Stand By Me escrita por jooanak


Capítulo 21
Safe & Sound


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês amem esse capítulo e chorem muito hehe. Quero primeiramente agradecer por todos os comentários que vocês tem deixado ao longo da fanfic.. Todos os elogios, o jeito como vocês falam dessa história me faz ter um orgulho enorme de escrevê-la. E lembrando que ainda não acabou, provavelmente, vou postar mais na sexta. Espero que vocês gostem desse capítulo. Bom feriado. ♥



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Assim que o primeiro raio de sol iluminou a manhã, Cato me acordou com um beijo na testa. Sentir seus lábios sob minha pele causou um choque em meu corpo. Um choque bom; um choque agradável. Aquela era uma sensação a qual eu sentia falta nos últimos dias.

— Bom dia, Clove! Temos um dia longo pela frente, então, é melhor você acordar.

— Me deixa dormir. - eu praguejei.

— Você terá muito tempo para dormir essa noite depois que matarmos Katniss e Thresh

Ele me jogou um daqueles sorrisos dos quais eu era completamente apaixonada.

— Você me paga.

Eu comecei a rir e ele riu junto. Com o corpo cheio de preguiça, me levantei e fui lavar o meu rosto no lago; Cato veio logo atrás de mim, jogando uma das poucas maçãs que nos restavam em minha direção, eu a peguei e a abocanhei. Que maçã deliciosa! Era incrível o quão faminta eu estava naquela manhã. Eu e Cato esperamos o céu clarear, foi quando ele decidiu que estava na hora de colocar nosso plano em ação.

— Você tem certeza que ficará bem?

— Absoluta, Cato. - revirei os olhos

— Hm. Você sabe, né? Como matá-la?

— Cato, eu já matei outras pessoas nessa arena; Katniss não será a primeira.

— É só que... Não quero te deixar aqui...

— Cato, eu prometo que vou ficar bem.

— E se algo der errado, você grita o meu nome! Eu venho correndo o mais rápido que eu conseguir e mato quem estiver por perto.

— Cato, você falou isso umas quinhentas vezes na noite passada, se não ir logo, não vai conseguir pegar Thresh.

— Eu não quero ir. Tem algo nesse plano que está me dando arrepios, sabe? É aquela sensação de que tem algo errado.

— Cato, pare de ser teimoso e vai. Eu sei me cuidar. Você sabe se cuidar. Vai dar tudo certo.

— Como você pode ter tanta certeza? – ele suspirou.

— Não sei, é só que desde ontem a noite eu me sinto bem comigo mesma; eu me sinto em paz. Sinto como se tudo está no seu devido lugar e sei lá, me sinto bem, como se estivesse fazendo a coisa certa.

— Espero que essa seja mesma a coisa certa.

— Eu tenho certeza absoluta de que é, Cato.

Ele se aproximou de mim e me abraçou, um abraço tão único, tão apertado, tão confortável, eu senti que eu estava aonde eu devia estar: nos braços de Cato. Ele era a minha paz, o meu conforto, eu o amava. Ficamos assim aninhados sem coragem de romper aquele abraço. 

— Promete que vai ficar bem?

— Prometo. – eu sorri e ele sorriu de volta, aquele sorriso que fazia eu me derreter por dentro.

— Eu te amo, Clove. – ele sussurrou olhando no fundo dos meus olhos.

Ele me soltou e saiu correndo em direção da floresta, sem olhar para trás. Com o coração nas mãos, eu fiquei vendo-o se afastar.

— Eu também. – sussurrei.

O dia foi ficando cada vez mais claro e quente, me escondi atrás de umas folhagens, esperando qualquer sinal de Katniss, porém, a única ação que ocorria por lá era o voo dos tordos. Havia uma brisa cercando a floresta, entretanto, o sol queimava a pele. Quando o sol estava na metade do seu ciclo, Foxface correu para onde estavam as bolsas. Eu fiquei tentada a enfiar uma faca em sua testa, mas me contive. Ela pegou a bolsa do seu distrito e saiu correndo tão rápido como quando veio

Eu tinha que esperar por Katniss. Ela estava por perto, eu tinha certeza absoluta disso e assim que a visse, eu iria matá-la. Enfiar uma faca em seu peito e acabar com ela sem um pingo de pena, assim como ela fez com Marvel; eu queria vê-la morta mais do que qualquer outra pessoa do mundo, eu queria vê-la sofrer, eu queria vê-la agonizar de dor, implorando sua morte, eu queria rir da sua cara ao vê-la morrer e ainda cuspir no seu rosto. Eu não a suportava, pessoas como ela me davam náuseas. Pessoas como ela não deveriam existir. 

