Uma Nova Vida escrita por Jana


Capítulo 23
Capítulo 22 - A verdade


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiieeeeee :D
Demorei muito muito néh? kkkkkkkkkkkkkkkk' eu seii! podem me xingar a vontade :P
Mas se ainda tem alguém aí... Boa Leituraaa! >



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– Como? Não pode ser... Que brincadeira é essa mamãe?! – Eu disse.

– Não é nenhuma brincadeira... – Mamãe respondeu triste.

– Como não? Isso é impossível! – Gritei. Ela abaixou a cabeça e olhou para as suas mãos. – Mamãe... Por quê? Pra que iríamos sair de Forks?

– Seu avô ganhou uma boa proposta de trabalho... E já estamos tempo de mais aqui...

– Isso não é motivo! Vovô Carlisle tem dinheiro o suficiente para montar seu próprio consultório, mas ele nunca fez isso porque gosta de ajudar os mais pobres. Não temos o porquê de ir embora! Eu não vou! – As palavras saiam mais duras do que eu queria. Eu nunca havia gritado daquela forma com a minha mãe. Percebi que as lágrimas já estavam escorrendo pelo meu rosto.

Mamãe me olhou de uma forma melancólica.

–Você não está me perguntando... Só está me informando, não é? Já está decidido... – Mamãe concordou enquanto segurava as minhas mãos. – Mas eu não quero me mudar! Eu não quero começar tudo de novo!

– Filha a gente vai dar um jeito... Você vai poder visitar seus amigos. – Ela disse tentando me acalmar. Foi então que percebi.

– Eu não vou ficar longe da Katie! Nunca! O que é isso? Eu não posso ficar longe da minha melhor amiga! – Comecei a gritar de novo enquanto minhas lágrimas escorriam mais rapidamente.

– Você vai falar com ela todos os dias. Como acontece com a Tiff e com o Seth.

– Não! Eu nunca vou conseguir! Com a Katie é diferente... É impossível eu ficar longe dela por mais de um dia... Ela faz parte do meu dia-a-dia, é como ficar sem dormir ou comer. E na escola como seria? Ai meu Deus! E a escola? Eu não quero uma escola nova! Eu gosto dos meus amigos e dos meus professores! E da nossa casa... Eu não quero uma casa nova!

– Meu amor, você vai se acostumar á não vê-la todos os dias. E vai falar com ela sempre. A casa será igual é essa, só o lugar é diferente. Sua escola será a melhor da cidade, tenho certeza que você vai gostar. E bebê, não é longe. A gente vai para Seattle.

– Mas, não. Não... Mamãe. Por favor! Eu não quero me mudar. Mesmo se for para Seattle. É mais longe de La Push... E... Não mãezinha! – Minha voz ia diminuindo enquanto eu falava.

Mamãe pensou por um momento e depois deu um pequeno meio sorriso, que não chegara aos seus olhos. – Tudo bem... Nós podemos ficar aqui. Compramos uma casa menor. Eu e seu pai podemos ir todo o dia trabalhar em Seattle e voltamos no final do dia. Você continua na escola e após o período de aula pode ir para a casa da Katie ou fazer alguma atividade extra. Não ia mudar praticamente nada para você...

Um sorriso começou a aparecer nos meus lábios, porém entendi rápido de mais o que a mamãe quis dizer. – Quando você diz “nós”, você quer dizer papai, você e eu?

– Sim. Os outros iriam se mudar normalmente. Eu e seu pai os viríamos todos os dias, enquanto você poderia falar com eles por telefone ou pelo computador. Aos finais de semana você revezaria, em um visitava a Tiff, em outro o Seth e no outro a nossa família. Assim não irias ficar sem ver a Katie.

Comecei a soluçar enquanto a realidade me atingia. Eu não tinha escolha, minha vida ia mesmo mudar. A única coisa que minha mãe podia fazer era isso. E eu nunca iria conseguir viver sem ter minha família do meu lado. Sem escutar as histórias do vovô Carlisle, que mesmo trabalhando tanto, sempre tem tempo para mim. Sem comer as gostosas comidas e receber os beijos da vovó Esme. Sem ver a tia Alice dançando por aí e dando pulinhos de alegria sempre que for fazer compras. Sem sentir a tranquilidade e ver o lindo sorriso que me acalma do tio Jasper. Sem sentar no colinho da tia Bella e receber seus carinhos. Sem estudar e tocar piano com o tio Edward. Sem passear todos os dias pela floresta com a Leah. Sem cantar e dançar com o maluco do Nathan. Sem conversar e contar todos os segredos para a Renesmee. E até mesmo sem brigar todos os dias com o Jacob. Minha família é a coisa mais importante da minha vida. E eu sabia que nunca iria conseguir me afastar deles.

– Não mamãe. Se for mesmo para gente mudar de cidade, será todos juntos. – Falei isso enquanto ela me puxava para si. Deitei em seu colo e deixei minhas lágrimas escorrerem.

– Você vai continuar a vendo bebê. Eu sei que vai ser difícil, mas você vai se acostumar com tudo isso...

Depois de um tempo eu já tinha parado de chorar. Sentei-me de frente para ela.

– Apesar de já está acabando o primeiro semestre, você já vai entrar na escola. Iremos ir para Seattle Domingo. Você vai começar segunda-feira na escola. Tudo bem?

Concordei com a cabeça. – Vou dormir agora, ok?

