Stand By Me escrita por jooanak


Capítulo 10
Cry


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu chorei demais escrevendo esse capítulo, espero que vocês chorem tanto quanto eu. E se gostarem (e chorarem) deem review, beijos ♥



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Acordei quando passava das 8h e fui até o vagão-restaurante, todos estavam me esperando.

— Clove, chegaremos na Capital daqui a 4 horas, então se arrume. Você também Cato.

— Tá - respondemos em coro.

Tomei meu café e fui me arrumar. Botei uma calça e uma blusa e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, as horas passaram depressa e antes que eu me desse conta, havíamos chego na Capital. A Capital era diferente, cheia de luzes e cores, mas eu ainda prefiro o Distrito 2. A multidão gritava nossos nomes e antes de sair do trem, Enobaria disse.

— Sejam amáveis.

Acenamos para muitas pessoas, mandamos beijos e sorrimos e depois fomos para o hotel, como o nosso distrito era o 2, ficamos no segundo andar. Um andar inteiro só para nós! Aquilo era sem dúvida, maior que a minha casa. Fui para o meu quarto e me joguei na cama, quando Cato bateu na porta.

— Ei, vou passear pelo hotel, quer ir comigo?

— Não, obrigado.

— Tá

Cato foi embora e um clima pesado ficou entre a gente. Estávamos nos afastando, e isso era tudo o que eu menos queria em uma situação como a nossa. As horas passavam e Cato não voltava. Era quase 19h quando ele deu as caras. E ele estava estranho, todo feliz, sorrindo feito bobo. Aquilo não me cheirava bem.

— O que deu? - Brutus pediu quando ele entrou no andar.

— Eu acabei de passar a tarde com a pessoa mais incrível do mundo.

— Quem? - eu pedi erguendo as sobrancelhas.

— O nome dela é Glimmer, ela é do Distrito 1, é a pessoa mais linda que eu já vi?

— Glitter? – eu pedi provocando-o.

— Glimmer!

— Que legal.

Eu saí da sala e fui para o meu quarto batendo a porta e comecei a chorar. Não chorei porque estava triste, mas porque estava com raiva, com muita raiva. Glitter! Que tipo de pessoa tem o nome Glitter? Ah, esqueci, não é Glitter, é Glimmer. Aposto que era uma princesinha do Distrito 1. Fiquei abraçada no meu travesseiro quando Enobaria entrou no quarto.

— Você tá bem?

— Tô!

— Eu sei que você não está.

— COMO EU POSSO ESTAR BEM, ENOBARIA? ELE FALOU NA MINHA CARA QUE PASSOU UMA TARDE MARAVILHOSA COM OUTRA GAROTA! ISSO É A MAIOR BABAQUICE QUE EXISTE!

— Garotos muitas vezes são idiotas, Clove.

— E como!

Enobaria me abraçou e depois foi embora. Fiquei sentada lá no quarto, sem vontade de comer ou de fazer qualquer coisa. Era quase meia noite quando eu saí do quarto e fui jantar; Enobaria e Brutus estavam dormindo e Cato estava vendo TV. Tentei fazer o mínimo silêncio possível, porém, uma colher caiu no chão e ele percebeu que eu estava lá.

— Clove?

— Não. É sua mãe.

Cato ergueu as sobrancelhas.

— Porque você tá agindo assim?

— Não é problema seu.

— É problema de quem?

— Deve ser da Glitter.

— GLIMMER!

— FODA-SE!

Fui embora e me joguei na cama, mas eu não queria chorar, eu queria esfaquear essa garota, saí da cama e me apoiei na janela, a população gritava e fazia festa lá fora. Ouvi a porta do meu quarto abrir e depois fechar e, em seguida, passos vieram na minha direção. Cato se colocou do meu lado na janela.

— O que deu?

— Nada.

— Clove!

— Você é um babaca!

— E..?

— Um idiota.

— E..?

— Só consegue me decepcionar.

— Hm.

Ficamos ali em silêncio olhando as estrelas.

— Porque? - eu falei segurando o choro.

— Porque o quê?

— Porque você está me afastando?

— Eu não estou te afastando.

— É pra não se sentir tão mal quando me matar?

— O que?

— Isso mesmo que você ouviu. Você está me afastando, pra ser mais fácil me matar na arena.

— Se liga, Clove.

— O que você e a Glimmer ficaram fazendo a tarde toda?

— Conversando.

— Hm. Você gosta dela né?

— Não.

— Não minta pra mim, Cato. Eu vi como você ficou quando falamos dela, eu vi como seus olhos brilharam quando você falou que passou a tarde com ela e eu vi como você ficou quando eu falei o nome dela. Você gosta dela.

— Eu não gosto dela.

— Gosta sim.

— Eu só acho ela legal.

— E a garota mais perfeita e mais linda do mundo..

— Você tá com ciúmes?

— Não. Só estou com raiva.

— Porque?

— Porque a gente era muito mais feliz antes de vir pra cá, e desde que embarcamos no trem, você não me abraça, não olha pra mim, não mostra nenhum afeto.

— É o jogo.

— Não é o jogo, Cato. Para de culpar algo e admite! É você. Você mudou e nem estamos na arena ainda. Só acho que, tudo devia acabar entre a gente... ai você poderia sei lá... ser feliz com a Glimmer... - eu tentei segurar as lágrimas, mas não consegui, era totalmente impossível não chorar.

