Stand By Me escrita por jooanak


Capítulo 7
Go your own way


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo gigante pra vocês, leitores lindos! Espero que gostem. ♥



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— Clove? - eu estava treinando quando ouvi a voz de Anastasia me chamando.

— Ahn, oi?

— Brutus e Enobaria querem falar com você..

— Agora?

— Imediatamente.

— Ok.

Sai de onde estava e fui caminhando até a sala deles, no caminho, milhões de coisas me passaram pela cabeça.. porque eles queriam falar comigo? Porque agora? Porque imediatamente? Eu deveria ficar assustada? Fui caminhando cada vez mais rápido até chegar no fim do corredor, fiquei parada em frente da porta por uns segundos, respirei e entrei. Quando entrei, além de Brutus e Enobaria, Cato também estava lá.. Ai meu Deus, será que eles não gostaram do nosso namoro? Será que eu não vou mais poder treinar? Ou pior! Será que terei que terminar com Cato?

— Clove, sente-se. - Enobaria falou sorrindo.

Me sentei do lado de Cato.

— Então, Cato e Clove... eu chamei vocês aqui porque o que eu vou falar é realmente sério. Nesses últimos anos, vocês foram os que mais evoluíram nessa academia, são sem dúvida alguma os maiores lutadores que eu conheço. Enobaria e eu consideramos vocês como os nossos próprios filhos; já faz muito tempo que queremos contar isso à vocês, mas devido as circunstâncias, chegamos a conclusão que agora é a hora certa. - Brutus falou.

As palmas de minhas mãos começaram a suar e eu comecei a ficar nervosa, até que ponto Brutus chegaria?

— Brutus e eu estamos observando vocês há algum tempo, minhas crianças, e vocês sem dúvida alguma, são o que temos de melhor, e por isso que nós, em decisão unânime, escolhemos vocês dois para serem os Tributos dos próximos Jogos Vorazes.

Quando Enobaria terminou de falar, minha primeira reação foi olhar para Cato, que esbanjava um sorriso de orelha à orelha. Depois olhei para Brutus e Enobaria que também sorriam. Meu estômago começou a revirar; eu iria vomitar. 

— Clove, você não parece tão feliz como eu achei que estaria. - Brutus falou preocupado.

— Não, eu.. eu estou feliz, só estou um pouco... preciso digerir essa notícia.

Ele me olhou desconfiado, mas depois nos dispensou.

— Isso não é maravilhoso, Clove? Eu? Tributo do Distrito 2, isso é tão maravilhoso... Vou estar na arena, matar muitas pessoas e arrasar corações, eu vou ser o ganhador, Clove. Eu vou ser um orgulho do Distrito 2. Todos vão querer autógrafos e fotos e mais autógrafos.. isso vai ser maravilhoso, Clove, a oportunidade da minha vida!

— Que bom, Cato. – eu falei desanimada.

— Porque está tão zangada?

Eu o encarei por alguns segundos, incrédula.

— Você é burro ou está se fazendo de burro?

— O quê?

— Você não entendeu mesmo né Cato? – eu suspirei.

— Entendi o que? Tá falando do que, Clove?

— Não foi só você que foi o escolhido. Fomos eu e você, Cato. Nós dois vamos para a arena, juntos. E no fim, iremos ter que matar um ao outro. Você está feliz por isso?

Ele ficou em silêncio e tentou falar algo, por fim, revirou os olhos e foi embora, me deixando ali sozinha. Ir para a arena sempre foi meu sonho, mas não com Cato. Primeiro, caso nós dois formos para a final, eu nunca teria coragem para matá-lo, mas ele teria coragem para me matar, por causa da sua obsessão pelo poder. Segundo, ele é mais forte do que eu e me mataria. E terceiro, se nós formos para a arena, nunca poderemos ter um futuro. Isso estava acabando comigo, fiquei sozinha o resto do dia com minhas facas, atirando elas em todo lugar que você possível atirar uma faca.

O dia foi se tornando noite e a noite foi virando outro dia, e veio outra noite e outro dia, e assim foi por uma semana. Os dias passavam e fazia uma semana que eu descobri que eu lutaria pela minha vida nos Jogos Vorazes e fazia uma semana que eu não falava com Cato. Minha mãe estava se acostumando com a ideia de sua filha em uma competição pela própria vida. Nos últimos dias, conversamos muito, passamos mais tardes juntos e eu dormia na cama dela a noite. Não porque eu estava com medo de entrar na arena, mas porque eu estava com medo de não voltar dela. Evitávamos o máximo falar de Cato, ela sabia como a minha dor era grande, mas mesmo não falando dele, eu ainda não tinha conseguido aceitar de que nós lutaríamos contra nós mesmos. Naquela manhã eu não havia ido para escola, eu estava evitando Emma também, não sei como falaria para ela que eu iria para os Jogos Vorazes. Estava sentada na sala lendo um livro quando minha mãe me chamou:

— Clove?

— Oi?

— A Colheita é daqui a duas semanas.

— E dai?

— Você precisa falar com Emma... e com Cato também.

— Porque?

— Emma é sua melhor amiga, eu acho que ela amaria passar essas duas últimas semanas com você do jeito que eu tenha passado...

— Eu não vou conseguir falar com ela mãe!

— Você é corajosa minha filha, tem que falar com ela. E com Cato também.

— Eu posso até falar com Emma, mas não com Cato.

— Clove, pare de ser tão orgulhosa. Ele é seu namorado, você precisa falar com ele. E caso ele morra na arena? Você vai se culpar por não ter passado esse tempo com ele!