— Vamos, venha para a toca. – eu sussurrei enquanto segurava a minha faca. Fiquei analisando a lâmina. A lâmina que cortaria sua garganta... A lâmina que acabaria com a vida de Katniss Everdeen. Poucos minutos depois de Foxface ter sumido do meu campo de visão, ela apareceu. Ela corria destrambelhada em direção à sua bolsa; era uma presa fácil. Sorri comigo mesma, aquela era a hora. 

— Fim de jogo distrito 12. – eu sibilei para mim mesma e corri em sua direção.

Assim que Katniss pegou sua bolsa, eu a esperei dar a volta e atirei uma faca em sua direção, a faca atingiu sua testa, abrindo um corte corpulento. Katniss caiu no chão sem sequer saber o que a atingiu; mesmo assim, ela ignorou a dor, pegou seu arco e atirou a primeira flecha em minha direção; facilmente, eu desviei. Quando ela tentou atirar a segunda flecha eu pulei em sua direção, e nós duas começamos a rolar pelo chão. Ela tentou fugir, mas o corte havia deixado-a desnorteada; ela não conseguiu ser tão rápida assim, em poucos segundos, eu a alcancei e a derrubei de novo.

Aquilo até que estava sendo bem divertido.

Katniss era bem mais alta que eu, no entanto, eu consegui imobilizá-la na grama, ficando por cima dela; numa tentativa frustrada, ela tentou segurar minhas mãos e me derrubar, eu era pequena, mas não era fraca. Por sorte, a faca já estava em minha mão, eu a peguei e a deixei alguns milímetros do seu rosto, se ela se mexesse, já teria que fazer uma bela plástica. Katniss enfiou sua mão na minha cara. Quem diabos ela pensava que era para fazer isso? Senti meu rosto ferver de raiva e ataquei minha faca em sua cara, contanto, ela desviou. Eu ataquei de novo e ela desviou outra vez.

Ela tentou inutilmente me jogar para o lado, rapidamente, eu fiquei em cima dela outra vez. Ela não estava totalmente imobilizada, então coloquei meus joelhos sobre seus braços e minha faca em seu pescoço. Eu estava me divertindo bastante, mas ainda faltava alguma coisa, eu precisava fazê-la sofrer... Ela precisava sofrer. Mas como fazê-la sofrer? Falar o quê? Sua irmã no Distrito 12? O fato de Peeta estar morrendo? O quê eu usaria contra ela? O quê eu falaria que a tornaria miserável? Que a tornaria inútil? Que a fizesse querer a morte?

— Cadê o conquistador? – eu falei cínica, Katniss tentava se livrar de mim, mas eu estava em vantagem. – Ah, entendi, você vai ajudar ele, que gracinha.

Aquilo era revigorante para mim; eu queria rir da cara de Katniss, eu queria mesmo; continuei o tom cínico, naquele momento, eu ignorei a voz de Brutus que dizia “cuidado com o que fala”. Eu queria que ela morresse desprezível.

— Pena não ter ajudado a sua amiguinha, a menininha... Qual era mesmo o nome dela? Rue? – eu ri.

Katniss gritou.

— É, nós matamos ela... e agora, eu vou matar você.

Levantei minha faca pronta para atingir sua carótida e ver seu sangue jorrando até sua morte, mas assim como eu, ninguém previu o que estava por vir. Ninguém previu que Thresh estava ouvindo aquilo, ninguém previu que ele me puxaria de cima de Katniss e me empurraria contra a cornucópia, ninguém sequer podia ter previsto o que estava por vir.

— Você matou ela? – ele gritou me machucando.

— Não. – eu gritei com toda a minha força.

— Eu ouvi. – ele gritou.

(N/A: Coloque para tocar)

Eu não conseguia mais pensar. Comecei a me desesperar; eu não sabia mais o que fazer. Tudo o que eu havia aprendido todos esses anos na academia sobre manter a calma quando tudo dava errado, havia simplesmente, desaparecido.

— Cato – eu gritei com toda a força que eu tinha.

— Clove? – eu ouvi sua voz vinda do meio da floresta.