– Tudo bem princesa. – Mamãe beijou minha testa e me abraçou. – Eu amo você!

– Eu também mãe... Para sempre!

Ela sorriu e fechou a porta. Eu demorei a pegar no sono, fiquei pensando em muita coisa. Pensei em todos os anos da minha vida. Desde a parte mais sombria, lá no Brasil. Pensei em tio José, enquanto me batia uma saudade repentina dele. Pensei em como minha família me ajudou a me curar, tanto por fora como por dentro. Pensei em como eu mudei, deixei de ser aquela menina que tinha medo de tudo e de todos, e passei a ser uma garota espontânea, simpática e muito amorosa. Tudo graças á todos os meus anjos, nos quais hoje não consigo viver nenhum dia sem. Minha anja Rose, na qual hoje é a melhor mãe do mundo. Meu anjo de cabelos encaracolados, no qual hoje é o melhor pai do mundo. Meu anjo loiro, que hoje é o avô mais compreensivo, e meu anjo sorridente, no qual hoje é um tio maravilhoso. Pensei no dia em que conheci Nathan e Leah, em como eles foram bons para mim, e em como eu me apaguei ao Natt naquele mesmo momento. No dia em que conheci todos de La Push, em como eles viraram a minha segunda família. No momento em que vi Seth e depois a Tifanny, em como eles rapidamente já viraram pessoas tão importantes na minha vida. Pensei no meu primeiro dia de aula, e na forma como a Katie me acolheu. Pensei em todas as pessoas que eu conheci nesses cinco anos. Minha vida era tão maravilhosa. Eu realmente não queria nenhuma mudança. Peguei no sono em meio aos meus pensamentos.

Naquela noite sonhei com mamãe e papai correndo de mãos dadas comigo ainda uma menina de nove anos. Estávamos em um túnel cercado por grandes árvores. Corríamos sorridentes. Logo eu virei à garota de 13 anos que sou hoje. Saímos do túnel chegando a um jardim florido. Lá corria um riacho e o sol iluminava tudo. Meus pais haviam soltado da minha mão e ficado para trás. Virei-me para olhá-los. Os dois brilhavam como mil diamantes, estavam mais lindos do que o comum. O sonho se transformou e agora eu estava correndo com a Tifanny e o Seth, em outra floresta. Como no meu sonho de cinco anos atrás, os dois viraram grandes lobos. E eu novamente continuei a correr ao lado deles.

Acordei assustada e com milhares de coisas dançando em minha cabeça. Os rostos da minha família. Vários momentos comuns do dia-a-dia. Minha mente flutuava em diversas partes desses anos, e muitas coisas se juntavam involuntariamente. Percebi que eu nunca havia visto meus tios, meus avôs e meus pais no sol e nem comendo. Todas às vezes eles já tinham comido ou não estavam com fome. Percebi também, que a textura de sua pele era dura e a temperatura fria, sendo que a do Seth, a da Tiff, do Nathan, da Leah, do Jake e a da Nessie eram quentes de mais. Lembrei-me do dia em que percebi que os seus olhos mudam de cor, de dourado para pretos. E o humor deles muda junto com a cor dos olhos. O jeito como todos eram extremamente parecidos, no mesmo momento em que cada um era diferente, com característica opostas, mesmo não sendo parentes de sangue. Percebi que eu nunca consegui chamar a Nessie e o Nathan de tios, algo sempre me disse que eles não eram isso. Pareciam ser novos de mais. Na verdade todos pareciam isso, nunca mudaram ou pareceram mais velhos durantes esses anos. Comecei a lembrar de lobos por vários lugares, como em camisetas que o Seth me deu, no urso de pelúcia da Nessie, na pulseira da tia Bella, em quadros da Tifanny... Lembrei que tanto eu, como a Nessie, a Leah, o Nathan, e várias outras meninas e mulheres de La Push, tinham um bracelete igual. Coisas bobas que eu nunca liguei agora vinham na minha direção, como se estivessem sendo jogadas na minha cara. A pele pálida da minha família, a beleza sobrenatural, como eles sempre fazem as coisas exatamente perfeitas em tudo, a forma em que as pessoas se afastam deles, o calor da pele de Seth e o frio da pele do papai, as piadinhas feitas entre eles nas quais eu nunca entendi, as minhas perguntas que nunca foram respondidas, a citação de “Volturi” em algumas conversas, os quadros estranhos no escritório do vovô, a ligação com o pessoal de La Push, o pai da tia Bella e a mãe da Leah e do Seth, o forte carinho que a Nessie tem pelo Nathan do mesmo jeito que a tia Bella tem por ela, os sonhos malucos que já tive, o jeito como tio Edward sempre sabe o que eu quero, a forma como me sinto calma perto de tio Jazz... Tantas coisas bobas... Mas algo me dizia que tudo fazia parte da resposta que eu procurava. O porquê da nossa mudança envolvia muitas coisas.

(...)

Percebi que havia pegado novamente no sono quando dei um pulo com o barulho do meu despertador. Abri os olhos devagar.

– Bom dia querida. – Mamãe que estava sentada na minha cama disse.

– Bom dia mãe. – Respondi sentando-me.

– Como dormiu? – Ela perguntou. Demorei um pouco para responder enquanto reparava em minha mãe. Ela ainda estava de pijama, mas não parecia nenhum pouco com alguém que acabara de acordar. Seu rosto era perfeito mesmo sem nenhuma maquiagem, parecia estar em um comercial.

