Stand By Me escrita por jooanak


Capítulo 11
Mean


Notas iniciais do capítulo

Essa capítulo tá enorme, mas eu acho que vocês vão gostar.. O Cato vai ficar com muuuuuuuuito ciúme, mas pra descobrir o porquê vai ter que ler todo o capítulo, rs. Se gostarem deixem review ♥ beijos



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Demorei pra pegar no sono, mas quando eu peguei, desejei ter ficado acordada. No sonho, ou melhor, pesadelo, eu estava com meu pai na floresta, ele era alto, loiro com olhos verdes, naquela época, era extremamente proibido entrar na floresta e estávamos há dois dias dos Jogos Vorazes, eu tinha apenas 7 anos e nós sempre íamos caçar. Naquele dia, porém, eu havia brigado com minha mãe e fugido de casa, eu era uma criança... não sabia o que fazia, mas eu estava tão acostumada a ir na floresta que eu achei que sabia me cuidar, quando perceberam que eu sumi, meu pai veio atrás de mim. Infelizmente, a floresta estava cheia de pacificadores, quando ele me avistou mandou eu me esconder atrás de uma árvore, eu corri e fiquei lá observando. Eu esperava que ele viesse atrás de mim, mas o que eu vi, foi muito pior... um pacificador atirou no meu pai, ele não teve chance de explicar o que eu fazia lá. O sangue escorria pelo seu corpo e a última coisa que eu vi, foi um silencioso "Eu te amo Clove."

— Pai! - acordei suada e dei de cara com Cato sentado na minha cama.

— Tá bem?

— O que você tá fazendo aqui?

— Clove, o que eu vou te falar é sério, então, eu juro, que se você abrir a boca e interromper uma sequer palavra do que eu digo, eu te jogo daquela janela. Não estou brincando. Ok?

Eu revirei os olhos.

— Clove, há cinco anos atrás, eu conheci uma garotinha de lindos olhos e um lindo sorriso. Eu não ia com a cara dela, mas de uma hora para outra, me apaixonei. Todas as vezes que eu ficava com alguém, eu imaginava você. Clove, me desculpa mesmo pelo o que eu falei do seu pai, eu sei como isso te assombra e eu realmente fui um babaca, um burro, um idiota, me desculpa, você sabe como eu fico quando estou furioso. E sobre a Glimmer, bem, eu gostei de conversar com ela porque ela é muito legal e nós falamos de coisas totalmente diferentes do que eu e você estamos acostumados a conversar. Eu acho ela a garota mais bonita que eu conheço, mas você Clove... você é linda. E beleza não define caráter, ou então, eu seria a pessoa mais doce que existe não é?

Não pude conter o riso quando ele falou isso.

— Clove, a gente está há tão poucos dias de entrar na arena, e eu não quero correr o risco de morrer brigado com você. Eu vou entender caso você não quiser olhar mais na minha cara e tudo mais... mas, me perdoa, por favor.

— Cato, você é um imbecil.

— E se a gente começar tudo de novo?

— Cato, se você quer realmente fazer as pazes, é melhor não me contrariar. Me explica uma coisa?

— O que?

— Porque você está tentando se afastar?

— Eu não estou.

— Cato, eu não nasci ontem... eu percebi que você não quer ficar perto de mim.

Ficamos em silêncio por segundos que pareciam horas, quando finalmente Cato mordeu os lábios e começou a falar.

— Eu tenho medo.

— Medo? O que isso tem a ver?

— Eu quero me afastar porque se algo acontecer com você na arena, eu não vou sofrer tanto.

— Sério?

— É ridículo, mas se algo acontecer com você... eu vou me culpar para sempre, Clove. Eu realmente quero ganhar os Jogos Vorazes, mas se isso significa perder você, eu prefiro ser o primeiro a morrer.

— Você realmente prefere morrer do que me perder?

— Claro, Clove...

— Porque?

— Do que adianta eu ganhar e passar uma vida inteira sem você?

— Cato, só um pode ganhar.

— A gente dá um jeito nisso.

— E se no final só restar a gente?

— Ai damos um jeito de escapar da arena e fugir para algum lugar?

— Para onde?

— Para o Distrito 13.