— Você disse, você disse!!! – Thresh continuava gritando e eu comecei a ficar apavorada. 

— CATO! CATO! – eu gritava enquanto sentia as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, pois eu sabia que Cato não chegaria a tempo. Eu sabia que ali seria o meu fim. Eu sabia que tudo acabaria ali. Eu realmente sabia.

— CLOVE. – a voz dele chegava cada vez mais perto, porém, continuava longe.

Thresh me olhou com ódio e com força tacou-me contra uma pedra. Minha cabeça acertou-a em cheio e comecei a sentir o sangue escorrer pelo meu cabelo. Ouvi as vozes dele e Katniss conversando sobre algo que eu não era capaz de entender.  Thresh saiu correndo e Katniss ficou paralisada me olhando. Logo depois, Cato chegava. Quando ela o viu chegando, seus olhares se cruzaram. Ele tinha a chance perfeita para matá-la ali e agora, no entanto, ele correu até aonde eu jazia.

— Clove? Clove? – ele falava meu nome assustado – hey, pequena, vai dar tudo certo. Você vai ficar bem... Vai tudo ficar bem!

Cato colocou minha cabeça em seus braços e com os olhos marejados, ficou me encarando afetuosamente. Seus braços estavam cobertos com o meus sangue, mas ele não parecia se importar. Eu sentia uma leve dor, ao mesmo tempo em que sentia sono e me sentia cansada. Extremamente cansada. Eu sabia que tinha fracassado e não queria que ele me visse daquele jeito. 

— Eu não vou te deixar. – eu sorri para ele.

Cato soluçou.

— Eu sei que não vai. – as lágrimas escorriam brutalmente pelo seu rosto.

— Eu estou aqui Cato, eu sempre vou estar aqui. Nunca vou te deixar.

Seu soluço havia se intensificado. Eu sentia suas mãos quentes em minha pele gelada.

— Eu sou apaixonado por você desde a primeira vez que te vi... Por esse seu sorriso mau-humorado, pelos olhos determinados, pela garota teimosa que você sempre foi... E agora eu só consigo pensar o que seria de mim sem você, Clove? Essa coisa de amor à distância não funciona, principalmente quando eu estou na terra e você no céu. Você não pode me deixar, você tem que ficar aqui. Clove, por favor. Seja forte. Seja teimosa. Teime com a morte. Teime. – ele chorava e eu quis chorar com ele. Quis chorar por ele, mas eu tinha que ser forte. Por ele.

— Essa foi a coisa mais doce que você já me disse. - eu ri.

— Você prometeu que ficaria bem. – ele sussurrou.

— Mas eu estou bem, eu nunca estive em lugar melhor. Eu estou aqui, com você. Eu estou deitada em seus braços, existe lugar melhor, mais confortável e mais seguro que esse?

Cato sorriu tentando evitar o choro.

— Eu vou ficar bem, está bem? Vai ficar tudo bem. Eu e você fomos feitos um para o outros. Nós dois fomos destinados. E você é o grande vencedor. Ganhe esse jogo por nós dois, Cato. – comecei a perder o ar.

— Do que adianta ganhar esse jogo se eu vou perder você?

Eu sorri.

— Nós dois somos os verdadeiros amantes desafortunados desses jogos, Cato. Eu e você sabemos disso, é isso que importa. – comecei a tossir.

Minha cabeça latejava cada vez mais e comecei a ficar mais sonolenta. Cato percebeu que eu não tinha mais que poucos minutos de vida, então, ele quebrou a única regra que Brutus nos imporá: ele se aproximou de meu rosto quase sem vida e me beijou. Aquele seria nosso último beijo; um beijo regido por lágrimas e sangue. Cato havia tornado meus últimos momentos na arena, inesquecíveis. 

— Cato?

Ele ergueu as sobrancelhas.

— Eu também amo você.

Ele assentiu engolindo o nó que se formava em sua garganta limpando as lágrimas que escorriam pelo seu rosto.

Cato entrelaçou sua mão na minha e apertou-a com força. Aos poucos, senti minha própria mão perdendo a força... Foi tudo tão rápido! A paisagem da arena, as árvores, as montanhas, o sol, o barulhos dos tordos, tudo começou a sumir. E logo tudo começou a ficar claro, um imenso clarão se formou e quando a luz cegou os meus olhos, um aroma de flores preencheu o ar.

E depois, nada.


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