. É através dessa ligação que Edward pode saber o que estava acontecendo lá. Através das mentes da matilha.

– Legal! – Falei. Isso era interessante.

– Nem tanto... A gente escuta todos os pensamentos, então quando alguém está, er... apaixonado, temos que aguentar isso também. Ou sofrendo... – Ele disse olhando pra Leah e depois para Jacob. Eu dei uma risadinha. – Da pele quente acho que você já percebeu. É isso mesmo. Nossa temperatura é muito alta. Nunca sentimos frio.

– Nunca?

– Não. Podemos estar pelados na neve que mesmo assim não sentiríamos frio. – Mamãe lhe olhou com um olhar reprovador pela sua comparação. Eu só ri. - Comemos muito mesmo. Para manter esse corpinho é preciso de massa. – Falou dando um piscadinha e passando a mão pelo abdômen. Caí na gargalhada. Todos riram menos papai, mamãe e Leah. Ela lhe deu um tapa na cabeça. Ele fez um biquinho fofo. Depois esperou eu parar de rir para continuar. – Temos também que respeitar o comando do nosso alfa acima de tudo. Todas as decisões do líder têm que ser respeitadas. A princípio essas são as principais coisas que você tem que saber. – Ele disse com um sorrisinho. Concordei com a cabeça e virei-me para olhar tia Bella.

– Demorou, mas o grande dia chegou. Na noite anterior Edward foi para a sua “despedida de solteiro”. Na verdade foi caçar com Emmett e Jasper. E eu tive um pesadelo com crianças imortais.

– Crianças? – Perguntei levantando uma sobrancelha. Minha tia olhou para vovô.

– Crianças imortais eram muito comuns antigamente. Muito antigamente. Elas eram perfeitas e muito encantadoras. – Meu avô começou a explicar. – Porém elas não tinham controle, podiam matar uma vila toda. Então os Volturi acabaram com todas as crianças imortais e seus criadores. A mãe de Tanya, Irina e Kate criaram uma criança imortal uma vez, sem elas saberem. Essa e ela foram mortas na frente delas.

– Essas são as suas primas do Alasca não é? - Perguntei a vovô. Eu já tinha ouvido falar sobre elas. Na verdade pelo que eu me lembro são três mulheres e dois homens. E o nome de uma delas parecia ser Carmem... Ok, elas também era vampiras?

– Sim. Elas mesmas. Antes que pergunte, sim elas têm o mesmo estilo de vida que nós. Ou melhor, todos os cinco. Carmem e Eleazer, Kate e Garrett, e Tanya. São os únicos “vegetarianos” que encontramos até hoje. Até então eram três irmãs, e Carmem e Eleazer, que se juntaram á elas. Depois você vai entender melhor. – Meu avô terminou.

– Eu sonhei com uma criança assim. Foi um pesadelo bem ruim. – Tia Bella continuou. – Alice e Rosalie cuidaram de mim o tempo todo no dia seguinte. Deixando-me maravilhosa como Allie dizia. Eu não pude ver Edward nem a decoração. Renée e Charlie apareceram quando eu já estava pronta. Eles me deram presilhas com safiras azuis que mandaram colocar, que eram da minha avó. Logo já estava na hora. E eu não sabia o que fazer. Estava muito, muito nervosa. – Ela riu com o pensamento. Eu sorria. – Foi difícil até de andar. Reparei rapidamente nos botões de flores brancas e laços que haviam por todos os lados, e na multidão de pessoas que estavam olhando para mim. Fazendo-me corar muito. E então eu o vi, ele encheu minha visão e dominou minha mente. Seu sorriso era de tirar o fôlego. E a única coisa que me prendia de correr pra ele, era a mão de Charlie segurando a minha. Nossos votos foram simples, palavras tradicionais que já foram ditas milhões de vezes. Porém pedimos para fazer uma pequena mudança. Trocar a frase “até que a morte nos separe” para “enquanto nós dois vivermos”.