— Eu vou pensar mãe.

Ela saiu da sala enquanto eu resolvi sair do sofá e ir até a casa de Em. Quando cheguei lá, ela abriu a porta e me abraçou chorando. Ficamos nos abraçando na varanda da casa dela por alguns segundos, quando ela me soltou.

— Não vai Clove.

— Como você soube?

— Longa história.

— Tenho tempo - eu falei sarcasticamente.

Ela me convidou para entrar e fomos até o quarto dela.

— Então, me conte. Como você ficou sabendo?

— Cato...

— Imagina - eu a cortei.

— Eu percebi que você não estava vindo para a escola fazia um tempinho, ai fui falar com ele. Ele tentou disfarçar, mas não conseguiu, no final, me contou a verdade. Ele quase chorou, Clove.

— Foda-se que ele quase chorou Emma, não aguento mais olhar para a cara de Cato.

— Não o condene, Clove.

— Aposto que ele não te contou o porquê de eu não olhar mais para ele.

— Na verdade, ele contou.

— Ele foi um babaca.

— Ele realmente foi um babaca, Clove.

Ficamos sentadas em silêncio por um tempo quando Emma me olhou.

— Ele é um babaca, mas ele te ama.

Ela chorou por algum tempo e ficou me fitando.

— Vai dar tudo certo Clove. Você vai sobreviver e voltará para mim, para sua mãe, seus amigos. Você vai ser a campeã, minha amiga.

Emma era tão inocente, ela sempre pensava positivo e eu amava isso nela, ela era minha melhor amiga desde que eu me conhecia por gente.

— Você promete que vai voltar, Clove? - ela me perguntou entre lágrimas.

— Eu não tenho como te prometer algo desse jeito, Em.

Ela assentiu e engoliu o choro.

— Sabe Clove, você é minha melhor amiga desde que eu me conheço por gente.. você é como uma irmã para mim. Eu tenho certeza que você vai ficar bem, vou orar todas as noites por você, eu prometo!

Eu a abracei e depois fui embora, vi o olhar de Emma me acompanhando até eu virar a esquina. Quando cheguei em casa, me deparei com a minha mãe sentada no sofá chorando enquanto via alguns álbuns. Eu sentei do lado dela e a abracei.

— Você devia recusar. Clove

— Eu devia, não é mesmo mãe?

— Sim.

— Mas dai não teria graça.

— O que não teria graça?

— Tudo. Eu sei me cuidar, vou me cuidar e voltar pra cá por você!

Ela me deu um beijo na testa e voltou a chorar. Por mais que eu estivesse triste, eu não conseguia chorar. Minha mãe foi dormir logo depois e eu fiquei vendo filmes; resolvi ir para a cama, mas não consegui dormir. Por volta das 22h, ouvi pedrinhas batendo na janela. Quando fui olhar não havia ninguém, voltei para a cama, mas as pedrinhas voltaram a serem atiradas na janela. Saí da cama com o maior mau humor do mundo e coloquei meu roupão e um chinelo de casa e fui até a varanda. Não havia ninguém. Quando eu estava voltando para dentro de casa, ouvi alguém falando "psiu". Fique observando por algum tempo, mas não vi ninguém. Botei um tênis e peguei minha faca e fui procurar ao redor da casa, foi quando alguém me agarrou por trás e enfiou a mão na minha boca, segurando meus braços e me levou para dentro da floresta. Quando a pessoa me soltou pude ver os olhos de Cato. Mesmo já sabendo que era ele.

— O que você está fazendo aqui?

— Eu vim falar com você.

— Sobre o que?

— O quanto eu fui idiota.

— Fala então, não tenho a noite inteira.

— Porque você é assim?

— Assim como?

— Você é um doce de pessoa, mas consegue fazer todo mundo te odiar com esse seu mau-humor.

— Acabou o discurso?

— CLOVE! Eu vim aqui, com todo a minha boa vontade e você fica ai sendo uma idiota!

— Eu sou a idiota? É isso mesmo? Ótimo, que eu me lembre não fui eu que ficou toda feliz por ir pros Jogos Vorazes lutar até a morte com você.

— Eu não tinha pensado nisso Clove.

— Você nunca pensa em nada, Cato!

— Porque isso te irrita tanto?

— Você quer mesmo saber?  

— Não. É minha mãe que quer saber!

Eu o olhei com ódio e fiquei vendo que ele estava realmente zangado para gritar comigo daquele jeito.

— É por causa da sua obsessão pelo poder Cato. Se nós formos para a final, você jamais vai me poupar.. você vai me matar sem antes pensar duas vezes, Cato. Eu quero vencer mais do que tudo, mas se vencer significa te matar, eu prefiro morrer. Você não. Você fará tudo para ganhar, mesmo que isso signifique me matar. E isso significa que não teremos o nosso futuro juntos...

— Eu nunca te mataria, Clove.

— Você me mataria sim. Eu te conheço melhor do que você mesmo.

— Você acha mesmo que eu te mataria?

— Sim.

Ficamos ali quietos por alguns minutos, ouvindo o som do vento levando as folhas.

— Está tarde Cato, eu vou dormir.

Eu fui andando em direção para a minha casa com o coração nas mãos quando eu o ouvi sussurrar.

— Não vai, por favor.

Eu parei por um momento e olhei para trás. Vi Cato segurando as lágrimas, mas eu o ignorei e continuei seguindo o meu próprio caminho em frente, sem sequer olhar para trás outra vez.


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