– Não muito bem. Sonhei com muitas coisas e no meio da noite acordei. Fiquei pensando em minha vida...

– Em sua vida bebê? – Ela perguntou. Tive a leve impressão de que ela já sabia disso.

– É, pensei desde a parte em que ainda morava no Brasil...

– Algo que você já devia ter esquecido.

– Não, tudo bem. Em todos os contos de fada e em todas as histórias de livros e filmes há uma parte triste, uma parte sombria. E no final eles vivem felizes para sempre. Eu vejo como se aquilo fosse à tempestade e vocês fossem o sol que iluminara a minha vida, e me resgatara da escuridão. – Quando terminei de falar percebi que mamãe estava dando pequenos soluços. Percebi também que nunca havia a visto lágrimas em seus olhos.

– Amo você! – Ela falou me abraçando. Senti sua pele fria e dura contra a minha.

–Eu também.

– Huum... Vamos combinar assim: Você tem até quarta-feira para falar para Katie que iremos nos mudar. Se puder peça á ela que não conte pra ninguém, assim como você não vai contar. Pode deixar que o resto a gente resolve.

– Mas porque eu não posso contar?

– É melhor assim, acredite... – Minha mãe disse levantando-se. Suspirei. Esperava que ninguém soubesse disso, mas eu tenho certeza que havia algo muito estranho nessa história. Isso era mais uma prova.

– Vou me trocar. – Eu disse levantando e indo em direção ao meu closet. Escolhi minha roupa e depois fui ao banheiro. Após me trocar desci as escadas.

– Bom dia. – Falei para as pessoas da minha família que estavam em casa. Todas, menos o vovô. Não iriam para as suas respectivas faculdades hoje? Tudo bem, eles deviam ter parado mais cedo, já que vamos nos mudar segunda. Papai veio até mim e me abraçou.

– Desculpa filhota. – Ele disse. Eu dei um pequeno sorriso. Sua pele era exatamente igual a da mamãe, tanto na cor como na textura. Seus olhos estavam escuros hoje. Toquei de leve as manchas roxas de baixo dos seus olhos, que ficavam mais visíveis quando eles estavam pretos. Ele levantou as sobrancelhas. Dei de ombros e fui em direção á cozinha. Tomei o café da manhã em silêncio.

– Você quer que eu te leve para á aula hoje? – Nathan perguntou quando eu passava pela sala. Parei e olhei em sua direção. Visualizei tudo ao seu redor. Ele estava sentado no meio de um pequeno sofá com Renesmee ao seu lado. Os dois eram muito parecidos. A cor dos olhos, os traços do rosto, a forma da boca. Jacob estava em pé atrás da Renesmee. Rapidamente misturei a pele dos dois. Minhas aulas de artes e minha percepção me diziam que a cor daria exatamente o tom de pele de Nathan. O cabelo dele era exatamente igual ao de Jacob. Leah estava sentada no braço do sofá segurando a mão de Nathan. Era engraçada a forma como eles se protegiam. Jacob a Nessie, Nessie o Nathan e Nathan a Leah. Porém apesar dessa ligação que era nítida entre eles, os quatro eram os mais normais da sala. Olhei em direção ao resto da sala. Mamãe estava sentada em uma cadeira e papai estava sentado no tapete aos seus pés. Vovó estava sentada no outro sofá junto ao tio Jasper e a tia Alice. Tia Bella e Tio Edward estavam em um banco atrás do sofá de Renesmee, como se estivessem preparados á salvá-la á qualquer momento. Todos eles menos meus pais, estavam com os olhos dourados. Suas peles também eram iguais e a semelhança entre eles era intrigante. Perfeitos como em uma pintura. Perfeitos como anjos. Nathan e Leah, Jacob e Renesmee, não se encaixavam na pintura. Pareciam intrusos. Apesar de serem belos, não se comparavam á beleza estranha dos outros da minha família. Porém Nathan e Nessie tinham alguma coisa á mais. Leah e Jacob radiavam alguma coisa também, mesmo em menos proporção que os outros. Meu reflexo no espelho da sala me chamou atenção. Olhei para lá, vendo uma pequena garota, bonita até, porém simples demais. Faltava alguma coisa nela. Talvez á pele dela pudesse ser mais clara. Os olhos poderiam ser dourados. Seus traços poderiam ser mais marcados. Seu cabelo poderia ter mais brilho. Conforme pensava eu via ás mudanças em mim. Bufei. O que estava tentando fazer? Eu só podia estar louca. Balancei a cabeça, e por um momento tudo voltou ao normal. Aquela era a minha família. Eu estava pensando exatamente o que? Mas aquilo durou por pouco tempo, e acabei percebendo que havia algo ali.

– Tudo bem. Vou terminar de me arrumar. – Eu disse á Nathan e subi de elevador.