Eu não me dei conta de que estava chorando até a hora de dizer as palavras tão esperadas. Quando foi a vez dele de falar, as palavras soaram claras e vitoriosas. Depois que o Sr. Weber nos declarou marido e mulher, e nossos lábios se encontraram eu esqueci de tudo. – O sorriso no rosto dos meus tios era lindo. Tio Eddie estava acariciando com o polegar a mão que ele segurava da minha tia. Os dois estavam tão fofos na minha frente. – A festa percorreu muito, muito bem. Alice tinha se superado em tudo. A decoração estava perfeita, e eu estava praticamente irreconhecível. E então eu tive um presente de casamento surpresa. Edward me levou dançando para o meio da floresta, e lá Jacob apareceu. Edward nos deixou sozinhos. Eu já estava chorando por ele estar ali. Jake havia se distanciado de todos desde que se curou. Vivia em forma de lobo e não queria falar com ninguém. O pouco que sabíamos sobre ele era o que os outros lobos podiam escutar em seus pensamentos. Eu estava muito feliz em poder vê-lo. Tudo estava muito bom, porém eu acabei falando que iríamos ter uma lua de mel normal e ele não aceitou isso. Disse que eu só podia estar louca, ele iria me matar. Gritou. Logo Edward apareceu. E Sam, Seth e Quil. Conseguiram levá-lo para longe. Eu estava me xingando muito, tudo era culpa minha...

–Não mesmo! – Jacob e tio Edward disseram ao mesmo tempo. Ela deu de ombros.

– O resto do casamento ocorreu perfeitamente bem. E então quando percebi já estava na hora de partimos. Eu não sabia para onde iríamos. Ninguém havia me dito. A despedida com Renée e Charlie foi bem ruim. Eu sentiria muito a falta deles.

– Mas você vê seu pai, não é? – Cortei minha tia.

– Sim. Contudo eu não sabia que iria conseguir vê-lo depois que me tornasse vampira... – Minha tia respondeu. Concordei com ela. – Vi pelo vidro do carro pela última vez os rostos dos meus amigos, o do meu pai, mamãe e Phil, além dos rostos da minha nova família. Logo estávamos voando e indo para o nosso paraíso. Fomos para o Rio de Janeiro.

– Rio? – Perguntei praticamente com um grito. Meu coração estava batendo forte. E inúmeras lembranças me atingiam. Fechei os olhos com força até que tudo desaparecesse. Eu odiava lembrar-me daqueles momentos.

– Você está bem? – Minha tia disse acariciando meu braço. Concordei com a cabeça e depois abri os meus olhos. Ela estava bem mais perto de mim. Sorriu aquele sorriso reconfortante.

– Desculpa. – Murmurei. Percebi que todos me olhavam preocupados.

– Não por isso. Quer que eu pare um pouco?

– Não. Pode continuar. – Falei depressa.

– Certo. Rio de Janeiro foi só uma parada. Fomos para a Ilha de Esme que fica cerca de meia hora da cidade. Foi um presente de Carlisle para a Esme.

– Uau!

Ela riu. – Sim. Era nessa ilha que Jacob e Nessie estavam quando te encontramos. Eles não estavam com nós no dia. Bem, eu tenho que resumir essa parte porque se não sua mãe arranca a minha cabeça... – Nós duas rimos e mamãe concordou. – Essa tinha sido a melhor noite da minha vida até então.

– Vocês, er... conseguiram? – Perguntei meio sem jeito. – Tipo, titio não te machucou?

– Não tanto quanto eu pensava que iria acontecer. No dia seguinte eu acordei em êxtase. Feliz de mais. Percebei que o quarto todo estava destruído. Tínhamos feito muita bagunça. Porém esse não era o pior. Havia hematomas por todo o meu corpo e por isso ele não iria mais me tocar dessa forma enquanto eu fosse humana. Ele achava muito perigoso. Durante os próximos dias Edward me levava para fazer várias atividades diferentes durante o dia, para que a noite eu estivesse cansada de mais. Contudo certa noite eu tive um sonho muito bom e acordei chorando. Ele pensou que era um pesadelo, mas eu lhe disse que era porque havia acabado. E então eu implorei e ele se rendeu com minhas lágrimas... Os próximos dias foram muito melhores, havia um clima... tranquilo. Eu estava dormindo e comendo muito mais do que o de costume. Pensei que fosse aquele lugar que estava fazendo aquilo comigo.