— Você nunca acreditou nessa coisa de Distrito 13, porque agora?

— Os Jogos Vorazes são uma loucura... Quem pode dizer se esse Distrito 13 não exista mesmo?

— Você é cada dia mais louco, menino.

— Me desculpa?

— Pelo que?

— Por sempre te magoar!

— Já me acostumei.

— Você é linda.

— Fala isso pra Glimmer

— Você tá com ciúmes?

— Não.

— Tem certeza?

— Sim..

— Eu acho que tá..

— Se eu estou ou não, o problema é meu Cato e não seu.

— Você é estúpida, grossa, sarcástica e mau humorada.

— E dai?

— Que mesmo assim eu te amo.

Senti minhas bochechas corando e não pude evitar um sorriso.

— A gente não devia mais brigar, mô.

— Mô?

— É, tipo "amor." Entendeu?

— Mô? Onde que você aprendeu essa palavra?

— Por ai.

— A Glitter te ensinou ela?

— Talvez.

Eu o fuzilei.

— Eu nem conheço essa garota e já odeio ela... pensa o que vai dar quando eu ver a cara dela.

— Clove, a Glimmer é muito gentil.

— Imagino, com homens bonitos então...

— O que?

— Nada. - dei um sorriso tentando disfarçar. - Que horas são?

— É tarde...

— Você pode sair do meu quarto? Eu realmente preciso dormir!

— Ok

— Clove, nos vemos amanhã então? - eu sabia exatamente o que ele estava tentando fazer... sempre fazíamos isso quando nos despedíamos lá no Distrito 2

— Talvez

— Talvez porque?

— Porque vai depender caso eu estiver afim de falar com você amanhã.

— E você vai?

— Depende.

— Depende do que?

— Depende se você vai merecer falar comigo amanhã - dei uma risada

— E você vai querer?

— Talvez

— Até amanhã pequena. - ele deu um sorriso gentil e eu voltei a dormir

Na manhã seguinte, fui acordada cedo. Vimos a Colheita dos outros distritos e pude ver a cara de Glitter pela primeira vez, eu tinha que admitir, ela era linda. O que mais me chamou a atenção foi a garota do Distrito 12, ela se ofereceu no lugar da irmã, achei uma atitude digna, Cato não.

— Que ridícula essa garota, se oferecer no lugar da irmã.

— Cato, não seja idiota.

— Ela só está querendo ganhar patrocinadores.

— Ou talvez ela ame a irmã dela e tentou protegê-la.

— Tanto faz.

Depois assistimos as reprises de outras edições dos Jogos Vorazes por um tempo e mais tarde, Enobaria veio me chamar.

— Clove, preciso de você. Hoje a noite temos o desfile dos tributos e você tem que ir ficar bonita.

Ergui as sobrancelhas e fui de má vontade, para que essa coisa de ficar bonitinha? Patético. Fiquei com minha equipe de preparação pelo o que me pareceram horas, no final, eu estava com o cabelo feito, as unhas, parecia uma entojada do Distrito 1, vulgo, Glimmer. Depois de ficar com uma aparência "decente", fui conhecer meu estilista, o nome dele era Nash e era muito mais legal do que a equipe de preparação.

— Clove, você é mais linda pessoalmente.

— Obrigado - sorri.

— Então, como você e Cato são Carreiristas, eu e a estilista dele pensamos em fazer algo do tipo, Gladiador sabe? E acho que você vai amar.

Nash e eu conversamos por muito tempo, no final, quando me olhei no espelho eu não me reconheci. Não era eu. Não podia ser eu. Eu estava maquiada, de unhas feitas e parecendo uma gladiadora.

— Nossa Nash, eu estou sem palavras.

— Gostou?

— Amei - dei um sorriso.

Eu tocava meus braços e me beliscava para ver se não era um sonho, mas era verdade, sem eu perceber, Nash foi embora e Cato entrou na sala.

— Uau Clove.

— Digo o mesmo.

— Estou lindo.

— Ai Cato, poupe-me.

Ele caminhou até o meu lado e me puxou para perto dele. Enobaria logo entrou na sala, nos chamando. Caminhamos até a nossa "carruagem" e uma loira realmente bonita veio falar com Cato, só podia ser Glimmer.