Arrumei-me quase involuntariamente. Meus pensamentos corriam á todos os lugares imagináveis. Eu pensava em detalhes nos quais nunca percebera. Meros lampejos viam á todo minuto. Concentrei-me por um momento e respirei fundo algumas vezes. Pensei em uma tela branca. Por um momento isso era tudo que eu pensava. Porém gotas de sangue apareciam. E depois olhos estranhos. Abri os meus rapidamente. Ok, pensar em uma tela branca não era á melhor opção. Tentei controlar meus pensamentos e meus sentimentos, trancando-os dentro de mim. Pensava só no necessário. O resto eu escondia. Olhei-me no espelho antes de ir. Peguei minha mochila e desci as escadas. No caminho Nathan tentou puxar assunto várias vezes. Mas eu logo colocava um fim á conversa. Ao lado dele eu conseguia pensar mais. Parecia que eu não precisava esconder meus pensamentos e nem meus sentimentos, pois ele era normal.

Quando Nathan estacionou pude ver Katie me esperando sorridente no mesmo lugar de sempre. Samantha, Lily e Alexis estavam com ela. Ótimo, bem fácil de conversar com um monte de gente junto. Geralmente era só o Henry que fica junto. Estranho. Virei-me para olhar o Nathan. Suspirei e com certeza minha fisionomia não era das melhores.

– Minha última segunda-feira então? – Perguntei. Ele torceu a boca, com um olhar triste e me abraçou.

– Desculpa Sarinhah. Eu juro que tentei argumentar por causa de você, mas realmente é preciso. – Ele disse mexendo no meu cabelo. Realmente eu não iria conseguir ficar sem o Nathan. Depois de um tempo soltei do seu abraço. – Se precisar pode ligar. Boa Sorte! – Confirmei com a cabeça e sai do carro.

– Bom dia melhor amiga do mundo! – Katie disse pulando em minha direção. Ela me abraçou forte como sempre fazia. Normalmente eu começava a pular junto com ela. Apesar de nos vermos todos os dias, sempre fazíamos isso, parecendo duas loucas. Porém hoje eu não estava com humor para isso. Seria á última segunda-feira que ela me dizia bom dia nessa escola. Dei um meio sorriso quando ela me soltou. Ela ergueu as duas sobrancelhas, já tinha percebido que tinha algo estranho. Dei de ombros. Estreitou os olhos para mim. As garotas me cumprimentaram e fomos direto para as nossas mesas.

– Cada o Henry? – Perguntei depois de um tempo.

– Aquele idiota tá bravo comigo. Ele é muito criança, fica bravo por tudo. – Katt disse revirando os olhos.

– Quem fez o trabalho de Matemática? – Alexis perguntou. Lily disse que sim e ela começou a copiar o assunto.

– Ah! Lembrei... Katie vem comigo para falar com a Dona Amélia? – Samantha disse puxando sua mão. Katie me olhou com uma cara de “Sinto muito” e foi. Suspirei e levantei-me.

– Vou dar uma volta. – Falei pegando minha mochila e andando. Eu ia sentir falta disso. Dessas árvores e dessas mesas, desses dias nublados, dessas brincadeiras e brigas, dos garotos correndo, das brincadeiras nas poças d’águas ou na neve, e principalmente das pessoas.

Henry veio na minha direção com Javier e Ben.

– Bom dia Sarah! – Ele disse me dando um beijo no rosto. Os outros dois também me cumprimentaram.

– Bom dia meninos. – Eu disse. – E então Henry o que aconteceu com você e a Katie? – Fui direta. Os meninos riram.

– Nada não... É só que ás vezes é difícil de entender a sua amiga. Não sei como você consegue. – Ele me respondeu enquanto íamos em direção aos prédios.

–Eu sei como é... – Katie realmente era difícil de entender. Eu era a única que a compreendia. Entendíamos-nos só com um olhar. Eu ia sentir muita falta disso também.

– É... Hoje definitivamente não é seu dia de sorte meu amigo. – Javier disse batendo no ombro de Henry. – Perdeu o jogo, brigou com a namorada, levou uma bronca da mãe...

– O jogo não conta, é só um jogo babaca...

– Engraçado... Acho que já escutei essa palavra hoje... Ah! Esse foi um dos xingamentos que você me disse quando perdeu o jogo pra mim!

Eu e Ben rimos.

– Cala Boca Javier! – Henry falou dando um soco em seu ombro.

– Sarah! Sarah... Vem aqui ver uma coisa! – Katie disse chegando perto de mim e pegando minha mão. Quando ela viu o Henry, parou. Eles se olharam por um tempo.

– Oi Katie. – Ele disse meio sem jeito.

– Oi. – Ela falou com uma cara séria. – Vem Sarah! – Disse enquanto me puxava. Só pude escutar a voz dos meninos rindo da cara dele.

O resto do dia passou devagar. Eu estava completamente pensativa, e só respondia quando alguém falava comigo. Os professores pareciam ter combinado em passar um monte de matéria e trabalho no mesmo dia. Katie e eu não conseguimos ficar nenhum minuto sozinhas.

– E então, o que você tem Sarah? – Katie perguntou-me no final da aula, enquanto saíamos da escola com Henry. Os dois haviam se resolvido.

– Verdade. Eu percebi que você tava estranha hoje, quieta demais. – Henry disse.

– Nada não. – Falei.

– Tem certeza? – Ela me perguntou. Conhecia-me muito bem. Sorri e confirmei com a cabeça.

Avistei Renesmee em frente ao seu carro.

– Vejo vocês amanhã! – Eu disse enquanto ia em direção ao carro.

– Ei! Te ligo mais tarde! – Katie gritou.

– Como foi à escola? – Nessie me disse enquanto eu sentava no banco.

– Já tive dias piores.

– Contou para á Katie?

– Não.