Acordei assustada com um sonho e percebi que Edward não estava lá. Ele deixou-me um bilhete dizendo que fora para o continente caçar e que já voltava. Então resolvi comer alguma coisa. Senti um gosto estranho no frango quando estava comendo-o então joguei tudo fora. Acabei me sentindo muito cansada e pegando no sono no sofá. Acordei com Edward passando a mão pela minha testa, e me pedindo desculpas por não ter pensado no quão quente eu ficaria com sua ausência. Corri para o banheiro e vomitei violentamente. Achei que fosse o frango estragado e depois de uma hora comi de novo. Deitei meio sonolenta e logo senti a dor estranha no meu estomago novamente, corri e vomitei tudo. Quando eu estava mexendo no kit de primeiros socorros que Alice tinha posto na mala para mim, encontrei uma caixinha de absorvente e então me assustei. Contei várias vezes. Perguntei á Edward quantos dias fazia desde o casamento e contei de novo. Minha menstruação estava cinco dias atrasada. É claro que isso era impossível. Era o que tentava dizer a mim mesma enquanto minha mão já estava acariciando minha barriga. O celular de Edward começou a tocar e eu tive que atender, ele não se mexia. Era Alice e depois Carlisle. Eu lhe disse que sabia que isso era estranho, mas eu achava que estava grávida. Algo tinha se movido dentro de mim. Edward então se mexeu e quis falar com Carlisle pelo telefone. Tínhamos que voltar para casa. Antes disso a mulher do caseiro que pertencia a uma tribo indígena de lá, e já suspeitava que Edward fosse vampiro, apareceu. E ela disse apenas uma palavra quando tocou na minha barriga. Morte. – Meus olhos se arregalaram. – Edward falou que isso tudo estaria acabado em breve. Mas eu não podia deixar isso acontecer, então liguei para a única pessoa que eu sabia que iria me ajudar. Rosalie. Ela na verdade foi à única que ficou do meu lado. Carlisle não conseguia ver o feto porque o que lhe envolvia era grosso demais para agulhas e ultrassonografia penetrarem. Alice não conseguia vê-lo e nem o meu futuro porque o bebê bloqueava. Estava crescendo muito, muito rápido. Em dias eu já estava parecendo está grávida de messes. E me machucava muito. Porém eu já o amava, ele era meu. Eu não ia deixar ninguém fazer nada de mal com ele. Rosalie era quem me protegia.

Jacob apareceu e foi algo difícil. Explicar para ele também. Ele e Edward tiveram uma conversa, e ele tentou me convencer á desistir disso, contudo eu não aceitei, não podia aceitar. Era meu filho. Ele se foi por que não me queria ver morrer, porém voltou mais tarde. Quando contou para matilha eles quiseram me matar, porque ninguém sabia se o que eu estava gerando não seria um risco para todos. Mas ele não aceitou, não ia deixar que me matassem, então reivindicou a decisão de Sam que era o alfa, e saiu do bando. Seth foi atrás dele, ele não ia ficar contra os Cullens e contra Jacob, e Leah não ia deixar seu irmão morrer, então também veio atrás deles. E assim se formou outro bando, com Jacob como “alfa”. A cada dia que passava eu ficava pior, mais fraca. Não conseguia comer, eu vomitava tudo que entrava. Entretanto eu iria continuar até o fim. E quando o bebê estivesse á salvo e eu morrendo eu queria que alguém me transformasse. Esse era meu plano, eu iria ser forte o suficiente. Jacob pensou em uma coisa que nos ajudou muito, certo dia no qual eu estava muito ruim. Pensou que o bebê talvez quisesse sangue. E era realmente isso que ele queria. Carlisle tinha sangue humano que havia pego do hospital - junto com vários aparelhos médicos- para o caso de eu precisar. A minha melhora foi evidente. Mas é claro que eu ainda não estava totalmente bem.

Eles estavam muito tempo sem caçar, não podiam ir porque Sam estava cercando a casa, porém todos precisavam, e o sangue humano estava acabando, Carlisle tinha que buscar mais. Jacob ajudou, conseguiu enganar Paul, Quil, Collin e Jared, á tempo de Emmett, Esme e Carlisle passarem por Sam. Os Cullen estavam bastante agradecidos com Jake. As coisas estavam andando bem. Edward enfim aceitou o bebê quando ele conseguiu ouvi-lo e perceber que ele era puro. Eu já tinha nomes para o bebê, se fosse menino seria E. J. , Edward Jacob, e se fosse menina seria Renesmee, a junção do nome das nossas mães, Renée e Esme. Eu estava me levantando para ir ao banheiro com ajuda de Rosalie, quando derrubei a taça de sangue que segurava no sofá. Ao mesmo momento fiquei mole. Uma dor que jamais senti me derrubava no chão. Rosalie me segurou antes que eu batesse minha cabeça. Eles logo tiveram que me levar para o escritório de Carlisle. Edward injetou morfina em mim. Carlisle estava muito longe, não havia tempo para esperar por ele. O bebê estava morrendo. Eu gritei para tirá-lo logo, para salvar o meu bebê. Rosalie foi com o bisturi e cortou minha barriga. Naquele momento a quantidade de sangue foi de mais para ela. Jacob conseguiu retirá-la da sala. Depois voltou e ajudou Edward á me reanimar. Edward tirou o bebê de dentro de mim rasgando a placenta com seus dentes. Renesmee. Era uma menina. Pedi para que ele a desse para mim. Ela era tão linda. Então ela me deu uma pequena mordida no seio. Edward lhe tirou de mim no mesmo instante. E meu coração então parou de bater. Rosalie a levou de lá. Edward injetou uma seringa com seu veneno diretamente em meu coração. E deu várias mordidas em vários lugares do meu corpo, nos lugares que tinham maior circulação de sangue. Jacob saiu da sala, ele não aguentava mais aquilo. Mas Edward continuou lá tentando me reanimar até que foi obrigado a sair. A matilha de Sam estava vindo, eles queriam matar o bebê. Então Alice, Jasper, Edward, Leah e Seth lutaram contra eles. Porém estavam em menor número. Logo Emmett, Carlisle e Esme chegaram e ajudaram-lhe. Só uma coisa foi capaz de parar essa luta. – Eu estava curiosa, queria saber o que ia acontecer. Mas minha tia parou e olhou para a minha mãe. As duas se olhavam de um jeito estranho, estavam se comunicando novamente através de olhares. Mamãe estava com a cara fechada, e papai estava com uma cara pior. Todos olhavam para eles. Tio Eddie revirava os olhos para papai. O que estava acontecendo?