— Você tá chorando? - ele olhou para mim.

— Talvez.

— Vem cá. - ele tentou me abraçar mas eu o empurrei para longe.

Ele ficou olhado com uma cara tristonha.

— Você não me ama mais?

— Eu amo tanto você que até dói. Dói amar você, Cato. Dói. Machuca. Quebra o meu coração de tantas maneiras... eu não... É insuportável te amar tanto assim e olhar nos seus olhos e saber que não é recíproco. Saber que o que eu sinto... saber que você não sente o mesmo. 

— Eu ainda te amo pequena.

— Não, você não me ama mais. Você me considera como uma irmã, mas não me ama. Então, eu estou te libertando. Vá ser feliz, Cato. Sinta-se a vontade para beijar qualquer garota da capital ou de qualquer outro Distrito. E também sinta-se livre para me matar na arena. Eu já estou morta mesmo...

Ele viu que eu estava chorando muito e me abraçou, eu quis rejeitar, mas eu precisava do abraço dele naquele momento. Ele deu um beijo na minha cabeça.

— Essa Glimmer deve estar apaixonadinha por você.

— Deixe estar. Não me importo com ela.

— Se importa sim, e é por isso que você tá assim, porque sabe que falhou comigo.

Eu me soltei dele.

Ele olhou no fundo dos meus olhos e me beijou, eu estava sentindo saudade do beijo de Cato. Quando nossos lábios se separaram, ele me beijou de novo, depois me pegou no colo e me levou pra cama. Continuamos o beijo sem ter coragem de interrompê-lo. Cada beijo, tornava-se mais fervoroso. Cato tirou sua camisa; quando me dei conta do que ele pretendia fazer, eu o parei.

— CATO, NÃO!

— Só estou com calor, pequena.

— Aham.

— Ele deitou do meu lado e depois me beijou.

— Você é tão linda, Glimmer.

— Glimmer?

— Eu falei, Clove.

— Não, você falou Glimmer.

Uma raiva intensa percorreu o meu corpo e eu tive que respirar fundo para não arrancar uma faca da gaveta e tirar a cabeça de Cato.

— Eu estava certa..

— Sobre o que?

— Você gostar dela.

— Clove, desculpa!

— Desculpa? Desculpa? PRA QUE? ME DIZ!!!!!! DESCULPA PRA QUE? PRA DEPOIS VOCÊ ME CHAMAR DE GLIMMER OUTRA VEZ? MEU NOME É CLOVE E NÃO GLIMMER. CASO VOCÊ NÃO SAIBA.

— Clove, eu não gosto dela!

— É MAIS DO QUE ÓBVIO QUE VOCÊ GOSTA DELA. VOCÊ ESTÁ CAIDINHO POR ELA, E ESTAMOS NA CAPITAL PELO 1º DIA. DAQUI A DUAS SEMANAS, SE BOBEAR, VOCÊ JÁ VAI TER LEVADO ELA PRA CAMA!

— NÃO SEJA IMBECIL, CLOVE!

— EU? IMBECIL? CLARO... CLOVE, "A IMBECIL" POR TER FICADO COM O CATO...

— CLOVE, PARA DE SER ASSIM!

— ASSIM COMO? POR EU SER EU? DESCULPA SE EU NÃO SOU A GLITTER...

— É GLIMMER - ele me cortou. - É POR ISSO QUE EU GOSTO DA GLIMMER, É POR QUE ELA NÃO TEM ESSE ATAQUES.

— ENTÃO SABE O QUE TU FAZ? PEDE A GLIMMER EM NAMORO E ME ESQUECE.

— EU DEVERIA MESMO, PELO MENOS, ELA NÃO IA FICAR GRITANDO E SE CULPAR PELA MORTE DO PAI DELA. PELO MENOS ELA TEM UM PAI.

Eu olhei para Cato e dei um tapa na cara dele, e só depois do tapa ele se deu conta do que falou.

— Você poderia ter falado qualquer coisa, Cato. Podia ter dito que sou uma puta, uma vadia, podia ter dito que não me aguentava mais, mas não, você falou justamente isso. - Cato sabia muito bem que eu me culpava pela morte do meu pai.

— Clove, desculpa!

— Você acabou de me pedir desculpas dizendo que não ia me magoar mais e acabou de me magoar.

— O que a gente vai fazer?

— Você eu não sei, mas eu vou dormir.

— Clove?

— O que?

— Isso é o nosso fim?

— Eu não queria que fosse Cato, mas eu acho que é..

Ele enxugou uma lágrima e o vi saindo do quarto; antes de fechar a porta, eu vi seus lábios pronunciando um "Eu te amo pequena." Afundei minha cabeça no travesseiro e tentei engolir o nó que se formava em minha garganta, mas não consegui, então chorei... chorei... chorei... chorei de raiva, de ciúmes, de tristeza, de saudade. Eu chorei porque ele não cumpriu a promessa que ele me fez. Eu chorei de raiva de mim mesma, mas eu chorei, principalmente, por não ter feito a pessoa que eu mais amava no mundo ser feliz. E agora eu o tinha visto partir. Talvez por horas, ou talvez, para sempre.


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