Renesmee ficou em silêncio por um tempo. – Desculpa. – Ela disse por fim. Depois colocou o meu CD favorito e foi o caminho todo cantando, na esperança que eu cantasse também. Porém nem música conseguia me animar.

– Sarah! Ei! – Nessie dizia já fora do carro com a minha porta aberta. Nem havia percebido que já tínhamos chegado. Saí do carro e entrei em casa. Recebi diversos “Boa tardes” quando passei pela sala.

– Oi. – Eu disse e subi as escadas. Joguei-me em cima da cama e continuei a pensar da onde tinha parado. Decidi começar á estudar. Coloquei todos os meus livros e cadernos no chão do meu quarto. Percebi que já estava escuro quando terminei. Escutei batidas na minha porta.

– Oi querida. – Vovó disse entrando e sentando-se do meu lado.

– Oi. – Falei.

– Vim te chamar para jantar...

– Eu não to com fome... – Ela me olhou séria. – Tudo bem, eu vou comer mesmo assim.

– Você quer conversar? – Perguntou-me depois de um tempo. Neguei com a cabeça.

– Ok... Só quero que saiba que sinto muito.

Todo mundo se desculpava agora.

– Estamos te esperando. – Vovó disse enquanto saía do meu quarto. Arrumei minhas coisas e desci. Como sempre minha família já tinha comido. Só Nathan e Nessie comeram comigo hoje. Jantei em silêncio.

–Você não quer ver um pouco de TV? – Papai perguntou quando eu ia subir para o meu quarto.

–Não, obrigada. Tenho que ligar para a Tifanny e para a Katie.

– Para o Seth também. – Leah falou. Virei-me para olhá-la. – Ele ligou para falar com você essa tarde. Porém você estava concentrada de mais, então resolvi não te atrapalhar.

– Huum... Ok. – Falei e depois subi. Liguei para a Katie primeiro.

– Porque não atendesse minhas ligações? – Ela perguntou assim que atendeu ao telefone.

– Desculpe. Tava estudando.

– Desde quando á escola é mais importante que sua amiga?

– Não é. Desculpa mesmo...

Minha conversa com ela foi rápida. Ela tentou puxar assunto, mas eu estava muito dispersa. Todas ás vezes que perguntava o que eu tinha, eu falava que não era nada. Depois liguei para a Tiff. Escutei como foi o seu dia e depois contei tudo para ela. Apesar de ter falado boas coisas, percebi que ela sabia de algo que eu não sabia. Terminei a conversa logo depois. Por último liguei para o Seth. Ele estava preocupado comigo. Leah já tinha lhe contado. Chorei dizendo que estava muito confusa. Ele prometeu que viria aqui na tarde seguinte.

Acabei dormindo cedo, e sonhando naquela noite. Como no meu pensamento daquele dia, no começo era só uma simples tela branca. Porém depois pingos de tinta vermelha começaram a aparecer. Logo percebi que era sangue, no qual começou a jorrar por todos os lados. Olhos de cor vermelha, dourada e preta, começaram á surgir. Acordei no meio da noite demorando á pegar no sono de novo. Meus pensamentos estavam á mil.

(...)

Acordei antes de o meu despertador despertar. Fiquei um tempo deitada pensando mil coisas. Decidi que precisava fazer uma coisa. Levantei-me e fui até o quarto da Nessie quando deu a hora em que eu sempre acordava. Bati em sua porta três vezes.

– Pode entrar. – Ela disse-me.

–Com licença. – Falei enquanto abria a porta. Ela e Jacob estavam deitados na cama. Renesmee levantou-se e veio até minha direção.

– Bom dia Sarah. O que você deseja?

– Bom dia, loirinha. – Jake disse também.

– Desculpa atrapalhar vocês, mas Nessie será que eu poderia entrar no seu closet? – Perguntei. Ela assim como eu, tinha um quartinho dentro dele. No qual guardava algumas coisas que nunca me deixou ver. Tentei com todas as minhas forças não pensar nisso e no que eu queria fazer.

– Ok. Mas por quê?

– Eu queria ver uma coisa. É importante.

– An... Tudo bem... Eu acho.

– É... Eu vou descer. – Jacob disse saindo do quarto. Mesmo ainda estando de pijama.

– Obrigada Nessie. – Falei enquanto entrava em seu closet. Primeiramente fiquei olhando suas roupas para disfarçar. Ela entrou lá também e pegou uma calça e uma camisa.

– Vou me trocar e descer. Não demora muito, ok? – Falou me dando um beijinho na testa. Concordei com a cabeça.