— CATINHOOOOOO! - ela veio abraçando ele e dando beijos na sua bochecha.

— Ah, oi Glimmer.

— Estava com saudades de você coisa linda.

— Eu também, ahn, essa é Clove.

— Oi - ela falou antipática.

— Oi.

— Cato, você tá lindo, mais do que já é... Se não estivéssemos em público, eu acho que eu te beijava. Você não se importa né queridinha? Quero dizer, ter um pedaço de carne tão linda e sedutora como Cato do seu lado é realmente tentador, não sei como você aguenta.

Glimmer não parava de falar e a voz dela era realmente irritante, agradeci à Deus quando o garoto do Distrito dela veio chama-la. Cato e eu subimos na carruagem e ficamos lá até que me virei para ele e falei:

— Catinho, vem cá. Você acha mesmo essa garota legal?

— Acho.

— Poupe-me Cato, por favor.

As luzes foram se acendendo e as carruagens começaram a andar.. Cato e eu estávamos deslumbrantes, porém, de repente as palmas começaram a ficar mais fortes e percebi que não era para nós, e sim para o casal do Distrito 12. Eles estavam, literalmente, pegando fogo, mas era fogo falso, o garoto, Peeta se não me engano, pegou a mão dela e a levantou, Cato ficou furioso. Todos aplaudiam eles o percurso todo e quando a carruagem parou Cato estava prestes a sair de lá e cortar seus pescoços fora.

— Cato, se acalma.

— Como eu vou me acalmar?

— Sei lá. Se vira.

Por sorte o presidente Snow começou a falar, o mesmo discurso chato de sempre e no final ele disse "Que a sorte esteja sempre à seu favor." Quando as câmeras desligaram, Enobaria e Brutus vieram em nossa direção.

— Foram ótimos!

— Ótimos? O casal do 12 roubou nosso patrocinadores, isso é ótimo? - Cato explodiu. Quando eu colocar meu pé naquela arena, eles vão ser os primeiros que irei matar.

O mentor deles e eles olharam para nós, cochicharam algo e depois foram embora, pisei no pé de Cato para ver se ele se acalmava, mas ele continuou furioso.

— Talvez se você fosse falar com a Glimmer, essa raiva passe. - dei um sorriso irônico.

— Essa não é a hora para fazer piadinhas Clove.

— Não é uma piada, querido.

Sai de lá e fui direto para o hotel. Tomei banho, botei meu pijama e fui jantar. Enobaria e Brutus já estavam lá, mas Cato não. Quando eles me viram chegar, tentaram mudar de assunto, mas eu os conhecia bem demais para ser enganada.

— Ele está com a Glitter, não é?

— Sim.

Sai furiosa de lá e fui para o meu quarto. Tirei o pijama, botei um short, uma blusa e saí do andar sob os protestos de Enobaria e Brutus. Cheguei no primeiro andar e esbarrei com o garoto.

— Ahn, desculpa, não te vi ai.

— Ah, sem problema. Meu nome é Marvel, prazer.

— Oi Marvel, sou a Clove, do distrito 2.

— Eu sei quem você é.

— Por acaso o menino do meu distrito, Cato, não está ai?

— Não.. Ele deve estar com a Glimmer, ela não está aqui também. Quer vir procurar ela comigo? Se acharmos ela, acharemos ele.

— Claro.

Eu e Marvel procuramos eles por todo o lugar, mas não encontramos nada. Conversamos bastante sobre tudo, ele era muito legal e engraçado também. No final, era como se fossemos amigos antigos. Marvel me contou da vida no distrito 1, mas principalmente, ele falou de Glimmer e eu percebi que ele a amava. Ela não merecia ele.

— Você gosta dela né?

— Glimmer? Não.. tá tão na cara assim?

— Aham

Ambos rimos.

— E você gosta dele né? Do Cato?

— A gente está juntos. Há algum tempo já... mas as coisas andam confusas ultimamente, entende? Estamos brigando mais do que o normal.

Continuamos a procurar, em todos os lugares e nada deles, por fim, desistimos e resolvemos voltar para os nossos quartos. Voltamos para o elevador e Marvel me convidou para entrar no andar deles.