– O que foi? – Perguntei. Alguém pode me dizer?! Gritei nos meus pensamentos.

– Nada querida... – Tio Eddie me respondeu sorrindo. Senti uma onda de tranquilidade. Olhei com cara feia para o tio Jazz que sorriu sem graça.

Tio Edward olhava fixo para meu papai que bufou, e depois deu de ombros enquanto olhava para mamãe.

– Pode continuar a contar a história Bella. – Minha mãe disse simplesmente.

Minha tia sorriu. - Jacob teve uma coisa pela Renesmee quando a viu. Uma coisa que lhe impediu de matá-la.

– Que coisa?

– Um Imprinting. – Ela respondeu sem falar mais nada. Revirei os olhos. Eu não era adivinha!

– O que é isso? – Perguntei entediada. Ela olhou para Seth. Segui seu olhar. Quando ele virou para mim seu olhar era intenso.

– Imprinting é uma espécie de amor á primeira vista que acontece com nós lobos. Só que muito, muito mais forte. Quando você olha para a pessoa pela primeira vez, seu mundo para. Daquele dia em diante nada mais te segura aqui, só ela. Seu mundo gira em torno dela. E você seria qualquer coisa por ela. Um amigo, um irmão, um protetor... Faria qualquer coisa para estar perto dela. – Seus olhos brilhavam conforme ele dizia. Eu estava encantada com isso. – Foi isso que aconteceu com Jacob quando ele olhou para Renesmee. Sabe, o imprinting não tem idade e nem hora para acontecer. E foi graças á esse imprinting que Jacob conseguiu parar Sam. Essa é uma das nossas maiores regras. O objeto de imprinting do outro nunca pode ser machucado. Nunca.

– U-A-U! – Pronunciei cada letra com um sorriso no rosto. Seth voltou à fisionomia de antes. Com aquele sorriso bobo no rosto. – Mas como isso funciona? – Seth deu de ombros com a minha pergunta.

– Não tem como explicar... – Jake começou a dizer. – Somente vendo ou sentindo para saber.

– Você é o único que já teve um imprinting? – Perguntei á ele.

– Não. Têm vários... Mas falamos disso depois. Agora vamos deixar a Bella continuar.

– Ok. – Falei voltando a olhar para a minha tia.

– Vou resumir essa parte. A dor da transformação é a coisa mais terrível que você pode imaginar. Eu não podia nem gritar ou me debater porque a morfina havia me paralisado. Eu senti cada membro se paralisando com o veneno. E o último foi meu coração. E então eu estava mudada. – Ela sorriu.


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Notas finais do capítulo

E então??
Mereço reviews? Se não tiver nenhum eu entendo, fiz por merecer e tal's. Mas eu preferia até ganhar xingamentos, pq daí eu ia saber se tem alguém q se importa com a fic c:
Olha eu pesquisei no Wikipédia várias coisas sobre a vida deles para ter mais detalhes, afinal não sou uma máquina que lembra de tudo néh kkk' E tbém nos livros, como por exemplo resumi bastante de quando Jasper conta pra Bella em Eclipse.
Eu sei que já faz um tempinho, mas que, aí foi ver amanhecer parte 2 no cinema? Choraram?? Eu chorei muiito :')
Gentee, dia 11 é o meu niver, então vou tentar postar a outra parte essa semana e outro capítulo na terça, daí se lembrem de me dar os Parabéns, ok?? kkkk'
Olha, a partir de hj eu to de férias então agora vou ter mais tempo para me dedicar a fic C:
Beijoooooooooooooos *---------------*