Quando escutei ela fechar a porta do quarto, tranquei á do seu closet. Procurei uma chave dentro da caixinha vermelha. Ela estava lá. Peguei-a e abri a porta, trancando-a por dentro. Ótimo. Respirei fundo algumas vezes e me concentrei para deixar tudo àquilo em segredo, eu realmente não queria que ninguém soubesse. Aquela salinha era parecida com a minha. O chão era todo de tapetes e tinha almofadas por todos os lados. Havia prateleiras em todas as paredes, nas quais continham livros e álbuns de fotografia. Além de uma pequena TV. Caminhei silenciosamente para a prateleira dos álbuns. Tentei imaginar que estava mexendo nas roupas de Nessie e não em seus álbuns. Percebi que eles estavam separados em grupos. Peguei o maior e mais bonito da prateleira que continha fotos da Renesmee com o Jacob. Na frente havia um grande coração dourado com uma foto do rosto dos dois e a palavra “Forever”. Abri-o me surpreendendo com as fotos. Eram do casamento deles. Sendo que os dois nunca tinham se casado. Ou pelo menos era isso que haviam me dito. Reconheci todos da minha família, menos Nathan, que não estava em nenhuma foto. Achei estranho já que ele é irmão da noiva. Foi tio Edward quem a levou até o altar, e não meu avô. Reconheci também várias pessoas de La Push. Muitos estavam mais jovens, porém minha família estava igual. Claire, mãe de Tifanny estava grávida. Dei um pulo quando vi essa foto. Isso só podia ser impossível! Renesmee tinha 24 anos, e Tifanny 22. Como é que a mãe dela podia estar grávida no casamento de Nessie? E ainda por cima o seu irmão devia ter uns três anos na foto. Quando terminei de ver aquele álbum guardei-o no seu lugar. Peguei agora o primeiro álbum da fileira. Assim que abri a primeira página coloquei minhas mãos em minha boca. Não consegui me controlar e acabei pensando naquela foto. Jacob estava sem camisa em um quintal, com uma pequena menina de cabelos dourados e compridos, e olhos castanhos. Eu reconhecia aquele rosto. Só podia ser a Renesmee. Mas como? Eles não se conheceram somente quando a tia Bella começou a namorar com o tio Edward?

Escutei o barulho do elevador. Fechei o álbum e levei-o comigo. Tinha certeza que ele podia me ajudar. Abri a portinha e depois a tranquei pelo outro lado. Coloquei-a de novo na caixinha. Peguei um casaco da Nessie, vesti-o e escondi o álbum dentro dele. Abri a porta do closet deixando-a aberta. Nessie e tia Bella entraram no quarto no mesmo momento. Comecei a cantar uma música na minha cabeça.

– Viemos te chamar já que você não estava descendo. – Minha tia disse.

– Desculpa. Demorei em achar um casaco que gostasse. Posso usá-lo, não é Nessie?

– Claro. Mas ele não é muito grande para você? – Renesmee perguntou-me.

– Não. Tudo bem. Já vou descer ok? – Eu disse enquanto saía do seu quarto e ia direto pro meu. Tranquei a porta e fui para o meu closet entrando no meu quartinho. Fazia tudo sem pensar nos meus movimentos, e sim na letra da música. Coloquei o álbum debaixo de uns livros e depois tranquei o quartinho. Escolhi uma mochila e depois coloquei a chave lá dentro. Peguei uma calça jeans, e uma blusa. Escolhi um tênis que combinasse. Depois pequei uma escova e penteei meu cabelo até ele ficar bem liso. Acabei colocando um boné e um óculos ray-ban. Fiz minha maquiagem. Olhei-me no espelho rapidamente. Eu estava parecendo aquelas garotas rebeldes de filmes. Não liguei para isso. Peguei meu celular e desci. Todos me olharam. Mamãe disse bom dia. Passei direto para a cozinha. Abri a geladeira e peguei um pouco de suco.

– Não vai comer? – Vovó disse enquanto entrava na cozinha.

– To sem fome. – Falei saindo. Sentei-me ao lado do meu pai na sala. Tio Edward, mamãe e tia Bella ainda estavam na sala.

– Você não ia usar o casaco da Renesmee? – Tia Bella perguntou olhando para a minha blusa.

– Mudei de ideia.

– An... Filha... Não tá na hora de você ir para o colégio? – Papai perguntou-me.

Suspirei e depois concordei com a cabeça. – Você vai me levar?

– Não... Seu tio quer te levar hoje.

Olhei assustada em direção ao Tio Eddie.

– Se você quiser é claro... – Ele me disse.

– Tudo bem. – Falei dando de ombros. Levantei-me. – Tchau.

– Bebê hoje a gente vai ir para Seattle resolver algumas coisas. Provavelmente quando você voltar ainda não vamos ter chegado, mas a Renesmee e o Jacob vão ficar em casa. E Seth já vai estar aqui.

– Ok. Até depois. – Eu disse e depois saí de casa. Quando cheguei à garagem tio Edward já estava dentro do carro. Ele foi pelo elevador.

Fui murmurando uma música e pensando em sua letra, por todo o caminho. Quando chegamos pude ver Katie sozinha. Suspirei. Não tinha como eu fugir?

– Espero que você consiga falar com ela hoje. – Meu tio disse gesticulando para Katie.

– Talvez... Vou tentar...

Ele concordou com a cabeça e me abraçou. – Desculpa. – Sussurrou. Saí do carro e depois abracei Katie.

– Bom dia! – Ela me disse com um pequeno sorriso.

– Bom dia Katt... O que aconteceu?

– Nada não...

– Pode falar!

– Eu e Henry terminamos. – Ela disse enquanto caminhávamos.

– Como? Por quê? Quer dizer... Quando?

– Ontem á noite.

– Porque você não me disse quando te liguei?

– A gente terminou depois...

– Oh Katie! Sinto muito... – Eu falei enquanto á abraçava.

– Não, tudo bem... Já tinha durado tempo de mais.

