Capítulo 12- A volta

Edward POV.

     Hoje faziam exatos dois meses que não via a Bella, as únicas notícias que eu tive foi que ela estava fazendo faculdade de literatura na NYU*, tinha sido liberada do hospital duas semanas depois da nossa visita. O corpo de James ainda não havia sido encontrado, e cada dia me preocupava mais, o que havia acontecido com ele?  Ninguém fazia a menor ideia, e todos estavam empenhados em descobrir.

     Minha equipe tinha trabalhado em mais um caso, tínhamos acabado de resolver, nada muito sério, e eu sentia saudades da Bella cada segundo do dia, tinha pego uma foto dela e colocado no meu quarto, assim poderia olhar para ela e tentar diminuir a saudade. Tudo me lembrava ela, e não poder tê-la aqui comigo só podia ser um tipo de castigo por algo que fiz no passado.

     Marcos insistia que eu precisava descansar e me divertir, mas eu precisava mesmo da Bella, ela era meu melhor remédio.

Bella POV.

    Gritos, tiros, explosões e rostos desconhecidos. Isso é tudo com que eu tenho sonhado desde que acordei naquele hospital, há dois meses. Tudo tinha sido tão confuso, primeiro acordei sem me lembrar de nada da minha vida, vi pessoas estranhas, que ninguém me explicou quem eram e era óbvio que médicos eles não eram. Depois de um tempo, um senhor da polícia, eu acho, veio me contar o que aconteceu.

   Eu tinha acabado de me mudar, meus pais haviam morrido há uns três anos e fui morar com minha tia em Paris, estava esperando mais um ano para entrar na faculdade, já que tinha quase vinte anos, eu e minha tia íamos nos mudar para os EUA, mas ela acabou morrendo ao sofrer um infarto após ser assaltada na rua, e como sou muita azarada, assim que cheguei nos EUA sofri um acidente de carro voltando da faculdade aonde eu tinha acabado de me inscrever.

__ Bella! – Ângela bateu na minha porta me obrigando a levantar.

    Ang era minha colega de quarto, nós nos conhecemos quando eu me mudei e viramos melhores amigas, bem rápido, ela era o tipo de pessoa que você gosta logo de cara, é calma, não gosta de ficar indo em festas e baladas, não se mete na minha vida e nem fica me perguntando sobre meu passado, o que eu realmente agradeço.

   Levantei e fui me arrumar, assim que tava pronta sai do quarto e dei de cara com a Ang me olhando.

__ Pesadelo de novo? – ela perguntou arqueando a sua sobrancelha.

__ Sim, aquele mesmo de novo, eu gritei?

__ Um pouco, sobre o que mesmo é o seu sonho?

__ Pessoas estranhas gritando pra mim, sangue, tiros.

__ E você nunca viu essas pessoas do seu sonho? – ela me perguntou e eu estranhei a sua curiosidade.

__ Não Ang, porque esse interesse todo?

__ Nada, só curiosidade. – ela disse sorrindo e saiu.

    Pensei nas pessoas do meu sonho, e só conseguia ver rostos desfocados, a não ser por um sorriso sádico que me arrepiava de medo só de pensar, e também de dois olhos verdes que me faziam querer conhecer seus donos, eram olhos penetrantes e que também me faziam me arrepiar, só que de um jeito bom, ri com esse pensamento, fazendo Ang me olhar. Apenas balancei a cabeça e ela decidiu me ignorar.

__ Quais suas aulas de hoje? – ela me perguntou enquanto pegava seus livros.

__ Tenho literatura estrangeira nos dois primeiros horários e prova no terceiro.

__ Hmmm, então tá livre no almoço?

__ Sim, porque?

__ Uma amiga me indicou um ótimo restaurante, vamos?

__ Claro, vamos sim, depois topa um cineminha?- perguntei olhando pra ela.

__ Claro, vai que encontramos algum gato por lá. – ela disse piscando e rindo, ri com ela e saímos pra aula.

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     A prova tava um pouco difícil, minha cabeça doía. Sai do prédio e fui em direção ao dormitório trocar de roupa e ir até o restaurante que Ang tinha falado. 

    Coloquei uma calça jeans, uma blusa preta justinha e decidi fazer o que não fazia há algum tempo. Me maquiar. Passei um pouco de rímel, pó e blush e um gloss clarinho, soltei os cabelos deixando eles caírem em ondas pelas minhas costas. Eu não sabia o porquê, mas tava com uma vontade de me arrumar, de repente encontrava alguém no cinema mesmo como Ang disse, apesar de achar difícil. Terminei, peguei minha bolsa, meu celular e sai, telefonando para Ang logo em seguida, ela me explicou aonde era o restaurante e peguei um táxi.

      Cheguei no restaurante em poucos minutos e Ang já estava lá me esperando em uma mesa no centro do restaurante, que não tinha muita gente. Fui em direção à ela que não me viu, pois estava de costas para mim.

__Oi Ang. – disse sorrindo me sentando de frente para ela.

__ Bella, já ia te ligar para saber se você tava chegando. Gostou do restaurante? – ela perguntou olhando em volta.

__ Gostei, bem aconchegante, vamos ver se a comida é boa também, já pediu alguma coisa? – perguntei apontando para o cardápio que ela segurava.

__ Não, só dei uma olhada, aqui outro pra você. –ela disse me passando outro.

__ Deixa eu ver...- disse virando a página, a porta do restaurante abriu fazendo barulho e eu olhei para cima ver as pessoas que tinham chego.

