Stand By Me escrita por jooanak


Capítulo 8
Mine


Notas iniciais do capítulo

Gente, esse capítulo ficou meio confuso, mas leiam.. Significa muito para mim. Espero que vocês gostem e continuem dando review!



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— CATO!

Dei um pulo na minha cama no meio da noite, outro pesadelo com Cato, desde que nos vimos pela última vez, há uma semana, os pesadelos ficavam cada vez mais frequentes e eram sempre os mesmos: estávamos na arena e eu o via morrer sem poder fazer nada para ajudá-lo. Eu sentia falta dele, mas não ia admitir para ninguém, a não ser para mim mesma.

Não consegui dormir pelo resto da noite, quando o dia amanheceu, sai de casa antes mesmo de minha mãe acordar e fui caçar. Eu não caçava muito, apenas quando eu ficava nervosa, ou seja, a hora era exata. Eu estava a ponto de atingir um coelho quando uma voz chamou meu nome

— Clove.

Era a voz de Lis, o que essa vadia queria comigo?

— Clove, eu sei que você está ai, apareça por favor.

Eu continuei quieta.

— Enfim, você precisa conversar com ele... Cato sente a sua falta, demais.

— Porque você está me falando isso? Ele mandou você vir aqui?

— Não. E se ele souber que eu vim, ele irá me matar...

— Então porque você veio?

— Porque ele não é o mesmo, ele não faz nada a não ser treinar e se meter em confusão, suas notas estão baixas e toda vez que alguém fala com ele, ele... ele sente sua falta, Clove.

— Porque você não fala com ele?

— Porque não foi depois que eu e ele brigamos que ele ficou deprimido. Eu continuo te odiando, mas eu me preocupo com ele, e ele só vai ficar bem quando vocês conversarem.

Eu fiquei quieta.

Ela deu um sorriso e foi embora, passei o resto da manhã pensando no que fazer e perto do meio dia eu resolvi que ia conversar com ele. Fui andando o mais devagar possível até a casa de Cato e quando cheguei lá desejei não ter ido, mas eu não podia voltar atrás a essa hora do campeonato. Subi os degraus da varanda e bati na porta. A mãe dele me atendeu.

— Clove - ela sussurrou antes de me dar um abraço de urso. - eu estou tão feliz de te ver aqui de novo.

— Ahn, fico feliz de te ver outra vez também. O Cato está?

Ela assentiu. Eu pude ver que ela estava pronta para chorar. Ela me guiou até o quarto dele, mas quando chegou na porta do quarto, ela parou.

— Clove, ele errou. Eu sei. Ele me contou essa história milhões de vezes, mas ele ficou realmente arrependido. Faz quase dois dias que ele não come nada e está com muita febre.

Ela abriu a porta e eu entrei sozinha. Me ajoelhei do lado da cama e fiquei vendo ele dormir por alguns minutos quando eu o ouvi sussurrar com uma voz fraca.

— Mãe?

Aquilo cortou meu coração e eu tive que engolir o nó que se formava em minha garganta.

— Não, não sou sua mãe, Cato. – falei ríspida.

Ele virou na hora e ficou me encarando com aqueles olhos azuis que eu havia me apaixonado alguns anos atrás.

— Clove? O que você tá fazendo aqui?

 — Eu soube que você estava mal e resolvi vir te visitar. - eu dei um sorriso.

— Obrigado por vir.

Cato estava tremendo e eu botei minha mãe em sua testa para medir sua temperatura. Ele estava fervendo.

— Você está com frio?

— Muito.

— Então vai pro lado.

Cato deslizou para o outro lado da cama e eu me deitei do seu lado, tentando esquentá-lo

— Clove, você vai me deixar outra vez?

Eu não sabia o que falar, aquela pergunta havia me pego de surpresa.

— Clove?

— Eu nunca te deixei, Cato.

Ele sorriu, mas não falou mais nada. Fiquei deitada com ele até ele pegar no sono, depois dei um beijo em sua testa e fui para a academia. Assim que cheguei lá, esbarrei com Enobaria.

— Clove, você falou com Cato ultimamente?

— Ah.. eu acabei de voltar da casa dele... ele está ficando melhor.

— Que bom, precisamos que ele esteja bem para a Colheita

Eu sorri e depois fiquei treinando pelo resto da tarde. No início da noite voltei para a casa de Cato ver como ele estava e fiquei realmente muito feliz por ver que ele estava melhor e não estava de cama.