Henry e Katie não se aproximaram o dia todo. E sempre que chegavam perto um do outro trocavam patadas. As garotas ficavam para um lado junto com Katie, e os garotos pro outro junto com Henry. Parecia que tinha acontecido uma guerra dividindo a classe. Com toda essa confusão não consegui conversar com ela. Na verdade eu nem sabia o que e como falar. Fiquei pensando o tempo todo sobre aquelas fotos.

– Amiga posso ir para á sua casa hoje? – Katie me perguntou no final da aula.

– An... Sério? É que eu... Tipo... Sei lá, não dá para ser amanhã?

– Ok... Se você não quer que eu vá, eu não vou...

– Não é isso. É que eu preciso resolver algo muito sério...

– O que? Tá acontecendo algo que eu não sei?

– Não... Na verdade sim. Juro que quando eu puder eu te conto.

– Tudo bem. Mas você sabe que pode contar comigo né?

– Sei sim. Obrigada amiga! – Abracei-a e depois segui em direção á vaga aonde meus familiares sempre estacionavam quando vinham me buscar. Surpreendi-me quando vi que era o Jacob quem veio me buscar. Entrei no carro e depois virei para encará-lo.

– O que você tá fazendo aqui? – Perguntei.

– Vim te buscar, oras!

– Você veio me buscar? Fala sério!

– Você não é tão burra e surda assim né? – Bufei e virei-me para a janela quando ele falou isso. – Ei! Fica brava não...

Olhei de novo para ele e dei de ombros. – Só achei estranho. Você não vinha me buscar quando eu era apenas uma menininha fofa, porque dizia que tinha mais coisa para fazer, imagina agora que eu sou só uma garota chata...

– É, realmente você é chata! – Ele disse rindo. Estreitei meus olhos para ele. – Mas eu gosto de você.

– Como é que é? O que você disse?

– Isso que você escutou! – Jacob falou enquanto revirava os olhos e virava a cara. Comecei a rir. – Olha, não fica se achando muito porque se não eu retiro o que disse e deixo você ir a pé para casa!

– Não, não... Tudo bem! – Eu disse parando de rir no mesmo momento.

– E, aliás... Eu sei que você tá passando por um momento difícil, então eu só queria que você soubesse que pode contar comigo para o que precisar. – Ele disse depois de um tempo.

Meus olhos se encheram de lágrimas, mas eu segurei. – Sabe... Eu também gosto de você Jakey, apesar da gente brigar tanto...

– E tinha que gostar mesmo, eu sou seu tio! – Falou rindo.

– Não é não!

– Sou sim, já que sou noivo de sua tia!

– Eu não considero a Nessie como uma tia! Sei lá, ela parece mais como uma amiga... Ou uma prima... – Eu disse. Ele virou-se para o volante quando eu falei isso, e ligou o carro. Fomos em silêncio por todo o caminho. Como sempre fiquei pensando em muita coisa. Quando chegamos em casa eu desci do carro e fui direto em direção ao meu quarto. Contudo Seth me parou quando eu passava pela sala.

– Ei! Eu to aqui! – Ele disse segurando meus ombros. Fiquei olhando para ele por um momento, e então o abracei. Nosso abraço durou bastante tempo, porém senti a pele quente de Seth contra a minha, e então me lembrei do que tinha que descobri. Afastei-me dele.

– Eu tenho muita lição de casa.

– Quer que eu te ajude? – Ele perguntou.

– Não precisa... Quero ficar sozinha, ok? – Eu disse olhando para a Nessie.

Depois subi para o meu quarto trancando a porta quando entrei. Joguei a mochila em cima da cama e peguei a chave. Fechei a porta do meu closet por dentro e depois entrei no meu quartinho, também o fechando. Peguei o álbum e sentei no chão. Respirei profundamente duas vezes e depois o abri na segunda página. Na primeira foto a menina estava no colo de Jacob e na segunda eles estavam dentro do que parecia ser um rio. Tia Bella estava um pouco atrás deles. Cheguei a pensar que aquela menina podia ser uma parente do Jake e da tia Bells, mas isso era impossível. Só podia ser a Renesmee. Arfei quando olhei á próxima foto. Eu não podia acreditar no que estava vendo. Pisquei várias vezes os meus olhos, mas á imagem continuava a mesma. Nela Nessie estava em cima de um grande lobo marrom-avermelhado, que era igual aos lobos do meu sonho. Então entendi o que estava procurando. LOBOS! Jacob era um lobo! E não só ele, como a Leah, a Tifanny e o... Seth! Meu Seth! Olhei em direção ao espelho, eu estava paralisada quando prestei atenção em minha blusa. De manhã eu tinha a colocado sem parar para olhá-la. Nela havia uma boca com dentes de vampiro... Minha respiração que já estava descontrolada ficou ainda mais acelerada. VAMPIROS! Era isso! Minha família era de vampiros! Eu não podia acreditar! Isso não estava acontecendo! Não com a minha família... Entretanto era isso que estava o tempo todo na minha cara e eu não tinha percebido. Deitei-me e fiquei pensando em todas as evidencias. Em como tudo se encaixava. Após alguns minutos eu resolvi que iria falar tudo isso. Falar quando todos chegassem que eu sabia e que agora queria saber da boca deles toda á verdade. Saí de lá e desci as escadas. Os três estavam no sofá com cara de tédio.

– Eles não chegaram ainda não é?

Olharam para mim com cara de assustados. – Não. – Nessie me disse.

– Ok. Quando eles chegarem me chame.

– Tudo bem. – Seth falou.