— Meus mentores não vão se importar.

— Hey gente, essa é Clove... ela é do Distrito 2.

— Oi Clove - eles falaram sorrindo, pareciam ser queridos.

— Onde você estava, Marvel?

— Eu e Clove estávamos procurando Glimmer e o garoto do distrito dela, Cato.

— Acharam?

— Não.

Eu e Marvel ficamos conversando na sala sobre tudo, ele estava se mostrando um bom amigo, mas percebi que estava ficando tarde.

— Marvel, tá ficando tarde, acho que eu devia ir...

— Se você acha... – Marvel me acompanhou até a porta do elevador e me deu um beijo no rosto – foi um prazer conhecer você.

— O prazer foi meu.

Sai de lá e fui para o meu andar, Enobaria e Brutus assistiam TV e tentei ser silenciosa para eles não me notarem, mas assim que coloquei meu pé naquele lugar, eles viraram para mim.

— Onde você estava? Ficamos preocupados...

— Eu estava procurando Cato e conheci o garoto do Distrito 1, o nome dele é Marvel. Deveríamos nos aliar com ele.

— Hm.

— Cato não voltou, né?

— Não..

— Eu e Marvel procuramos ele e Glimmer por todo lugar, mas nada.

— Clove, está tarde, nós vamos dormir, não se esqueça que amanhã é o primeiro dia de treinamento. Acorde cedo porque eu e Enobaria queremos falar com você e Cato e dar algumas instruções, ok?

— Sim.

— Não fiquei preocupada com ele, ele deve estar bem. - Brutus sussurrou em meu ouvido.

— Eu sei que ele está bem. Isso é o que me preocupa...

Ele riu e foi embora. Assisti a reprise do desfile e depois edições passadas dos Jogos Vorazes, as horas passaram e nada de Cato. As duas horas da manhã, a porta do elevador se abriu e ele entrou e percebeu que estava enrascado quando me viu na sala.

— Clove? Tá acordada?

— Sabe o que me deixa mais chateada, Cato? É que você nem sequer disse para onde ia.

— Eu estava com Glimmer.

— Eu sei. Eu e Marvel procuramos vocês por todo o lugar e não achamos nada.

— Marvel? Quem é Marvel?

— Apenas o garoto mais fofo que eu conheço. Ele, pelo menos, não sairia sem me avisar onde ia, principalmente com a garota que está dando em cima dele.

— Quem é Marvel?

— Não te interessa quem é Marvel.

— Claro que sim. Você tá me trocando por esse Marvel?

— Você tem a Glimmer, queridinho. Eu tenho o Marvel.

— Aposto que esse garoto nem existe...

— Existe sim, eu conheci ele há umas seis horas atrás, quando eu e ele procurávamos você e Glimmer... Aliás, onde vocês estavam?

— Passeando. Mas, pera aí, o que você e o Marvel fizeram?

— Conversamos e passeamos também. Glimmer não te falou dele? Que triste..

— Se eu ver esse garoto eu quebro a cara dele. - Cato veio andando em minha direção e estava furioso.

— Se você encostar um dedo nele, você vai se arrepender.

— Clove, você está passando dos limites!

— Puta merda! Cato falou que estou passando dos limites, olha minha cara de preocupada, queridinho. To com sono, estou indo dormir, aliás, é pra acordar cedo amanhã... tem treinamento, mas pera... eu não devia ter te avisado isso, porque A GLIMMER JÁ DEVE TER AVISADO VOCÊ, PORQUE A GLIMMER É A MELHOR PESSOA QUE EXISTE!

Fui em direção do meu quarto e Cato me seguiu.

— Clove, volta aqui e para de ser idiota.

Quando ele chegou na porta do meu quarto, bati a porta na sua cara e a tranquei. Ele ficou batendo com seus punhos nela, mas eu o ignorei e fui me trocar. Escovei os dentes e me deitei na cama, Cato continuava a dar socos na porta, mas eu continuei a ignora-lo, por fim, ele desistiu e bateu a porta do seu quarto com toda a força do mundo, o que me fez dar uma risada. Virei para o lado e peguei logo no sono, eu tinha um grande dia pela frente...


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