— Depois que você foi embora, ele acordou e resolveu comer um pouco, tomou os remédios e começou a ficar melhor. Amanhã de manhã vai estar novo de novo.

— Fico feliz por ver que ele está bem.

Cato estava na sala assistindo TV, e mesmo que tentamos falar em voz baixa, ele me ouviu.

— Clove está ai?

— Sim.

Ele pulou do sofá e veio me abraçar.

— Estou tão feliz por você estar aqui.

Ficamos ali conversando por um tempo, quando eu resolvi ir embora. Cato tentou me beijar, mas eu virei a cara e ele ficou sem graça. Quando cheguei em casa, fui direto para a cama, não aguentava mais nada para aquele dia. Eu não havia almoçado e nem jantado, mas não estava com fome de forma alguma.

 

No dia seguinte, eu acordei quando já passavam das 11h, pulei da cama e fui tomar café enquanto minha mãe estava assistindo TV.

— A Colheita já é na semana que vem...

— Eu sei...

— Você esta ansiosa?

— Um pouco.

— Como o Cato está?

— Melhorando, eu vou ver ele assim que terminar o café.

— É domingo. Você devia ficar comigo!

Eu sai da mesa e sentei do lado dela.

— Mãe, eu preciso conversar com Cato... Mais tarde eu volto, ok?

— Não preciso fazer almoço?

— Não.

— Então tá.

Sai de casa e fui o mais rápido possível para a casa de Cato, porém, quando eu cheguei lá, fui avisada de que ele não estava lá. Fui até a academia e nada dele. Fui até a floresta. Nada. Procurei ele pela cidade toda mas não achei, no final, desisti de procurar ele e me sentei na margem do laguinho.

— Foi aqui que a gente virou "amigos", você lembra?

A voz dele me fez sorrir.

— Óbvio.

Ele caminhou e se sentou do meu lado.

— Você tá nervosa?

— Não tanto quanto eu deveria estar. E você?

— Não.

— Eu não quero ir para a arena com você, Cato - eu sussurrei.

Ele olhou nos meus olhos e segurou a minha mão.

— Vai dar tudo certo, pequena..

— Como você pode ter tanta certeza?

— Porque uma vez, um menininho fez uma promessa a uma menininha aqui nesse mesmo lugar. Ele prometeu a menina que cuidaria dela em toda e qualquer circunstância e jamais a deixaria sozinha.

— Ele também prometeu que a mataria na arena, se fosse preciso.

Nós dois rimos. 

Eu o olhei e o beijei. Como eu sentia falta do beijo de Cato e de como eu me sentia quando eu o beijava.

— Eu te amo tanto - ele falou.

Ficamos ali abraçados por algum tempo.

— A Colheita...

— É... nem parece que hoje já é domingo!

— Dorme lá em casa?

— O que?

— Vão ser nossas últimas horas juntos, queria muito passar elas com você.

Ele sorriu e assentiu. Fomos para a minha casa e minha mãe havia preparado um belo jantar. Conversamos o jantar inteiro e depois tiramos da mesa.

— Se eu tivesse dinheiro para apostar, eu apostaria em vocês dois - minha mãe deu um sorriso humilde e eu a abracei.

— E se eu pudesse escolher qualquer outra mãe no mundo, eu ainda assim escolheria você.

Ela sorriu e depois foi dormir. Cato e eu ficamos sentados na varanda, enrolados em uma coberta, tomando café e admirando as estrelas.

— Vai dar tudo certo, não vai?

— É claro que vai pequena.

— Como você pode ser tão otimista?

— Eu não sei.. só tenho a sensação de que vai dar tudo certo.

— Assim espero.

— Eu queria poder congelar essa momento para sempre.

— Porque?

— Você, uma noite estrelada, uma coberta e café, isso está perfeito.. E olha que horas são!

— 22:22. O que isso tem a ver?

— Horas iguais.

— E..?

— Quando vemos horas iguais, significa que alguém está pensando em você!

— E quem está pensando em mim, Cato?

— Começa com C.

— Você tá vendo muito desenho animado, Cato.

— Idiota.

— Babaca.

Apoiei minha cabeça em seu ombro e ficamos ali por um tempo que poderia ser a eternidade.

 


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