    Eram cinco pessoas com a idade mais ou menos igual a minha, três garotos e duas garotas, que assim que entraram me viram e todos ficaram parados me olhando com uma expressão de choque, era estranho, pois sentia uma familiaridade enorme com eles, apesar de não reconhecer os rosto. Olhei para cada um, até que cheguei no último, e dois olhos verdes maravilhosos me prenderam, eles eram tão familiares. Ang viu minha expressão e seguiu o olhar para onde eu mantinha o olhar. Uma das garotas falou algo, que tirou os outros do breve transe, e assim eles foram se sentar em uma das mesas do canto do restaurante. O garoto do cabelo cobre ainda me olhava, seus olhos não desgrudavam do meu, e eu me sentia segura de um modo que eu não sabia explicar, e de um modo que eu nunca havia me sentido.

    Ang me olhou e antes que ela pudesse falar algo, alguém me puxou pelo pescoço.

__ NINGUÉM SE MEXE OU ELA MORRE! – um cara me segurava pelo pescoço e apontava uma arma para minha cabeça. Todos ficaram no maior silencio, os cinco que estavam no canto se levantaram e ficaram com feições muito estranhas.

    Ele foi me levando até o caixa, e me ameaçou para que o cara do caixa o abrisse, ele pegou o dinheiro e foi me arrastando para a saída dos fundos. E do nada algumas coisas vieram a minha cabeça, tipo um modo de defesa, e eu simplesmente obedeci.

    Pisei com força no pé do assaltante que largou o meu pescoço, me virei o socando, fazendo com que a mão da arma “relaxasse”.  Ele tentou me atacar, mas desviei, e em seguida dei uma joelhada em suas costelas, ele acabou se abaixando , aproveitei e dei outra joelhada, dessa vez no seu rosto, ele já meio zonzo , se levantou e me apontou a arma, e eu prontamente o desarmei.

__ Mas quem é você? – o cara perguntou caindo de joelhos.

      A pergunta dele fez várias coisas virem em minha cabeça. James, meus pais, FBI, minha equipe, zumbies, treino, tiros, luta, meu sonho, Marcos, Jasper, Emmett, Rosalie, Alice e finalmente Edward.

__ Isabella Swan, agente do FBI. – respondi o socando de novo fazendo- o cair.

    De repente Marcos entrou no restaurante, sorrindo e vindo em minha direção.

__ É bom ter você de volta Agente Swan, todos sentimos a sua falta.

__ É bom estar de volta Marcos, esse tempo todo sem nenhuma lembrança, com todos os sonhos, sem entender nada, era no mínimo frustrante. Você que vai prender ele?- perguntei já estranhando pois geralmente outro agente que prendia os “caras maus”. – Espera como você chegou aqui tão rápido, e porque você ta sozinho?

__ Calma Bella, uma pergunta de cada vez. – ele disse rindo e me juntei a ele. – Isso tudo foi uma operação, depois que James caiu lá da fábrica, outras bombas estouraram e você caiu e bateu a cabeça, acordou sem memória e o médico nos auxiliou a mandar você para uma rotina diferente, então mandamos a Agente Ângela Weber infiltrada para cuidar de você. – ele disse apontando para a Ang que veio até nós. – Combinamos com o Agente Newton para criarmos essa cena para que desse jeito você pudesse lembrar.

    O “assaltante” se levantou e rindo disse.

__ Caramba, você é muito forte, mas é bom saber que isso ajudou a trazer você de volta. – eu apenas ri junto e assenti.

__ Me desculpe Bella, mas você sabe como é o trabalho de disfarce. – Ang disse segurando minhas mãos.

__ Tudo bem Ang, muito obrigada por cuidar de mim tão bem durante esse tempo. – falei a abraçando.

__ Quanto a sua equipe, os trouxe aqui pois achei que eles não iriam querer perder isso. – Marcos disse e apontou para aonde eles estavam, ainda na frente da sua mesa, me olhando.

     Marcos ia continuar a falar, mas ignorei e fui em direção a eles. As garotas vieram me abraçar, e começaram a chorar não aguentei e chorei junto.

__ Calma meninas, agora eu to aqui. –disse tentando convencer mais a mim do que a elas.

     Sai do seu abraço em direção ao abraço dos garotos, que quase me deixaram sem ar. Parei em frente ao Edward que me encarava com seu lindo sorriso, e seus olhos apaixonantes, sem pensar me atirei nos seus braços, ele me abraçava tão forte, que comecei a chorar pensando em todo esse tempo em que fiquei sem isso. Me separei dele, mas sem perder tempo selei nossos lábios. E assim nos beijamos apaixonadamente, tentando recuperar o tempo perdido, nos separamos deixando apenas nossas testas encostadas.

__ Eu senti tanto a sua falta meu amor. –Edward disse me olhando.

__ Bom, agora eu percebi que eu senti a sua, na verdade agora que eu lembrei. – nós rimos.- Sabe o que eu quero? – falei me virando para todos.

__ O que? – perguntaram em coro.

__ Ir para casa. Urgentemente. E é claro ter aquela conversa com você. – falei apontando para o Edward que apenas levantou as mãos em sinal de rendição e riu.

    

   Fomos para os carros e assim que entramos na rua da nossa casa já me senti melhor, chegamos, saímos do carro e com Edward ao meu lado entrei na casa da qual não entrava há um bom tempo. Como eu sentia falta daquilo tudo. Nos sentamos e ficamos conversando, e foi ai que eu soube que eu não poderia ser mais feliz, do que aqui junto com a minha “família”.

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*New York University