Subi as escadas e fui estudar. Consegui me concentrar o máximo possível no que estava lendo. Depois que terminei liguei para a Tifanny e conversamos um pouquinho. Logo ela teve que desligar. Comecei a cantar uma música e há pensar o tempo todo em sua letra. Essa era a única forma que eu conseguia em deixar de lado as outras ”coisas”. Levantei-me quando escutei pneus de carros. Decidi continuar a cantar. Algo me dizia que eu não estava segura nem nos meus pensamentos. Fui para á sala.

– Eu já ia te chamar. – Seth que estava de pé disse.

– Valeu. – Falei passando por ele e sentando-me ao lado de Jacob.

Minha família entrou sorridente por aquela porta, ou pelo menos á maioria. Todos menos Nathan e Leah, estavam com lindos olhos dourados. Eu tinha chegado á conclusão antes que eles eram bons, obviamente, se não já teriam me matado. Então eles deviam se alimentar de outra coisa. Animal. É claro! Como será que eu podia falar isso? Imaginei rapidamente. Todos estavam dizendo boa noite e se dispersando. Deixei mamãe me dar um beijo no rosto e depois me levantei.

– Esperem! – Falei alto. – Quero saber como foi a caçada de vocês. - Eu disse divertida. Tia Alice que estava subindo á escada congelou no primeiro degrau, tia Bella que estava sentando-se no sofá também parou enquanto me olhava de boca aberta. Vovó Esme derrubou no chão um vaso novo que estava colocando em cima de uma mesinha. E todos os outros me olhavam. – Por favor, né gente? Por quando tempo mais vocês pretendiam me enganar? – Eu disse enquanto me sentava no meio da sala. Todos continuaram onde estavam. – Tio Eddie, a gente precisa fazer um troca. Talvez só eu saia beneficiada, mas é necessário. Eu quero conhecer á sua verdadeira família, que hoje também é a minha, e assim a gente conversa. Só conversar! Sobre o que eu quiser... Veja como é fácil! – Falei lembrando-me do que ele me disse á cinco anos atrás. Tio Edward engoliu em seco e depois veio até mim ficando de pé na minha frente.

– Da onde você tirou essas coisas querida? – Mamãe me perguntou.

– Mãezinha... Vocês não vão mais conseguir me enrolar! Eu acho que mereço saber a verdade sobre a minha família. E eu já sei o que vocês são! Agora só quero saber de toda a verdade por trás disso...

– Não entendo... – Minha mãe disse tentando desviar a atenção. Tio Edward olhou para a ela e negou com a cabeça, de uma forma decepcionada.

– O que nós somos? – Tio Jasper perguntou se fazendo de desentendido. Naquele momento me senti com vontade de falar tudo e por pouco todas as coisas que acabei descobrindo sozinha não vazaram. Porém me manti forte e transmiti toda á raiva que tinha dentro de mim, por eles esconderem algo tão importante. Tio Jazz fez uma cara de dor. Levantei-me e olhei para o espelho.

– Vocês? – Perguntei irônica. Segurei minha blusa e olhei para meus olhos no reflexo do espelho. - Vampiros! – Falei pausadamente. Minha mãe arfou. – Já o Jacob, e provavelmente a Leah e o Seth... São... Lobos! – Seth me olhou assustada. – Mas o Nathan e a Nessie eu não sei o que são... Eles não são como o papai e nem como o Seth... Nem como eu!

– O quanto você sabe? – Vovô perguntou-me.

– Só isso. E é exatamente por esse motivo que quero saber toda a história que envolve. E eu juro que se vocês, as pessoas mais importantes da minha vida, e as que eu sempre mais confiei, e pensei que nunca iria me esconder nada, não me contarem... Eu juro que volto pra rua! E volto a ser aquela garota ressentida que tem ódio das pessoas... – Falei enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Todos da minha família correram para se sentar nos sofás. Rápido de mais eu diria. Como relâmpagos. Em menos de um segundo estavam todos lá. Eu sorri. Agora sim...

– Você está pronta para ouvir uma longa, muito longa história? – Meu avô perguntou.

– Mais pronta do que nunca! – E era verdade eu estava completamente pronta para saber de tudo. De toda a verdade por trás da minha família. Dos meus anjos...


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Notas finais do capítulo

E então?????
Eu gosteii desse capítulo :) Foi difícil faze-lo, mas ficou bom :D
Please só não me matem pela demora ok? E saibam eu NUNCA vou desistir dessa fic, é serio! Posso demorar mas eu não vou deixa-la incompleta!
DEIXEM REVIEWS *---* Eu posto mais rápido quando vocês deixam :D
Ei, no próximo capítulo os Cullens vão contar a sua verdadeira história. Eu sei que todos vocês já sabem dessa história, porém eu acho importante mostrar e reação da Sarah, e também tem a parte que eu inventei néh? Do Nathan e tal's... Mas se vcs acham que eu não preciso falar, digam ok?
Mais uma coisa, vocês recebem as minhas respostas dos seus reviews? Pq tipo, eu sempre deixo!
Não vou dizer posto logo pq se não pode dar azar, eu nunca posto logo mesmo kkkkkkkkk'
UM GRANDEEE BEIJOOO pra vc que ainda não desistiu da minha fic! E também de vc que acaba com a suas unhas esperando pelo próximo capítulo kkkkkk' ~~le indiretaaa